A economia portuguesa está transformada num verdadeiro
mercado do Roque Santeiro, um mercado onde se compra e tudo se vende, desde a
alma de um país `rede e produção eléctrica. O país poderá assistir à maior
transformação acelerada do tecido económico ocorrida desde os anos 70.
As pequenas e médias empresas que durante anos foram a
grande bandeira ideológica do PS foram abandonadas pelo poder, as mariquices
económicas dos Portas, as idiotices do Álvaro e as lições da avó Prazeres do
Gaspar só dizem respeito às grandes empresas, só os vemos namorar grandes
banqueiros e empresários. O ajustamento forçado pela via da balança comercial
está a conduzir à destruição de uma boa parte das PME dependentes do consumo
interno, ao mesmo tempo milhares de micro-empresas vão caindo com a mudança
forçada dos hábitos dos consumidores, restaurantes e mercearias correm o risco
de se extinguirem.
A direita anti-comunista delicia-se agora a vender a preço
de saldo os recursos energéticos nacionais, produção e transporte, a empresas
geridas pelo Partido Comunista da China. Afinal de contas, quando entra no
bolso dos amigos o dinheiro dos chineses é igual ao dos alemães ou dos
americanos. Desde que os amigos sejam premiados com falsos lugares de
administradores tudo se pode vender sem olhar a quem, ainda se enganam e vendem
o Banco de Portugal ao primeiro Bokassa que se oferecer para o comprar.
O mesmos que venderam a alma ao diabo e para calarem os disparates
da Merkel acabaram com o feriado do 1.º de Dezembro estão dispostos a promover
a venda do que resta da independência do país a retalho e a bom preço. O
ilustre Borges, a grande vedeta nacional que se exibia como vice da Goldman
Sachs, junta agora as gorjetas do merceeiro holandês com uns trocos
governamentais a troco dos quais vai sabendo das opas que se vão lançando sem
que isso possa ser questionado. Os mesmos que trocaram feriados religiosos por
feriados nacionais também trocam qualquer exigência de honestidade por uma boa
informação privilegiada, não admira que a CGD tenha cedido na venda da CIMPOR
uns minutos antes do encerramento da bolsa, mesmo a tempo de alguém fazer
compras volumosas a preço anterior à OPA.
O que é feito do debate sobre os centros de decisão
nacionais que até levava banqueiros a São Bento? O que é feito dos bons princípios
tantas vezes bem invocados em relação aos negócios do Vara? O que é feito da
importância das PME e micro empresas para o crescimento económico?
Neste país tudo está à venda, por tuta e meia compram-se os
serviços de um ex líder do PSD, os pareceres de um grande banqueiro
internacional, acções da CIMPOR a bomk preço, enquanto o povo sofre com as
medidas de austeridade para alemão ver a classe política no poder arruína o país
enchendo os bolsos com negócios fáceis.