quarta-feira, abril 18, 2012

Umas no cravo e outras na ferradura




Foto Jumento


Torre do Gal ou Torre da Ajuda, Ajuda, Lisboa
Imagens dos visitantes d'O Jumento


Rio de Janeiro [A. Cabral]
  

Jumento do dia


Paula Teixeira da Cruz, ministra da Justiça

É uma pena que a ministra ande tão empenhada no enriquecimento ilícito e não disponibilize os meios financeioros para que os submarinos sejam investigados. Algo está muito podre quando um governo pode "gerir" o que o MP pode investiar através da asfixia financeira.
   
«O procurador-geral da República (PGR) justificou esta terça-feira o atraso na investigação do caso da compra de dois submarinos à Alemanha com a falta de dinheiro para a realização de perícias.

"É muito difícil quando mete perícias. São caríssimas e temos estado à espera que o Ministério da Justiça disponibilize a verba", disse Pinto Monteiro, a propósito do inquérito sobre a compra de submarinos que está a ser investigado há anos pelo Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP).» [CM]
 2 e 2

Paulo Portas decidiu a compra de dois submarinos.

O MP provou que houve corrupção no negócio.
 
Suspeitas de corrupção desencadearam uma investigação em Portugal.
 
Paulo Portas lutou desesperadamente por fazer parte do governo, dizia ele que era para amaciar o Passos Coelho.

A direita chegou ao governo.
 
O ministério da Justiça promove o enriquecimento ilícito ao mesmo tempo que não dá dinheiro ao MP para que este possa investigar.
 
O processo dos submarinos está paralizado por falta de meios financeiros.
 
Enfim, dois e dois são três.

 Sarkozy pouco confiante nos franceses
 

 Coitadinho do Alvarinho

Já nem o deixam ir Às inaugurações de fábricas metalúrgicas, é o Portas que anda entre os operários espadaúdos e a cheirar a suor.
 
 

 Oposição precisa-se

«Na última semana de Março soaram as campainhas de alarme aos ouvidos do governo. As consequências da recessão a que as medidas de austeridade nos conduzem são incontroláveis. Tornou--se, então, evidente para quem nos governa o que já era evidente há muito tempo: as medidas tomadas até aí estavam a provocar resultados opostos aos desejados. E ficou claro que Portugal não vai “regressar aos mercados” no dia 23 de Setembro de 2013, como o ministro das Finanças, Vítor Gaspar, repetidamente afirmara. Vai ter de pedir novo resgate, aliás, já implicitamente previsto pelos burocratas da troika. Acresce que todas as medidas tomadas e as outras que aí vêm são parte de uma agenda ideológica dos partidos no governo – um ajuste de contas há muitos anos adiado e que, agora, sob a custódia dos credores, está a ser executado. Por isso, desde a Semana Santa, o governo iniciou, sem aviso prévio, nem explicações adicionais, um novo ciclo de medidas de austeridade, as quais estão para além do que consta no memorando acordado com a troika para o primeiro resgate. As novas medidas, anunciadas avulsas, quase uma por dia, parecem resultar de um “concurso de ideias” lançado a todos os ministros. O pontapé de saída foi dado pelo próprio primeiro-ministro ao declarar, ao contrário do que sempre tinha dito, que os subsídios de férias e Natal dos funcionários públicos e pensionistas só seriam repostos lá para 2015 e aos bochechos. Posteriormente, rectificou o tiro, e acrescentou: “Serão repostos assim que possível”, o que dilata a suspensão para o fim do prazo do segundo resgate. Depois, pela mão da ministra Assunção Cristas apareceu, caído do céu, um novo imposto sobre a “segurança alimentar” - a recair certamente sobre o consumidor final, enquanto em surdina, pela calada da noite, se suspendiam as pensões de reforma antecipadas. O ministro Pedro Mota Soares para além de restringir substancialmente o Rendimento Social de Inserção, congemina a entrega ao sector privado de parte da Segurança Social. As vítimas são sempre as mesmas.

Estas novas medidas de austeridade, a fazer adivinhar uma nova avalanche, deixa o PS, enquanto maior partido de oposição, e única alternativa ao governo PSD-CDS, liberto dos seus compromissos passados. Durante a aplicação do primeiro pacote de medidas de austeridade podia fazer sentido a cumplicidade do PS com o governo, honrando a sua assinatura no memorando da troika. Contudo, agora, com estas novas medidas do governo, que até surpreendem a troika, nada obriga os socialistas a manter essa postura de meias-tintas, meio dentro, meio fora. E, dentro do PS, as vozes que se opõem a essa cumplicidade são cada vez mais, o que tem dificultado a afirmação de António José Seguro. A rejeição, na sexta-feira, no Parlamento, pelos partidos do governo, a que se juntaram PCP e BE, como é habitual em questões essenciais, do projecto de resolução apresentado pelo PS para a criação de um tratado complementar que aposte no crescimento e no emprego (apesar de se tratar de uma adenda inócua, na actual voracidade da política europeia de empobrecimento), desvincularam os socialistas de qualquer consenso, europeu ou nacional, com o governo. Se António José Seguro não entender esta ruptura e se deixar enredar na fantasia da “responsabilidade” está, apenas, a levar o governo ao colo para desgraça da maioria dos portugueses.

PS 1 – O governo, através do ministro da Saúde, anunciou uma série de disparates legislativos anti-tabágicos, na linha do proibicionismo totalitário. Como manobra de diversão para desviar as atenções do essencial, é frágil; como batalha contra os fumadores, é um desastre, porque a opressão gera a resistência.

PS 2 - Os portugueses continuam perigosamente calmos, enquanto o céu lhes cai em cima da cabeça.» [i]

Autor:

Tomás Vasques.
  
Elefantes, bruxas e bodes expiatórios

«Espanha está sob pressão dos mercados, aproximando-se de uma quase inevitável ajuda externa. Enquanto isso, o Rei Juan Carlos caçava elefantes no Botswana. A polémica em Espanha está instalada e aproveita-se o momento para deitar abaixo a monarquia. Questões ligadas à protecção dos animais à parte, diga-se, que segundo a imprensa espanhola, só a licença de caça pode custar 20 mil euros, além dos valores que a Casa Real desembolsou pela viagem e outros gastos. Isto num momento em que se pede aos espanhóis sacrifícios. Por cá não temos Rei, mas adivinhar-se-ia polémica semelhante se o caso fosse com um governante. 


Em Portugal ninguém foi caçar elefantes, mas há uma caça às bruxas. Nos últimos tempos os portugueses foram caracterizados como preguiçosos – e por isso disse-o Passos Coelho enquanto a troika trabalhava os portugueses gozavam, em Junho do ano passado, feriados e pontes –, piegas, fraudulentos, gastadores inveterados, pouco exigentes e que gostam de viver à conta do Estado. 


Passos Coelho, o ministro da Economia Álvaro Santos Pereira, o ministro da Segurança Social Pedro Mota Soares têm dito tudo isto, de forma mais ou menos directa. E como se muda a situação? Cortam-se apoios, cortam-se dias de férias e feriados, cortam-se subsídios de Férias e de Natal, congelam-se pela calada reformas antecipadas, cortam-se ordenados à função pública, cortam-se serviços. Tudo isto sem que haja contrapartidas do Governo. 


O Estado não está a ficar mais eficiente. O Estado não está a poupar o que deveria. O Estado não está a salvaguardar os serviços, de saúde, de educação, de justiça, em qualidade. O Estado não está a reforçar a sua componente fiscalizadora. Pelo contrário, até parece estar a enfraquecê-los, com a consequente fuga dos melhores profissionais dos serviços públicos. Querem menos Estado, mas quererão pior Estado só por isso?


Ao fim de quase um ano de Governo de Passos Coelho, deixo a pergunta para reflexão. Quem é, afinal, pouco exigente? Quem é, afinal, piegas? Onde está, afinal, a fraude? Quem é, afinal, o gastador inveterado? Apesar das questões também não integro o coro dos que dizem que não têm culpa. Teremos tido todos. Mas já chega de apontar o dedo só para um lado.» [Jornal de Negócios]

Autor:

Alexandra Machado.
  

 O bom filho à casa torna

«O Conselho Directivo do Sporting reintegrou ontem em plenas funções o vice-presidente leonino Paulo Pereira Cristóvão que tinha pedido a suspensão do mandato na sequência do caso Cardinal.» [CM]
   
 Deputada vestia-se de freirinha nas festas bunga bunga
 
 
«A modelo Imane Fadil, de 27 anos, também nascida em Marrocos, contou ao tribunal a primeira visita à mansão de Arcore, perto de Milão. Entre as jovens, que usavam um hábito negro, um véu branco e uma grande cruz ao pescoço, estava Nicole Minetti, conselheira da Lombardia e organizadora das festas. Outra jovem chegou a disfarçar-se de Ronaldinho, com uma máscara e a camisola do futebolista brasileiro.»
       
 Pobre irmão Macedo

«Um terço dos mais de 600 portugueses inquiridos para um barómetro sobre "Os Portugueses e a Saúde" classifica o ministro Paulo Macedo de "mau ou muito mau" e quase metade considera a sua gestão "muito má".» [CM]

Parecer:

Desta vez faltou-lhe quem lhe fizesse o trabalho e o marketing não suriu efeito.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao opus ministro quando se demite, para podermos promover a missa de acção de graças por o país se ver livre dele.»
  
 Igreja quer regime de bolsas universitárias alterado

«A Universidade em Portugal corre o risco de ser um exclusivo das elites económicas, diz um responsável da Pastoral do Ensino Universitário. A organização da Igreja Católica escreveu ao ministério da Educação, criticando as novas regras de acesso ao Ensino Superior que estão a deixar alunos com capacidade de fora.» [DN]

Parecer:

Quando uma certa direita defendia o ensino privado é a própria Igreja Católica que exige a alteração do regime de bolsas preocupada com o acesso ao ensino público.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aprove-se.»
  
 Aumento do IVA nos alimentares custou 11 mil empregos

«De acordo com o estudo da Deloitte apresentado esta manhã e encomendado pela Federação das Indústrias Portuguesas Agro-alimentares (FIPA), a reclassificação das taxas de IVA em 2011 vai reduzir em 2,1% no volume de emprego gerado pelo sector agro-alimentar, o que faz com que se percam cerca de 11 mil postos de trabalho directos e indirectos.

Esta reclassificação do IVA está ainda a agravar a redução que se faz sentir no consumo de bens. O estudo revela que, nos primeiros três meses do ano, o consumo de bens alimentares caiu 1,3%, ou seja, menos 284 milhões de euros.

Confrontado com estes números, o presidente da FIPA, Jorge Henriques afirmou, à margem do congresso organizado por esta Federação, que ao longo de 2011 o sector monitorizou e alertou para os impactos que o agravamento do IVA iria ter no sector. "As expectativas estão a ser concretizadas, sendo que em muitos sub-sectores estão a contrair devido ao agravamento do IVA no sector e na restauração".» [DE]

Parecer:

Contas que o Gaspar não fez.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao ministro qual foi o aumento de receitas do IVA.»
  
Perdoai-lhe Senhor, não sabe do que fala

«Paulo Portas falava a mais de uma centena de convidados durante uma visita à fábrica de metalomecânica da Alstom, na Mitrena, que vai investir 12,5 milhões de euros naquela unidade industrial e criar mais 55 postos de trabalho directos e 75 indirectos.


"Em tudo quanto é crítico para a decisão do investidor, temos de ser tão ou mais competitivos do que aqueles que concorrem connosco, porque as decisões de investimento não são tomadas em função da retórica; são tomadas em função de condições práticas", disse.» [Jornal de Negócio]

Parecer:

É divertidíssimo ouvir este Paulinho falar do que não sabe.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
  
Depois do corte dos subsídios, os despedimentos

«Os processos de reestruturação dos organismos do novo Ministério da Agricultura (MAMAOT) estão a avançar, afirmam os sindicatos da Função Pública, que temem que a reforma resulte no envio de mais funcionários para a mobilidade especial. O ministério liderado por Assunção Cristas não dá qualquer esclarecimento sobre o assunto.» [Jornal de Negócios]

Parecer:

É uma questão de tempo, um dia destes o Gaspar diz que foi a consequência de um desvio colossal ou que foi decidido por lapso.
  
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se para ver.»