Os políticos da oposição, os jornalistas e os opinion maker
ainda não perceberam que o país é governado por loucos. Quem manda no governo é
um louco e quem pensa e faz que manda é um imbecil que obedece cegamente ao
louco. Não admira, portanto, que haja por aí tanta gente a querer a remodelação
do governo, o CDS aproveita e alarga a sua influência, o louco fanático
livra-se dos ministros que supostamente ajudam a ridicularizar o seu projecto e
até o presidente pode dizer que faz mais qualquer coisinha do que interpretar
as expressões do gado bovino nacional.
A verdade é que num governo onde os ministros se distinguem
por diferentes graduações de incompetência os ministros Álvaro e Miguel Relvas
são os menos maus. Dizer que o Relvas sai porque é um falso licenciado é
ignorar que para as grandes universidades americanas as licenciaturas da maioria
dos membros deste governo quase nem provam que não são analfabetos. Dizer a um
professor de Harvard que um dos ideólogos económicos deste governo, um ta Moedas,
é um engenheiro civil com um MBA e alguma experiência bancária levaria o pobre
homem a pensar que estaríamos contando uma anedota.
Tanto quanto se sabe o único sucesso deste governo foi a
concertação social que pelo menos até há algumas semanas atrás era um dos
louros do sôr Álvaro, aliás, não há alto responsável europeu ou dessa coisa
chamada troika (que soa mais a truca truca do que a economia) que não refira a
concertação social como um dos grandes trunfos daquilo a que insistem em chamar
ajustamento. O acordo de concertação social só foi retirado do currículo do sôr
Álvaro quando o Cavaco sentiu necessidade de dizer que fazia alguma coisa pelo
país quando não está no estábulo estudando o gado. Agora dizem por aí que
devemos o acordo de concertação ao Cavaco, aliás, o país ficou a saber que há
um velhote com 70 anos a trabalhar doze horas por dia e ainda tem que se deitar
às tantas para ouvir o que o Sócrates diz dele.
A substiuição do Relvas é uma perda irreparável, se agora o
Miguel Relvas dava um toque de rigor a um governo canalha, com a sua saída
deixaremos de ter com que brincar. Não podemos embirrar com os tiques do Portas
porque está sempre nos antípodas, o Passos não passa de um Coelho com moléstia,
é raro o ministro que aparece em público e se quisermos ouvir o Gaspar falar
temos de ir a Washington ou a Bona.
Queixarmo-nos da licenciatura do Relvas é o mesmo que
reclamarmos porque o canário que comprámos é coxo, nem votaram no PSD para
Relvas ser professor, nem se compram canários para dançar. Sejamos honestos, o
Miguel Relvas é competente e se alguém tem dúvidas compare o comportamento da
comunicação social em relação a este governo com o que se assistiu no tempo de
Sócrates, os nossos jornalistas parecem ter sofrido uma mutação genética, o
Relvas transformou-os de pitbulls em caniches. Tirem o Relvas do governo e vão
perceber como esta mutação é reversível, é o Relvas que tem os cordelinhos da
comunicação social na mão.
Sempre que se pede uma mudança a este governo o Gaspar aproveita
para piorar as coisas. O Tribunal Constitucional considerou inconstitucional o
corte nos subsídios e o Gaspar vingou-se com a TSU. O melhor povo do mundo
rejeitou o esquema da TSU e o Gaspar decidiu
um aumento brutal do IRS. Como o aumento dos impostos foi um falhanço vamos
ficar com um Estado digno da idade da pedra. Sempre que os portugueses
conseguem impor o que quer que seja a este governo de louco o resultado é
desastroso. Vão ver, o Gaspar ainda mete um gorila do Zoo de Lisboa nos
Assuntos Parlamentares e um dos seus discípulos de sacristia na Economia.