Esta foi a semana da sétima, sétima que com tanta cambalhota
do governo ia acabando por ser feita em conjunto com a oitava avaliação.
Divulgadas as conclusões pontualmente com uma semana de atraso o país ficou a
saber que a previsão da recessão depois de um ligeiro aumento de 1% voltou a
ser corrigida pelo incansável Gaspar sofrendo um aumento ainda mais ligeiro,
desta vez de 0,3%. Isto é, depois de pequenos aumentos de 1% e de 0,3% a previsão
optimista de Gaspar é de 2,3% o que em relação à revisão inicial que vigorava
em Janeiro sofreu um ligeiro aumento de 130%. Grande Gaspar!
Mas os que pensavam que Vítor Gaspar ia ser demitido por tristeza
e má figura desiludam-se, o ministro das Finanças não será demitido, pelo menos
por agora. Desde logo porque a sua cara de pau faz falta na hora de dizer que o
ajustamento está a correr bem. Além disso para demitir o Gasparoika o
primeiro-ministro teria de pedir autorização a Bruxelas, senão mesmo a Berlim,
depois quem empurrava a cadeira ao ministro das Finanças alemão? Por fim,
porque Gaspar está reservado para voos mais altos, o chuto no seu rabo será
dado num momento de crise política grave.
Entretanto, Cavaco Silva prossegue a sua magistratura do silêncio,
essa coisa de sugerir aos jovens que se manifestem ou dos discursos violentos
contra o governo foi coisa do tempo de Sócrates, Cavaco evoluiu de um quase
presidencialismo para a ausência de presidente. Pouco importa se o desemprego
aumenta, se o governo quer promover um despedimento colectivo ou se a recessão
atinge níveis brutais, isso são cenas que não assistem a um presidente
silencioso. Até porque Cavaco a seu tempo avisou.