domingo, março 17, 2013

Semanada


Esta foi a semana da sétima, sétima que com tanta cambalhota do governo ia acabando por ser feita em conjunto com a oitava avaliação. Divulgadas as conclusões pontualmente com uma semana de atraso o país ficou a saber que a previsão da recessão depois de um ligeiro aumento de 1% voltou a ser corrigida pelo incansável Gaspar sofrendo um aumento ainda mais ligeiro, desta vez de 0,3%. Isto é, depois de pequenos aumentos de 1% e de 0,3% a previsão optimista de Gaspar é de 2,3% o que em relação à revisão inicial que vigorava em Janeiro sofreu um ligeiro aumento de 130%. Grande Gaspar!
  
Mas os que pensavam que Vítor Gaspar ia ser demitido por tristeza e má figura desiludam-se, o ministro das Finanças não será demitido, pelo menos por agora. Desde logo porque a sua cara de pau faz falta na hora de dizer que o ajustamento está a correr bem. Além disso para demitir o Gasparoika o primeiro-ministro teria de pedir autorização a Bruxelas, senão mesmo a Berlim, depois quem empurrava a cadeira ao ministro das Finanças alemão? Por fim, porque Gaspar está reservado para voos mais altos, o chuto no seu rabo será dado num momento de crise política grave.
  
Entretanto, Cavaco Silva prossegue a sua magistratura do silêncio, essa coisa de sugerir aos jovens que se manifestem ou dos discursos violentos contra o governo foi coisa do tempo de Sócrates, Cavaco evoluiu de um quase presidencialismo para a ausência de presidente. Pouco importa se o desemprego aumenta, se o governo quer promover um despedimento colectivo ou se a recessão atinge níveis brutais, isso são cenas que não assistem a um presidente silencioso. Até porque Cavaco a seu tempo avisou.