domingo, março 10, 2013

Umas no cravo e outras na ferradura


 
   Foto Jumento
 
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Grafito, Lisboa
   
Imagens dos visitantes d'O Jumento
 
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Pormenor de grafito, Lisboa[]   

Jumento do dia
  
Cavaco Silva
 
Com um país em crise o que faz o seu presidente? Começa por enviar o OE para o Tribunal Constitucional no último  dia do prazo e sem solicitar qualquer urgência, com fundamento no corte a pensionistas, isto é, em defesa dos seus próprios interesse. Depois desaparece e quando sentiu que a sua imagem estava a ser tocada apareceu na inauguração de uma moagem que a crer na decisão de mudar o porto de Lisboa para a margem sul foi dinheiro jogado fora pela Nacional.

De seguida montou uma grande operação de melhoria da sua própria imagem, usando para isso o prefácio de um livro que ninguém vai comprar. E o que escreve no prefácio? O auto elogio e, mais ridículo, chega ao ponto de estabelecer o critério para a avaliação do seu próprio desempenho.

Portugal tem um presidente que parece estar mais preocupado com a sua própria imagem do que com a crise profunda do país, que tenta justificar a ausência com argumentos que contradizem o seu comportamento face a um governo eleito que não era do seu partido. Cavaco quer ter um lugar na história, agora só resta esperar que mande antecipadamente aos historiadores portugueses o capítulo da história de Portugal em que ele entra.  

 O problema de Cavaco

Não é ele estar sempre a lembrar-se de algumas coisas de que se recorda ter dito e acha necessário que todos se lembrem, é esquecer muita coisa que disse e achar que os portugueses se esqueceram. Cavaco deve achar que a história dos seus mandatos será feita exclusivamente com base naquilo que ele acha que deve ser recordado.


  
 O 'Conselheiro' Borges
   
«1. Tenho por certo que António Borges, nesta fase da sua vida, está muito pouco interessado em fazer concessões em relação a tudo aquilo em que acredita, e a tudo aquilo que julga saber.

Isso tem sido evidente nos últimos meses.

Cada vez que António Borges dá uma entrevista, e desdobra-se como nunca nessa cruzada, o que diz produz efeito.

Em junho defendeu que os salários dos portugueses deviam baixar. Obrigou o primeiro-ministro a vir esclarecer que o Governo não tinha nenhum plano para descer nominalmente os salários.

Em agosto, numa incursão sobre a RTP, lançou a ideia de concessionar a estação a privados que tinham, dizia ele, melhores condições para gerir a empresa - e despedir quem houvesse a despedir a seguir. Mesmo quando, já no início deste ano, Miguel Relvas anunciou que a privatização estava cancelada e se iria seguir a restruturação da RTP mantendo-a na órbita do Estado, o conselheiro Borges entendeu que não seria bem assim. E disse-o.

Em setembro, na mais bruta das polémicas, tinha decidido chamar ignorantes aos empresários que rejeitaram as alterações à taxa social única, que Pedro Passos Coelho, pressionado pelo País, foi obrigado a meter na gaveta.

2. Agora, retomando o tema que lhe é tão caro da baixa de salários, António Borges acha que até o ordenado mínimo (485 no Continente e um pouco mais nos Açores e na Madeira) deveria diminuir, como aconteceu noutros países, como a Irlanda. Que o salário mínimo português seja um terço do irlandês será, com certeza, um pormenor; e que os patrões portugueses, numa perspetiva mais inteligente de reanimação do mercado interno, estejam até disponíveis para negociar esse salário mínimo nacional, deve ser - é - absolutamente irrelevante para o "conselheiro" Borges.

Pelo meio disto, a avença de 300 mil euros que recebe para o grupo de trabalho que lidera dar conselhos ao Governo sobre as privatizações não o impediu de assumir funções num grupo privado, a Jerónimo Martins.

3. É um mistério que o Governo continue a precisar dos doutos conselhos do antigo vice-governador do Banco de Portugal e alto funcionário da Goldman Sachs.

Por um lado, cada vez que o homem fala - e já se percebeu que não se sente limitado neste campo da comunicação - o Governo abana. Leva com os protestos e críticas de empresários, trabalhadores e partidos da oposição, quando não mesmo com as de relevantes militantes dos próprios PSD e CDS.

A irresistível lógica teórica defendida por Borges de que baixos salários são um passo para promover o emprego no futuro seria, aliás, sempre um excelente argumento para Pedro Passos Coelho fazer aquilo que há muito se impõe: despedi-lo com justa causa, retirar ao "conselheiro" a possibilidade de continuar a massacrar os seus compatriotas com a dureza de quem parece que já nada espera da vida.

Há momentos em que é preciso dizer basta aos dislates, mesmo que travestidos de alguma lógica académica ultraliberal.

Não há nenhum motivo de natureza racional que, tantos disparates depois, aconselhe a manter este homem na órbita do Governo - pago, e bem pago, com o dinheiro de todos os contribuintes. Se há limites para a arrogância intelectual paga pelo Estado, António Borges ultrapassou-os todos.
Se todos os portugueses trabalhassem de borla haveria pleno emprego e todas as empresas do mundo quereriam estabelecer-se no nosso país - será que António Borges já pensou nisto? É uma bela ideia, não é?» [DN]
   
Autor:
 
João Marcelino.   
   
  
     
 Embrulhem
   
«O Presidente interino da Venezuela, Nicolás Maduro, saudou e agradeceu, na sexta-feira, a presença, em Caracas, do socialista José Sócrates, um "grande irmão do Presidente Chávez".

A referência ao antigo primeiro-ministro José Sócrates teve lugar durante os agradecimentos prestados aos chefes de Estado, de governo e às delegações estrangeiras que se deslocaram a Caracas para um "último adeus" ao falecido líder da revolução bolivariana.

Ao ouvir o seu nome, José Sócrates levantou-se brevemente da cadeira, fazendo um pequeno gesto de reverência com as duas mãos juntas à altura do peito, voltando a sentar-se.

Os agradecimentos ocorreram durante a cerimónia de investidura de Nicolás Maduro como Presidente interino da Venezuela, ato que decorreu na Assembleia Nacional (parlamento).» [CM]
   
Parecer:
 
O amor da direita portuguesa em relação a Hugo Chávez quase deixa o país envergonhado, durante anos gozaram do líder venezuelano, ridicularizaram os negócios de Portugal com a Venezuela, divertiram-se com o Magalhães. Agora lambem o rabo ao cadáver daquele que achincalharam a troco de algumas comissões em negócios do Magalhães. Esta referência a Sócrates mostra à direita que na Venezuela conhecem melhor os nossos canalhas do que eles pensam.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
      
 A primavera continua no Egipto
   
«A sede da federação egípcia de futebol foi incendiada este sábado pouco depois de ter terminado o julgamento que confirmou a pena de morte para 21 das 73 pessoas acusadas de estarem envolvidas no massacre num estádio de futebol no ano passado. Outros edifícios estatais também foram incendiados.

Segundo um segurança no local disse à AFP, os apoiantes do clube de futebol Al-Ahly, um dos intervenientes no massacre, invadiram o complexo localizado numa ilha no meio do Nilo, e atearam o fogo.» [DN]
   
Parecer:
 
Os paíss ocidentais que ajudaram os extremistas a controlar o mais poderoso dos países do mundo árabe têm cada vez mais razões para festejar o feito diplomático.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Lamente-se.»
   
 Estaremos mesmo melhor do que os gregos?
   
«O primeiro-ministro da Grécia, Antonis Samaras, prometeu hoje que “não haverá mais medidas de austeridade”, numa altura em que os representantes da 'troika' estão em Atenas a avaliar o programa de assistência financeira.

“Não haverá mais medidas de austeridade (…) E assim que principiar o crescimento, vão começar lentamente as medidas de alívio”, disse Samaras num discurso na comissão política do seu partido, a Nova Democracia, transmitido pela televisão.» [i]
   
Parecer:
 
O problema dos gregos é terem a crise, o problema dos portugueses é terem o Gaspar.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se para ver se são os portugueses a livrarem-se do Gaspar antes dos gregos se livrarem da crise.»
   
 Portugal, um case study do falhanço da austeridade?
   
«"Se alguém ainda precisar de provas de que a austeridade não está a contribuir para a recuperação da crise da dívida da zona euro, deve visitar Portugal". É desta forma que a economista chefe na Maverick Intelligence e colunista da Bloomberg, Megan Greene, começa um artigo de opinião, em que aborda a manifestação do passado dia 2 de Março.

"Portugal é o exemplo mais paradigmático da zona euro de como a receita da austeridade pode 'matar o paciente', e isto mesmo com os efeitos nocivos e contraproducentes da austeridade orçamental mesmo à frente dos nossos olhos", escreve a especialista. 

Por outro lado, a economista chefe na Maverick Intelligence indica que o Governo português continua a apostar nos sectores tradicionais, como o do calçado, chamando à atenção para o facto de "o calçado feito em Portugal ser segundo mais caro do mundo, a seguir ao italiano".» [Notícias ao Minuto]
   
Parecer:
 
Mas enquanto existir um Português que trabalhe sem passar fome o Gaspar não vai acreditar que falhou e muito menos assumir a responsabilidade pelas consequências da sua incompetência.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aguarde-se pelo desastre.»
   
 Portugueses contra os Menezistas do poder
   
«A lei de limitação de mandados relativa aos autarcas colhe a aprovação dos portugueses, com mais de metade concorda com o diploma legal, revela uma sondagem encomendada pelo semanário Expresso e pela SIC.
  
Mais de 60% da população, 62,2%, respondeu sim à pergunta ‘Concorda com a limitação de mandatos?’, sendo que 30,7% respondeu não e 7,1% não soube responder ou não respondeu.

Por outro lado, questionados sobre se ‘os autarcas com mais de três mandatos numa Câmara, devem poder candidatar-se a outra’, 33,6% dos inquiridos responderam sim e 59,7% responderam não, enquanto 6,7% preferiram não responder.» [Notícias ao Minuto]
   
Parecer:
 
Óbvio, só os oportunistas é que defendem o contrário.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aprove-se.»
   

   
   
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