domingo, março 31, 2013

Semanada pascal


Enquanto os bons cristãos se recolhiam em penitência, principalmente os banqueiros que têm uma leve ideia do que são os bons valores e o sofrimento humano graças ao que aprenderam na Igreja, a vida política nacional foi abalada nesta Semana Santa pelo anúncio da ressurreição de Sócrates. Heresia gritou a direita temente a Deus, os acólitos da seita que em tempos tinha adorado um alma penada do menino que tentaram matar ainda no berço e que mais tarde deixaram cheio de chagas por causa das facadas que sofreu, reuniram-se em procissão peticional aos berros de vade retro Sócrates Santanas!
   
Cavaco, que há poucos dias tinha ido a Fátima lembrar o papa Francisco que iam passar 100 anos desde o aparecimento dos pastorinhos e só não regressou com uma resposta porque o papa se distraiu com as caretas e trejeitos da Dona Maria e do moçito que vinha mais atrás que até aprecia o Paulo Portas, veio logo avisar o povo de crentes que as promessas dos falsos profetas eram blasfémias que não faziam milagres, sendo sabido que em Portugal um milagre começa a ser a criação de emprego e quem empregar uma empregada doméstica arrisca-se a ter missa em sua honra na igreja de Boliqueime, isso se o Catroga não tiver usado os seus primeiros ordenados no Partido Comunista da China para construir uma capela na Quinta da Coelha.
   
Foi uma semana de fundamentalismo religioso com os crentes mais fundamentalistas a rumar em procissão ao Palácio Raton jurando aos infiéis ali reunidos que se não ouvissem a palavra de Deus seriam logo ali crucificados. Porque nos tempos que correm ou se obedece à palavra do Gaspar ou vai-se para o Inferno, é esse menino que dá explicações nos tempos do capital, seja no think thank de Washington ou dirigindo a palavra ao seu mestre em Bona, Nos tempos que correm ou se ouve a palavra do profeta neo da avó Elisa de Manteigas, ou corre-se um sério risco de se encontrar uma excelente oportunidade de purificação da alma no purgatório da emigração, já que ficar neste país é estar no Inferno, um Inferno onde estão os pecadores que abusaram do consumo, cabendo-Lhe assegurar que esta gente da Gomorra ibérica se penitencia dos seus pecados para entrar num Céu de humildade, pobreza mas felicidade.