O que mais impressiona nesta gente envolvida na salvação de Portugal com a receita da pinochetada económica a que alguns designam por austeridade, é a falta de honestidade intelectual, a falta de rigor, a falta de competência e a facilidade com que mentem com recurso a mentiras quase infantis, dando mostras de que pensam que Portugal é um país que ainda está no tempo do homo neanderthalensis. Para esta gente os portugueses é um povo de labregos que pode ser tratado como lhes apetece, formado por imbecis.
Até o Durão Barroso que a meio do contrato abandonou o emprego e emigrou de forma um pouco oportunista para o conforto de Bruxelas vem agora dar lições de economia, ele que em tempos queria uma estação de TGV em cada esquina. Um dos políticos com grandes responsabilidades no aumento da dívida anda agora em Bruxelas a exigir o escalpe dos seus concidadãos aos mercados financeiros, como prova do seu apego Aos valores da extrema-direita em matéria de política económica. Enfim, nada que admire num antigo militante do MRPP, quem torto nasce…
A desonestidade desta gente não está apenas na forma ´como elaboram e assinam falsos estudos sobre as soluções para destruir o estado social, ou na rapidez com que substituem uma descida da TSU por um aumento do IRS argumentando que tem o mesmo resultado económico. Muito antes disso já os rapazolas da troika chamavam a si o sucesso dos nossos exportadores, atribuindo o aumento das exportações ao seu ajustamento. Isto é, ainda não tinha havido qualquer reforma, muito provavelmente nem saberiam onde fica Portugal quando os nossos exportadores assinaram os contratos, mas o resultado do esforço do governo anterior e dos nossos empresários era o resultado do trabalho desses três bananas que se instalam em hotéis de luxo e nem sequer têm “tomates” para apresentarem as conclusões, chegando ao ridículo de terem encomendado o frete ao Gaspar, enquanto fogem do país pela calada.
Dizer que Portugal está no bom caminho ou que foram feitas grandes reformas, que estão sendo corrigidos os desequilíbrios estruturais, não passa de falta de honestidade intelectual. Seleccionam os indicadores positivos e depois justificam-nos com mentiras económicas.
Um acordo de concertação social? Pois, um acordo feito com meia dúzia de sindicatos que é desrespeitado todos os dias e onde já são os patrões a implorar ao governo para respeitar a concertação social e não tentar regressar à escravidão.
Equilíbrio das contas externas? À custa da fome e da miséria e não do aumento do peso do sector exportador na economia. Não é levando o sector do consumo interno à falência, provocando um aumento exponencial do défice que se consegue o equilíbrio das contas externas.
Portugal está pior do que alguma vez esteve, está tão mal que já faltou mais para estarmos bem pior do que a Grécia. Até poderemos ir aos mercados conseguir empréstimos a taxas de juros dignas de agiotas, mas a verdade é que a dívida soberana cresceu como nunca se viu, o desemprego está em níveis absurdos, sectores inteiros da economia foram encerrados, milhares e milhares de empresas estão à beira da falência, os melhores quadros estão a emigrar, o país está à beira de uma implosão social. Dizer que isto é um sucesso é do domínio do criminoso.
