sábado, março 16, 2013

Em defesa de Vítor Gaspar

Parece que não há gato-pingado deste país que não esteja atirando as culpas ao Gaspar, aquele pobre Rapaz que tem uma ligação USB ao sagrado Espírito Santo que em boa hora levou o Passos Coelho a fazer de mão divina escolhendo-o para ministro das Finanças, um pobre rapaz que não pediu nada ao país, que apenas quer ter a oportunidade de dar a todos os portugueses tudo quanto recebeu de Portugal, entre subsídios cortados, impostos e outros contributos o custo do pobre moço já vai em mais de 17 mim milhões de euros.

 
Como pode alguém com um curso tão caro ser acusado de incompetência ou dar ouvidos ao velho aluno do Instituto Comercial que não entendia que interesse tinha para os colegas do ISCEF a leitura de romances, Gaspar tem razão, a sua política é a correcta e se alguém tem dúvidas arrisca-se a aturar uma conferência de imprensa com o Simon O’Connor, porta-voz daquele comissário com ar de ter um pico a azedo, a ameaçar o país com o fim do pilim.

Gaspar é o único soldado da parada que marcha com o passo certo, os outros todos é que estão com o passo trocado. Vítor Gaspar não se enganou nas previsões do desemprego, os empresários é que são maus portugueses, não puxam pelo país como apela o Passos Coelho e estão a aproveitar-se das facilidades legais concedidas pelo sôr Álvaro. Vítor Gaspar não se enganou no crescimento, a culpa é do Belmiro de Azevedo e dos Soares dos Santos, andam a dar tantos descontos nos hipermercados que os portugueses deixaram de gastar. O Gaspar não se enganou na previsão das receitas fiscais, os portugueses é que fogem de impostos como o diabo da cruz e o país assiste a uma desobediência fiscal colectiva, ainda pró cima o secretário de Estado nem foi escolhido por ele, é um crente do Portas que se calhar foi para o lugar por se ter notabilizado no referendo do aborto.

Portugal é assim e na hora das ratazanas já só falta o Passos Coelho dizer que nunca viu o Gaspar em Massamá nem foi seu colega na Tecninova, o próprio Relvas estará quase a dar uma conferência de imprensa dizendo que nunca o teve como colega na Lusófona e se ele tirou a licenciatura com um requerimento de equivalências que perguntem ao cardeal, ele é que era o reitor da Universidade Católica quando o Gaspar recebeu o diploma, se calhar passou o tempo a fazer de diácono e isso serviu-lhe de equivalência a econometria, é por isso que as suas previsões têm o valor de promessas a Nosso Senhor.
Gaspar tem razão, o país é que anda todo ao contrário, nem o compreende, nem o merece. Não deve ser o Gaspar a ser demitido do governo, deve ser o governo e Portugal a serem demitidos do Gaspar.