sexta-feira, março 29, 2013

Umas no cravo e outras na ferradura


 
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Mértola
   

Jumento do dia

Cavaco Silva, presidente da República
 
As acusações que Sócrates fez a Cavaco Silva enquanto Presidente da República foram graves e não foram insinuações, foram acusações objectivas, directas e claras. No caso da acusação de conspiração dirigida à Casa Civil da Presidência da República Sócrates foi ainda mais longe, essa acusação roça mesmo a acusação de crime.

Perante tais acusações alguém que nada teme ou deve ou respondia frontalmente ou ignorava, em circunstância alguma fazia relatório do que tem feito ou considerava tais acusações como intriga. Cavaco dificilmente se pode assumir como Presidente da República, não é um Presidente de todos os protugueses e o seu valor não resulta da sua imagem mas sim da imagem deixada pelos seus antecessores. O Presidente da República continuará a deter o cargo, mas para uma boa parte dos portugueses tem menos importância do que o presidente da junta de freguesia.
 
Cavaco não está à altura do cargo que desempenha.
 Inveja da Alemanha ou vergonha de ser alemão?
 
Inveja dos alemães?
 

Ou vergonha de ser alemão?

 
O ministro das Finanças boche enganou-se, em vez de afirmar que os europeus têm inveja dos alemães devia ter dito que ainda sente vergonha de ser alemão pois tem muitos mais motivos para isso do que para qualquer pobre europeu ter inveja dele. Este senhor ainda não entendeu o significado da palavra dignidade.


 Sair do euro, fugir do IV Reich

É cada vez mais evidente que sair do euro deve deixar de ser um receio para passar a ser um dever de soberania, não se pode trocar a independência nacional por uma qualquer zona de conforto onde o bem-estar é conseguido obedecendo à Alemanha.

 Que tristeza de partido
 
O melhor que o governo do Gaspar arranjou para responder às críticas de Sócrates foi uma pequena aldrabice numérica e mandaram um tal Menezes filho do outro de Gaia para se meter em bicos de pés e dizer as baboseiras encomendadas. Terá sido culpa do eucalipto? Este PSD secou mesmo.


  
 Os reféns do euro 
   
«Logo no início da Grande Depressão, lembro-me de ouvir dizer que não éramos gregos, nem os nossos bancos eram como os irlandeses, nem éramos espanhóis ou italianos - cada um com neuroses fáceis de rotular. Agora não somos certamente cipriotas ou sequer malteses, outros infernos fiscais à espera que o martelo bata. Na verdade, somos cada vez menos portugueses. A nossa nacionalidade foi penhorada.
   
Tenho um feeling de que, perante tanto desespero e raiva, haja cada vez mais gente por aqui que gostaria de ser outra coisa qualquer noutro sítio qualquer. Não preciso apontar país nenhum em concreto para onde estas pessoas gostariam de fugir. Mas sei que as pessoas e as empresas desses países com rating AAA têm hoje um valor facial - não um valor intrínseco - maior do que a subespécie cipriota ou grega. Somos lixo, não é?, embora eles (sempre eles) sejam piores. Que alívio...
  
A tragédia destas últimas semanas é essa: tornou-se claro que a ideia política que ainda move a moeda única já não é isolar o risco financeiro - a falência de um banco qualquer - do risco soberano, protegendo todos os 17 países. Esse grande objetivo europeu passou para segundo plano. O impulso da Zona Euro agora é mais barato e reles: separar o risco dos países do Norte do perigo de implosão dos territórios do Sul - para que a conta fique mais barata. A doutrina é só uma: levantar um cordão sanitário. Nas palavras do supremo Schäuble: só os países solventes podem dizer que têm bancos solventes.
  
Mas não se julgue que Schäuble está sozinho. O ministro das Finanças holandês, líder do Eurogrupo, disse o mesmo. Aliás, aqui sobressai um detalhe relevante para enquadrarmos este novo capítulo da crise europeia: o ministro holandês é socialista, é membro do Partido Trabalhista, o que confirma que esta não é só uma questão ideológica - liberais de um lado, socialistas do outro. Hoje é cada vez mais uma disputa territorial. É um conflito entre nações que desconfiam umas das outras, algumas até se odeiam. É por essa razão que um euro cipriota é oficialmente um euro menor: está em prisão preventiva, só consegue sair para a civilização em ínfimas porções de mil euricos. O resto tem de ir escondido nas truces.
  
Chipre, também com culpas próprias, foi subitamente condenado a uma espécie de gueto financeiro que transformou os cipriotas em prisioneiros a cumprir uma pena indefinida. Talvez uma semana, quem sabe um ano. Têm de sobreviver a prestações e sem garantias de nada: são corridos do euro ou ficam? Na realidade, são apenas filhos de um país menor. É interessante que, primeiro, o Eurogrupo tenha procurado impor uma ilegalidade grosseira - a captura dos depósitos abaixo dos cem mil euros - e agora cometa outra: limita excecionalmente a circulação de capitais, o que na prática implica restringir a liberdade das pessoas. Assim estamos. Reféns de uma moeda. A moeda má.» [DN]
   
Autor:
 
André Macedo.   
   
  
     
 Peneda escreve ao ministro alemão
   
«O presidente do Conselho Económico e Social (CES), José Silva Peneda, escreveu uma carta aberta ao ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schauble, na qual acusa o governante de parecer querer despertar "fantasmas de guerra" europeus.

A carta de Silva Peneda, publicada hoje no jornal Público, refere-se às declarações de Schauble, que, em entrevista televisiva na segunda-feira, disse que as críticas feitas à Alemanha se devem "à inveja" dos outros países.

"Vossa excelência, ao expressar-se da forma como o fez, identificando a inveja de outros Estados-membros perante o 'sucesso' da Alemanha está de forma subjetiva a contribuir para desvalorizar, e até aniquilar, todos os progressos feitos na Europa com vista à consolidação da paz e da prosperidade, em liberdade e em solidariedade. Com esta declaração, vossa excelência mostra que o espírito europeu, para si, já não existe", escreveu o antigo ministro do Emprego e da Segurança Social.

Silva Peneda lembrou as declarações do anterior presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, que, recentemente, afirmou que os "fantasmas da guerra que [se pensavam] estar definitivamente enterrados, pelos vistos só estão adormecidos" e acusou Schauble de, através das suas palavras, "parecer querer despertá-los".

"Queria dizer-lhe também, senhor ministro, que comparar a atitude de alguns Estados a miúdos que, na escola, têm inveja dos melhores alunos é, no mínimo, ofensivo para milhões de europeus que têm feito sacrifícios brutais nos últimos anos, com redução muito significativa do seu poder de compra, que sofrem com uma recessão económica que já conduziu ao encerramento de muitas empresas, a volumes de desemprego inaceitáveis e a uma perda de esperança no futuro", acrescentou o presidente do CES.» [DN]
   
Parecer:
 
Bem escrito.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aprove-se.»
      
 Portugal não é o Chipre
   
«Um conselheiro do Governo de Nicósia explicou à AFP que o Executivo decidiu cortar um quarto do salário do Presidente Nicos Anastasiades. Além disso, irá estabelecer uma equipa para investigar a crise bancária.

O Presidente Nicos Anastasiades "já autorizou a redução do seu próprio salário em 25%", explicou à imprensa Constantinos Petrides. O subsecretário da presidência acrescentou ainda que os ministros verão a sua remuneração reduzida em 20%. Além disso todos irão renunciar ao 13.º mês.» [DN]
   
Parecer:
 
Pois não, em Portugal o presidente manda o OE para o TC apenas quando os seus rendimentos foram atingidos.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
   
 Pobre Cavaco
   
«No rescaldo de um violento ataque do ex primeiro-ministro José Sócrates, o presidente da República publicou na sua página do Facebook um texto onde conta o que tem feito nas últimas semanas. Cavaco Silva ignorou as acusações feitas por Sócrates na entrevista de ontem à RTP e elogiou as empresas que criam emprego em Portugal.» [DN]
   
Parecer:
 
Um Presidente com classe ignorava por não se sentir atingido.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Cavaco se quando fala em intriga se está referindo a atituds suas como as do caso das famosas escutas.»
   
 Os próximos a irem ao castigo
   
«As yields das obrigações eslovenas denominadas em dólares (não em euros) fixaram ontem um máximo de 6,382%, segundo a Bloomberg. Por outro lado, o custo dos credit default swaps (cds, no acrónimo), que funcionam como seguros contra o risco de incumprimento da dívida, subiu ontem para 327 pontos base, acima do custo dos cds para Itália (308) e de Espanha (303). N semana passada, o custo dos cds estava em 250 pontos base, um preço que se mantinha desde o princípio de janeiro.

Os investidores temem que a Eslovénia seja o próximo membro da zona euro na lista de resgatados segundo o novo "template" do Eurogrupo para resgates de sistemas bancários nacionais. O Fundo Monetário Internacional apontou recentemente que o Tesouro esloveno necessitará de 3 mil milhões de euros de financiamento este ano e mais mil milhões para a reestruturação dos bancos em apuros. O anterior governo, que caiu em final de fevereiro, apontava para o sector bancário um plano de limpeza de ativos tóxicos no montante de 4 mil milhões de euros.» [Expresso]
   
Parecer:
 
Isto vai acabar mal.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se para ver.»
   
 Malandrices do pequeno Menezes
   
«Invocando números dos Orçamentos do Estado para 2005 e para 2012, Luís Menezes alegou que "em 2005 os encargos com as PPP eram de cerca de 16 mil milhões de euros, e em 2012 esse valor foi de quase 33 mil milhões de euros", concluindo: "O que aconteceu nos últimos seis anos de governação socialista foi uma quase duplicação dos encargos dos portugueses em PPP".» [i]
   
Parecer:
 
Seria bom que o Menezes mais pequenino explicasse a que PPP correspondiam os encargos inscritos no OE de 2012, se das PPP que já existiam ou das do Sócrates.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se ao Menezes pai que ensine o Menezes filho um pouco de OE e de aritmética.»
   

   
   
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