Dou um bombom se me souberem dizer o nome do ministro da economia, darei dois se conhecerem uma única linha da sua política para a agricultura portuguesa, duplicarei o número de bombons se além do nome do titular da pasta da agricultura também souberem o do ministro da ambiente, se me disserem o nome de um dos secretários de Estado destes dois ministérios darei ainda uma tablete de chocolate. Bem, não continuarei a fazer ofertas porque em Lisboa não há grandes lojas de chocolates, capazes de garantir a qualidade e a quantidade que seria necessária.
Este governo tem um primeiro-ministro, o Teixeira dos Santos conhecido pelas piores razões, um ministro dos Negócios Estrangeiros competente, um ministro das Obras Públicas que aparece de vez em quando a falar do TGV, e um tal Vieira da Silva que cada vez que fala nos deixa intrigados, sem sabermos se disse mesmo alguma coisa. Dos secretários de Estado pouco ou nada se sabe e ainda bem que assim é porque pelos poucos que conheço concluo que o governo sai a ganhar com o seu anonimato.
Sócrates chegou ao fim do seu primeiro governo traumatizado pelo síndroma Luís Cunha e quando se esperava um segundo governo capaz de governar para os portugueses, contrariando as adversidades que enfrentaria no parlamento, o primeiro-ministro estabeleceu como primeiro critério para a escolhas dos seus ministros a confiança pessoal, não correndo quaisquer riscos. De certa forma fez bem é o nome dele que servirá para ganhar ou perder eleições.
O resultado é um governo apático, incapaz de dizer para onde vai, que espera por um milagre económico para disfarçar as consequências financeiras da incompetência da pior equipa ministerial das Finanças de que há memória em Portugal. Com vários meses em que pode governar sem oposição, usando da chantagem da crise e sabendo que o governo não poderá cair antes das eleições presidenciais, Sócrates evitará qualquer remodelação.
Sócrates parece convencido de que é imbatível e tal como o Pinto da Costa acha que ganha campeonatos independentemente do treinador que estiver à frente da equipa, também Sócrates está convencido de que ganha eleições por mais incompetentes que sejam os ministros que escolheu. Até aqui tem tido razão, poucos políticos teriam os que teriam sobrevivido aos ataques que lhe foram feitos.
Só que uma coisa é uma guerra com magistrados manhosos e jornalistas enjoativos, outra é uma crise financeira de grandes dimensões como a que o país está a enfrentar. E se Sócrates conseguiu enfrentar sozinho os ataques de que foi alvo no plano da política interna, se quiser sobreviver à crise financeira e dar esperança ao país vai precisar de uma equipa governamental bem mais competente do que aquela que escolheu. Agora os problemas são a sério, não basta uma boa estratégia de comunicação, é necessária gente competente e experiente e não a gaiatagem arrogante e mal-educada que domina alguns ministérios como o das Finanças.