Nesta semana o país ficou a saber aquilo que sempre foi evidente, Pedro Passos Coelho deseja a vinda do FMI e gostaria de governar amparado por um acordo com o FMI que seria o seu próprio programa de governo. Por outro lado, Sócrates quer governar à FMI mas sem qualquer acordo e fazendo de conta de que o programa do governo foi o aprovado na sequência das eleições legislativas. A disputa política já não se trava em torno da natureza das medidas mas sim dos seus custos eleitorais, Sócrates não quer assumir a responsabilidade da vinda do FMI e Passos Coelho quer governar com um cheque em branco para medidas de austeridade, usando o FMI para impor ao país o seu projecto de revisão constitucional.
Teixeira do Santos, o ministro do Estado e das Finanças acumula agora com a pasta de ministro do Estado a que chegámos substituindo-se a meio governo, no trabalho propõe a reforma da legislação labora, na edução propõe mais uma reforma, na economia propõe uma redução generalizada de salários. Depois de ter sido eleito pela comunicação social como o ministro mais remodelável. Depois de anos de cinzentismo o professor do Porto revela-se um liberal assumido em nome do interesse do país.
Sócrates vem em apoio do ministro e alerta para a necessidade de executar este orçamento, isto é, o país ficou a saber que há dois tipos de orçamentos, os que são um faz de conta, como sucedeu com o de 2010 e os que são mesmo para aplicar. A partir de agora sempre que um OE for aprovado no parlamento o país espera que na sua intervenção final o primeiro-ministro informe o país se o documento aprovado é mesmo para ser aplicado ou apenas é para inglês ver.
Entretanto, parece que Manuel Alegre ainda é candidato presidencial.