HOJE AMARRO O BURRO
Porque:
- Uma coisa é assumir sacrifícios em nome do país, outra é suportar os custos de um ministro incompetente rodeados de juniores das consultoras.
- Uma coisa é assumir as responsabilidades por cortes brutais nos rendimentos, explicando o porquê de tal medida, outra é seguir o conselho de Ernâni Lopes e nem sequer dar explicações, pior ainda, sem sequer explicar bem se é uma medida para um ano ou definitiva.
- Uma coisa é apoiar um projecto político e outra é apoiar um projecto pessoal de poder que manipula a política de austeridade em função de alvos eleitorais.
- Uma coisa é enfrentar uma situação não previsível e ser obrigado a mudar de política e outra é iludir as contas públicas para apresentar um programa inviável mas eleitoralmente simpático.
- Uma coisa é assumir sacrifícios em nome dos mais carenciados, outra é suportá-los para que os afilhados (e a família dos Oliveiras Martins) colocarem os seus filhos em cargos bem remunerados nos gabinetes ministeriais.
- Uma coisa é fazer sacrifícios percebendo que o Estado faz tudo para poupar, outra coisa é fazê-los quando não vimos uma única medida de poupança digna desse nome.
- Uma coisa é reestruturar o Estado com o objectivo de o tornar menos pesado e mais eficaz, outra é reestruturá-lo em função de interesses estranhos ao interesse dos portugueses, alimentando e enriquecendo consultoras e consultórios de advocacia que mais não são do que centrais de gestão de influência e de corrupção.
- Um coisa é exigir sacrifícios e dar o exemplo, outra é exigir sacrifícios para que possam ser mantidos os maus exemplos.
- Uma coisa é adoptar cortes salariais a título de excepção, outra é um desconhecido professor de economia vir armar-se em grande economista exibindo esses cortes como um exemplo a seguir por todos.
Por tudo isto e muito mais que me vai na alma decidi que hoje ia amarrar o burro, faço-o mais como cidadão do que como trabalhador.
FOTO JUMENTO
Será formado na faculdade de economia do Porto e assessor do Teixeira?
IMAGENS DOS VISITANTES D'O JUMENTO
Sagres, de vez em quando o mar cobra uma vida [A. Cabral]
JUMENTO DO DIA
Teixeira dos Santos
Como era de esperar os cortes exemplares na Função Pública vão-se ficar por aí, uns dias depois de Teixeira dos Santos ter exibido estes cortes como o exemplo dado pelo Estado para sugerir o mesmo caminho ao sector privado criam-se excepções manhosas para o sector empresarial do Estado. É evidente que o ministro "no los tiene en su sitio" e coube aos deputados do PS o trabalho sujo de adoptar uma norma inaplicável que tem por único objectivo não aplicar a lei para além da Função Pública.
Parece que a preocupação é a eventual fuga de quadros, o que só torna evidente a falta de sentido de responsabilidade do ministro e dos deputados do PS, estão muito preocupados com a fuga de quadros da CGD mas nada incomodados pelos milhares de quadros qualificados que estão a abandonar o Estado, ainda por cima em profissões onde o Estado já enfrenta fortes dificuldades, como é o caso dos médicos.
Compreende-se a atitude de Teixeira dos Santos, no Estado as chefias intermédias não podem ser preenchidas por boys o mesmo não sucedendo com os lugares de chefia no sector empresarial do Estado.
«O PS viu esta terça-feira aprovada a alteração à norma dos cortes salariais nas empresas públicas com maioria de capital do Estado e entidades públicas empresariais, abrindo a porta a “adaptações” desde que autorizadas e justificadas “pela sua natureza empresarial”.
O texto original da lei do Orçamento fazia alusão aos "trabalhadores das empresas públicas de capital exclusiva ou maioritariamente público, das entidades públicas empresariais e das entidades que integram o setor empresarial regional ou municipal". O PS acrescentou a expressão “com adaptações autorizadas e justificadas pela sua natureza empresarial”.» [CM]
UMA PERGUNTA AO MINISTRO DAS FINANÇAS
É impossível criar um mecanismo que leve à cobrança em 2011 de impostos sobre dividendo que tenham sido antecipados por razões fiscais? Sugiro que solicite um estudo à gaiata que antes de ir para estudiosa da SEAF ganhava pouco mais de 1.000 euros e agora ganha uma pequena fortuna para uma recém-licenciada.
MAS QUE GRANDE SUCESSO!
O secretário de Estado do Orçamento anda eufórico, diz que o défice poderá ficar abaixo dos 10% passando a mensagem de grande competência do ministério das Finanças no controlo da despesa, até lamenta que tenham sido os juros a estragar a festa. A alegria é tanta que até Sócrates já se auto-elogiou com estes número.
Só que há dois défices, o verdadeiro e o contabilístico, o primeiro é o que resulta da acção do governo, o segundo é o que resulta dos truques contabilísticos. É este segundo défice e não o primeiro que poderá ficar abaixo dos 7,3% número que não é propriamente motivo de orgulho. Se não fosse o fundo de pensões da PT e a antecipação de muitas compras para evitar o iva a 23% quanto seria o défice de 2010?
Com mais sucessos destes o Emanuel dos Santos ainda leva o país à bancarrota.
ARGUMENTO RIDÍCULO CONTRA A GREVE GERAL
«Contactado pelo DN, o economista João Duque lembra, porém, que, "do ponto de vista meramente de equilíbrio financeiro do Estado", o efeito é até "positivo". Isto porque, utilizando a mesma forma de cálculo e tendo em conta que as despesas com pessoal na administração pública para o total do ano são de 20,8 mil milhões de euros, o Estado economizaria 73,6 milhões de euros se a paralisação fosse total. Com uma adesão de 85%, o Estado deixa de pagar 62,5 milhões de euros.
No entanto, este efeito só seria positivo se apenas a administração pública parasse, porque "se Portugal parar, é negativo", alerta João Duque, salientando que há outras formas de manifestar descontentamento com as políticas do Governo, nomeadamente através do voto. Tanto mais que, neste caso, a greve "não vai alterar nada", porque as medidas de austeridade não poderiam ser muito diferentes das anunciadas e "só ajuda a enterrar mais o País", defende o presidente do ISEG.» [DN]
Parecer:
Seguindo a opinião de Luís Duque os portugueses deviam andar caladinhos esperando pacientemente pelo dia do voto.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»
PASSOS DIZ QUE NÃO FAZ GREVE
«O presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, disse esta terça-feira que não vai aderir à greve geral desta quarta-feira, mas que compreende a angústia dos portugueses com a situação do país, noticia a Lusa.
«Eu sei que as pessoas estão muito angustiadas em Portugal e têm uma grande vontade de mostrar essa angústia e esse descontentamento com aquilo que se está a passar num momento como é o que vivemos. Mas eu, compreendendo essa situação, no meu caso, não vou fazer greve. Vou trabalhar amanhã [quarta feira], quer no PSD, quer depois dando aulas, mais ao final do dia», declarou Passos Coelho aos jornalistas, em Lisboa, no início de uma conferência da plataforma de reflexão política «Construir Ideias». » [Portugal Diário]
Parecer:
Podia muito bem fazer greve ao PSD, que não se daria pela diferença.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se mais uma gargalhada.»