FOTO JUMENTO
Cogumelos na Quinta da Conchas, Lisboa
IMAGEM DO DIA
«Una mujer yace desnuda en una calle próxima a un hospital de enfermos de cólera en la capital de Puerto Príncipe.» [El Pais]
IMAGENS DOS VISITANTES D'O JUMENTO
Bicas, Aldeia de Monsanto [A. Cabral]
Jerónimos, Lisboa [P.Santos]
JUMENTO DO DIA
Helena André, ministra do Trabalho
A ministra do Trabalho reagiu à má notícia do aumento do desemprego dizendo que vai esperar pelos resultados no final do ano. O problema é que quando os resultados são bons os nossos ministros não costumam adiar os festejos.
«"Vamos ver o comportamento até final do ano, [até porque] os dados do Instituto do Emprego e Formação Profissional mostram que houve uma queda das entradas no desemprego em Outubro, e a conclusão que tiramos, ao longo do ano, é que existe alguma volatilidade na forma como o desemprego evolui positiva e negativamente, [por isso] é prematuro dizer que vamos rever as metas", afirmou a ministra do Trabalho.
Helena André explicou que Portugal tem registado "alterações um bocadinho atípicas, apesar de este aumento não ser diferente do que tem acontecido nos últimos anos no terceiro trimestre" e lembrou que, em 2009, "o aumento foi de 0,7 pontos percentuais [na taxa de desemprego do segundo para o terceiro trimestre, enquanto que] neste ano foi de 0,3 pontos".» [DN]
UMA DÚVIDA INGÉNUA AO COMPETENTE TEIXEIRA DOS SANTOS
Se a tendência dos juros era para a subida evidente porque razão esperou Teixeira dos Santos para vender títulos do tesouro?
PROPAGANDA OPORTUNISTA
A imagem de competência da equipa do ministério das Finanças caiu na rua da amargura e eis que chovem sucessos fiscais, a mesma equipa do SEAF que desprezou a máquina fiscal pede dados e produz comunicados de imprensa elogiando o sucesso do fisco na cobrança de dívidas, só se esqueceram de esclarecer que esse sucesso não se deve a qualquer empenho da equipa de putos do SEAF que, aliás, sempre detestaram este tipo de trabalho, vindos de escreitórios de advogados são bem mais sensíveis às inquietações dos contribuintes faltosos.
Mais ridículo ainda foi o SEAF que não perdeu a oportunidade de encher o peito à custa do trabalho dos trabalhadores da DGCI, os mesmos que ainda há poucos dias foram ao parlamento pedir a sua demissão. É um SEAF que nem sequer deve saber onde fica um serviço de finanças, isso apesar de ter sido funcionário da DGCI, mas nessa qualidade fez uma carreira que nem dava para chegar a chefe de divisão. Curiosamente, ao eleogiar o desempenho da DGCI deve ter sentido uma ponta de vergonha pois omitiu a existência da DGAIEC cujo desempenho não ficou atrás da primeira, enfim, pesa-lhe a consciência.
Esperemos que esta equipa de putos inexperientes, arrogantes e mal-educados parta quanto antes, pelo menos antes de destruirem a máquina fiscal.
COITADO DO SÓCRATES!
«O ministro Luís Amado andou por aí a dizer umas coisas. Certa gazeta semanal publicou as declarações e provocou um alvoroço que a natureza do facto não justifica. Que disse o ministro Amado? Na pureza do seu parecer, a salvação da pátria residia numa "grande coligação". Mais adiantou que, se circunstâncias anómalas assim o determinassem, Portugal sairia do euro. O tal sinédrio político seria, naturalmente, constituído pelo PS e pelo PSD. Desassossegado, o dr. Portas comunicou estar "disponível" para colaborar em tão admirável iniciativa.
Os banqueiros ficaram entusiasmadíssimos. O dr. Salgado, sempre exíguo de palavras, de semblante permanentemente carregado, impecável no penteado e na contenção do gesto, aplaudiu a virtuosa ideia e entendeu que gente daquela índole e estirpe merecia figurar na galeria dos santos.
Em Macau, aonde fora, sobretudo, pedir algum dinheiro emprestado, o eng.º José Sócrates não dissimulou a surpresa causada pelas declarações do ministro Amado. Infere-se, pois, que estas haviam sido proferidas à sua revelia. Longa e funda ruga de preocupação sulcou-lhe a testa. Inesperadamente, abria-se um capítulo de rebeldia na organização coesa do seu Governo.
A humilhação veio a seguir. O dr. Passos, sereno, elegante, sorridente, ajeitando a melena, apareceu e disse que coligações nem pensar, sobretudo com o PS de Sócrates, aprazível como uma catástrofe. Nesta excitação dos episódios e no grito emancipador do ministro Amado pode talvez descortinar-se o mal-estar no Governo, no partido, no grupo parlamentar, no secretariado, na minoria. Avantaja-se, nas sombras da intriga, nos silentes movimentos da conspiração, a ideia de que Sócrates já não é preciso para coisíssima nenhuma. E que, para se salvar alguma coisa, a tese de Lampedusa toma forma e conteúdo.
Se Sócrates não foi prevenido, pelo ministro Amado, das pesadas declarações que iria proferir, então, o caso arroga um relevo inquietante. Configura uma conjura do interior, destinada a isolar, cada vez mais, o primeiro-ministro. Aliás, este sente as teias com que o tentam envolver: tanto no PSD como no PS. A "coligação" não é, somente, uma proposta imaginativa. E se encontra muitas reservas e resistências, em todos os azimutes, há quem perceba que o PSD não obterá maioria absoluta nas eventuais futuras eleições. Os que mandam em Portugal nunca deixaram de agir consoante os seus particulares interesses.
O País está profundamente enfraquecido. Reflecte as ruidosas contradições do nosso tempo, as convulsões sociais, e a crise do sistema que roça os limites do suportável. A classe dirigente sabe muito bem que uma "coligação" não resolve o problema, prolonga-o no tempo, até se tornar numa simples questão privada. Até lá...» [DN]
Parecer:
Por Baptista-Bastos.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»
TRAMPOLINICE EPIDÉMICA
«Os portugueses tendem a ser solícitos e carinhosos com familiares e amigos, porém suspeitosos ou mesmo hostis perante estranhos. Este facto de observação quotidiana é confirmado por estudos comparativos periodicamente conduzidos pela OCDE: não só a confiança interpessoal é muito baixa em Portugal, como tem vindo a deteriorar-se mais rapidamente do que nos outros países nas décadas recentes. Falo, note-se bem, da confiança das pessoas umas nas outras, não nas instituições políticas.
Além de contribuir negativamente para a felicidade de cada qual, a desconfiança torna as pessoas mais propensas a infringirem as normas de civilidade com o argumento de que os outros também o fazem: "por que hei-de ser sério se andam todos a roubar?" A desconfiança estimula a prevaricação, que por sua vez justifica mais desconfiança, alimentando um círculo vicioso que nos amargura a existência e aprisiona no mundo mesquinho do ressentimento e da vingança.
Uma sociedade assim tende a organizar-se em bandos que entre si disputam negócios e cargos políticos. A vantagem comparativa deles resulta de conseguirem impor dentro de si normas capazes de assegurarem a confiança mútua de que a sociedade em geral carece. Não admira, pois, que, ainda segundo a OCDE, a desconfiança interpessoal ande frequentemente associada a altos níveis de corrupção.
Vemos assim todos os dias crescer o cancro da suspeição, numa guerra de todos contra todos que envolve até as mais altas esferas do Estado. Em situações de emergência colectiva como a actual revela-se em todo o seu esplendor a carência de propósitos partilhados nacionais, submergidos como o são pela multiplicidade de tresloucadas reivindicações particulares, cada um das quais se vale de todas as armas ao seu alcance para prevalecer sobre as restantes. Mais depressa os portugueses se agarram uns aos outros para que ninguém deixe de afogar-se do que se unem para fazer face aos ataques externos de que são alvo.
A falta de confiança nos outros prejudica, além disso, a eficiência económica, na medida em que, agravando a percepção do risco e da incerteza, aumenta os custos associados às transacções comerciais e desincentiva a cooperação entre indivíduos e empresas.
O Dilema do Prisioneiro sugere que, na ausência de elevados níveis de confiança, as decisões baseadas no interesse próprio podem produzir resultados desastrosos para o conjunto da comunidade. Nessas circunstâncias, quando dois indivíduos têm que decidir independentemente entre a cooperação e a agressão, uma lógica implacável impele-os para a segunda alternativa e a trampolinice triunfa.
Mas os estudiosos da Teoria dos Jogos descobriram que, dadas certas condições, há uma solução cooperativa para o Dilema do Prisioneiro quando ele é jogado repetidamente. Segundo Robert Axelrod, a melhor estratégia é retaliar prontamente os comportamentos anti-sociais, esquecendo porém as ofensas recebidas no passado. Por outras palavras, consiste em cooperar sem ser parvo. Porém, para que seja viável penalizar as violações da confiança, é preciso que as pessoas se encontrem frequentemente, que os seus comportamentos possam ser facilmente observados e que os castigos sejam suficientemente dissuassores. Eis porque tendemos a comportar-nos melhor no círculo dos nossos familiares e amigos e pior quando nos encontramos com estranhos em situações ocasionais.
Que podemos então fazer para dissuadir as coligações de trampolineiros e fomentar a cooperação benéfica? Primeiro, não dar tréguas às associações de malfeitores que o Estado português presentemente tolera (quando não protege ou subsidia). Segundo, fomentar a auto-organização dos cidadãos a todos os níveis.
Quanto mais vasto o raio dos nossos relacionamentos regulares, mais longe chegará a confiança. Sabemos que nas sociedades tradicionais os estranhos tendem a ser olhados com grande desconfiança. Ao invés, a sociedade moderna, ao ampliar os horizontes dos indivíduos, simultaneamente propicia e exige o alargamento da confiança para além do estreito círculo da família e dos vizinhos, abrangendo outras regiões, etnias, nacionalidades e culturas.
Mas a confiança só pode subsistir se for preservado o sentido de comunidade, assente já não em valores paroquiais de base geográfica ou genética, mas em afinidades de estilos de vida e propósitos partilhados. O individualismo, as desigualdades e o desenraizamento social não favorecem a confiança entre as pessoas, por isso ela depende também do modo como as organizações privadas e públicas, formais e informais, espontâneas ou planeadas, estimulam ou dissuadem o relacionamento entre os cidadãos, o que nos ajuda a entender o papel corrosivo que a precariedade das relações humanas tem sobre uma convivência saudável e produtiva.
Paroquialismo e precariedade prejudicam a confiança. Abertura de espírito e associação livre e duradoura tendem a estimulá-la.» [Jornal de Negócios]
Parecer:
Por João Pinto e Castro.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»
AFINAL, TEIXEIRA DOS SANTOS AINDA PODIA POUPAR
«De acordo com o ministro das Finanças, que está esta quarta-feira no Parlamento, para compensar 550 milhões de euros desse acordo serão colocadas em prática uma redução adicional da aquisição e bens e serviços (0,11 por cento do PIB), redução dos subsídios para o Sector Empresarial do Estado (0,05 por cento do PIB) e redução no plano de investimentos do Estado (0,01 por cento do PIB).
Para além destas rubricas, o Governo pretende ainda poupar 0,04 por cento do PIB com o novo modelo de gestão e financiamento do sector rodoviário e 0,05 por cento do PIB com receita adicional de concessões, e ainda uma melhoria da conta da Segurança Social equivalente a 0,05 por cento do PIB. » [CM]
Parecer:
Por este tipo de cortes compreende-se que Teixeira dos Santos cortou a mais nos vencimentos para poder manter as suas despesas preferidas.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Demita-se este ministro.»
CHEFE DOS ESPIÕES BATEU COM A PORTA POR CAUSA DOS CORTES ORÇAMENTAIS
«O chefe dos espiões portugueses que actuam no estrangeiro bateu com a porta já há uma semana, comunicando a decisão ao secretário-geral do Sistema de Informações da República (SIRP), Júlio Pereira, de quem já foi chefe de gabinete, e ao primeiro-ministro. Mas José Sócrates tem protelado o anúncio da demissão por causa da Cimeira da NATO e do embaraço que representa para o Governo português uma demissão a este nível nos serviços de informações, numa altura em que o trabalho da inteligência está na primeira linha da prevenção das ameaças terroristas.
O DN soube que a decisão de Jorge Silva Carvalho, 44 anos, está directamente relacionada com os cortes orçamentais a que o SIED vai ser sujeito em 2011. Segundo fontes que têm acompanhado a situação, este alto responsável considera que a redução da verba para as Operações do serviço em cerca de um milhão de euros é fatal para o trabalho do SIED em vários países estratégicos para os interesses do Estado português. » [DN]
Parecer:
Belo momento para sair.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Faça-se um sorriso.»
A PIOR FORMA DE O SABER
«Um homem de Taiwan - identificado apenas pelo apelido Lee - descobriu depois de comprar o filme pornográfico 'Casos com as esposas dos outros' que a mulher o traía. O homem acabou por responder perante a Justiça após atacar o amigo envolvido na traição.
Um carpinteiro de Taiwan comprou um DVD pornográfico e acabou por descobrir a traição de sua mulher. O filme foi gravado secretamente num motel onde a esposa manteve relações sexuais com um amigo do marido, segundo o jornal de Taiwan "Liberty Times".» [DN]
ESTADO VENDE IMÓVEIS
«O valor-base dos cinco prédios colocados agora à venda em Lisboa ascende a 22,2 milhões de euros. Já no Porto, os cinco imóveis somam um valor-base de 10,4 milhões de euros. Contudo, no lote da Invicta estão incluídos dois palacetes de estilo neoclássico que albergaram durante muitos anos o Comando da Polícia de Segurança Pública (PSP). Um deles, na R. Augusto Rosa, com valor-base de 2,4 milhões de euros, e outro, contíguo (Palácio dos Condes de Azevedo), na Rua Porta do Sol, com preço-base de 826 mil euros.
Ambos os imóveis datam do século XVIII, sendo que para o imóvel da Augusto Rosa, a Estamo alerta para a possibilidade de existirem achados arqueológicos, já que está construída sobre a antiga muralha Fernandina. No caso dos edifícios em Lisboa destaca-se o antigo Cenjor, na Rua Júlio de Andrade, ou o prédio situado na Rua Conselheiro José Silvestre Ribeiro, constituído por oito pisos e sótão, e cujo preço-base é de 6,9 milhões de euros, o mais caro dos 12 imóveis à venda.» [DE]
Parecer:
Recordo-me das críticas violentas a Manuela Ferreira Leite quando a ex-ministra das Finanças vendeu alguns imóveis.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se pelos que então criticaram violentamente a decisão.»
PARLAMENTO TAMBÉM FAZ GAZETA ... POR QUESTÕES DE SEGURANÇA
«A Assembleia da República estará praticamente paralisada na próxima sexta-feira, dia do início da cimeira da NATO e também do encontro do primeiro-ministro com o presidente dos EUA, Barack Obama, na residência oficial em São Bento.
Segundo decidiu esta manhã a conferência de líderes parlamentares, serão “questões de segurança” a ditar o fecho da Assembleia, anunciou no final a porta-voz, Celeste Correia. O PCP informou que vai trabalhar normalmente, continuando com as habituais audiências do grupo parlamentar.» [Jornal de Negócios]
Parecer:
Estarão com medo de que algum deputado atente contra a vida de Obama?
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Jaime Gama.»
PORQUE A ALEMANHA QUER "AJUDAR" A IRLANDA
«Os bancos do Reino Unido e da Alemanha têm 315 mil milhões de euros de dívida emitida por entidades irlandesas, desde aos governos central e locais a empresas, passando por particulares. Com aplicações de 163 mil milhões de euros, a banca britânica é a mais exposta à dívida emitida na Irlanda, seguida pela Alemanha, com 151 mil milhões, de acordo com dados do Banco Internacional de Pagamentos (BIS, na sigla original), citados pelo “Wall Street Journal”. Só em linhas de financiamento a bancos irlandeses, o sistema financeiro britânico tem 31 mil milhões, enquanto o alemão tem quase 34 mil milhões.
No total, os bancos europeus têm nos seus balanços 477 mil milhões de euros de obrigações, empréstimos e outros títulos de dívida emitidos por entidades irlandesas, de acordo com dados referentes a 31 de Março último. Segundo o diário norte-americano, esta exposição é um dos motivos de preocupação das autoridades europeias face à situação da Irlanda.» [Jornal de Negócios]
Parecer:
Compreende-se tanta pressão sobre o governo irlandês para recorrer a ajuda e porque Merkel admite a não penalização dos investidores senão para além de 2013.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Lamente-se o espectáculo triste em que se está a transformar esta Europa.»
UM JOVEM CHEIO DE INICIATIVA
«Jovem dirigente do PS ganha o salário de assessor a tempo inteiro ao mesmo tempo que recebe subsídios do IEFP para criar o seu posto de trabalho. Empresa criada está inactiva.Um jovem de 26 anos, sem currículo profissional nem formação de nível superior, foi contratado, em Dezembro, como assessor técnico e político do gabinete da vereadora Graça Fonseca na Câmara de Lisboa (CML). Remuneração mensal: 3950 euros ilíquidos a recibo verde. Desde então, o assessor - que estava desempregado, fora funcionário do PS e candidato derrotado à Junta de Freguesia de Belém - acumulou esse vencimento com cerca de 41.100 euros de subsídios relacionados com a criação do seu próprio posto de trabalho.
Filho de um funcionário do PS que residiu até 2008 numa casa da CML com uma renda de 48 euros/mês, Pedro Silva Gomes frequentou o ensino secundário e entrou muito novo para os quadros do partido. Em 2006 foi colocado na Federação Distrital de Setúbal, onde se manteve até meados de 2008, ano em que foi reeleito coordenador do secretariado da secção de Santa Maria de Belém, em Lisboa. Entre os membros deste órgão conta-se a vereadora da Modernização Administrativa da CML, Graça Fonseca.
Já em 2009, Gomes rescindiu por mútuo acordo o contrato com o PS - passando a receber o subsídio de desemprego - e em Outubro foi o candidato socialista à Junta de Belém. No mês seguinte, perdidas as eleições, criou a empresa de construção civil Construway, com sede na sua residência, no Montijo, e viu aprovado o pagamento antecipado dos meses de subsídios de desemprego a que ainda tinha direito, no valor total de 1875 euros, com vista à criação do seu próprio posto de trabalho.
Logo em Dezembro, o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) aprovou-lhe também um subsídio, não reembolsável, de 57.439 euros, para apoio ao investimento na Construway e para a criação de quatro postos de trabalho, incluindo o seu. Deste valor Pedro Gomes recebeu 26.724 euros ainda em Dezembro, sendo 4086 para investimento e 22.637 para os postos de trabalho. No dia 1 desse mesmo mês, porém, o jovem empresário celebrou dois contratos de prestação de serviços com a CML, para desempenhar funções de "assessoria técnica e política" no gabinete de Graça Fonseca. O primeiro tem o valor de 3950 euros e o prazo de 31 dias. O segundo tem o valor de 47.400 euros e o prazo de 365 dias. O segundo destes contratos refere que os serviços serão prestados no gabinete de Graça Fonseca e no Gabinete de Apoio ao Agrupamento Político dos Vereadores do PS.
A autarca disse ontem ao PÚBLICO que foi ela quem convidou Gomes e garantiu que ele é "efectivamente" assessor do gabinete do PS, cuja coordenação, acrescentou, lhe foi "confiada". Este gabinete, porém, não tem existência real, sendo que Pedro Gomes é assessor de Graça Fonseca, tal como outro dos três assessores que teoricamente o compõem. O terceiro é assessor da vereadora Helena Roseta.
Graça Fonseca disse que Gomes "foi contratado por estar à altura das funções às quais foi adstrito e por ser um lugar de confiança política". A autarca garantiu que desconhece o facto de o seu assessor ter recebido os subsídios do IEFP. Já a direcção deste instituto adiantou que Gomes já recebeu este ano mais 12.593 euros para apoio ao investimento, tendo ainda a receber cerca de 10.500 euros. Face às perguntas do PÚBLICO sobre a acumulação ilegal do lugar de assessor com os apoios recebidos e aos indícios de que a Construway não tem qualquer actividade, o IEFP ordenou uma averiguação interna e admite que a restituição dos valores recebidos pelo empresário venha a ser ordenada. O presidente da CML, António Costa, não respondeu às perguntas do PÚBLICO.» [Público]
Parecer:
É um fartar vilanagem.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Solicite-se a opinião do austero António Costa.»