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Coimbra
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Castelo Branco [de A. Cabral]
JUMENTO DO DIA
Teixeira dos Santos
Teixeira dos Santos, um ministro que parece ter contratado a famosa loura das anedotas para o ajudar a fazer as contas do Estado e as previsões económicos, disse que Portugal recorreria ao FMI se as taxas de juro no mercado chegassem aos 7%, os mercados estão a fazer-lhe a vontade e a taxa está quase na fasquia. Mas ainda bem que Teixeira dos Santos não definiu uma fasquia mais elevada senão os juros ainda estariam mais elevados, os especuladores sabem que com a vinda do FMI o financiamento far-se-á a taxas mais baixas e agradeceram a preciosa ajuda do ministro para estimularem a especulação.
E ninguém demite este ministro mais a sua equipa de jovens inexperientes e autoritários?
«A remuneração que os investidores exigem para deter dívida pública está a alcançar máximos históricos e a aproximar-se do limite de 7%, que o ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, referiu como tecto mínimo para admitir recorrer ao financiamento do FMI, adianta hoje o Jornal de Negócios.
A percepção do risco dos títulos de dívida soberana portuguesa voltou hoje a subir e levou a remuneração das obrigações portuguesas a 10 anos a fixar um novo recorde histórico. A taxa de juro que os investidores exigem para deter os títulos de dívida portuguesa sobe 21,2 pontos base para 6,727%.» [DN]
GUIA PARA A CRISE
«Tem custado a assumir, mas parece que todos finalmente aceitam que estamos em crise. Até o Governo abandonou meses de hesitação e panaceias e adoptou esse discurso oficial. Tirando José Sócrates, toda a gente no mundo sabe que Portugal vive uma crise séria. Agora só falta enfrentá-la. Algumas ideias simples podem ajudar.
Primeiro: deixar-se de queixas. Temos de abandonar o ar pesaroso e indignado. As crises são normais, frequentes, e não são o fim do mundo. Já tivemos muitas, várias muito piores que esta, e teremos bastante mais no futuro. Lamentos, zangas e desesperos são agora, não só ridículos, mas prejudiciais. O que há a fazer é deixar-se de tretas e deitar mãos à obra. Compreende-se que os sindicatos tenham de fazer manifestações e declarar a greve geral. É a sua função e há que cumprir calendário. Mas isso não resolve nada e complica tudo ainda mais. Queixar-se nesta altura é perda de tempo. Nem sequer nos devemos queixar do facto evidente de aqueles que protestam não serem os mais afectados, pobres e desempregados, mas aqueles que defendem benefícios que criaram a crise.
Segundo: deixar-se de acusações. A crise tem vários culpados, alguns evidentes. E até é verdade que muitos desses estão a passar incólumes beneficiando das suas tropelias. Justiça e tribunais devem puni-los. Mas também devemos deixar a busca obsessiva de arguidos. É muito estúpido, quando a casa está a arder, instaurar controversos processos de intenção e responsabilidade, envolvendo-se em discussões necessariamente longas. Há um tempo para tudo, e este não é tempo de recriminações. Até porque a culpa última é de todos nós, que cá vivemos estes anos.
Terceiro: deixar-se de fantasias. As fantasias são de dois tipos: as tolices optimistas do Governo e os cenários catastróficos das conversas de café. Estas últimas são as mais perigosas. Portugal não é um país miserável, incapaz e sem saída, que voltou à desgraça de sempre. Somos um estado desenvolvido, moderno, onde muitas coisas funcionam bem e existem excelentes oportunidades. É verdade que nos deixámos endividar na euforia, mas isso até é sinal de credibilidade. Agora temos de pagar: o problema é grave mas está circunscrito. É preciso enfrentá-lo sem perder a cabeça em atoardas. O realismo é o melhor trunfo para enfrentar as dificuldades como elas são. Sem as escamotear, mas também sem as exagerar.
Quarto: enfrentar a crise. Os portugueses, que costumam dormir na bonança, dão o seu melhor nos momentos impossíveis. A recessão não tem uma solução; tem milhões. Dez milhões, para ser exacto. Será cada um, lidando de forma prática com as dificuldades reais que se lhe colocam, que construirá a resposta indispensável para a crise nacional. Trabalhar mais e melhor, poupar mais, investir mais e melhor são as saídas, agora como sempre. Além da criatividade, imaginação, improvisação e desenrascanço em que somos peritos. Se fizermos isto uns tempos veremos que a crise passa muito mais depressa que julgamos.
Para alguns a saída é mesmo sair do país. É uma resposta habitual por cá, que não nos deve deprimir. Fizemo-lo muitas vezes e voltaremos a fazê-lo. Sabemos aliás que é lá fora que damos o nosso melhor. Desta vez é bom lembrar que um dos mais apetecidos destinos de emigração tem sido... Portugal. Todos os empregos que desdenhámos na última década, e que trouxeram para cá milhares de estrangeiros, continuam por aí. E naturalmente os portugueses ainda têm vantagem face a emigrantes ou a emigrar. Ou não?
Ainda falta algo essencial: não podemos perder a nossa tradicional compaixão pelos que mais necessitam e sofrem. A crise ataca alguns de forma brutal e temos todos de os ajudar. Sabemos bem que "ai dos pobres se não forem os pobres". A injustiça nacional dos últimos anos deveu-se precisamente a que, sendo novos ricos, por momentos perdemos de vista os antigos valores. A crise tem de ser um chamamento à famosa hospitalidade lusitana.
Todos sabemos que estamos em crise. Agora só há uma continuação possível: sair dela.» [DN]
Parecer:
Por João César das Neves.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»
FESTIVAL DOS OCEANOS NOMEADO PARA O MELHOR EVENTO EUROPEU
«O Festival dos Oceanos é um dos eventos culturais nomeados para uma shortlist dos European Best Event Awards, cujo vencedor será conhecido na próxima segunda-feira, numa cerimónia realizada em Milão, Itália.
"As expectativas para chegar ao troféu são grandes", confessou ao DN Ana Fernandes, directora-geral da Realizar que, desde 2007, produz esta iniciativa do Turismo de Lisboa, entidade responsável pelo evento que vai já na sua 7.ª edição. "Foi a primeira vez que nos candidatámos a este prémio porque considerámos ter atingido um patamar digno de competir com outros eventos europeus. E o aumento progressivo do número de espectadores fala por si", refere Ana Fernandes, responsável pelo evento.» [DN]
FITCH CORTA NOS BANCOS
«No caso do BES e do BCP, o ‘downgrade' é de dois níveis. O ‘rating' de ambos os bancos passa de ‘A' para ‘BBB+'. Nos casos do BPI e Banif, a notação baixa um nível, para ‘A-‘ e ‘BBB-‘, respectivamente. Já o ‘rating' da Caixa fica inalterado em ‘A+' dado o banco estar no berço do Estado.
A Fitch justifica estes ‘downgrades' com a maior dependência dos bancos portugueses ao financiamento cedido pelo Banco Central Europeu (BCE) - o que agravou o risco de liquidez das instituições - num ambiente de difícil acesso aos mercados, de fraca ‘performance' em Portugal, a que se junta uma deterioração da qualidade dos activos.» [DE]
Parecer:
O curioso é que a mesma Fitch que não confia em Portugal confia na CGD por ser um banco público.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Registe-se.»
POLÍTICOS E MAGISTRADOS "IAM ÀS PUTAS"
«A Unidade Especial de Combate ao Crime Violento do DIAP que está a investigar o envolvimento do operador de câmara da RTP, Carlos Pinota, numa rede de prostituição descobriu nomes de vários juízes e políticos em listas de prostituição guardadas no computador do repórter, informa o “Correio da Manhã”.
O computador do repórter da RTP foi apreendido a 13 de Outubro na sequência de uma operação da PSP, em Lisboa. Pinota é, alegadamente, o gestor do site Momentos de Prazer, onde as mulheres pagam para ser anunciadas.
Os ex-membros do governo, deputados, gestores e magistrados que surgem na lista de Carlos Pinota são apontados como sendo clientes das prostitutas brasileiras que eram, supostamente, angariadas pelo repórter e pelo seu sócio, Miguel M., informático do Banco Espírito Santo. » [i]
Parecer:
O corpo não é de ferro e ganham bem para pagar à meninas, o estranho é que desta vez a fuga ao segredo de justiça não inclui os nomes.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Faça-se um sorriso amarelo.»
PORTUGAL PODERÁ TER DE RECORRER À UE, DIZ A GOLDMAN SACHS
«Erik Nielsen acredita que existe uma grande probabilidade de Portugal e da Irlanda "precisarem de recorrer à ajuda a União Europeia".
Os comentários de Nielsen surgem numa altura em que os juros da dívida dos dois países têm batido sucessivo máximos históricos. Os juros das obrigações portuguesas a 10 anos atingiram hoje, pela primeira vez, os 6,8%, enquanto os irlandeses chegaram aos 7,859%.
Para Nielsen, estes níveis de financiamento são "claramente insustentáveis". Assim, "a não ser que os mercados de um momento para o outro acalmem, há uma grande probabilidade da Irlanda e de Portugal terem que recorrer a ajuda da União Europeia", disse o responsável do Goldman Sachs à Bloomberg Television. » [DE]
Parecer:
Quanto mais tarde recorrer mais juros paga.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se para ver.»
BES CORTA COM A FITCH
«“O ‘rating’ de ‘BBB+’ atribuído pela Fitch Ratings não reflecte a solidez financeira” do BES, salientou o banco em comunicado emitido para a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
“O BES provou deter uma solidez que lhe permite enfrentar os actuais desafios, mantendo um perfil robusto” e por estas razões, o banco “considera que não existe uma justificação válida para a revisão em baixa do seu ‘rating’ em 3 níveis, em menos de 4 meses”.
E em consequência, “o Conselho de Administração decidiu não renovar o contrato com a Fitch Ratings”.» [Jornal de Negócios]
Parecer:
Haja quem os enfrente.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aprove-se.»