Esta foi mais uma semana marcada pelo receio do FMI, com tanta gente acima de qualquer risco de fome a rezar para que o os economistas do fundo não apareçam por cá chego a pensar que aquela organização é uma espécie de organização comunista internacional, algo ainda pior do que a Al-Qaeda. Dantes o espantalho do FMI era defendido pelos ricos e temido pelos pobres, hoje está tudo de pernas para o ar, são os ricos os que mais receiam a vinda do FMI.
Quem também parece andar de pernas para o ar, isso apesar de já não estar em idade de dar grandes cambalhotas, é Cavaco Silva, o finalmente candidato presidente decidiu romper com o seu passado e já defende a mudança do modelo económico que ele fundou. Aliás, a inauguração da sede começou por ser uma cambalhota na sua promessa de não afixar outdoors, a sede de candidatura é decorada precisamente com um imenso outdoor.
Até o ministro das Finanças que tinha dito aos especuladores que nos poderiam cobrar juros até aos 10% parece ter mudado de ideias, segundo consta na comunicação social já terá nova fasquia para se entregar ao FMI, os especuladores, começando pelos nossos banqueiros oportunistas, já podem subir a parada acima dos 7% que nós aguentamos. Começo a desconfiar de que o país vai ter de pagar uma factura bem mais cara.
O BE também não quis ficar para trás e pelo menos uma boa parte dos seus militantes decidiram dar mais uma cambalhota, os antigos jovens maioistas, admiradores convictos da grande revolução cultural, trocaram as voltas ao Presidente da República Popular da China e estiveram ausentes na recepção parlamentar ao ilustre visitante. Os velhos defensores da ditadura do proletariado, na versão de Trotsky ou de Estalite e Mao, sofrem agora de uma alergia a ditaduras.