Apesar da crise que enfrenta Portugal está cheio de sorte, está preocupado com aqueles cujos rendimentos estão abaixo do exigido para se pagar o IRS extraordinários. Isto é, todos os outros que se danem pois são quase ricos, já que os ricos propriamente ditos também estão isentos.
Temos, portanto um presidente (a letra pequena é intencional) que ignora quase todos os que trabalham e que, que suportam os custos de todos os desvarios incluindo o excessivo orçamento do Palácio de Belém, que vão pagar o gabinete, a secretária o carro e o motorista ao Mota Amaral, que sofrem sobrecargas ficais em catadupa e muitos deles ficam com menos do que ordenado mínimo abaixo do qual estariam isentos do imposto extraordinário.
Temos um presidente que só se preocupa com alguns e como escolhe os mais pobres ou os supostamente mais pobres pode levar o populismo governamental ao extremo de dizer que só se preocupa com estes. Cavaco parece confundir o Palácio de Belém com o Banco Alimentar contra a Fome e confunde as funções de Presidente da República com as de um dirigente da Caritas. Agora temos um presidente dos pobres e só falta que o Diogo Pinto Leite sugira a emissão de cartões de pobres para que os portugueses merecedores estejam devidamente identificados, o ideal seria que esses cartões pudessem ser presos à lapela.
Onde estariam esses pobres quando o Estado quase não lhes dava apoios sociais? Por onde andava Cavaco quando foi necessário promover acções de ajuda alimentar no Alentejo ou quando o distrito de Setúbal foi invadido por bandeiras negras?
Temos um presidente que não parece saber que tem de se preocupar com o país e com todos os portugueses, que ignora que muitos dos que mais estão a sofrer com a actual crise têm rendimentos que serão sujeitos ao imposto extraordinário e são esses que estão sendo sujeitos a uma política de empobrecimento acelerado.
Mas pior do que a pobreza económica é a pobreza de espírito, ainda que estes por serem os mais aventurados têm a garantia de que lhes serão abertas as portas do Céu, têm na Bíblia as garantias que muitos portugueses não terão na Constituição.