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Jumento do dia
Pedro Passos Coelho
O primeiro-ministro fez o que um primeiro-ministro deve fazer perante suspeitas de fugas de informação das secretas, mandou investigar o caso, mesmo que se saiba que tudo não passará de um comunicado para a comunicação social fez o que as aparências mandam fazer.
O problema é que há poucos dias uma velha amiga mandou-lhe um sms com informações a partir das quais foi saneado Bairrão, indicado para secretário de Estado. E quem é Manuela Moura Guedes? É esposa do senhor Moniz. E quem é o senhor Moniz? É o homem forte da Ongoing? E o que é a Ongoing? É o principal interessado na privatização da RTP e onde estão empregados ex responsáveis da secreta e só Deus sabe quem mais. E a que se referiam as fugas da secreta? às investigações de negócios de Bairrão em África. E que negócios são esses? São precisamente os que a comunicação social disse serem referidos no sms de Manuela Moura Guedes para Passos Coelho.
A meada é evidente, a investigação solicitada por Pedro Passos Coelho deve começar pelo sms que recebeu de Manuela Moura Guedes e ao qual parece ter dado razão ao sanear bairrão da lista de secretários de Estado. Até porque o Expresso noticiou que o próprio Passos Coelho se terá servido da secreta para saber mais sobre Bairrão.
Conclusão? O assunto morreu com o comunicado.
O problema é que há poucos dias uma velha amiga mandou-lhe um sms com informações a partir das quais foi saneado Bairrão, indicado para secretário de Estado. E quem é Manuela Moura Guedes? É esposa do senhor Moniz. E quem é o senhor Moniz? É o homem forte da Ongoing? E o que é a Ongoing? É o principal interessado na privatização da RTP e onde estão empregados ex responsáveis da secreta e só Deus sabe quem mais. E a que se referiam as fugas da secreta? às investigações de negócios de Bairrão em África. E que negócios são esses? São precisamente os que a comunicação social disse serem referidos no sms de Manuela Moura Guedes para Passos Coelho.
A meada é evidente, a investigação solicitada por Pedro Passos Coelho deve começar pelo sms que recebeu de Manuela Moura Guedes e ao qual parece ter dado razão ao sanear bairrão da lista de secretários de Estado. Até porque o Expresso noticiou que o próprio Passos Coelho se terá servido da secreta para saber mais sobre Bairrão.
Conclusão? O assunto morreu com o comunicado.
Religião na responsabilidade
«A caminho dos 93 anos, é um dos últimos sobreviventes daquela plêiade de gigantes políticos europeus que reconstruíram a Europa, souberam lidar com a Guerra Fria, contribuíram, sem tibieza, para o desanuviamento mundial, estabeleceram as bases da União Europeia. Quando a política não era mera Realpolitik, pois ainda se apoiava em saber e se movia por ideais. Foi ministro da Defesa, da Economia e das Finanças, chanceler federal. A sua influência continua hoje forte através do seu semanário DIE ZEIT. Falo de Helmut Schmidt.
Acaba de publicar Religion in der Verantwortung. Gefährdungen des Friedens im Zeitalter der Globalisierung (Religião na responsabilidade. Perigos da paz no tempo da globalização), reunião de textos de conferências em várias partes do mundo. Ficam aí algumas ideias marcantes.
1. Várias vezes se confessa cristão, embora cristão "distanciado". Apesar das dificuldades doutrinais e das desilusões, permanece na Igreja, porque ela "põe contrapesos à decadência moral na nossa sociedade e oferece apoio moral, que de outro modo se não tem".
2. A colega Marion Gräfin Dönhoff tinha razão: "Uma sociedade sem normas morais desfaz-se; uma liberdade desenfreada leva à brutalidade e à criminalidade. Todas as sociedades precisam de laços. Sem regras, sem tradição, sem consenso quanto a normas de comportamento, nenhuma comunidade subsiste." E acrescenta ele: "Não podemos viver em paz, sem os deveres e as virtudes desenvolvidos no cristianismo."
3. A existência humana não se deixa reduzir à satisfação das necessidades materiais. O ser humano precisa sobretudo de orientação para o sentido da sua vida, capaz de responder às "perguntas últimas". "Apesar do Iluminismo crescente desde há quatro séculos - e apesar do ateísmo comunista -, a necessidade metafísica de orientação por parte do Homem manteve-se viva." As religiões surgem precisamente desta exigência de orientação por uma verdade mais elevada.
4. O Estado deve ser religiosa e cosmovisionalmente neutro. Portanto, tem de salvaguardar e garantir os direitos fundamentais; quanto à salvaguarda e garantia dos valores fundamentais, aí aplica-se o princípio: tua res agitur, isso é assunto teu, "de cada um, de cada comunidade, da Igreja". As Igrejas com os seus valores participam no processo de formação da vontade política, mas "o Estado não pode garantir juridicamente convicções que as Igrejas não conseguem transmitir aos seus fiéis".
5. Tem muitas dúvidas quanto a uma política cristã. Mas procurou ser um político cristão, isto é, tentou, nas grandes tomadas de decisão, não esquecer a inspiração cristã. "Uma política sem consciência tende para o crime." Uma política não orientada pela razão, que não mede as consequências, os riscos e as chances, irresponsável perante a consciência e a História, é certamente "não cristã". Não deixou de rezar, concretamente o Pai-Nosso. Lembrou os dez mandamentos. Precisou da música coral da igreja, de um bom pastor (é luterano) ou bispo e do seu apoio pastoral. Aliás, o que hoje esperamos da Igreja é "cuidado e consolação, compaixão com os fracos e pobres, solidariedade com o nosso vizinho doente".
6. No tempo da globalização, é essencial a tolerância entre as Igrejas e entre as religiões - a tolerância positiva: respeito, conhecimento mútuo. Por isso, manifesta-se contrário às missões: converter outros, como se só a nossa religião fosse fonte de verdade e salvação.
Sabe por experiência própria, pois reúne responsáveis das diferentes religiões, que não estarão de acordo nas doutrinas, mas encontram consenso mínimo nas questões dos grandes interesses da Humanidade.
7. Princípio nuclear: o respeito pela dignidade inviolável de cada ser humano. O esquecimento de que o Homem não é para a economia, mas a economia para o Homem fez com que a especulação financeira desembocasse no "capitalismo de rapina". A par da Declaração Universal dos Direitos Humanos é preciso ensinar a Declaração Universal dos Deveres Humanos.» [DN]
Acaba de publicar Religion in der Verantwortung. Gefährdungen des Friedens im Zeitalter der Globalisierung (Religião na responsabilidade. Perigos da paz no tempo da globalização), reunião de textos de conferências em várias partes do mundo. Ficam aí algumas ideias marcantes.
1. Várias vezes se confessa cristão, embora cristão "distanciado". Apesar das dificuldades doutrinais e das desilusões, permanece na Igreja, porque ela "põe contrapesos à decadência moral na nossa sociedade e oferece apoio moral, que de outro modo se não tem".
2. A colega Marion Gräfin Dönhoff tinha razão: "Uma sociedade sem normas morais desfaz-se; uma liberdade desenfreada leva à brutalidade e à criminalidade. Todas as sociedades precisam de laços. Sem regras, sem tradição, sem consenso quanto a normas de comportamento, nenhuma comunidade subsiste." E acrescenta ele: "Não podemos viver em paz, sem os deveres e as virtudes desenvolvidos no cristianismo."
3. A existência humana não se deixa reduzir à satisfação das necessidades materiais. O ser humano precisa sobretudo de orientação para o sentido da sua vida, capaz de responder às "perguntas últimas". "Apesar do Iluminismo crescente desde há quatro séculos - e apesar do ateísmo comunista -, a necessidade metafísica de orientação por parte do Homem manteve-se viva." As religiões surgem precisamente desta exigência de orientação por uma verdade mais elevada.
4. O Estado deve ser religiosa e cosmovisionalmente neutro. Portanto, tem de salvaguardar e garantir os direitos fundamentais; quanto à salvaguarda e garantia dos valores fundamentais, aí aplica-se o princípio: tua res agitur, isso é assunto teu, "de cada um, de cada comunidade, da Igreja". As Igrejas com os seus valores participam no processo de formação da vontade política, mas "o Estado não pode garantir juridicamente convicções que as Igrejas não conseguem transmitir aos seus fiéis".
5. Tem muitas dúvidas quanto a uma política cristã. Mas procurou ser um político cristão, isto é, tentou, nas grandes tomadas de decisão, não esquecer a inspiração cristã. "Uma política sem consciência tende para o crime." Uma política não orientada pela razão, que não mede as consequências, os riscos e as chances, irresponsável perante a consciência e a História, é certamente "não cristã". Não deixou de rezar, concretamente o Pai-Nosso. Lembrou os dez mandamentos. Precisou da música coral da igreja, de um bom pastor (é luterano) ou bispo e do seu apoio pastoral. Aliás, o que hoje esperamos da Igreja é "cuidado e consolação, compaixão com os fracos e pobres, solidariedade com o nosso vizinho doente".
6. No tempo da globalização, é essencial a tolerância entre as Igrejas e entre as religiões - a tolerância positiva: respeito, conhecimento mútuo. Por isso, manifesta-se contrário às missões: converter outros, como se só a nossa religião fosse fonte de verdade e salvação.
Sabe por experiência própria, pois reúne responsáveis das diferentes religiões, que não estarão de acordo nas doutrinas, mas encontram consenso mínimo nas questões dos grandes interesses da Humanidade.
7. Princípio nuclear: o respeito pela dignidade inviolável de cada ser humano. O esquecimento de que o Homem não é para a economia, mas a economia para o Homem fez com que a especulação financeira desembocasse no "capitalismo de rapina". A par da Declaração Universal dos Direitos Humanos é preciso ensinar a Declaração Universal dos Deveres Humanos.» [DN]
Autor:
Anselmo Borges.
Um médico muito produtivo
«O ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, determinou ao director nacional da PSP, Guedes da Silva, que pedisse à Ordem dos Médicos uma averiguação sobre as baixas passadas a profissionais da PSP.
Numa investigação interna da PSP feita ao caso das 35 baixas metidas, em simultâneo, na esquadra do Bairro Alto, em Lisboa, a 15 deste mês, foi constatado que 24 dessas baixas foram passadas por um só médico. Este médico, que trabalha nos serviços clínicos da PSP de Lisboa, concedeu à maior parte dos agentes licenças de apenas um dia. Outros conseguiram cinco e três dias.» [DN]
Numa investigação interna da PSP feita ao caso das 35 baixas metidas, em simultâneo, na esquadra do Bairro Alto, em Lisboa, a 15 deste mês, foi constatado que 24 dessas baixas foram passadas por um só médico. Este médico, que trabalha nos serviços clínicos da PSP de Lisboa, concedeu à maior parte dos agentes licenças de apenas um dia. Outros conseguiram cinco e três dias.» [DN]
Parecer:
A confirmar-se o abuso que parece ser evidente tanto os guardas como o médico devem ser acusados de fraude.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao médico qual foi a epidemia que atingiu a esquadra do Bairro Alto.»
Na PSP foram promovidos com um bónus
«Setenta e três comissários da PSP que se candidataram ao posto superior, de subintendente, ganharam um "bónus" na classificação do concurso de 1,5 valores. Esta valoração permite que alguns dos oficiais que tinham uma nota negativa venham a ser promovidos.
Em causa está um concurso, aberto em 2010, para o preenchimento de 66 vagas para a categoria de subintendente. De acordo com a Ordem de Serviço Interna a que o DN teve acesso, concorreram 73 comissários, dos quais 30 com a licenciatura em Ciências Policiais do Instituto Superior de Ciências Policiais e Segurança Interna (ISCPSI), da PSP, e 39 da carreira de base da polícia, alguns com licenciaturas de outras universidades. Foram os oficiais do ISCPSI que acabaram por ficar priviligiados, pois como 41 destas vagas lhes estão destinadas, houve sete comissários com classificações abaixo dos 10 valores que, ao receber o 'bónus', ficam em condições de ser promovidos. Quem perde são os oficiais de carreira os quais, como só têm direito a 25 das vagas, ficam fora da corrida, apesar de terem tido uma classificação positiva.» [DN]
Em causa está um concurso, aberto em 2010, para o preenchimento de 66 vagas para a categoria de subintendente. De acordo com a Ordem de Serviço Interna a que o DN teve acesso, concorreram 73 comissários, dos quais 30 com a licenciatura em Ciências Policiais do Instituto Superior de Ciências Policiais e Segurança Interna (ISCPSI), da PSP, e 39 da carreira de base da polícia, alguns com licenciaturas de outras universidades. Foram os oficiais do ISCPSI que acabaram por ficar priviligiados, pois como 41 destas vagas lhes estão destinadas, houve sete comissários com classificações abaixo dos 10 valores que, ao receber o 'bónus', ficam em condições de ser promovidos. Quem perde são os oficiais de carreira os quais, como só têm direito a 25 das vagas, ficam fora da corrida, apesar de terem tido uma classificação positiva.» [DN]
Parecer:
E depois dizem que nas escolas é que há facilitismo.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Faça-se um sorriso.»
Ena, tanto terço...
«Cerca de 600 jovens católicos de todo o país vão reunir-se este sábado nas casas da comunidade 'Shalom' ou através na Internet para participar numa maratona de 24 horas a rezar.» [DN]
Parecer:
Fora o que terão de rezar para se aguentarem até ao fim da prova.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Reze-se uma ladainha pelos competidores, ainda que a meta não esteja nas portas do céu.»
Passos Coelho preocupado com fugas de informação na secreta
«O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, solicitou hoje ao secretário-geral dos Serviços de Informação da República a realização de um inquérito para "apurar e esclarecer quaisquer factos relacionados" com alegadas fugas de informação naqueles serviços, noticiadas pelo Expresso.
Numa nota enviada aos órgãos de comunicação social, o gabinete do primeiro-ministro afirma que Pedro Passos Coelho, responsável máximo pelos Serviços de Informação da República, "não tem conhecimento de quaisquer `fugas de informação' que possam ter ocorrido no passado".
"Dada, no entanto, a grande sensibilidade de que esta matéria se reveste, já que o prestígio e a integridade dos Serviços de Informação da República não podem ficar reféns de dúvidas suscitadas por notícias desta natureza, o primeiro-ministro, através do seu chefe de gabinete, solicitou de imediato ao senhor Secretário-Geral dos Serviços de Informação da República a realização de um inquérito com vista a apurar e esclarecer quaisquer factos relacionados com o teor da denúncia feita", refere a nota.» [DE]
Numa nota enviada aos órgãos de comunicação social, o gabinete do primeiro-ministro afirma que Pedro Passos Coelho, responsável máximo pelos Serviços de Informação da República, "não tem conhecimento de quaisquer `fugas de informação' que possam ter ocorrido no passado".
"Dada, no entanto, a grande sensibilidade de que esta matéria se reveste, já que o prestígio e a integridade dos Serviços de Informação da República não podem ficar reféns de dúvidas suscitadas por notícias desta natureza, o primeiro-ministro, através do seu chefe de gabinete, solicitou de imediato ao senhor Secretário-Geral dos Serviços de Informação da República a realização de um inquérito com vista a apurar e esclarecer quaisquer factos relacionados com o teor da denúncia feita", refere a nota.» [DE]
Parecer:
Não sabia que a secreta é o mercado de trabalho dos amigos da Ongoing.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se a Passos Coelho se perguntou a Manuela Moura Guedes onde esta ficou a saber dos supostos negócios que referiu no sms que serviu para sanear Bairrão do governo.»