Ouve-se Pedro Passos Coelho a falar de milões e ficamos a pensar que o homem é americano e não de Massamá, são mil milões daqui, mil milões dali e quando ao famoso desvio colossal é coisa para dois mil milões mais uns trocos. Tanto parecem trocos que ninguém questiona qual o montante preciso do colossal desvio ou qual a sua causa, se foi a receita que ficou aquém do desejado ou se a despesa ficou fora descontrolo, afinal, dois mil milhões poderão parecer trocos para Pedro Passos Coelho, mas é mito dinheiro para qualquer mortal e mesmo para muitos países europeus.
Não se tira o subsídio de Natal aos portugueses apenas com base em palpites e muito menos com bocas num encontro da JSD em Vila Pouca de Aguiar. A verdade é que o ministro das Finanças nunca afirmou ter encontrado tal desvio e até encontrou uma justificação quase idiota para a afirmação de Passos Coelho proferida numa reunião do Conselho Nacional do PSD.
Começa a ser tempo de Passos Coelho dizer qual é o montante exacto de tal desvio e do que resulta, se de uma quebra das receitas ou do aumento da despesa de alguns dos ministérios. Até porque a ser verdade que existe tal desvio estão em causa os pressupostos financeiros do acordo com a troika e, consequentemente, a necessidade de adoptar medidas que corrijam o acordo de forma a manter os seus objectivos de défice e de crescimento económico.
Enquanto Pedro Passos Coelho não deixar de usar as contas públicas para atoardas partidárias e não apresentar os dados que supostamente tem somos levados a recear que o desvio colossal não passa de uma colossal mentira.