Parece que Passos Coelho ficou tão indignado com eventuais fugas de informação da secreta que nem reparou que essas fugas foram atribuídas a agentes que se passaram para a Ongoing e diziam respeito a Bernardo Bairrão. Se não fosse ter sido dominado por tanta indignação teria reparado que a fuga atribuída à secreta parecia dizer respeito aos supostos negócios de Bairrão para os quais Manuela Moura Gudes o terá alertado por sms.
Quem também deverá estar muito indignado é Francisco Assis, derrotado nas directas para a eleição do secretário-geral do PS deverá estar agora a fazer contas se a colossal fraude que a sua candidatura denunciou. Foi derrotado e com truques destes apenas ajudou a desprestigiar o seu partido mais um pouco e a fragiliza-lo num momento em que é urgente que assuma a liderança da oposição. O país precisa de uma oposição robusta, como diria o Gaspar, e não da oposição mole que tem sido feita por Maria de Belém.
Passos Coelho já começou a sua revolução nos cargos e para cortar gorduras começou por mudar a administração da CGD um dos petiscos reservados aos boys mais importantes. Aumento significativamente os lugares mas fez o milagre dos pãezinhos e garante-nos que vai gastar o mesmo, isto é, a multiplicação dos cargos foi um gesto de solidariedade entre boys, o dinheiro é tanto que dá para dividir por mais uns quantos. Agora resta esperar que a CGD seja transformada em associação mutualista laranja. Para a história fica um saneamento colectivo, o PS que tinha escolhido um presidente do PSD e mantido um ex-secretário de Estado das Finanças de Manuela Ferreira Leite viu todos os seus simpatizantes serem saneados.
Cercado pelas forças do Gaspar que o sitiaram em Faro o autarca local, Macário Correia, um verdadeiro Kadhafi na forma como defendia as borlas na Via do Infante mudou de ideias de um momento para o outro, agora é a favor das portagens. Este senhor devia ter vergonha e ficar calado, quando era autarca em Tavira os camiões da autarquia usavam o dinheiro dos contribuintes para comprar combustível em Ayamonte e ainda eram os mesmos contribuintes a pagar as respectivas taxas das Scut. Senhores como estes deviam ser ignorados pelos partidos e pela comunicação social, o país ficaria mais saudável e só prejudicariam os eleitores que ainda aceitam o caciquismo.
Portugal está a ficar pequeno demais para a vontade de ajudar de Cavaco Silva, impossibilitado de criar uma ONG ou de se juntar a Fernando Nobre na AMI o presidente que temos decidiu ignorar os limites do seu cargo e as competências das instituições europeias e fez mais uma das suas manifestações de provincianismo ao sugerir uma desvalorização do Euro. O antigo grande defensor dos mercados ignorou que as taxas de câmbio não são fixadas administrativamente e muito menos pelo Conselho, parece que aquele que se auto designou como um mísero professor tinha mesmo razão ao explicar que não percebeu como ganhou tanto dinheiro em acções cujos preços de venda e de compra foram fixados por Oliveira e Costa, pelos vistos ficou mesmo convencido das vantagens do método e imaginou que se fosse o mesmo Oliveira e Costa a fixar as taxas de câmbio do euro a Europa resolvia todos os seus problemas.