sábado, julho 02, 2011

Umas no cravo e outras na ferradura




Foto Jumento


Alfama, Lisboa
Jumento do dia


Cavaco Silva

De um presidente esperava-se que não copiava por uma questão de princípio, pelo menos deveria ser essa a mensagem que dele se esperava mesmo que tivesse copiado. Mas não, Cavaco Silva não copiava porque tinha medo e para os jovens a diferença entre copiar ou não copiar deve estar no medo.

 Olhar nos olhos

O Gaspar faz lembrar Cavaco Silva, parece ter receio de olhar os outros nos olhos, será tique ou teremos mais um Cavaco Silva?

 As pressões sobre a TVI e o negócio da RTP

Se o governo anterior foi marcado pelos diversos incidentes envolvendo a TVI, já é evidente que o actual ficará marcado pelo negócio da RTP, negócio que parece ter começado muito antes das eleições e que tudo leva a crer que se prolongará por muito tempo, tanto tempo quanto o que o PSD entender necessário manter uma boa parte das empresas de comunicação social nas mãos da nova central de comunicação. Enquanto nada de definitivo for decidido o governo terá nas mãos uma boa parte dos órgãos de comunicação social pois está sob chantagem, uns porque pertencem a grupos que estão interessados na privatização da RTP, outros porque pertencem a grupos interessados em não desestabilizar o negócio do mercado publicitário com uma privaização da RTP.
 
Compreende-se porque razão a maior das prioridades antes das eleições deixou de o ser quando Passos Coelho chega ao poder.

 Gostei da intervenção de Basílio Horta no debate do programa do Pedro

 
    
 

 Os chicos espertos

«As notícias sobre "os riscos" da privatização da RTP mostram o desespero dos canais privados de TV. Riscos para eles, obviamente, porque o grande argumento é só um.

O mercado não aguenta mais um canal a absorver publicidade. O mercado, entendamo-nos, são eles, SIC e TVI. Fora dele estão 10 milhões de portugueses que também não aguentam pagar por ano 300 milhões à RTP para facilitar a vida ou os erros de má gestão das privadas.

Já nos chega o défice agravado à conta dos 750 milhões de dívida da RTP. Porquê proteger este sector quando os outros estão sujeitos às saudáveis leis da concorrência e do mercado?

A protecção deve ser feita, sim, de forma a assegurar que os detentores dos canais tenham objectivos e projectos meramente profissionais e não sejam contaminados por outro tipo de influência. Não parecem recomendáveis espanhóis do PSOE que mandam lucros para Espanha ou empresários que têm de despedir levas de funcionários por má gestão em empresas cotadas na Bolsa, à beira de falir, que funcionam como empresas familiares. E a CMVM não actua... As televisões fazem muito a opinião pública. Por isso, nenhum Governo até agora teve coragem de se retirar da RTP e de afrontar as privadas. Tiro o chapéu a Passos Coelho! » [CM]

Autor:

Manuela Moura Guedes.
 
PS: Isto está a aquecer ao ponto de a Dona Moniz estar supostamente a trabalhar para a SIC e atacar as duas estações de televisão privada da forma como o faz. Estará a defender a Ongoing do marido ou a Cofina a que pertence o Correio de Manhã onde escreve, ou os dois?

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «»
  
 Um liberalismo

«Tem-se dito e escrito que este Governo é o mais liberal de sempre da democracia portuguesa. Isso é verdade. Mas convém saber, com exactidão, em que consiste esse liberalismo.

O Governo é certamente liberal em termos económicos. O seu programa revela a vontade já anunciada de ir mais longe nas privatizações do que o memorando de entendimento requer, de substituir a intervenção directa pela regulação, etc. O Governo continua a ser liberal em relação ao modo como vê as restantes funções do Estado, especialmente na área social. Aí surge a ideia de passar para privados ou para o terceiro sector muitas das valências já existentes. Além disso, em vez de instituições justas e direitos de cidadania, o Governo propõe "caridadezinha", ou seja, cantinas sociais, roupas e medicamentos para os mais pobres.

Note-se, no entanto, que este não é um Governo que advogue a versão mais extremada do liberalismo anti-igualitário a que se chama "libertarismo". O libertarismo consiste na defesa de um Estado mínimo, sem quaisquer funções sociais ou redistributivas, e anti-paternalista nos costumes. Há alguns simpatizantes deste libertarismo entre a nova elite do PSD, mas são muito minoritários.

Na verdade, a visão dominante no Governo é mais liberal-conservadora do que libertarista. O liberalismo deste Governo fica reduzido à esfera económica e social e é conjugado com uma postura conservadora em matéria de costumes, tal como defende o CDS. Isso nota-se em muitas passagens do programa, como por exemplo no recurso retórico aos valores da família (ao mesmo tempo que lhe são retirados benefícios reais).

Um aspecto em aberto é o de saber se o liberalismo anti-igualitário e conservador deste Governo será ou não democrático. Parece-me significativo que Passos Coelho tenha nomeado como seu assessor político alguém que considero ser o nosso mais talentoso crítico da democracia: o meu amigo e ex-aluno Miguel Morgado. Uma das ideias fortes do Miguel é a de que "todos os Governos funcionantes são autoritários" e que, em democracia, não é possível a existência de autoridade. Isso leva-me a pensar que a grande tentação do actual Governo, no seu afã de ser "funcionante", consistirá em invocar uma espécie de estado de emergência - a lembrar Carl Schmitt - devido à ameaça de bancarrota, impondo autoritariamente à sociedade portuguesa uma liberalização radical da economia e das funções sociais do Estado, muito para além do memorando de entendimento e contra o espírito da Constituição. Para isso não será necessário um golpe de Estado no sentido clássico. A invocação da absoluta excepcionalidade do momento será suficiente, desde que os restantes órgãos de soberania, em especial o Presidente, deixem passar a procissão. » [DE]

Autor:

João Cardoso Rosas.
  
 Isto começa mal
  
 
«Os ministros Vítor Gaspar, Miguel Relvas e Paulo Portas são aqueles em que os portugueses depositam maiores expectativas quanto à possibilidade de fazerem um bom mandato no Governo.
 
No pólo oposto aparecem Àlvaro Santos Pereira, Miguel Macedo e Paulo Macedo como os ministros que menos confiança parecem ter gerado nos portugueses até agora. » [Expresso]

Autor:

Um governo que gera pouca esperança.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a gargalhada que o dr. Macedo merece.»
    

 Falso argumento para aumentar os impostos

«O dramatismo em torno do valor do défice público no primeiro trimestre, que segundo o INE chegou a 7,7% do Produto Interno Bruto (PIB), é excessivo e estará a ser baseado na leitura de dados algo voláteis e com problemas de sazonalidade.

Especialistas ouvidos pelo Dinheiro Vivo e os próprios números do INE mostram que o défice sobe sempre nos primeiros trimestres do ano devido ao método de contabilização dos impostos e de algumas despesas.

O desequilíbrio das contas públicas nos primeiros três meses deste ano superou em 1,8 pontos percentuais o valor médio previsto para 2011 (5,9%) - o compromisso estabelecido com a 'troika'.» [Dinheiro Vivo]

Parecer:

Ou então o Gaspar sabe pouco da coisa.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aguarde-se pela evolução da execução orçamental.»
  
 Mais uma do malandreco do Sócrates
«A jornalista já não vai ter um programa na SIC, revelou a própria à agência Lusa, dizendo que tal se ficou a dever a uma decisão do presidente da Impresa.

"É verdade, não vou para a SIC. Não tenho vínculo com a SIC e não vou ter porque o dr. Balsemão não quer", declarou a jornalista à agência Lusa.» [DN]

Parecer:

E ninguém questiona a razão porque o programa da dona Moniz foi adiado para depois das eleições  e agora já não vai haver programa? Bem, pelo menos o Estado poupou uns milhares de euros, com a ida para a SIC a dona Moniz deixou de estar doente e a viver à conta dos contribuintes.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao Aníbal se não vai fazer um pequeno comentário, nem que seja no Facebook.»
  
 O Aníbal tinha medo de copiar

«O Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, diz que foi para a política por "coisas do destino" e tinha "medo de copiar", reconheceu esta sexta-feira que "a matemática não é fácil", mas pediu aos jovens para estudar.» [CM]

Parecer:

Prefiro os que não copiam por uma questão de ética.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao Aníbal se nunca perdeu o medo.»
  
 O ministro da Economia fala como um cavador
«E garantiu: "As obras públicas só serão feitas com base em critérios de competitividade. Não vamos fazer obras chutando os custos para os nossos filhos."» [DE]

Parecer:

Quando um dia Jorge Coelho falou de buracos orçamentais o então ministro das Finanças comentou dizendo que o líder socialista tinha linguagem de cavador. Sucede mais ou menos o mesmo com o Álvaro, só que pelos argumentos é um cavador evoluído.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao Álvaro se comprou tudo, incluindo carros e casas, a pronto pagamento.»
  
 Imposto extraordinário pode ser inconstitucional

«O imposto extraordinário anunciado pelo primeiro-ministro é necessário face à derrapagem do défice, mas pode violar princípios constitucionais se for aplicado aos rendimentos do ano todo, devido à não retroactividade fiscal, defenderam especialistas ouvidos pela Agência Lusa.

Na quinta-feira, o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, anunciou que o Executivo vai adotar, apenas este ano, um imposto extraordinário em sede de IRS equivalente a 50 por cento do subsídio de Natal, no excedente do salário mínimo nacional.» [DE]

Parecer:

Nem o Pedro nem o Gaspar pensaram no que decidiram.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se para ver.»
  
 Caso Strauss-Khan: e agora?

«Fontes do processo citadas pelo The New York Times referem que a credibilidade da alegada vítima foi posta em causa, já que a guineense de 32 anos tem possíveis ligações a actividades criminosas como tráfico de droga e lavagem de dinheiro. Referem mesmo que foram feitos vários depósitos na conta da alegada vítima e que foram descobertos telefonemas da empregada a discutir sobre os eventuais benefícios de avançar com a acusação.» [DE]

Parecer:

Seria interessante ler novamente o muito que foi escrito por aí acerca de Strauss-Khan.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Lamente-se o caso.»