sábado, julho 30, 2011

Umas no cravo e outras na ferradura




Foto Jumento


Ponte Vasco da Gama, Lisboa
Jumento do dia


Paulo Macedo, ministro da Saúde

Paulo Macedo concluiu que considerando os hospitais privados há serviços hospitalares a mais. Qual é a solução? Cortar nos públicos. Seguindo esta brilhante lógica por cada hospital privado que seja aberto fechará um hospital Público. É uma pena que não seja possível a uma empresa privada criar um ministério da Saúde, fechava-se o do Paulo Macedo.

 Não me poluam a praia

Parece que lá para as minhas bandas começamos a ter de estar com atenção quando damos uma volta pela praia, começam a aparecer sinais evidentes de poluição. Um dia destes aquilo fica cheio de agentes da secreta, emails de fugas de informação, bactérias que provocam doenças prolongadas e outras coisas má.

PS: Um esclarecimento ao jornalista do CM, a Praia Verde situa-se no concelho de Castro Marim. Vila Real de Santo António é um dos raros concelhos com descontinuidade territorial, a s praias do Cabeço, Praia Verde e Altura pertencem a Castro Marim, depois recomeça o concelho de Vila Real de Santo António que vai até Cacela Velha.

 Será piloto de Fórmula 1?

 
Há algo de estranho nas contratações dos gabinetes divulgadas pelo governo na página há tanto prometida. Passos Coelho contratou três motoristas, o senhor Jorge Morais (46 anos)  que vai ganhar 583,58  €  (brutos), o senhor António Figueira (44 anos) que ganhará 675,78 € e o senhor Paulo Barra (40 anos) que ganhará  772,00  €.
  
Mas parece que Francisco José Viegas, secretário de Estado da Cultura prefere jovens pilotos de Fórmula 1 a cotas e contratou o jovem André Viola de 21 anos que vai ganhar nada mais, nada menos do que 1.866,73€. Isto é, o secretário de Estado paga a um jovens inexperiente quase tanto quanto o primeiro-ministro paga a três motoristas. Ou é um motorista muito culto ou tem mestrado em condução e doutoramento no MIT, ganha muito mais do que um jovem bolseiro a fazer investigação numa universidade portuguesa.
     
 

 Portugal 2010

«Antes de ligar o computador espalhei sobre a secretária as projecções dos organismos que mais me interessavam: Governo, Banco de Portugal, INE, Eurostat e Troika.

A imagem que delas sobressai está ligada a cortes. Vamos cortar em tudo: no consumo, no investimento e no produto; no emprego, na educação e na saúde; nos salários, nos subsídios e nas pensões. Lembrei-me do Eça: se V.Exas. nos cortam tudo, que poderemos nós cortar a V.Exas?

O corte que mais me preocupa é o do investimento. Medido em percentagem do PIB, este indicador representava 27% em 2000 e era dos mais altos da Zona euro. Depois foi caindo, caindo, e em 2010 estava reduzido a 19%. A cumprirem-se as actuais projecções, o percurso mantém-se e chegará aos 16% em 2012, um número arrepiante. Como o investimento é o principal motor do crescimento económico, adivinha-se o abismo para que nos estão a empurrar.

Acresce que ao investimento está associado o emprego, um fenómeno muito sensível e que mexe com toda a gente. Nos últimos 10 anos terminados em 2010, a taxa de desemprego subiu seis pontos para os 10,8% da população activa. E para 2011-12 admite-se a destruição de mais 100 mil postos de trabalho, o que elevará aquela taxa para os 13,2%. Consultei registos até aos anos sessenta do século passado: não há memória de um pesadelo assim.

O problema dos salários é diferente. Ainda que muito baixos em termos absolutos, não se pode dizer o mesmo quando os comparamos com a produtividade, já que o seu peso no PIB tem andado pelos 50%, dos mais elevados da Europa. Mas a crise da dívida alterou tudo: as expectativas baixaram tanto que bem poderemos dar-nos por satisfeitos se mantivermos os salários nominais, o que só por si significa uma perda equivalente à taxa de inflação.

O cenário é desolador. E na sua origem está a necessidade imperiosa de travar as dívidas. O problema é que as dívidas mantêm uma trajectória de subida que parece não ter fim. Não se pense que isto é uma crítica ao Governo; ele não tinha alternativa. O que eu critico são as três entidades que se propuseram "ajudar-nos" e escolheram como instrumento a asfixia. Como economista, tenho extrema dificuldade em perceber como é que se pára uma recessão profunda promovendo uma recessão ainda maior.

Que modelo é este?» [DE]

Autor:

Daniel Amaral.
   
 Gizem, Yasin

«Na primeira lista dos mortos de Utoya, várias dezenas não tinham foto. Só o nome e a idade. Em contraste com a imagem encenada do seu matador, os mortos não esperavam ser notícia. Não deixaram testamentos, manifestos, vídeos. E, nestes primeiros dias, é normal que quem os conhecia não esteja disponível para falar deles. É tempo de chorar, de aprender a aceitar que aconteceu mesmo, que houve mesmo alguém com uma arma automática a caçar miúdos de esquerda num ilhéu da Noruega.

Era, no entanto, de conhecer cada uma destas caras, cada um destes nomes, cada uma destas histórias que precisávamos. Por exemplo, Yasin Jamil Rafal, 20 anos, origem iraniana. Por exemplo, Gizem Dogan, turca, 17 anos. Quem eram? Que queriam? Que pensavam? Tão bonitas as duas, cabelos negros soltos e rostos descobertos, que Breivik caçou e abateu em Utoya, talvez não acreditando na sua sorte - fora para matar noruegueses "traidores", "multiculturalistas e politicamente correctos", desses que "aceitam" imigrantes "de outras raças" e que acham (incrível) que somos todos iguais e apanhou gente com origem nos "países muçulmanos", ainda por cima mulheres, as mulheres que no seu vídeo de propaganda histérico e básico são, gravidez representada como bomba-relógio, veículo da jihad (guerra santa) reprodutiva. No vídeo de Breivik, aliás, as mulheres são ou isso - exército de reprodutoras - ou vítimas de "violações de muçulmanos". E não é só no machismo que o vídeo e as ideias de Breivik se encontram com as do líder da Al-Qaeda, à qual tantos acorreram a atribuir os actos terroristas de 22 de Julho. Porque aquilo que Laden, Breivik e apaniguados querem destruir é exactamente o mesmo: a democracia ocidental, com o seu ideal de abertura, paz, diversidade, liberdade individual, laicidade, cosmopolitismo. O oposto dos mundos tribais, tradicionalistas, fechados e autoritários, de "verdadeiros cristãos" ou "verdadeiros europeus" e "verdadeiros muçulmanos" que são o seu reino mítico.

Assim, vindo do mesmo sítio - o ódio e o pavor do "outro" - que a motivação de Breivik, as acusações iniciais ao terrorismo islâmico que surgiram nos media faziam afinal um sentido, mesmo se tristemente irónico. Uma tão triste ironia como a do facto de a presença de Gizem e Yasin naquela ilha simbolizar o contrário absoluto daquilo que Breivik diz combater - não a "colonização do mundo ocidental pelo Islão" mas aquilo que Ben Laden mais receava, o triunfo das ideias liberais junto daqueles que acreditava serem o "seu" reduto, ideias cujo apelo e força ecoam nas revoluções que desde a Primavera abalam o mundo árabe.

Cada um dos 76 mortos desta tragédia é um símbolo e um aviso. Mas Gizem e Yasin podem bem ser a sua imagem mais pungente, aquela que nos diz que podemos vencer esta guerra contra o medo e o terror e o ódio. E que o caminho é o anunciado pelo deslumbrante PM norueguês: mais liberdade, mais igualdade, mais fraternidade. Mais e mais e mais democracia. » [DN]

Autor:

Fernanda Câncio.
  
 Leitura de Verão: Balsemão e Ongoing

«Luta livre entre dois poderosos grupos de imprensa: à minha esquerda, com o peso da tradição, a Impresa; à minha direita, com o peso da ambição, a Ongoing. A coisa anda à volta de um alvo externo, a RTP, mas já meteu política (com uma vítima colateral, Bernardo Bairrão) e já meteu espiões (com um chefe da secreta que abjurou o secretismo e agora já faz capas de jornais). Este último aspecto, claro, é o que mais me excita. Desde a II Guerra Mundial (Hotel Aviz, Avenida Palace, MI-5, Abwehr...) que não se falava tanto de espiões em Portugal. O ex-chefe do SIED, uma história de espiões tem de ter siglas, Jorge Silva Carvalho, falou para o DN e lançou-nos outra sigla, aquela para onde agora trabalha: OSS (Ongoing Shared Services). Até agora, confesso, percebia pouco dos escândalos à volta deste caso (culpa minha por insistir em ler jornais), mas tudo se me iluminou com as três letrinhas: OSS. É que houve outra: a Office of Strategic Services, a americana OSS que por cá andou, na II Guerra, a treinar-se para ser CIA. Essa OSS dos anos 40 teve uma glória. Aliciou os notários portugueses - de cada vez que havia uma transacção de 100 contos os americanos ficavam a saber - e, no fim da guerra, a OSS tinha o rol dos testas-de-ferro que ficaram com os bens alemães. Sobre questões financeiras, aqueles espiões foram admiráveis. Chave para este livro de espionagem: ontem e hoje, do cifrado para os cifrões o caminho é curto.» [DN]

Autor:

Ferreira Fernandes.
  
 Socialismo Tecnológico - II

«A Internet, em duas décadas, contribuiu mais para a libertação dos indivíduos e dos povos do que o movimento comunista ao longo de um século.

Por uma razão. O comunismo sempre se entendeu como um movimento de cima para baixo; enquanto a Internet como um processo de baixo para cima.

Na teoria, de Marx, o comunismo é uma boa ideia. Abolição das classes e do Estado, livre associação dos indivíduos, economia distributiva segundo as necessidades de cada um. Na prática, contudo, o comunismo, sobretudo após Lenine, entendeu-se como conquista do aparelho de Estado a partir do qual se implementam top-down as grandes mudanças sociais e culturais. Resultado: regimes ditatoriais, opressão generalizada, ausência de liberdade e iniciativa, incompetência económica.

Pelo contrário, a Internet, criação libertária que nunca se pensou como vanguarda de coisa nenhuma, tem vindo a realizar parte significativa do projeto comunista. Aboliu fronteiras, diferenças de classe, étnicas e culturais, gerou uma economia do talento, da dádiva e da troca, permitiu a mais livre e total expressão de ideias (mesmo as que se opõem ao próprio meio). Mais do que uma nova ideologia, a Internet criou uma nova cultura.

A esquerda atual é ainda, na sua essência, herdeira do comunismo leninista. Ou seja, continua a pensar que só é possível realizar as transformações, que julga ser necessário empreender na sociedade, a partir da conquista do Estado.

Ora a realidade vem demonstrar que as novas tecnologias da informação, e sobretudo a Internet, têm um poder de transformação muito superior a qualquer ação via máquina do Estado. Aliás, a política corrente mostra como o Estado é um aparelho no mínimo conservador e em geral opressivo e prejudicial à vida e liberdade dos cidadãos.

A força da Internet reside em dois grandes pilares que estão ausentes da prática partidária e da atividade do Estado. Partilha e cooperação. Fomos educados na convicção de que as pessoas estão agarradas à posse, à propriedade, e detestam a ideia de partilhar com os outros aquilo que lhes pertence. Esquece-se contudo que a partilha, enquanto ação de muitos, dá origem a uma efetiva cooperação de que todos beneficiam. A partilha neste sentido é sobretudo um ato de pragmatismo, serve para aprender e melhorar capacidades próprias. É isso a rede. Veja-se o sucesso das redes sociais ou o extraordinário sucesso da Wikipedia, do Creative Commons, em que os autores autorizam o uso por outros das suas criações ou do Open Source, verdadeiro modelo de uma economia não-capitalista.

Tudo isto significa que a esquerda histórica e convencional está a ser claramente ultrapassada, nas suas próprias premissas, pela cultura da Internet. Ou seja, enquanto os partidos e organizações que se pretendem da esquerda continuam a perseguir o velho sonho da conquista do aparelho de Estado, como forma de realizar uma sociedade mais justa e mais livre, esta já está a ser criada, todos os dias, por milhões de utilizadores da Internet em todo o mundo.
 
O socialismo da ação política e partidária está definitivamente obsoleto, enquanto um novo socialismo on-line e de base tecnológica vai crescendo e realizando, sem moralismos nem fanatismos, verdadeiras revoluções económicas e culturais.

Não penso, como alguns, que basta integrar na prática política corrente estes novos meios e novas ideias. Não é criando meros sites e páginas no Facebook que os partidos se adaptam à realidade. Não será, por essa via ingénua, que os velhos partidos "falam" com os jovens. Como se a Internet fosse uma coisa exclusiva da juventude e não um movimento civilizacional global.

Em suma, um novo socialismo, e mesmo se se quiser um novo comunismo de perfil libertário (tal como o foi na origem), vai emergindo completamente à margem das velhas ideologias, do papel do Estado e do próprio capitalismo.

Assim, mais do que reformar partidos e organizações de classe, importa sobretudo sociabilizar por todos os meios as novas tecnologias, tornando-as ainda mais acessíveis, pois é dessa sociabilização que nascerá uma sociedade mais justa, mais livre, mais participada e, já agora, mais criativa.» [Jornal de Negócios]

Autor:

Leonel Moura.
     

 Estava no céu...

«Conseguiu-o há duas semanas e, além de ter fintado toda a segurança, ainda roubou a Taça Cândido de Oliveira (Supertaça) e a Taça do Campeonato 2010/2011, que estavam no gabinete da presidência. Com os troféus erguidos, deu seis voltas ao campo e fingiu ser Villas--Boas, dando ordens a jogadores imaginários. Depois voltou ao gabinete de Pinto da Costa, onde dormiu 10 horas. Foi apanhado após ter ligado do telefone fixo e ter dito à mãe "que estava no céu". A segurança percebeu que alguém estava no local e surpreendeu-o.» [CM]
     
 Desta vez foi uma loira de verdade, não foi a das anedotas
  
«Uma loira ao volante de um Bentley Azure de 285 mil euros tornou um desfile de carros de sonho no Mónaco num pesadelo para as seguradoras. É que a expedita condutora conseguiu fazer embater o seu carro num Ferrari F430 (159 mil euros), num Porsche 911 (91 mil) e num Aston Martin Rapide (160 mil). A carambola, feita a pequena velocidade, vai, ainda assim, custar mais 45 mil euros em despesas de oficina. O acidente promete dar que falar no principado, onde se adivinha que será tema de novas anedotas sobre os dotes das loiras ao volante.» [CM]
     
 Jornal Público mentiu

«"A notícia [do Público] é completamente falsa", disse à Lusa um porta-voz do ex-primeiro-ministro, que se encontra em Espanha, acrescentando que "não só nunca foram dadas orientações como as que são referidas na notícia, como José Sócrates nunca teve relações directas com o ex-director do SIED".

O Público noticia hoje que o anterior director do SIED "transmitiu informações ao grupo Ongoing, para o qual foi contratado após ter saído das 'secretas', com autorização do então primeiro-ministro, José Sócrates".» [Expresso]

Parecer:

Já é um hábito o Público fazer manchetes com mentiras.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Esqueça-se o pasquim belmirista.»
  
 E Marques Mendes também é um grande mentiroso

«A administração da Caixa Geral de Depósitos vai "ainda hoje emitir um esclarecimento sobre a política de recursos humanos" para demonstrar que as declarações de Marques Mendes sobre a nomeação de 300 pessoas depois das eleições "não correspondem à realidade".

As declarações do doutor Marques Mendes não correspondem à realidade, porquanto não houve qualquer alteração no normal funcionamento da instituição, no que diz respeito à política de recursos humanos", afirmou à Lusa uma fonte oficial da Caixa Geral de Depósitos, que acrescentou que ainda hoje será emitido um esclarecimento sobre a política de gestão de recursos humanos, no qual será feito um comparativo sobre as nomeações antes e depois das eleições legislativas de junho.» [Expresso]

Parecer:

Pobre Marques Mendes ainda anda com mentiras infantis. Um idiota.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Homem pequenino ou é velhaco ou é dançarino.»
  
 Está explicado o corte do Gaspar

«Pedro Passos Coelho, questionado sobre as implicações do corte na despesas, afirmou que na administração indirecta do Estado haverá despedimentos. No caso dos funcionários públicos haverá rescisões amigáveis, mas noutros casos como fundações e instituições o governo vai proceder à sua extinção, diminuindo as transferências do Estado para as indemnizações compensatórias, garantiu o primeiro-ministro.» [i]

Parecer:

A procissão ainda vai no adro.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se para ver.»