terça-feira, maio 22, 2012

A Merkel e os Merkelzinhos são parvos.


Se a senhor Merkel soubesse fazer contas depressa chegaria à conclusão de que os custos para a Europa da crise grega são muito superiores a toda a dívida grega, muito provavelmente a própria economia alemã já terá sofrido custos superiores à dívida, ainda que compensados por benefícios resultantes da segurança oferecida ao investimento estrangeiro num quadro de turbulência e insegurança nos mercados.
  
A quebra do crescimento económico, a perda de actividade provocada pelas políticas de austeridade, a perda de influência internacional das economias europeias, a quebra do investimento na Europa, as perdas do sistema financeiro europeu, a fragilização da banca europeia, a destruição de numerosas empresas europeias, a perda de riqueza resultante do aumento do desemprego, feitas todas as contas as perdas da Europa são bem superiores à dívida grega.
  
O problema talvez não seja de tabuada, a verdade é que muita da riqueza que a Europa tem destruído vai busca-la aos mais protegidos, os governos estão mais empenhados em defender os grandes interesses, como os dos banqueiros, do que em promover o bem-estar dos seus cidadãos. No caso particular da senhora Merkel o egoísmo vai mais longe, a destruição das economias europeias favorece o domínio crescente da economia alemã. É uma lógica de guerra, pouco importa que se perda uma boa parte dos nossos exércitos ou que morram quase todos os nossos soldados, o importante é que se ganhe a guerra.
  
Por cá temos uns merkelzinhos, que hoje estão reunidos com a troika dando lugar a uma quadra, que são mais merkelistas do que a senhora Merkel e que parece sentirem prazer em destruir empregos e empresas portuguesas e em empobrecer os portugueses. Em tempos tive um cão, um enorme rafeiro alentejano, certo dia estava numa explanada e quando se aproximou um cão vadio enxotei-o, quando se aproximou o segundo já não tive tempo de o enxotar, levou uma corrida. Os nossos merkelistas são como o rafeiro alentejano, mal a dona diz o que quer é vê-los a repetir a ordem.
  
O resultado está à vista, destruição do tecido económico, falência de sectores inteiros da economia, tudo em nome de uma escola económica promovida pelo banco central alemão e de que os nossos merkelistas são sabujos defensores. Nem tão cedo a economia portuguesa conseguirá criar emprego que compense o que agora foi destruído, o país não recuperará as dezenas de milhares de quadros qualificados que custaram muitos milhões e foram empurrados para a emigração, os sectores tradicionais da economia nunca renascerão.
Mas é certo que a avaliação da troika vai ser um excelente, se calhar até terá um anexo de defesa do Miguel Relvas. Nem o governo, nem os restantes membros da quadra vão assumir as responsabilidades e muito menos o falhanço da política económica que adoptaram. Seria coragem a mais para gente desta.