Foto Jumento
Despindo o truque da estátua, Rua Augusta, Lisboa
Imagens dos visitantes d'O Jumento
Contraste [A. Cabral]
A mentira do dia d'O Jumento
Jumento do dia
Jumento do dia
Álvaro Santos Pereira
Graças à imaginação idiota do sô Álvaro, o homem do cluster das sandes de courato, o país sempre se pode divertir no meio da desgraça colectiva em que o governo o enfiou. Mas há um pequeno problema, o país paga ao sô Álvaro para ser ministro e não para ser bobo da corte, há muito que os governos portugueses não contam com tal figura.
«O ministro da Economia mostrou estar convicto de que a política de reformas estruturais será suficiente para fazer de Portugal um exemplo de crescimento a nível comunitário. Santos Pereira rejeitou flexibilizar as metas do défice e sublinhou ser um mal menor ter problemas de comunicação.» [Jornal de Negócios]
«O ministro da Economia mostrou estar convicto de que a política de reformas estruturais será suficiente para fazer de Portugal um exemplo de crescimento a nível comunitário. Santos Pereira rejeitou flexibilizar as metas do défice e sublinhou ser um mal menor ter problemas de comunicação.» [Jornal de Negócios]
Miguel Relvas
Aceitam-se propostas de datas para a realização da missa do sétimo dia deste promissor político e poderoso braço direito de Passos Coelho na sua ascensão a primeiro-ministro.
Da série cá se fazem cá se pagam
E era o governo de Sócrates que teria mandado as secretas andar a escutar Cavaco...
Exemplo de resiliência
O de um cadáver político que insiste em impedir que se faça o seu funeral.
Uma pergunta a Passos Coelho
Qual o crime ou abuso que justifica a demissão de Relvas, só será considerada a partir do crime de homícidio?
Se o DEO fosse uma canção qual seria a música?
Se o DEO fosse uma canção qual seria a música?
Recebida por email: Occupation?
Angela Merkel arrives at Passport Control at Charles de Gaulle airport, Paris.
- "Nationality?" - asks the immigration officer.
- "German" - she replies.
- "Occupation...?"
- "No, just here for a few days."
Maldita receita
«De facto, não obstante todo o esforço dos portugueses e da economia, a execução orçamental não está a correr bem, sobretudo do lado da receita - o que ameaça as metas de redução do défice e devia levar a repensar toda esta estratégia de austeridade excessiva, pretensamente expansionista.
A situação é esta: com 1/3 do ano já decorrido, e não obstante o aumento dos impostos, a receita fiscal acumulada diminuiu -3% face ao período homólogo do ano anterior, enquanto o Orçamento Rectificativo (OR 2012) pressupõe um aumento dessas receitas em 2,6% no conjunto do ano. É uma diferença abissal, que faz com que a meta comece a parecer longe de mais.
Este mau desempenho da receita fiscal, note-se, seria ainda pior não fora o facto de a receita dos impostos directos estar a crescer 3,3% (quando o OR 2012 prevê para este ano uma redução de -3,5%). Mas o resultado dos impostos directos é assimétrico: no IRC, a receita está a cair -16,6% (quando o OR 2012 previa que a queda se ficasse pelos -5,4%) e só no IRS a situação é mais favorável, com a receita a subir 9,6% (quando o OR 2012 contava com uma redução anual de -2,6%). Mas atenção: não só este crescimento homólogo da receita de IRS não é sustentável ao longo do ano (face à prevista redução das receitas de retenção na fonte por conta da eliminação dos subsídios) como fica a dever-se, essencialmente, a uma enorme redução dos reembolsos: -68,9% até ao final de Abril. Embora várias razões possam ajudar a explicar essa redução, uma redução tão expressiva resultará, em boa parte, dos atrasos que este ano se verificaram, com grave prejuízo das famílias, no processamento dos reembolsos por parte do Ministério das Finanças. Nessa medida, a melhoria aqui é apenas aparente.
Seja como for, o comportamento negativo da receita fiscal é fundamentalmente devido ao mau desempenho dos impostos indirectos (mais sensíveis ao agravamento da recessão), cuja receita diminuiu -6,7%, quando o OR 2012 previa, para o conjunto do ano, um aumento de 7,4%.
Entre os impostos indirectos, avulta a queda de -7,8% na receita do ISP (bem pior do que os -2,1% previstos no OR 2012) e, sobretudo, a queda de -3,5% na receita do IVA (quando o OR 2012 projectava um crescimento, para o conjunto do ano, de 11,6%!). Um tal decréscimo acumulado nas receitas do IVA, em quatro meses, tem de ser considerado muito preocupante, até porque incorpora já alguma reestruturação do IVA, designadamente o aumento do IVA sobre a energia, decidido ainda em 2011.
É certo, temos de ter presente que o efeito dos aumentos do IVA decididos pelo Governo só será integralmente visível nos dados da execução orçamental referentes a Maio - pelo que só nessa altura se poderá fazer uma avaliação definitiva. Mas não adianta ignorar os sinais que são já evidentes: tudo indica que o Governo estimou mal as consequências recessivas das suas medidas de austeridade "além da ‘troika'" e estimou ainda pior os efeitos da recessão na evolução das receitas fiscais. É por isso que os resultados, manifestamente desastrosos para a economia e para o emprego, se revelam cada vez mais contraproducentes também do ponto de vista da redução do défice. Perante isto, alguma coisa o Governo vai ter de fazer. Para melhor, espera-se. Para pior já basta assim.» [DE]
A situação é esta: com 1/3 do ano já decorrido, e não obstante o aumento dos impostos, a receita fiscal acumulada diminuiu -3% face ao período homólogo do ano anterior, enquanto o Orçamento Rectificativo (OR 2012) pressupõe um aumento dessas receitas em 2,6% no conjunto do ano. É uma diferença abissal, que faz com que a meta comece a parecer longe de mais.
Este mau desempenho da receita fiscal, note-se, seria ainda pior não fora o facto de a receita dos impostos directos estar a crescer 3,3% (quando o OR 2012 prevê para este ano uma redução de -3,5%). Mas o resultado dos impostos directos é assimétrico: no IRC, a receita está a cair -16,6% (quando o OR 2012 previa que a queda se ficasse pelos -5,4%) e só no IRS a situação é mais favorável, com a receita a subir 9,6% (quando o OR 2012 contava com uma redução anual de -2,6%). Mas atenção: não só este crescimento homólogo da receita de IRS não é sustentável ao longo do ano (face à prevista redução das receitas de retenção na fonte por conta da eliminação dos subsídios) como fica a dever-se, essencialmente, a uma enorme redução dos reembolsos: -68,9% até ao final de Abril. Embora várias razões possam ajudar a explicar essa redução, uma redução tão expressiva resultará, em boa parte, dos atrasos que este ano se verificaram, com grave prejuízo das famílias, no processamento dos reembolsos por parte do Ministério das Finanças. Nessa medida, a melhoria aqui é apenas aparente.
Seja como for, o comportamento negativo da receita fiscal é fundamentalmente devido ao mau desempenho dos impostos indirectos (mais sensíveis ao agravamento da recessão), cuja receita diminuiu -6,7%, quando o OR 2012 previa, para o conjunto do ano, um aumento de 7,4%.
Entre os impostos indirectos, avulta a queda de -7,8% na receita do ISP (bem pior do que os -2,1% previstos no OR 2012) e, sobretudo, a queda de -3,5% na receita do IVA (quando o OR 2012 projectava um crescimento, para o conjunto do ano, de 11,6%!). Um tal decréscimo acumulado nas receitas do IVA, em quatro meses, tem de ser considerado muito preocupante, até porque incorpora já alguma reestruturação do IVA, designadamente o aumento do IVA sobre a energia, decidido ainda em 2011.
É certo, temos de ter presente que o efeito dos aumentos do IVA decididos pelo Governo só será integralmente visível nos dados da execução orçamental referentes a Maio - pelo que só nessa altura se poderá fazer uma avaliação definitiva. Mas não adianta ignorar os sinais que são já evidentes: tudo indica que o Governo estimou mal as consequências recessivas das suas medidas de austeridade "além da ‘troika'" e estimou ainda pior os efeitos da recessão na evolução das receitas fiscais. É por isso que os resultados, manifestamente desastrosos para a economia e para o emprego, se revelam cada vez mais contraproducentes também do ponto de vista da redução do défice. Perante isto, alguma coisa o Governo vai ter de fazer. Para melhor, espera-se. Para pior já basta assim.» [DE]
Autor:
Pedro Silva Pereira.
A oportunidade
«O cenário era previsível. No primeiro trimestre de 2012, a taxa de desemprego em Portugal atingiu 14,9% da população activa, a que correspondiam 819 mil desempregados, mais 130 mil do que no período homólogo do ano anterior.
Desde o segundo trimestre de 2008, quando a crise começou, já foram destruídos cerca de 400 mil empregos, uma loucura. E a tendência é para subir. Números do Eurostat alusivos a Março já referiam uma taxa de 15,3%.
Mas o último destaque do INE trazia elementos novos. A população total baixou, amputada em 34 mil pessoas, o que só pode ser atribuído à diferença entre mortes e nascimentos e aos fluxos migratórios. Mas a população activa baixou ainda mais, ao registar um corte de 73 mil pessoas, e a causa principal só pode ser a emigração. Quando os residentes de um país precisam de emigrar para sobreviver, é porque algo vai mal no Governo desse país.
Também a análise por classes, não sendo nova, arrepia só de ver: 416 mil desempregados são de longa duração, o que lhes confere um carácter estrutural; 247 mil têm mais de 45 anos, o que praticamente os exclui de qualquer emprego futuro; e 116 mil têm um curso superior, o que significa investir em activos qualificados que emigrarão logo a seguir. Confesso a minha perplexidade: estes senhores que nos governam conseguem dormir descansados?
Um olhar sobre os 27 países da União Europeia diz-nos que apenas dois têm um desemprego superior ao nosso: a Espanha e a Grécia. E tudo indica que a situação vai piorar. O investimento cai a pique. O PIB efectivo é muito inferior ao PIB potencial, o que sugere uma clara subutilização. E o principal objectivo deste Governo é publicar legislação que facilite os despedimentos. Falar de desemprego em Portugal é falar de um filme de terror.
Com isto chegamos a Passos Coelho e à sua famosa teoria das oportunidades. Há aqui uma oportunidade fabulosa. Com estes 819 mil desempregados podemos constituir uma empresa, gerar um PIB de 30 mil milhões de euros por ano, afectar metade deste valor a salários e com eles aumentar a receita de impostos e eliminar o défice orçamental. Deus é grande, aleluia! E assim acabam os problemas do crescimento económico e da criação de emprego.
Obrigado senhor primeiro-ministro.» [Diário Económico]
Desde o segundo trimestre de 2008, quando a crise começou, já foram destruídos cerca de 400 mil empregos, uma loucura. E a tendência é para subir. Números do Eurostat alusivos a Março já referiam uma taxa de 15,3%.
Mas o último destaque do INE trazia elementos novos. A população total baixou, amputada em 34 mil pessoas, o que só pode ser atribuído à diferença entre mortes e nascimentos e aos fluxos migratórios. Mas a população activa baixou ainda mais, ao registar um corte de 73 mil pessoas, e a causa principal só pode ser a emigração. Quando os residentes de um país precisam de emigrar para sobreviver, é porque algo vai mal no Governo desse país.
Também a análise por classes, não sendo nova, arrepia só de ver: 416 mil desempregados são de longa duração, o que lhes confere um carácter estrutural; 247 mil têm mais de 45 anos, o que praticamente os exclui de qualquer emprego futuro; e 116 mil têm um curso superior, o que significa investir em activos qualificados que emigrarão logo a seguir. Confesso a minha perplexidade: estes senhores que nos governam conseguem dormir descansados?
Um olhar sobre os 27 países da União Europeia diz-nos que apenas dois têm um desemprego superior ao nosso: a Espanha e a Grécia. E tudo indica que a situação vai piorar. O investimento cai a pique. O PIB efectivo é muito inferior ao PIB potencial, o que sugere uma clara subutilização. E o principal objectivo deste Governo é publicar legislação que facilite os despedimentos. Falar de desemprego em Portugal é falar de um filme de terror.
Com isto chegamos a Passos Coelho e à sua famosa teoria das oportunidades. Há aqui uma oportunidade fabulosa. Com estes 819 mil desempregados podemos constituir uma empresa, gerar um PIB de 30 mil milhões de euros por ano, afectar metade deste valor a salários e com eles aumentar a receita de impostos e eliminar o défice orçamental. Deus é grande, aleluia! E assim acabam os problemas do crescimento económico e da criação de emprego.
Obrigado senhor primeiro-ministro.» [Diário Económico]
Autor:
Daniel Amaral.
Isto vai de mal a pior e a orquestra continua a tocar
«O Conselho de Finanças Públicas diz que não devemos voltar aos "mercados" em 2013. À frente desta instituição está uma considerada economista, a prof.ª Teodora Cardoso, que, sem alvoroço mas com firmeza, nos adverte da gravidade da situação. O Governo diz que não: está tudo no "bom caminho" e não há razões para nos inquietarmos. Não que não há. A OCDE, por seu turno, informa que Portugal tem de pedir mais dinheiro emprestado. O Governo tenta apaziguar os ânimos e tranquilizar-nos com um discurso tonto, que contraria tudo aquilo proveniente de estudos e de pessoas qualificadas.
Não há clareza no que diz o Executivo. Tudo o que diz o Executivo é nebuloso, contraditório, um processo de negação das evidências, que começa a assustar mais do que os sustos diários embutidos por esta gente. Vai-se sabendo, perante os factos e as circunstâncias, que a perturbação política e a barafunda mental dos governantes atinge aspectos medonhos.
O patronato também não sabe o que fazer, depois de ter feito o que fez, com aquela miserável concertação social, na qual João Proença (já arrependido, ao que se deduz pelos seus ziguezagues) expôs um pouco o papel de sendeiro, depois de posar de leão. A incompetência generalizada dos membros do Executivo sobressalta. Veio, agora, o dr. Ferraz da Costa, presidente do Fórum para a Competitividade, declarar que o ministro da Economia, o romancista Álvaro Santos Pereira, autor desse admirável "Diário de um Deus Criacionista" (dizem que também é professor, valha-nos a Providência Divina!) não percebe nada do que diz e muito menos do que pratica. Está desfasado da realidade portuguesa, acrescenta, grave, o dr. Ferraz.
Pouco a pouco, fomo-nos apercebendo de que este Governo do dr. Passos Coelho é um almofariz de ineptos, e as críticas mais aceradas provêm de gente como a dr.ª Manuela Ferreira Leite, que não perde uma vezada sem ferrar uma picadela nos governantes, por sinal do seu partido. Sabe-se que a dr.ª Manuela detesta o dr. Passos e, acaso, estas ferroadas comportem algum ressentimento; mas que fazem doer, lá isso…
Também o Pacheco Pereira (que Eduardo Prado Coelho desprezava, e a quem designava por "o pobre Pacheco") aplica cada sarrafada nos lombos de Passos e sua gente, que dá que pensar. É claro que o Pacheco também sofre de mal do ressentido, e o seu despeito chega a ser ridículo - mas as coisas e os actos são o que são. Nada a fazer.
A frase oficial "estamos no bom caminho" não é só um ludíbrio como insultuosa. Estamos no bom caminho de quê? Do precipício, como tudo indica? Ninguém, do Governo, nos explica, nos esclarece, nos ilumina. A tese do "empobrecimento" tornou-se num parágrafo (sinistro parágrafo) do breviário neoliberal, de que Passos Coelho e os seus são cegos defensores. Anteontem, a Direcção-Geral do Orçamento informou que o défice do Estado, nos primeiros quatro meses deste ano, apresentou um saldo negativo de três mil milhões de euros, um aumento substancial, que se avoluma mensalmente, sem que seja travado. O Governo demonstra uma desorientação apavorante.
Quando é que isto termina?
Apostila - Acabo de ler, detidamente, o belíssimo livro de narrativas "O Tempo Envelhece Depressa", o último editado pela Dom Quixote depois da morte de Antonio Tabucchi. É um texto vário e extremamente fascinante, uma reflexão sobre o acto de viver e as responsabilidades daí decorrentes. Não conheço, na literatura europeia actual, um autor que consiga criar uma atmosfera tão densa e, até, misteriosa, como Tabucchi. Tenho seguido a sua obra desde "A Mulher de Porto Pim", e considero "O Fio do Horizonte" (que permitiu um belíssimo filme de Fernando Lopes) e "Nocturno Indiano" do melhor que a literatura tem produzido. Tabucchi nunca abdicou da condição cívica e, dezenas de vezes, escreveu artigos severíssimos acerca da questão italiana, zurzindo, implacavelmente, Berlusconi e o que ele considerava ser "uma quadrilha de gente indigna." Um extraordinário escritor e um inesquecível europeu. Hei-de, um dia destes, contar as circunstâncias em que nos conhecemos e trocámos livros.» [Jornal de Negócios]
Não há clareza no que diz o Executivo. Tudo o que diz o Executivo é nebuloso, contraditório, um processo de negação das evidências, que começa a assustar mais do que os sustos diários embutidos por esta gente. Vai-se sabendo, perante os factos e as circunstâncias, que a perturbação política e a barafunda mental dos governantes atinge aspectos medonhos.
O patronato também não sabe o que fazer, depois de ter feito o que fez, com aquela miserável concertação social, na qual João Proença (já arrependido, ao que se deduz pelos seus ziguezagues) expôs um pouco o papel de sendeiro, depois de posar de leão. A incompetência generalizada dos membros do Executivo sobressalta. Veio, agora, o dr. Ferraz da Costa, presidente do Fórum para a Competitividade, declarar que o ministro da Economia, o romancista Álvaro Santos Pereira, autor desse admirável "Diário de um Deus Criacionista" (dizem que também é professor, valha-nos a Providência Divina!) não percebe nada do que diz e muito menos do que pratica. Está desfasado da realidade portuguesa, acrescenta, grave, o dr. Ferraz.
Pouco a pouco, fomo-nos apercebendo de que este Governo do dr. Passos Coelho é um almofariz de ineptos, e as críticas mais aceradas provêm de gente como a dr.ª Manuela Ferreira Leite, que não perde uma vezada sem ferrar uma picadela nos governantes, por sinal do seu partido. Sabe-se que a dr.ª Manuela detesta o dr. Passos e, acaso, estas ferroadas comportem algum ressentimento; mas que fazem doer, lá isso…
Também o Pacheco Pereira (que Eduardo Prado Coelho desprezava, e a quem designava por "o pobre Pacheco") aplica cada sarrafada nos lombos de Passos e sua gente, que dá que pensar. É claro que o Pacheco também sofre de mal do ressentido, e o seu despeito chega a ser ridículo - mas as coisas e os actos são o que são. Nada a fazer.
A frase oficial "estamos no bom caminho" não é só um ludíbrio como insultuosa. Estamos no bom caminho de quê? Do precipício, como tudo indica? Ninguém, do Governo, nos explica, nos esclarece, nos ilumina. A tese do "empobrecimento" tornou-se num parágrafo (sinistro parágrafo) do breviário neoliberal, de que Passos Coelho e os seus são cegos defensores. Anteontem, a Direcção-Geral do Orçamento informou que o défice do Estado, nos primeiros quatro meses deste ano, apresentou um saldo negativo de três mil milhões de euros, um aumento substancial, que se avoluma mensalmente, sem que seja travado. O Governo demonstra uma desorientação apavorante.
Quando é que isto termina?
Apostila - Acabo de ler, detidamente, o belíssimo livro de narrativas "O Tempo Envelhece Depressa", o último editado pela Dom Quixote depois da morte de Antonio Tabucchi. É um texto vário e extremamente fascinante, uma reflexão sobre o acto de viver e as responsabilidades daí decorrentes. Não conheço, na literatura europeia actual, um autor que consiga criar uma atmosfera tão densa e, até, misteriosa, como Tabucchi. Tenho seguido a sua obra desde "A Mulher de Porto Pim", e considero "O Fio do Horizonte" (que permitiu um belíssimo filme de Fernando Lopes) e "Nocturno Indiano" do melhor que a literatura tem produzido. Tabucchi nunca abdicou da condição cívica e, dezenas de vezes, escreveu artigos severíssimos acerca da questão italiana, zurzindo, implacavelmente, Berlusconi e o que ele considerava ser "uma quadrilha de gente indigna." Um extraordinário escritor e um inesquecível europeu. Hei-de, um dia destes, contar as circunstâncias em que nos conhecemos e trocámos livros.» [Jornal de Negócios]
Autor:
Baptista-Bastos.
Não foi no Canal Caveira, foi no Gigi
«O ministro-Adjunto e dos Assuntos Parlamentares jantou com o ex-expião Jorge Silva Carvalho em 5 de agosto do ano passado num restaurante Gigi, Quinta do Lago, Algarve, avança a "Sábado".
A 15 de maio último, durante uma audição na Comissão Parlamentar de Assuntos Constitucionais, Miguel Relvas declarou que conheceu Jorge Silva Carvalho "depois de abril" de 2010, mês em que foi eleito secretário-geral do PSD.
"Conheci-o num acontecimento público, encontrámo-nos uma vez, conversámos", disse o governante sob juramento.
Questionado pela "Sábado", Miguel Relvas respondeu: "Os esclarecimentos sobre este assunto foram oportunamente prestados na 1.ª Comissão Parlamentar. Nessa altura afirmei que me tinha cruzado com o Dr. Jorge Silva Carvalho numa festa de aniversário, no Algarve, em agosto de 2011".» [Expresso]
A 15 de maio último, durante uma audição na Comissão Parlamentar de Assuntos Constitucionais, Miguel Relvas declarou que conheceu Jorge Silva Carvalho "depois de abril" de 2010, mês em que foi eleito secretário-geral do PSD.
"Conheci-o num acontecimento público, encontrámo-nos uma vez, conversámos", disse o governante sob juramento.
Questionado pela "Sábado", Miguel Relvas respondeu: "Os esclarecimentos sobre este assunto foram oportunamente prestados na 1.ª Comissão Parlamentar. Nessa altura afirmei que me tinha cruzado com o Dr. Jorge Silva Carvalho numa festa de aniversário, no Algarve, em agosto de 2011".» [Expresso]
Parecer:
No tempo do Pedro Santana Lopes este tipo de almoços acontecia a meio caminho do Algarve, no Canal Caveira.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aprove-se a escolha do Gigi, é mais fino e digno do paladar do senhor da Ongoing, das papilas gustativas do agente secreto e mais apropriado para o alto estatuto de um banqueiro africano.»
O patrão do António Barreto espreme fornecedores
«O Pingo Doce abordou ao longo das últimas semanas diversos produtores nacionais com o objetivo de aumentar, por exemplo, entre 2 a 3,5% das suas margens de lucro a partir de maio.
A denúncia partiu do presidente da Centromarca - Associação Portuguesa de Empresas de Produtos de Marca, que não tens dúvidas de que se trata de uma consequência das campanhas de megadesconto.» [Expresso]
A denúncia partiu do presidente da Centromarca - Associação Portuguesa de Empresas de Produtos de Marca, que não tens dúvidas de que se trata de uma consequência das campanhas de megadesconto.» [Expresso]
Parecer:
Será que também vai reduzir os honorários do António Barreto para ajudar os seus saldos de 50%?
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Atónio Barreto se já lhe cortaram os honorários na fundação do Tea Party português.»
Que nojo!
«A meio da tarde de quarta-feira, 16 de Maio, o ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, telefonou à editora de Política do PÚBLICO, Leonete Botelho, e disse-lhe que as perguntas enviadas naquele dia pela jornalista Maria José Oliveira – que há meses investiga o caso das secretas – eram "pidescas", que se sentia "perseguido pelo PÚBLICO" e que iria fazer uma queixa à ERC, iria processar o jornal, iria dizer aos ministros que não voltassem a falar com o PÚBLICO e iria divulgar na internet que a autora da notícia vive com um homem de um partido da oposição, nomeando o partido - o que neste esclarecimento se considera desnecessário.» [Público]
Parecer:
Só mesmo um doente mental pode achar que viver com alguém "da oposição".
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «»
Ministra quer pedófilos com GPS
«A ministra da Justiça manifestou-se hoje favorável à colocação de dispositivos eletrónicos de localização, como os chips, em pedófilos e defendeu a adoção de legislação para referenciação de abusadores de menores.
"Naturalmente que defendo [a utilização de chips]. Há muitos anos que defendo um sistema que não é exatamente igual à Lei de Megan (em vigor nos Estados Unidos da América), de referenciação de pedófilos", disse Paula Teixeira da Cruz. (A Lei de Megan obriga, nos EUA, as autoridades a divulgarem junto da população a localização de pedófilos condenados por crimes sexuais contra crianças)» [Expresso]
"Naturalmente que defendo [a utilização de chips]. Há muitos anos que defendo um sistema que não é exatamente igual à Lei de Megan (em vigor nos Estados Unidos da América), de referenciação de pedófilos", disse Paula Teixeira da Cruz. (A Lei de Megan obriga, nos EUA, as autoridades a divulgarem junto da população a localização de pedófilos condenados por crimes sexuais contra crianças)» [Expresso]
Parecer:
Num dia em que se ficou a saber com quem andam os adjuntos do Relvas a ministra quer saber onde estão todos os pedófilos, equipando-os com chips como se faz aos cães. Não seria boa ideia equipar também os adjuntos do Relvas, os agentes secretos e os próprios ministros porque nunca se sabe se não serão como o Relvas?
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Faça-se a proposta.»
Voltou a existir PS?
«O PS chumbou o projecto de resolução da maioria sobre o Documento de Estratégia Orçamental, esta tarde, na Assembleia da República.
Apesar dos apelos do ministro das Finanças, Vítor Gaspar, para trabalhar num "consenso alargado", os socialistas votaram contra as recomendações da maioria, depois de ter visto o PSD e o CDS inviabilizar o seu projecto de resolução que repudiava o comportamento do governo no processo de elaboração do DEO.» [i]
Apesar dos apelos do ministro das Finanças, Vítor Gaspar, para trabalhar num "consenso alargado", os socialistas votaram contra as recomendações da maioria, depois de ter visto o PSD e o CDS inviabilizar o seu projecto de resolução que repudiava o comportamento do governo no processo de elaboração do DEO.» [i]
Parecer:
Já era tempo de Seguro deixar de dar cobertura a uma política económica de extrema-direita que viola o memorando com a troika.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aprove-se.»
O Gaspar engasgou-se
«O ministro das Finanças não respondeu, esta sexta-feira, se defende mais baixas de salários e como sustenta as previsões de crescimento do consumo privado e do investimento do Documento de Estratégia Orçamental, que o PS considerou "uma profissão de fé".» [Jornal de Notícias]
Parecer:
É a segunda vez que Galambas faz com que Gaspar se engasgue, o que não é difícil, as previsões do Gasparoika são pura imaginação.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
Isso mesmo Crato, chumba-os todos!
«Ontem, Rui Martins, da Confederação Nacional Independente de Associações de Pais (Cnipe), enviou mensagens escritas, por telemóvel, para outros encarregados de educação de jovens do 9.º ano de diferentes pontos do país. Pouco depois, as respostas começavam a cair, "assustadoras": "Na turma da minha filha só houve uma positiva, se o exame for assim é uma catástrofe." "O meu filho teve a primeira negativa na sua vida escolar." "O melhor aluno da turma, de nível 5, teve 45%."» [Público]
Parecer:
Assim sim, um exame à moda antiga!
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»