terça-feira, maio 15, 2012

Umas no cravo e outras na ferradura




Foto Jumento


Beco do Carneiro, Alfama, Lisboa
Imagens dos visitantes d'O Jumento


A reforma Agrária da Cristas no Tribunal de Valpaços? [M. Henrique]
     
Jumento do dia


Miguel Relvas, ministro na clandestinidade

Desta vez o Jumento do Dia não é merecedor de críticas mas sim de elogios, Miguel Relvas merece ser elogiado por ter impedido a RTP de contratar Paulo Futre, até porque é bem mais interessante discutir o cachet combinado com o ex jogador de futebol do que as intimidades entre Relvas e os homens da Ongoing.

Compreende-se que se o ministro tem de acompanhar todas as contas da RTP, incluindo as do jardineiro, está mais do que inocente no caso das secretas, não teria tempo para ler as intimidades descobertas pelo agente secreto da Ongoing. Relvas é inocente.

 Feriados
 

 
 

A prova de que ver futebol educa

«Moreira de Cónegos (população: 4853; curiosidade local: um jornal chamado O Cónego) e Manchester (população: 3,6 milhões; curiosidade local: começou lá a Revolução Industrial). Ontem, o Moreirense jogava para subir à I Divisão, onde já não ia há seis anos, e o Manchester City, para ganhar a Premier League, o que não acontecia há 44 anos. Adversários: o Covilhã e o Queens Park Rangers (QPR), com o susto de descerem. Ainda não sei como o minhoto O Cónego vai contar, mas já sei o que disse o Guardian sobre ontem: "A única palavra para descrever é bedlam (casa de malucos)." O City, o clube mais rico do mundo, para saber se o dinheiro dá felicidade bastava-lhe ganhar. Já ganhava 1-0 na primeira parte, mas o jogo virou para 1-2. O City tomou posse da grande área do QPR na meia hora mais brutal e impotente do futebol mundial: remates mil, golo nenhum. Nas bancadas tapava-se a cara e espreitava-se por um olho, mas nada. Aos 90, o City tinha perdido o campeonato. Mas nos descontos, em três minutos ganhou-o: 3-2. Delírio. Em Moreira de Cónegos, delírio do Moreirense que, empatando (1-1), subiu de divisão, e delírio também do Covilhã. Estranho, porque pela classificação desceu. Mas o presidente do Covilhã disse para os jogadores aguentarem o empate porque o clube talvez se safe com o alargamento que talvez venha aí. O Guardian que me desculpe, mas bedlam é em Portugal, onde se celebram (em delírio) hipóteses de secretaria.» [DN]

Autor:

Ferreira Fernandes.
  
 Os Miguéis Relvas desta vida: o "cancro " da nossa democracia!

«1. Em Portugal, há uma geração de políticos que gosto de brincar com tudo. Com a Pátria, com os portugueses, com o dinheiro dos contribuintes que através do seu trabalho honesto fazem (tanto quanto possível!) pela vida. Eles brincam porque tratam o País como se fosse a sua loja maçónica (a que legitimamente pertencem, desde que não interfira com os interesses de Portugal) ou o seu clube restrito de amigos - no fundo, comportam-se como se fossem gestores de condomínio de um grande espaço, sobre o qual dispõem de um poder absoluto e isento (julgam eles!) de críticas. Mas Portugal é uma Nação secular e com uma História que a todos nos orgulha - não, não é o clube privado desta geração de líderes que nasceu a contar fichas de militantes nas secções partidárias, nunca se dignou a pensar o futuro da respectiva freguesia (quanto mais do País!) e inventaram nomes ou usaram o nome de pessoas que já nem sequer se encontravam entre nós para "medir forças" nas votações internas dos partidos. Miguel Relvas é um modelo clássico, inequívoco desta nova geração de "políticos funcionais" que nos levaram ao abismo. E que são a causa imediata, estrutural e real da crise nacional e europeia (principalmente). Só que Miguel Relvas e os seus pares devem perceber, de uma vez por todas, o seguinte: há limites para a brincadeira. Já aumentaram impostos para níveis sufocantes, já retiraram subsídios de férias e de Natal, empobrecendo os portugueses, andam à deriva quanto ao desemprego - mas atenção: não nos vão negar o respeito pelos nossos direitos, liberdades e garantias mais elementares! É que ter comissários políticos a chefiar as secretas, tendo acesso à informação detalhada de todos os portugueses, à nossa vida privada, podendo utilizá-la para chantagear tudo e todos para alcançar os seus objectivos, isso ultrapassa todos os limites razoáveis! Isso é um atentado contra o Estado de Direito Democrático!

2. Ora, o EXPRESSO avançou este fim-de-semana - em termos rigorosos, convincentes e claros - que Miguel Relvas manteve contactos com essa personagem chamada Jorge Silva de Carvalho - e que este havia pressionado o primeiro-ministro oficioso para o nomear líder das secretas! Mais: Jorge Silva Carvalho iniciou contactos com Marco António - o actual secretário de Estado da Segurança Social (ah, ah, ah, desculpem, não consigo evitar uma gargalha sempre que digo que Marco António chegou ao Governo...) para o mesmo efeito - e ameaçou o dirigente do PSD. Sejamos claros: esta historieta é um caso gravíssimo (para além de caso de polícia) para a democracia e para os direitos dos cidadãos. Em qualquer país politicamente civilizado, Miguel Relvas já se teria demitido ou sido objecto de impeachment! Um Governo, em democracia, respeita a lei e o sentido de Estado: compromete-se unicamente com o interesse público. Resiste aos interesses privados que capturam o interesse do Estado: sejam eles quais forem! Ora, Miguel Relvas é o contrário de um estadista: é um relações públicas do Governo, que julga que "compra" as opiniões adversas e mantém o seu poder através do "favorzinho". O mais chocante é que tem cobertura do Primeiro-Ministro, Passos Coelho - então, o líder do Governo apoia alguém que, por acaso, é o seu braço-direito, que está no centro de mais uma história muito suspeita nas secretas - e que é claro como a água que tem interesses e ligações privadas que o impedem de exercer as funções de Ministro com imparcialidade e isenção? Dar apoio? Passos Coelho apoia Miguel Relvas por este ter andado a falar com Jorge Silva Carvalho, prometendo-lhe a liderança dos espiões? Isto é gravíssimo - a partir de agora, ficamos a saber que Miguel Relvas não esquece os seus amigos da Maçonaria no exercício das suas funções governativas. Amanhã, se Miguel Relvas entregar (por exemplo) a RTP à Ongoing, sabemos que Passos Coelho o apoiará.

3. Caros portugueses, nós podemos resolver o problema do défice das nossas contas públicas, mas nunca sairemos da cepa torta enquanto os Miguéis Relvas desta vida continuarem a ser os "donos" da democracia portuguesa. Senhor Miguel Relvas, por favor, se tem um mínimo de honra pessoal, perceba que não reúne condições objectivas para ser Ministro dos Assuntos Parlamentares de Portugal! Por favor, demita-se! Se Passos Coelho não o demitir, então, só podemos concluir que o Primeiro-Ministro é cobarde. A realidade é esta.» [Expresso]

Autor:

João Lemos Esteves.
  
Mudar de vida?

«Numa semana em que os resultados eleitorais em França e na Grécia deram o mote às notícias e novo alento aos que, por essa Europa fora, não acreditam nas receitas da senhora Merkel, em Portugal, o desemprego galopou para números catastróficos, ultrapassando largamente as previsões do governo e da União Europeia, tendo marcado o crescente descrédito das políticas de austeridade do governo e colocado em causa o cumprimento das metas do “equilíbrio orçamental”. É preciso lembrar, para perceber os efeitos dos caminhos trilhados, que nas “previsões de Outono” de 2010, a Comissão Europeia estimava uma taxa de desemprego em Portugal, para 2011, de 11,1 % e de 11,2%, em 2012. No primeiro trimestre deste ano já ultrapassou os 14% e a Comissão Europeia, prevê agora que atinja os 15,5% ainda este ano.

Os franceses despejaram Sarkozy do Eliseu, impedindo um presidente de cumprir um segundo mandato, facto raro na história da república francesa. Com esta decisão, os eleitores franceses quebraram a principal muleta em que a chanceler alemã se apoiava para distribuir pobreza e penitência nos territórios a sul do seu “Império”, o que não pode ser desprezado, sobretudo pelo que Hollande defendeu durante a campanha eleitoral. De modo diferente, mas no mesmo sentido, os gregos também não estiveram pelos ajustes e, perdidos por cem, perdidos por mil, fizeram um manguito à senhora Merkel, à troika e aos partidos políticos gregos que lhes querem impor mais fome e sofrimento, procurando trocar as voltas ao destino. Os resultados destas duas eleições complementam-se: quer a vitória de Hollande, em França, quer a “revolta eleitoral” grega, com a provável repetição das eleições, em Junho, obrigam a colocar em cima da mesa das Cimeiras Europeias novos problemas e a ensaiar novas soluções. Pelo menos, regressou ao léxico político europeu o crescimento, o emprego e a coesão, palavras malditas nos últimos dois anos. O que não é pouco.

Na semana em que o rumo para a miséria dos povos europeus, sobretudo os do Sul, definido pela senhora Merkel como o caminho da redenção, é posto em causa por franceses e gregos, o nosso primeiro--ministro, um dos mais zelosos partidários do “quanto mais pobre, melhor”, voltou a surpreender. Passos Coelho exortou os portugueses a adoptarem uma “cultura de risco” e considerou que o desemprego é “uma oportunidade para mudar de vida”. E concluiu a sua “brilhante” linha de pensamento, dizendo que os jovens e a população em geral preferem “ser trabalhadores por conta de outrem do que empreendedores”. É preciso estar muito afastado dos problemas dos portugueses, em geral, e dos desempregados, em particular, para proferir estas declarações copiadas das notas de rodapé dos desactualizados “manuais de economia” dos “Chicago Boys”. É insensibilidade social, naturalmente; mas, sobretudo, é a cega repetição de frases feitas da cartilha liberal, o que leva Passos Coelho ao ridículo de propor que, em período de recessão, com a banca descapitalizada, com milhares de empresas a encerrarem, mais de meio milhão de portugueses, sem dinheiro para comer, constituíssem empresas e assumissem o “risco” de “mudar de vida”. É uma “proposta” má de mais para sair da cabeça de um primeiro-ministro, o que revela o destino que nos está traçado com este governo.

PS – A senhora Merkel teve ontem mais um desaire eleitoral. Na Renânia do Norte-Westfália, segundo as últimas informações, os sociais-democratas obtiveram 38% dos votos, enquanto a CDU, encabeçada pelo Ministro do Ambiente, alcançou 25%. Os Verdes, parceiros de coligação do SPD, chegaram aos 12%. No entanto, como a chanceler alemã governa a Europa sobretudo a pensar na sua reeleição em 2013, é natural que endureça o discurso da austeridade e da “disciplina orçamental” para os países do Sul para convencer os eleitores alemães dos seus “prodígios” de gestão. Depois da saída de cena do senhor Sarkozy em 2012, a saída da senhora Merkel em 2013, abriria uma nova porta para a renovação da União Europeia.» [i]

Autor:

Tomás Vasques.

Uma barata tonta (2)

«Na semana passada respondi a três antigos bastonários que me atacaram por eu ter chamado barata tonta à ministra da Justiça. Hoje respondo a Miguel Sousa Tavares que disse que, com essa crítica, eu dera um tiro na cabeça. Na minha! Descontando a imagética, vamos ao que interessa.

No Wikicionário a expressão «barata tonta» significa «pessoa confusa, pessoa desorientada» e na lista de expressões idiomáticas da língua portuguesa da Wikipédia significa «perdido, desorientado, sem saber o que fazer». Essa expressão já foi aplicada, sem alarido, a uma ministra da Educação de José Sócrates e à presidente do Brasil Dilma Rousseff. Vejamos então por que a aplico à ministra da Justiça.

Toda a sua atuação tem sido a de uma pessoa perdida e desorientada que se guia pela instabilidade dos seus estados de alma e pelas manchetes dos tabloides de Lisboa. Estes falam em corrupção? Logo ela anuncia que vai acabar com a «impunidade absoluta» da corrupção (como se isso dependesse de um ministro). Acusam o seu arqui-inimigo Isaltino de Morais de tentar atrasar um processo? Logo ela vem dizer que vai acabar com os expedientes dilatórios. Em vez de pôr os tribunais a decidir mais depressa e de punir quem abusa do direito, ela quer punir todos indiscriminadamente, cortando direitos mesmo a quem os exerceu corretamente, pois isso rende muito numa opinião pública em processo acelerado de fanatização.

Duarte Lima não pode ser extraditado para o Brasil? Ignorando a Constituição ela vai à TV dizer que sim. Os crimes do «estripador de Lisboa» já prescreveram? Ela afirma que vai aumentar os prazos de prescrição (embora depois se focalize mais no processo de Isaltino). Há julgamentos por furtos de valores insignificantes enquanto os grandes roubos ficam impunes? Logo ela anuncia que vai onerar os custos da Justiça para as vítimas desses pequenos delitos, assim desviando a atenção dos golpes de milhões dados sobretudo por antigos dirigentes do PSD que não foram a julgamento e sobre os quais ela nunca disse uma palavra. É convidada para ir à cerimónia de abertura do Congresso dos Advogados? Vai, agride moralmente quem a convidou e, numa insólita falta de respeito por todos, foge atabalhoadamente da cerimónia mal acabou o seu discurso com medo da resposta daquele que tão «corajosamente» acabara de atacar.

Muitos solicitadores de execução, incluindo o antigo presidente da respetiva Câmara, ficam com o dinheiro dos cidadãos e das empresas? Ela anuncia publicamente que há fraudes no sistema de apoio judiciário da OA, enxovalha publicamente os advogados e - pasme-se! - alia-se aos solicitadores no órgão de fiscalização das execuções. O Tribunal Constitucional tem um processo importante para o Governo? Ela pressiona-o publicamente para decidir no sentido que mais lhe convém. O bastonário critica-a? Ela retira à Ordem 1.400.000 euros anuais provenientes das custas judiciais pagas pelos clientes dos advogados. Fala-se que há uma justiça para ricos e outra para pobres? Logo acorre a dizer que é preciso acabar com essa diferença, como se não fosse, ela própria, a discreta advogada de alguns dos ricaços de Portugal.

A MJ é uma barata tonta também porque cria deliberadamente na opinião pública a ideia de que o mal da Justiça se deve apenas às leis e não também aos magistrados. Ela não tem uma palavra para o facto de estes se terem apropriado da justiça, violarem todos os prazos para praticar os seus atos processuais, demorarem, por vezes, anos a proferir as suas sentenças ou a decidirem recursos. Atente-se: em 1960 cada juiz concluía por ano 1069 processos, em 2000 esse número tinha baixado para 522 e em 2010 já só ia em 387 processos. E o que é que ela faz para corrigir isso?

E já não falamos da vergonha de tentar criminalizar o chamado enriquecimento ilícito em total violação da Constituição; de as prisões voltarem a estar a abarrotar; de as declarações dos arguidos no inquérito (mesmo perante os acusadores) valerem como prova em julgamento; de o juiz de instrução poder aplicar medidas de coação mais pesadas do que as pretendias pelo próprio MP; dos julgamentos sumários para crimes gravíssimos; da prisão obrigatória para crimes pouco graves; etc..


Uma ministra que assim age é ou não uma barata tonta?» [JN]

Autor:

A. Marinho e Pinto.
   

Derrapagem?

«Num relatório especial sobre Portugal, a agência de notação financeira sublinha a revisão em baixa das perspectivas para a economia nacional (-3,7% em 2012) são um reflexo da queda da procura interna registada no quarto trimestre de 2011, mas para 2013, a contracção será menos pronunciada (-1,5%).


"Os riscos ao ajustamento económico e estrutural de Portugal são grandes", sublinha a Fitch. "O programa apenas poderá ser bem sucedido se houver um compromisso político contínuo relativamente à consolidação orçamental e às reformas estruturais", sublinha o documento. A Fitch alerta que, "caso haja sinais de que o ajustamento não está a funcionar tal como planeado (por exemplo, uma recessão muito mais pronunciada acompanhada de falta de progresso na redução de ambos os défices) conduziria a uma forte pressão para reduzir o ‘rating'". Actualmente, Portugal é classificado com uma nota de BB+ com perspectiva negativa.» [DE]

Parecer:

As coisas que os da Fitch descobrem. A previsão da recessão em 3,7%?

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Mande-se para o Gasparzinho.»
  
ainda vamos ver o Passos e o Gaspar a ultrapassar o BE pela esquerda

«A esquerda alemã começou a perceber que Angela Merkel pode ser derrotada, é esta a principal conclusão da revista "Der Spiegel" perante os resultados das eleições de domingo no estado mais populoso do país.

O partido de Angela Merkel, CDU, perdeu as eleições regionais antecipadas na Renânia do Norte-Westfália. A vitória foi para os sociais-democratas (SPD).

"Foi uma derrota amarga e dolorosa, mas a CDU tem a tradição de festejar as vitórias em conjunto, e também de considerar que as derrotas são de nós todos", disse hoje Angela Merkel em conferência de imprensa, em Berlim.

Esta derrota é atribuída ao facto da chanceler alemã defender a austeridade e uma política fiscal na Europa, diz a BBC. Norbert Roettgen, cabeça-de-lista da CDU, já veio dizer publicamente que os resultados são da sua inteira responsabilidade.

"Merkel perdeu algum do seu brilho com o resultado de Röttgen, considerado o sucessor da chanceler", diz ainda o "Der Spiegel" que afirma que a derrota também pertence à líder da CDU.» [Expresso]

Parecer:

Já faltou mais...

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se para ver.»
  
O mundo pode ficar descansado

«O primeiro-ministro afirmou hoje que, apesar das restrições orçamentais, "as missões das Forças Armadas não estão em causa" e adiantou que o submarino Tridente vai em breve participar num exercício nos Estados Unidos.


Pedro Passos Coelho fez estas declarações na Base Naval de Lisboa, no Alfeite, depois de ser questionado sobre a manchete do jornal Correio da Manhã intitulada "Combustível caro trava submarino de 500 milhões", segundo a qual "o aumento do preço dos combustíveis, associado à crise financeira de Portugal, está a criar sérias limitações operações operacionais às Forças Armadas".» [i]

Parecer:

O mundo entrou em pânico quando soube que o submarino estava sem gasosa, mas podem ficar descansados, o Pentágono pode retirar o alerta vermelho e a NATO pode suspender a reunião de urgência, Passos garante que a missão das nossas Forças Armadas não está em causa, ainda temos guita para remendar os pneus das bicicletas e para comprar chumbos para as espingardas de pressão de ar.

PS: É bom lembrar que há uns anos, era Gutrerres primeiro-ministro, o país viveu um escândalo porque um almirante dado às simpatias de direita se queixou de não haver dinheiro para o gasóleo. Na ocasião isso foi usado nas eleições que se aproximavam quase até à exaustão.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
  
Obrigadinho ó Relvas!

«O i deu conta das negociações em Março entre Nuno Santos e Paulo Futre e o “Correio da Manhã” até deu a confirmação do negócio este sábado, mas a verdade é que Paulo Futre já não vai para a RTP, onde estava previsto fazer comentário desportivo para o Euro 2012, seguido de um programa próprio, com um ordenado principesco, na ordem dos 30 mil euros mensais, seis vezes mais do que recebia até agora na TVI.

Segundo o i apurou, a contratação até recebeu o aval do presidente da RTP, Guilherme Costa. Mas ontem, instado a comentar esta contratação, fonte oficial do gabinete de Miguel Relvas, ministro que tem a tutela da RTP, respondeu: “Isso não acontecerá”. O clima de austeridade que se vive e o facto de a RTP já ter anunciado um prejuízo previsto de 10 milhões de euros para este ano, terão pesado na decisão de Relvas. Isso e o impacto que a transferência teria na opinião pública.» [i]

Parecer:

Agora que o país se preparava para crucificar Miguel Relvas pelas suas relações estranhas com agentes secretos igualmente estranhos eis que somos surpreendidos por esta notícia, afinal em vez de chatearmos o ministro o país deve juntar-se em comunhão por ter poupado charters cheiros de euros à RTP.

O mais divertido nesta notícia é a forma como o jornal a começa: "O jornal i deu conta"! Como terá o jornal i dado ? Bem, p+oderão ter assaltado as instalações da RTP, o Futre foi fazer queixa à redacção, enfim, são tantas as possibilidades que nem nos ocorrer a possibilidades maldosa de estarmos perante uma encomenda da central de comunicação do Relvas, uma central que começou muito bem mas que começa-se a assemelhar-se a um jornal mensal de aldeia.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Peça-se desculpa a Relvas e sugira-se ao bispo d Leiria-Fátima que sugira a sua beatificação em vida, saber-se uma coisa destas um dia depois do 13 de Maio só pode ser mais um milagre de Fátima! Agradeça-se também ao jornal "i" por ter feito o favor ao país, sem o seu brilhante jornalismo de investigação estaríamos batendo em Miguel Relvas, sem saber que em vez disso era nosso dever estar a agradecer-lhe e a rezar no Santuário de Fátima em acção de graças pela sua acção governativa.»
  
Gente que andava a gastar acima do podiam e deviam

«Mutilada por um cancro da mama, Fernanda Rebimba deixou de fazer os exames de vigilância por não ter como pagar o transporte para os cerca de 70 quilómetros que separam a sua casa, em São Romão (Vila Viçosa), do Hospital de Évora. A sua pensão de invalidez, que não chega a 400 euros, é o único sustento da família.

Fernanda 'baixou os braços'. Desistiu de ir às consultas e de fazer os exames de vigilância ao cancro da mama que, em 2009, a deixou mutilada. Com 47 anos, duas filhas e um marido sem trabalho, tem como único sustento os 379 euros que recebe pela invalidez. A reforma paga a renda de 200 euros e "o que sobra é para umas sopinhas".

Fernanda Rebimba não tem dinheiro para a deslocação de mais de 70 quilómetros entre São Romão (onde vive, perto de Vila Viçosa) e o Hospital de Évora. E menos ainda para, anualmente, ir a Lisboa fazer exames. O Estado isentou-a de taxas moderadoras e até lhe dá ambulância e fisioterapia diárias, mas deixou de fora o transporte de que precisa para vigiar o cancro e Fernanda não vai ao médico. "Só a Évora, cada viagem custa 5,60 euros e para mim é muito dinheiro."

No ano passado, para ir às consultas de rotina no hospital, Fernanda usou o transporte dos bombeiros e ficou a dever. "Tenho seis credenciais por pagar, umas de 8 euros e outras de 16 euros. Só eu sei o que me custa cruzar-me com as meninas da escrita dos bombeiros, que sabem o que devo." E a vergonha fê-la desistir de pedir auxílio. "O cirurgião mandou-me fazer uma cintilografia óssea (pesquisa de metástases nos ossos) no ano passado e não fui porque não tinha dinheiro para ir à clínica a Lisboa. Agora, disse-me que tinha mesmo de fazer." Valeu-lhe a caridade.» [Expresso]

Parecer:

Graças a Deus que temos na Saúde um Opus ministro, mais uns meses e estará de promover a missinha de acção de graças.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Reserve-se a Sé de Lisboa para uma missa de acção de graças pela acção meritória do ministério da Saúde.»
  
A Der Spiegel já despediu a Grécia

«A Acrópole de Atenas tem de dizer adeus ao euro. “A Grécia não pode adiar mais a saída da Zona Euro”. A revista alemã “Der Spiegel” explica “porque é que a Grécia tem de sair do euro”.

É uma posição inédita aquela que a publicação germânica toma esta semana. “Acrópole, Adeus”, é a indicação inscrita na capa de uma edição em que a “Der Spiegel” defende que o euro deve ser uma moeda a 16. Sem a Grécia.

“[É] tempo de admitir a derrota”, escreve a publicação. Porquê? Porque o plano de resgate, acordado por Atenas com a União Europeia, o Fundo Monetário Internacional e o Banco Central Europeu, “falhou”. Mesmo com a intervenção, as dívidas da Grécia continuam a crescer. “Com a situação política a tornar-se cada vez mais caótica, novas eleições parecem cada vez mais prováveis”, continua a “Der Spiegel.

E os eleitores já rejeitaram a austeridade, ao tornar Alexis Tsipras no segundo líder partidário mais votado, já que este está à frente do Syriza, a Coligação da Esquerda Radical, como refere a publicação. Esta força política quer rasgar os acordos com a Europa, porque infligem duros sacrifícios ao país. É com Tsipras, defensor do fim da austeridade, que começa o artigo da “Der Spiegel”. “Tsipras sabe aquilo que muitos gregos estão a pensar”, indica a notícia.

Na verdade, escreve a “Der Spiegel, “os gregos nunca estiveram preparados para uma união monetária e ainda não o estão, nos dias de hoje”. “É, agora, óbvio que uma retirada seria também no melhor interesse do país”, continua o artigo da revista.» [Jornal de Negócios]

Parecer:

Estes alemães são cada vez mais boches.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Proteste-se contra a arrogância pré-nazi dos alemães.»
  
Afinal, os burros não são teimosos

«Afinal, ao contrário do que julgávamos, os burros e as mulas não são teimosos. Pelo menos essa é a conclusão de um estudo promovido pela Escola de Estudos Orientais e Africanos da Universidade de Londres.

Em declarações à edição inglesa do jornal Metro, Ben Hart, do Santuário de Burros, sublinhou que “as histórias sobre a evolução dos burros e das mulas” levou a um comportamento que tem sido mal-interpretado e que contribuiu para que eles ganhassem a fama de serem teimosos.» [JN]

Parecer:

Os de quatro patas, claro,

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
  
 

   






A2 Ella

  



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