terça-feira, maio 01, 2012

Umas no cravo e outras na ferradura




Foto Jumento


Capela de D. João V; Igreja de São Roque, Lisboa
Imagens dos visitantes d'O Jumento


Ninhada de patos-reais  no rio Cáster, centro de Ovar [M. Henrique]
 
PS: A família de patos está pousada em cima de preciosos restos arqueológicos,trata de entulho das obras no mercado municipal contiguo ao rio que como sucede muitas vezes neste país ficou abandonado, como está no rio ninguém se deu ao trabalho de o limpar.

O "fóssil" é parte de entulho deixado no rio aquando de uma intervenção no Mercado Municipal que é contíguo
     
Jumento do dia


Vítor Gaspar

Alguém devia explicar a Vítor Gaspar que pr enquanto Portugal ainda é uma democracia e que as legislaturas têm quatro anos, isto é, não faz sentido o ministro das Finanças apregoar que dos subsídios vão ser repostos durante a próxima legislatura e muito menos a que ritmo vão ser repostos.

É bom recordar que o argumento que serviu ao corte dos subsídios foi o de um desvio colossal na execução orçamental, responsabilidade do anterior governo. Corrigido o tal falso desvio orçamental não haveriam razões para manter o corte pelo que Gaspar revelou-se um mentiroso e um oportunista, mentiroso porque mentiu ao fundamentar o corte dos subsídios com um desvio colossal e oportunista porque lhe está a saber bem ser ministro das Finanças com esta folga orçamental.

Com a economia a afundar-se é mais provável que daqui a seis meses o Gaspar esteja a fazer de cavalo do D. José na estátua equestre do terreiro do Paço, do que a desempenhar as funções de ministro das Finanças durante a próxima legislatura.

«O Governo prevê que os subsídios de férias e Natal, cujo pagamento foi suspenso, começarão a ser repostos a partir de 2015, a um ritmo de 25% por ano.

Neste ritmo, só em 2018 os funcionários públicos e pensionistas poderão voltar a receber os subsídios por inteiro. Mas não é certo que o ritmo de reposição seja este, já que vai depender do andamento do ajuste orçamental, anunciou nesta segunda-feira o ministro das Finanças, Vítor Gaspar.


Esta é uma “hipótese de trabalho” em que o ritmo está “condicionado pela existência de espaço orçamental”, frisou, no final do Conselho de Ministros onde foi aprovado o Documento de Estratégia Orçamental que o Governo conta entregar esta tarde na Assembleia da República.» [Público]

Forward

   
  
 Este Cavaco é um maroto
  
Incomodado com o trabalho do DN sobre o caso BPN Cavaco Silva mandou emitir um comunicado em que entre muitas outras coisas diz uma muito interessante:
  
«Esclarece-se que fizeram parte dos Governos presididos pelo Prof. Aníbal Cavaco Silva 160 pessoas, as quais, como explicado na sua Autobiografia Política, Volume I, nunca foram escolhidas por critérios de amizade ou conhecimento pessoal - tendo até a escolha dos secretários e subsecretários de Estado sido, em regra, atribuída aos respetivos ministros - e cujas atividades posteriores ao exercício de funções governativas não podem, obviamente, ser conotadas, direta ou indiretamente, com o Professor Cavaco Silva.»
  
Ao referir que os seus governos tiveram 140 membros Cavaco está a desvalorizar o peso dos cavaquistas na vigarice do BPN de que o próprio Cavaco ao possuir acções da SLN foi um dos donos. Só que os cavaquistas do BPN não são daqueles que estão entre os 140 de cujos nomes já ninguém se lembra, a maioria gente honesta, alguns deles já deixaram de ser admiradores do Cavaco e poucos partilharão do idial do BPN. A verdade é que os senhores do BPN foram braços direitos de Cavaco SIlva.

 Cavaco é muito maroto ao desvalorizar os secretários de Estado dizendo que foram escolhidos pelos ministros, desta forma devaloriza qualquer ligação sua ao ex-secretário de Estado Oliveira e Costa. Sò que independentemente da escolha Oliveira e Costa não era um secretário de Estado qualquer, ele era o homem das massas não apenas do Governo, mas também do PSD, era colega de Cavaco no Governo e no PSD!






 

Política, crime e sexo num mau filme chinês

«Ele é suspeito de ter feito escutas telefónicas até ao Presidente chinês. Ela está a ser investigada pela morte de um homem de negócios britânico, talvez seu amante. O filho mais novo faz notícia na América por multas ao volante de um Porsche, enquanto o mais velho emite comunicados a distanciar-se do pai em desgraça.

Não se admire que o caso Bo Xilai dê um dia destes um filme. Sugestões para título: "Ascensão e Queda de Um Político Poderoso e da Sua Mulher Cheia de Ambição" ou "O Homem Que Queria Ser Mao".
É provável que a película fosse censurada na China por envergonhar o Partido Comunista. Ou talvez não. Podia ser exibida para mostrar que a ninguém se tolera que ponha em causa a honestidade do regime. Nem sequer a um aristocrata vermelho, com pedigree revolucionário, como é o caso de Bo Xilai, chefe do PC em Chongqing e ex- -ministro do Comércio.

Filho de Bo Yibo, um veterano da guerrilha comunista, o homem agora em desgraça destacou-se pela mão dura contra o crime organizado na cidade de sete milhões de habitantes, capital provisória da China nos tempos da invasão japonesa. Também impressionava o seu revivalismo revolucionário, com comícios onde se cantavam as velhas canções comunistas, homenagem a esse Mao Tsé-tung que refez a unidade chinesa mas cuja morte foi o ponto de partida para o renascimento económico do país.

Se tudo estava lançado para Bo Xilai brilhar na mudança de geração no poder, agendada para o final do ano, ninguém podia prever que o seu braço direito pediria em fevereiro proteção no consulado americano, revelando os podres do patrão. Sabe-se agora, iam desde meios ilegais para impor a ordem, até escutas aos dirigentes que visitassem Chongqing. Estava obcecado em saber o que pensavam dele. 

"Graves violações da disciplina" são o pretexto para a investigação. Costuma acabar em acusação por corrupção, pesadíssima pois o regime assenta hoje a legitimidade no ideal de honestidade combinado com o êxito económico.

E não ajuda Bo Xilai que a sua mulher advogada esteja também a contas com a justiça, até porque a morte do amigo estrangeiro de ambos alimenta especulações de infidelidade e assassínio encomendado. Também filha de um herói comunista, Gu Kailai impressionou tanto quando visitou a América que há quem a descreva como uma "Jackie Kennedy chinesa". E é com o dinheiro por ela ganho em tribunal e a escrever livros que o filho estudante tenta explicar o estilo luxuoso de vida em Harvard, mal visto por quem na China se choca com o fosso entre ricos e pobres.

Um dia se saberá se Bo Xilai foi vítima das suas ambições desmesuradas ou se caiu porque incomodava outras figuras destinadas a altos voos. Caberá ao argumentista antecipar um final. Mas é óbvio que este é um filme que o regime chinês preferiria que nunca tivesse existido. Está cheio de cenas a negro.» [DN]

Autor:

Leonídio Paulo Ferreira.
  
Holandas

«Já poucos se recordarão que quando eclodiu a crise do ‘subprime’, o então presidente do Brasil, Lula da Silva, declarou para quem o quis ouvir que se tratava de uma crise causada por “homens de olhos azuis”.
  
Ao longo destes nefastos anos que estamos a viver, desde que a dívida desabou sobre nós tem-nos persistentemente sido vendida a ideia que a culpa é nossa, que gastámos muito mais do que devíamos e que, no fundo, tínhamos que pagar por luxos passados e que enganámos os nossos credores porque não empregámos bem o dinheiro que nos emprestaram. Como em tudo na vida, a verdade não se desenha a preto e branco. Obviamente houve excessos e, da Madeira ao túnel do Marão, abundam os exemplos. Mas também temos novos e úteis hospitais, escolas renovadas e um parque eólico de fazer inveja a muitos. Temos auto-estradas inúteis, mas também muitas que nos são úteis. Temos, enfim, um país que deu um salto de gigante sobre o inacreditável atraso que patenteava há apenas 40 anos. E não falo do avanço dos indicadores de esperança de vida, da (baixíssima) mortalidade infantil, mobilidade, acesso à banda larga, etc., etc.. É pois completamente errado concluir que toda a gestão do dinheiro, nosso e emprestado, foi pura e simplesmente desperdiçado em pensões e subsídios ou desencaminhado pelos becos da corrupção. Há obra.
  
Falemos agora da origem da presente crise. Como já mencionei acima, a crise do ‘subprime' desencadeou uma série de eventos em cascata, entre eles ter apanhado os bancos alemães altamente encalacrados com o dinheiro que lá tinham posto, eventos esses que acabaram por também nos vir bater à porta. Vamos então por partes. O nosso problema é a nossa dívida soberana? Mas então, se é assim, porque é que a Espanha que tem uma das dívidas públicas mais baixas da União está hoje à beira do precipício? Então, será que o nosso problema é a insustentabilidade da Segurança Social, muitas pensões, muitos subsídios, muitos rendimentos mínimos garantidos? Mas então não estará pior a França que dá reformas aos 62 anos, ou a Alemanha que tem um problema demográfico ainda pior que o nosso que, ainda por cima, já foi reformado e bem reformado? Bom, talvez seja o défice público... mas, ele não baixou o ano passado? E não baixará este ano? E não será inferior ao francês, inglês e, certamente, ao americano? É que a nossa balança de pagamentos é muito desequilibrada. E a Itália, que tem superavit primário, não está a braços com "os mercados"? É o crescimento! E a Irlanda?

Poderia continuar. Mas quero apenas relembrar aqui dois factos o primeiro dos quais, não sei porquê, anda esquecido: a França e a Alemanha foram os primeiros países a ultrapassar o limites dos 3% de ‘deficit' nas contas públicas. Deram o exemplo para evitar recessões. E, nos últimos dias, a Holanda viu cair o seu governo quando um partido de extrema-direita (!!!) se negou a espartilhar o seu pais para obedecer à regra quase totalmente artificial e arbitrária de um ‘deficit' que lhe querem impor. O ‘deficit' e a disciplina foram mandadas às ortigas porque a crise lhes bateu à porta e há que salvaguardar... o crescimento.
  
Quaisquer afirmações com tons xenófobos e nacionalistas como a declaração de Lula da Silva são sempre de condenar. Mas, convenhamos, esta crise não é inteiramente nem sequer principalmente causada por nós. Mas somos nós quem sofre as suas consequências. Os pobres que paguem a crise!» [DE]

Autor:

Ricardo Monteiro.
  
Um Estado policial?

«Vêm-se acumulando nos tempos mais recentes sinais inquietantes de que, aproveitando o vazio de autoridade do MAI, a PSP está a tornar-se uma espécie de Estado (policial) dentro do Estado.
  
Depois da ilegal utilização de agentes provocadores infiltrados e do espancamento, que começa a ser rotineiro, de cidadãos que exercem o seu direito de manifestação ou de jornalistas que cumprem o seu direito-dever de informar, ainda há dias foi, não o ministro, mas um operacional da PSP quem veio ameaçadoramente anunciar "tolerância zero" no 25 de Abril, isto é, tolerância zero "com" o 25 de Abril.
  
Agora, a propósito da constituição como arguida de uma jovem do Movimento Sem Emprego que, com outros três desempregados, distribuía no Dia Mundial do Desempregado panfletos à porta de um Centro de Emprego de Lisboa, revelou a porta-voz da PSP que, para esta polícia, "duas pessoas já fazem uma manifestação". (Ora como, segundo a PSP, seriam oito, e não quatro, os activistas que distribuíram panfletos, terá havido à porta do Centro de Emprego, não uma, mas... quatro manifestações de duas pessoas).
  
A Constituição (art.º 45.º) determina que "os cidadãos têm o direito de se reunir, pacificamente e sem armas, mesmo em lugares abertos ao público, sem necessidade de qualquer autorização" e que "a todos os cidadãos é reconhecido o direito de manifestação".
  
Mas parece que "a PSP não tem de justificar a sua actuação"...» [JN]
   

Mais uma do merceeiro holandês

«Fonte oficial da retalhista não quis "confirmar ou desmentir esta informação". A mesma fonte adiantou apenas que, "quem for às lojas, vai encontrar uma proposta diferente". E, acrescentou, "o 1 de Maio vai ser um dia especial nas lojas Pingo Doce". Sobre os pormenores da campanha, a mesma responsável afirmou que, por razões de estratégia comercial e concorrência, "não vamos detalhar o que será essa proposta". A campanha surge um dia depois de a marca ter colocado durante o fim-de-semana outro panfleto promocional, com oferta de "preços imbatíveis" para algumas categorias de produtos - alimentares, higiene, entre outros -, permitindo assim uma poupança imediata entre 16% e 50%.» [DE]

Parecer:

Este rapaz força a abertura das mercearias no 1.º de Maio e agora faz concorrência ao continente com uma campanha de descontos de 50% para compras superiores a cem euros. Grande canalhice.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Boicote-se o Pingo Doce.»
  
Pobre Mário Nogueira

«A Fenprof diz que o aumento do desemprego de professores atingiu em março 137%. Contra a revisão curricular e outras medidas que consideram estar na causa deste aumento, o sindicato marcou concentrações para os dias 3 e 4.

"Este problema gravíssimo que resulta das políticas de devastação e destruição que o atual governo está a desenvolver, no que aos professores respeita, iniciou-se há vários anos. Os dados relativos ao biénio 2009/2011 provam isso tendo, nesse período, aumentado em 225% o desemprego docente", refere a Fenprof num comunicado.

O sindicato afirma ainda que a situação vai agravar-se até ao final do ano. "O governo, através do Ministério da Educação (MEC), impõe medidas que em setembro se traduzirão num aumento ainda maior de desempregados, a par de milhares de docentes com "horário-zero" nas escolas".» [DN]

Parecer:

Como será que Mário Nogueira vai explicar aos professores que ajudou a despedir que sempre era melhor estarem a trabalhar ainda que isso implicasse a avaliação. A verdade é que Mário Nogueira usou os professores contratados como tropa de choque para defesa da estratégia do PCP e para defenderem o estatuto dos professores vinculados e dos sindicalistas que há anos que não dão uma aula.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Exija-se a Mário Nogueira a apresentação de um pedido de desculpas aos professores portugueses.»
  
A Santa Sé está a ensinar a UGT

«O capítulo dos feriados mantém--se em aberto e só fica definido esta semana. Um dado novo: a UGT rompe o acordo caso o governo não garanta, até à aprovação do novo Código do Trabalho, que os feriados civis e os religiosos acabam ao mesmo tempo.

Em declarações ao i, o secretário-geral da UGT, João Proença, diz que “ou a Igreja responde até à aprovação do Código, ou os feriados civis também não acabam este ano”. A extinção de dois feriados religiosos está dependente de negociações com a Santa Sé que ainda decorrem e com sinais de algum atraso.

O que a UGT sugere é que o fim dos dois feriados civis (acordado em concertação social) também fique pendente. Na semana passada o presidente da Confederação Empresarial portuguesa, António Saraiva, também já tinha avisado que o adiamento da extinção dos feriados por um ano levaria a “um desequilíbrio” no acordo.» [i]

Parecer:

O João Proença andou numa má escola de sindicalismo, começa a ser evidente que se tivesse sido seminarista os associados da UGT estariam a ser melhor defendidos.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»