domingo, maio 27, 2012

Umas no cravo e outras na ferradura




Foto Jumento


"Camiseiro Pitta", Rua Augusta, Lisboa
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Desavença [A. Cabral]
     
Jumento do dia


João Marcelino, director do DN


A forma mais manhosa e cínica de defender Miguel Relvas é dizer que todos os ministros na sua posição fazem o mesmo, assim sendo desvaloriza-se o comportamento de Relvas considerando-o usual e até normal. É isso que escreve o director do DN, um jornal que albergou uma poderosa célula do DN e que foi transformado no jornal oficioso da dupla formada por Relvas e Passos Coelho.
  
«Tanto o chamado "caso das secretas" (ou o "caso Jorge Silva Carvalho") como o de Miguel Relvas-Público mostram uma coisa: os governos mudam, os ministros também, mas há algo que permanece - a ideia de que "controlando" a informação, conhecendo os protagonistas, podendo fazer umas "pressões", o mundo gira na direção pretendida.

Miguel Relvas sucede a José Sócrates, como este herdou o testemunho de Rui Gomes da Silva, que, por sua vez, estava em linha com Morais Sarmento. Ou seja, há sempre alguém a caminho do poder que acredita que o sucesso da governação está umbilicalmente ligado à capacidade de influenciar os media ou saber segredos em primeira mão.

Esta realidade deve-se tanto à sede de poder como, igualmente, à impreparação política e pessoal dos protagonistas decisores. Durante anos, longos anos, eles procuram abrir caminho para chegar ao poder. Nesse período, cada notícia, cada informação, é uma bênção. E cada jornalista, cada "espião", um arauto do radioso futuro que os espera.» [Marcelino]
  
O que o Marcelino diz é que ele é igual aos responsáveis pelo News of the World ou a quaisquer outros criminosos que estejam à frente de um jornal? O que o manhoso do diector do DN insinua é que o comportamento de Relvas não é mais do que a norma no nosso país. Mas tanto quanto se sabe nem Silva Pereira nem Rui Gomes da Silva foram acusados de fazer chantagem sobre jornalistas.
  
Uma coisa são as muitas formas de fazer pressão, outra é a chantagem ignóbil de que terá sido vítima a jornalista do Público. Mete nojo ver um director do DN desvalorizar o comortamento de Relvas ao ponto de o pretender desculpabilizar e esquecer a jornalista que foi vítima.

Pedido de informação

Começa a perceber-se que muitos dos que apoiavam Sócrates, não gostavam de Passos Coelho ou de Relvas ou fazem oposição ao governo poderão ter sido investigados pela célula da PIDE na Oinging. 
  
Quando a PIDE caiu muitos portugueses dirigiram-se às suas instalações para saber se o seu nome constava nos ficheiros. É natural que também agora muitos portugueses estejam interessados em conhecer a sua ficha, só que ainda não se percebeu muito bem se devem dirigir-se ao gabinete do Relvas, à sede da Ongoing, ou ao gabinete de Passos Coelho para onde também terão sido enviadas fichas, como sucedeu com a do Bernardo Bairrão.

Assim, faria sentido que o governo informasse os portugueses através do seu site, ou mesmo dos blogues dos assessores e adjuntos do Miguel Relvas, sobre o local onde verão dirigir-se para saberem a que conclusões chegaram os novos agentes da PIDE.
    


 A Pide do Relvas tem sede na Ongoing?

«Num email enviado de Silva Carvalho para Paulo Félix (à data funcionário da Ongoing e ex-PJ), a 4 de Setembro de 2011, Francisco Pinto Balsemão, presidente da Impresa, aparece com um nome de código: Balsinhas. Nele, Silva Carvalho pede que vejam “em fontes abertas” tudo o que há “sobre o Balsinhas”, em particular sobre os empréstimos que tinha, em que bancos, quando venciam. Silva Carvalho argumenta que essa informação interessava à estrutura financeira e económica da Ongoing. Tempos depois, recebe um relatório detalhado de 31 páginas sobre Balsemão, que incluía uma cronologia com dados importantes da sua biografia, uma colectânea de recortes de jornais, listas de amigos, inimigos e aliados e até considerações sobre a sua performance sexual.

Confrontado com estas informações que constam do processo-crime, Francisco Balsemão disse nunca ter suspeitado que tinha sido espiado e comparou a situação a quando foi espiado pela PIDE.

Em declarações ao i, Balsemão disse estar indignado: “Ainda recentemente consultei os relatórios que a PIDE fez quando me espiava. Agora, quando vivemos em democracia, é muito mais grave. Nunca pensei que chegássemos a este ponto numa sociedade de direito democrático.”

O processo confirma ainda que um grupo dentro da Ongoing terá dado início a uma campanha no twitter para difamar Balsemão: foram 1500 tweets, com 900 re-tweets.

Pelo menos uma vez terão sido usados meios ilegais para conhecer a vida privada de empresários concorrentes como “o estado de inquéritos criminais”, a “identificação de titulares de endereços de IP” e de “proprietários de veículos através da matrícula”. Mas os investigadores não conseguiram descobrir a quem se referia as iniciais N.C., a tal pessoa que a Ongoing mandou investigar.

Noutra situação, um ex-agente ao serviço da Ongoing serviu-se do estatuto de inspector da PJ “para obter o pagamento de uma dívida” em benefício de Isabel Rocha dos Santos. A mulher acabaria por pagar a dívida de quatro mil euros que teria servido para comprar um aspirador.» [i]

Parecer:

Esto está lindo, está.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Passos Coelho se já está a redigir as cartas de demissão de primeiro-ministro e de presidente do PSD.»
  
Um rapaz muito ambicioso

«Silva Carvalho, o ex-director do Serviço de Informações Estratégicas de Defesa (SIED) apanhado no caso das secretas, fez jogos de charme junto de dirigentes político-partidários e não só para se insinuar para chefe máximo dos Serviços de Informações. Nos autos, consta um sms enviado a Marco António Costa, à data vice-presidente do PSD, que mostra que o ex-espião tinha outras ambições ainda maiores: chegar a ministro. Só não revelava qual a pasta que desejava ocupar.

Nessa mensagem, enviada a 13 de Maio de 2011, nas vésperas das eleições legislativas, Silva Carvalho insinuava que o vice do PSD estaria a travar a sua vontade de ser ministro ou secretário-geral do SIRP. Apesar do grau de confiança que parecia existir entre os dois, já que Silva Carvalho o trata por tu, o homem do PSD, e também membro de uma loja maçónica, parece que nem sequer tinha aquele número de telemóvel do ex-espião gravado.» [i]

Parecer:

Que pena que o rapaz não tenha chegado a ministro....

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se se iam transformar a Madeira em Tarrafal.»
  
Ó Ti Ângelo!

«Em entrevista exclusiva ao CM, o empresário e político do PSD, Ângelo Correia, conselheiro e amigo pessoal de Passos Coelho que foi responsável pelo programa eleitoral laranja em assuntos de serviços de informações, defende a demissão de Júlio Pereira do cargo de secretário-geral dos Serviços de Informação da República Portuguesa.» [CM]

Parecer:

Este senhor julga-se muito inteligente e tem uma péssima opinião dos portugueses pois julga que diz uma bacorada e todos vão atrás dele. Compreende-se que não queira perder o Miguel Relvas, até porque conhece bem o seu afilhado e sabe que sem o Relvas o Passos Coelho é um jardim sem flores.

Os que mais investiram no regime começam a dar sinais de nervosismo e a recear a perda do que investiram nos estarolas.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada mande-se o Ti Ângelo lavar o cão.»
  
Não trabalharia também para a Ongoing?

«O Vaticano confirmou, este sábado, oficialmente a detenção, e a identidade, do mordomo pessoal do papa Bento XVI, um dos presumíveis autores do desvio de documentos confidenciais.
  
"Confirmo que a pessoa detida na quarta-feira por posse ilegal de documentos confidenciais encontrados na sua residência é Paolo Gabriele, que continua detido", indicou o porta-voz do Vaticano, o padre Federico Lombardi, num comunicado.» [JN]

Parecer:

O pessoal da célula da secreta na Ongoing andava distraído.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
  
Meteram-se com o homem errado

«Chocado e surpreendido com o relatório sobre a sua vida pessoal, alegadamente pedido pelo ex-diretor do SIED, Jorge Silva Carvalho, numa altura em que já se encontrava ao serviço da Ongoing (empresa liderada por Nuno Vasconcellos, que está em litígio com o grupo de Balsemão), o presidente da Impresa anunciou hoje que vai processar criminalmente os autores do documento.

Os excertos do relatório, hoje divulgados pela imprensa, contêm, segundo o ex-primeiro-ministro e atual conselheiro de Estado, "dezenas de calúnias e falsidades - algumas das quais de mau gosto e grotescas".
    
"Surpreendeu-me e chocou-me conhecer os métodos, os princípios e as práticas adotados por pessoas e empresas que desenvolvem as suas atividades livre e impunemente numa sociedade democrática", pode ler-se no comunicado emitido esta tarde pelo patrão da Impresa (proprietária do Expresso, da Visão e da SIC).» [Expresso]

Parecer:

Era a pior pessoa deste país para se meterem, ainda por cima é Conselheiro de Estado e ex-primeiro-ministro. Idiotas.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Faça-se um sorriso e compre-se bilhete para a primeira fila do espectáculo.»
  
200 mil famílias à rasca

«Cerca de 200 mil famílias portuguesas enfrentam uma taxa crítica de esforço financeiro para cumprirem os pagamentos das dívidas aos bancos, revela um inquérito à situação financeira das famílias publicado ontem pelo Banco de Portugal e pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). É a este universo de portugueses – que vale 13% do total de agregados familiares endividados estimados pelo INE – que se dirigem as propostas de reestruturação de créditos hipotecários apresentadas pelos partidos políticos .

O relatório permite traçar um retrato genérico dos portugueses em situação de maior vulnerabilidade perante os bancos (casos em que o peso dos encargos da dívida pesam mais de 40% do rendimento). O problema é muito significativo no escalão de mais baixos rendimentos – os 20% de portugueses que menos ganham –, afectando quase 60% das famílias. O Banco de Portugal explica que nos restantes escalões “as situações em que o rácio ultrapassa os 40% encontram-se distribuídas de modo mais uniforme e os rácios medianos atingem no máximo valores em torno de 20%, ou seja, cerca de metade do valor crítico”. As taxas de vulnerabilidade são mais altas para desempregados (20%), trabalhadores por conta de outrem (26%, um dos grupos mais penalizados pela crise e que mais gente envia para o desemprego) e pessoas com mais baixo nível de escolaridade. As pessoas isoladas são muito mais frágeis (23%) que as famílias com cinco ou mais pessoas (8%). Por idades, a fragilidade perante a banca é mais alta nos extremos: para os jovens (17%) e para as pessoas com mais de 75 anos (17%).» [i]

Parecer:

Grande ajustamento!

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Mandem-se os parabéns aos Gasparoika.»

A senhora do FMI quer pegar fogo à Grécia

«Depois de ter defendido mais tempo e mais dinheiro para a Grécia, a directora-geral do FMI, Christine Lagarde, disse, numa entrevista ao Guardian em que deixou claro que não não tenciona suavizar os termos do pacote de austeridade para aquele país, estar mais preocupada com as crianças da África subsariana do que com os pobres da Grécia.» [Público]

Parecer:

Idiota!

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se à besta quando é que o FMI ajudou as criança da África subsariana..»
  
Pobre Relvas

«Ex-conselheiro de Estado afirma que ministro está numa "situação muito difícil". Novas revelações sobre o relacionamento entre Miguel Relvas e Silva Carvalho, incluem três encontros e trocas de SMS, onde o social-democrata promete ver o que pode "fazer".» [Público]

Parecer:

Para se usar um palavrão muito na moda é caso para dizer que este Relvas é uma personagem muito resiliente.
  
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Ó homem, desempata a loja, demite-se e aproveita a oportunidade que representa o desemprego.»