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Gaivotas [A. Cabral]
Jumento do dia
Avelino de Jesus
Avelino de Jesus foi ao parlamento lançar suspeitas sobre as PPP, mas em vez de provas usou como indício aquilo a que de acordo com a sua própria opinião foi uma sonegação de provas. Assim, na sua opinião, se lhe foram supostamente escondidos documentos é porque haveriam coisas a esconder, logo, existiriam arranjinhos.
O problema desta tese de Avelino de Jesus está no facto de o governo já ter mudado e se tais documentos existissem há muito que estariam no Ministério Público onde, como se sabe, não faltam magistrados desejosos de investigar o anterior governo. O problema da tese de Avelino de Jesus é que usada fora do tempo é ela própria uma arranjinho para denegrir a imagem de terceiros de quem o Avelino não gosta e contra os quais se tem batido no plano político-partidário.
«Questionado directamente pelo deputado social-democrata Paula Batista Santos sobre se a existência de "arranjinhos" e "favorecimento de privados" nos contratos de PPP, Avelino Jesus considerou legítima a suspeição de que assim aconteça.
Com mais de duas horas de audição, o ex-membro da comissão de avaliação das PPP defendeu que "há pelo menos a suspeição que essas situações sejam reais face à dicifuldade na obtenção da informaçãoão, que deveria ser pública". E para ilustrar a dificuldade na obtenção de informação, o professor do ISEG assinalou a entrega de documentos a conta-gotas, com má vontade, tendo até recebido CD vazios.» [DN]
O problema desta tese de Avelino de Jesus está no facto de o governo já ter mudado e se tais documentos existissem há muito que estariam no Ministério Público onde, como se sabe, não faltam magistrados desejosos de investigar o anterior governo. O problema da tese de Avelino de Jesus é que usada fora do tempo é ela própria uma arranjinho para denegrir a imagem de terceiros de quem o Avelino não gosta e contra os quais se tem batido no plano político-partidário.
«Questionado directamente pelo deputado social-democrata Paula Batista Santos sobre se a existência de "arranjinhos" e "favorecimento de privados" nos contratos de PPP, Avelino Jesus considerou legítima a suspeição de que assim aconteça.
Com mais de duas horas de audição, o ex-membro da comissão de avaliação das PPP defendeu que "há pelo menos a suspeição que essas situações sejam reais face à dicifuldade na obtenção da informaçãoão, que deveria ser pública". E para ilustrar a dificuldade na obtenção de informação, o professor do ISEG assinalou a entrega de documentos a conta-gotas, com má vontade, tendo até recebido CD vazios.» [DN]
O que fará Cavaco?
Se fosse no tempo de José Sócrates:
- Mal chegasse a Lisboa chamaria a jornalista e a editora a Belém para se queixarem em viva voz do ministro.
- Chamaria Pinto Balsemão para este lhe contar sobre o que sabe a propósito da promiscuidade entre o governo, a Ongoing e a célula clandestina deste grupo na secreta.
- Reuniria com o PGR para avaliar se há situações de crime.
- Mandaria uns recados ao primeiro-ministro e não parava de mandar bocas enquanto o ministro não fosse demitido.
Como o governo não é o de Sócrates não fará nada a não ser que perceba que tal é inevitável para proteger a sua própria imagem.
Já percebo a insensibilidade do Gaspar
Não é insensibilidade em relação à miséria em que vivem as crianças portuguesas como explica o relatório da UNICEF, acontece que o nosso ministro também deve estar mais preocupado com as crianças subsarianas.
Más combinações: alemães e mapas
«Os erros são como as dívidas aos bancos, só se cobram quando são pequenos. Angela Merkel, dona do Banco Central Europeu, acaba de cometer um pequenino erro e eu ia perdoar-lhe? Nem pensar, passo e repasso aquele vídeo, já viral na Internet. Então, a senhora foi à Escola Internacional Europeia, em Berlim, a uma aula de Geografia. Conta-se rapidamente: a professora pediu-lhe para apontar Berlim, Merkel enganou-se e apontou longe, para as profundezas da Rússia, gargalhada geral dos jovens. Mas isso foi um engano, que mereceria só risinhos. O problema é outro: é o erro. Que, nos grandes, quando é pequeno pode tornar-se enorme. Em janeiro ou fevereiro de 1992, Jonas Savimbi desembarcou em Luanda para eleições - numa cidade farta da incapacidade do Governo do MPLA e que estava disposta a aceitar alternativas. Aí, Savimbi cometeu o tal funesto pequeno erro: desceu do avião mostrando a pistola no coldre. Mais do que da ineficiência, Luanda estava farta da guerra, e Savimbi perdeu a eleição. Voltando a Merkel: um chanceler alemão, seja ele mulher, não pode ser filmado a apontar para um mapa (ou jogando à bola com um globo terrestre)! Trocamos logo a professora por dois generais, Jodl e Keitel, e à Merkel pomos-lhe um bigodinho. E se o (ou a) chanceler aponta como território alemão um ponto da estepe russa, vemos logo a pobre da Polónia atravessada por panzers... Abuso? Talvez, mas ando muito irritado com arrogância alemã.» [DN]
Autor:
Ferreira Fernandes.
Miguel Relvas e os sacanas com lei
«1. Tudo isto é triste, tudo isto é fado - esta é a legenda que mais se adequa ao filme verídico e actual da nossa política. Tem como protagonistas Miguel Relvas e Jorge Silva Carvalho, para além das figuras secundárias dessa empresa a brincar chamada Ongoing. Atenção: para os mais zelosos do pudor e dos falsos moralismos que por aí cirandam, aviso que o título é inspirado no filme "Sacanas sem Lei" de Tarantino. Não significa, pois, que esteja nas presentes linhas a qualificar Miguel Relvas como um "sacana": este político do PSD até tem sensibilidade política, capacidade de trabalho e até criatividade para resolver problemas políticos complexos. Até poderia ser, em tese, um bom Ministro. Em tese: na prática, Relvas tem contra si a sua personalidade obsessiva, controladora e autoritária; o seu imoralismo (para ele, só contam os fins e nunca os meios - se for preciso inventar militantes numa secção, inventa-se; se for preciso ameaçar uma jornalista, ameaça-se) e a sua falta de carácter. Enfim, é uma pessoa que não merece - de forma alguma! - ser membro do Governo de Portugal.
2. Quanto a Jorge Silva Carvalho, é a personificação dos vícios mais salientes da democracia portuguesa: alguém que através de ligações promíscuas com os líderes partidários consegue subir nas estruturas do Estado, fazendo o samba político constante de ora apoiar o PS, ora apoiar PSD, usando dados pessoais dos cidadãos, violando pornograficamente os direitos e garantias individuais. Nesta medida, objectivamente, Jorge Silva Carvalho - não digo que é um "sacana com lei", mas... - é um indivíduo que não merece a nossa (mais) mínima consideração.
3. Para quem acha que sou demasiado duro e intolerante com Jorge Silva Carvalho, sugiro que pense no episódio que marcou o fim de semana informativo: as escutas a Francisco Pinto Balsemão. É um episódio lamentável, que mancha a democracia portuguesa e confirma numa ditadura de interesses privados, empresariais, conluiados com o poder político. Podemos admirar ou criticar o percurso de Francisco Pinto Balsemão; podemos enaltecer ou criticar as suas competências como presidente de um grupo de comunicação social - mas num ponto todos concordamos: não podemos permitir que um grupo empresarial tenha acesso a dados da nossa vida privada, de uma forma que nem o Estado está legitimidado para o fazer! Hoje é Francisco Pinto Balsemão; amanhã posso ser eu ou você, caro leitor. Os meninos da Ongoing deveriam aprender com este episódio: o problema é que o Governo, enredado em ligações perigosas com este grupo empresarial, já perdeu autoridade moral para se mpor. Seri positivo que, de ma v por todas, alguém esclarecesse o que é a Ongoing, qual a sua função (para além de pressionar o poder político) e se tem algum escopo económico-comercial: caso contrário, que se proceda ao levantamento da sua personalidade colectiva.
4.Quanto a Miguel Relvas, a solução só pode ser uma: a sua saída imediata do Governo. Relvas já não ajuda; só atrapalha. Desenvolveremos este ponto amanhã aqui no Politicoesfera.» [Expresso]
2. Quanto a Jorge Silva Carvalho, é a personificação dos vícios mais salientes da democracia portuguesa: alguém que através de ligações promíscuas com os líderes partidários consegue subir nas estruturas do Estado, fazendo o samba político constante de ora apoiar o PS, ora apoiar PSD, usando dados pessoais dos cidadãos, violando pornograficamente os direitos e garantias individuais. Nesta medida, objectivamente, Jorge Silva Carvalho - não digo que é um "sacana com lei", mas... - é um indivíduo que não merece a nossa (mais) mínima consideração.
3. Para quem acha que sou demasiado duro e intolerante com Jorge Silva Carvalho, sugiro que pense no episódio que marcou o fim de semana informativo: as escutas a Francisco Pinto Balsemão. É um episódio lamentável, que mancha a democracia portuguesa e confirma numa ditadura de interesses privados, empresariais, conluiados com o poder político. Podemos admirar ou criticar o percurso de Francisco Pinto Balsemão; podemos enaltecer ou criticar as suas competências como presidente de um grupo de comunicação social - mas num ponto todos concordamos: não podemos permitir que um grupo empresarial tenha acesso a dados da nossa vida privada, de uma forma que nem o Estado está legitimidado para o fazer! Hoje é Francisco Pinto Balsemão; amanhã posso ser eu ou você, caro leitor. Os meninos da Ongoing deveriam aprender com este episódio: o problema é que o Governo, enredado em ligações perigosas com este grupo empresarial, já perdeu autoridade moral para se mpor. Seri positivo que, de ma v por todas, alguém esclarecesse o que é a Ongoing, qual a sua função (para além de pressionar o poder político) e se tem algum escopo económico-comercial: caso contrário, que se proceda ao levantamento da sua personalidade colectiva.
4.Quanto a Miguel Relvas, a solução só pode ser uma: a sua saída imediata do Governo. Relvas já não ajuda; só atrapalha. Desenvolveremos este ponto amanhã aqui no Politicoesfera.» [Expresso]
Autor:
João Lemos Esteves.
Miséria Moral
«Francisco Pinto Balsemão espera que o caso das secretas permita uma “imediata limpeza” nos serviços de informações. Entrevistado no programa “Terça à Noite”, da Renascença, o presidente do grupo Impresa mostra-se preocupado com a situação de “miséria moral” em que estão impregnados os serviços secretos.
“Acho que os serviços secretos são uma actividade necessária, dentro de determinadas balizas, e que Portugal, pelos vistos, tem os serviços secretos numa situação de miséria moral que muito me preocupa. Bem sei que há pessoas válidas e que não actuam assim lá dentro, mas penso que é indispensável uma imediata limpeza e um imediato esclarecimento sobre tudo o que se lá passa”, defende, criticando o facto de haver “serviços secretos que funcionem para municiar eventualmente interesses privados”.» [RR]
“Acho que os serviços secretos são uma actividade necessária, dentro de determinadas balizas, e que Portugal, pelos vistos, tem os serviços secretos numa situação de miséria moral que muito me preocupa. Bem sei que há pessoas válidas e que não actuam assim lá dentro, mas penso que é indispensável uma imediata limpeza e um imediato esclarecimento sobre tudo o que se lá passa”, defende, criticando o facto de haver “serviços secretos que funcionem para municiar eventualmente interesses privados”.» [RR]
Parecer:
Não é só miséria moral, é miséria intelectual (vide declarações de Passos sobre o desemprego), é miséria judial (vide os patrocínios do congresso dos magistrados), é miséria financeira (vide o BPN dos cavaquistas), enfim, é miséria total.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Concorde-se mas recorde-se a Pinto Balsemão as responsabilidades do partido de que é militante n.º 1 e de que ele próprio foi vítima no tempo da ascensão de Cavaco Silva, ascensão que faz recordar a dos amigos do rapaz das secretas e do patrão da Ongoing.»
Gente que andou a gastar demais
«Três em cada dez crianças em Portugal são carenciadas, de acordo com um relatório da UNICEF sobre pobreza infantil, que coloca o país quase no final da tabela dos 29 países europeus estudados.» [CM]
Parecer:
Umas malandrecas, estas crianças carenciadas.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se conhecimento ao Gasparoika.»
Vietname: condenados à morte aguardam por falta de químicos
«Mais de 400 condenados à morte estão à espera de ser executados devido à falta de produtos químicos que compõem a mistura utilizada na injeção letal, revelou esta treça-feira à imprensa um responsável governamental.
"Nós temos mais de 400 condenados à morte que não podemos executar. As formalidades dos processos estão concluídas em mais de 100 casos mas não dispomos dos produtos necessários para as efetuar", explicou o vice-ministro da Segurança Pública, Dang Van Hieu, ao jornal Tuoi tre.» [DN]
"Nós temos mais de 400 condenados à morte que não podemos executar. As formalidades dos processos estão concluídas em mais de 100 casos mas não dispomos dos produtos necessários para as efetuar", explicou o vice-ministro da Segurança Pública, Dang Van Hieu, ao jornal Tuoi tre.» [DN]
Crato não sabe quantos professores vai despedir
«O ministro da Educação, Nuno Crato, afirmou hoje que não faz ideia de quantos professores contratados ficarão fora do ensino no próximo ano letivo, indicando como "fantasiosos" os receios de que sejam "dezenas de milhares".» [i]
Parecer:
Bem, só sabe que se fartou de adoptar medidas para poder despedir o maior número possível do professores.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se aos professores que vão ser despedidos se já estão com saudades das avaliações da Lurdinhas.»
Scolari explica porque não convocou Vítor Baía
«Luiz Felipe Scolari revelou, em entrevista à RTP, que Pinto da Costa tinha “muita influência” na selecção nacional. A questão “Vítor Baía” foi também abordada, com o ex-seleccionador a explicar que o guarda-redes estava em conflito com a direcção do FC Porto e que convocá-lo seria uma afronta a “um dos maiores dirigentes do futebol português”.
“Disseram-me que o Vítor Baía não estava mais nos planos do F.C. Porto, não jogaria mais, estava em conflito com o seu treinador e com a direcção. Foi o presidente do F.C. Porto que me disse isto. A partir daí passei a olhar com outros olhos para o Vítor Baía”, contou em entrevista que irá hoje para o ar na televisão pública.
Scolari disse ainda que não interessava esclarecer porque não convocava Vítor Baía “porque seria uma guerra que poderia ter com um dos maiores dirigentes, uma pessoa que influenciava as escolhas na selecção, como era o presidente do FC Porto”.
Segundo o ex-seleccionador nacional, Pinto da Costa influenciava muitas das escolhas da selecção: “ele pode opinar sobre um ou outro jogador, ele pode numa conversa muito interessante com o presidente da Federação sugerir a ideia de jogar aqui ou jogar lá. Senti muita destas influências e por isso tive esta rixa”, desabafou.» [i]
“Disseram-me que o Vítor Baía não estava mais nos planos do F.C. Porto, não jogaria mais, estava em conflito com o seu treinador e com a direcção. Foi o presidente do F.C. Porto que me disse isto. A partir daí passei a olhar com outros olhos para o Vítor Baía”, contou em entrevista que irá hoje para o ar na televisão pública.
Scolari disse ainda que não interessava esclarecer porque não convocava Vítor Baía “porque seria uma guerra que poderia ter com um dos maiores dirigentes, uma pessoa que influenciava as escolhas na selecção, como era o presidente do FC Porto”.
Segundo o ex-seleccionador nacional, Pinto da Costa influenciava muitas das escolhas da selecção: “ele pode opinar sobre um ou outro jogador, ele pode numa conversa muito interessante com o presidente da Federação sugerir a ideia de jogar aqui ou jogar lá. Senti muita destas influências e por isso tive esta rixa”, desabafou.» [i]
Parecer:
Sempre, sempre, sempre, o Pinto da Costa, uma verdadeira Ongoing do mundo do futebol.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»