quarta-feira, maio 09, 2012

Umas no cravo e outras na ferradura




Foto Jumento


Navio-Escola "NRP Sagres", Lisboa
Imagens dos visitantes d'O Jumento



1.º~de Maio em Aveiro [M. Henrique]
 

Espigueiro [A. Cabral]
    
Jumento do dia


Pedro Mota Soares

Depois de os portugueses terem ficado a saber que o Gasparzinho se andava a abotoar com as doações que os contribuintes em IRS fazem para as instituições de solidariedade social, de tal forma que até à data estas ainda não receberam o que lhes foi doado em 2011, o Lambretas veio a assegurar que a partir de 2013 tais montantes serão entregues aos seus donos até ao final do mês de Maio.

O que nem o Lambretas, nem o Gasparzinho que optou por ficar em silêncio, explicam é a razão de tal só suceder para o próximo ano. Tanto quanto se sabe o IRS foi pago ao longo do ano e o Estado apenas tem de pagar algo que deve e já recebeu há muito tempo. Não há quaisquer razões técnicas, um minuto depois do termo do prazo de entrega das declarações de IRS o fisco está em condições de informar o Tesouro de quanto foi entregue a cada instituição de solidariedade social.

O que o Lambretas promete para 2013 devia ser a regra e não há razões para que não adopte tal regra já para 2012, a não ser porque alguém não quer e esse alguém só pode ser o tal Gasparzinho que ficou calado apesar de ser ele o responsável pelos atrasos.

«Pedro Mota Soares anunciou hoje no Parlamento que a partir de 2013, o montante que os contribuintes decidem entregar no seu IRS a instituições de solidariedade social (0,5%) será entregue até ao final de março. Este ano, adiantou o ministro da Segurança Social, a entrega do dinheiro será feita até ao final deste mês.

No passado fim-de-semana as instituições de solidariedade social queixaram-se de ainda não terem recebido as verbas doadas pelos portugueses na declaração do IRS relativa a 2010.  O ministro do Emprego e Segurança Social vem agora dizer que "as doações de IRS serão em 2013 entregues até 31 de março" para que as instituições "possam garantir a sua sustentabilidade".» [DN]

Carro sem condutor do Google circula no Nevada


Uma pergunta ao Gasparzinho

Porque razão os fundos de pensões da banca passaram a integrar a Segurança Social e o do Banco de Portugal quase é o único que subsiste? Querem ver que é para proteger o futuro do ministro das Finanças?
 
 

A esquerda europeia

«1. Não sou profeta. Mas espero que a Esquerda europeia saiba aproveitar a oportunidade que a crise global, paradoxalmente, lhe oferece, para se refundar (socialistas, sociais-democratas, trabalhistas, verdes) e, em diálogo estreito com o movimento sindical, readquirir o lugar que teve, no passado, nos Governos europeus e que, infelizmente, para o futuro europeu, tem vindo a perder.

Também espero, embora com menor convicção, confesso, que a Democracia Cristã, a outra família política que, com o socialismo democrático, ajudou a construir e a desenvolver o projeto europeu, possa reaparecer, com força, para o progresso da Europa. Porquê menos convicção? Porque a Igreja de Bento XVI não é a mesma de Leão XIII, de João XXIII ou de Paulo VI do Concílio Vaticano II. Apesar de manter, como não podia deixar de ser, a doutrina social da Igreja - e combater a democracia liberal, em favor da democracia social - evita, creio, que se crie, como no passado, um relacionamento partidário estreito que lhe pode retirar a simpatia dos outros movimentos políticos...

De qualquer modo, tanto a social-democracia como a democracia cristã perderam importância política na Europa, nos últimos anos, em favor do populismo ultra-conservador e da ideologia neoliberal. Alguns autores falam de nacionalismo egoísta extremo e do possível regresso a uma forma de fascismo, embora de cunho diferente do passado, como no caso de Mussolini ou de Hitler...

Foi no que deu, depois do colapso do universo comunista, de se afirmar a globalização desregulada e do reaparecimento em força da ideologia neoliberal: criou-se um capitalismo sem valores éticos, dito de casino, e uma economia virtual - e não real - expressa nos paraísos fiscais, nos mercados usurários e nas empresas de 'rating', que dominam os Estados, afirmando como único valor, o dinheiro.

Foi esse economicismo que desencadeou a crise global, a qual começando nos Estados Unidos, nos anos finais de Bush, Filho, contagiou depois a União Europeia. Os partidos europeus ultraconservadores dominantes adoptaram a mesma ideologia que provocou a crise, para agora a quererem dominar, através da austeridade, obedecendo aos mercados e, para tanto, destruindo o Estado Social e continuando a favorecer os grandes interesses egoístas de sempre...

Tarefa que está a revelar-se impossível, uma vez que a crise se prolonga e agrava, todos os dias, demonstrando à evidência o erro colossal que os dirigentes europeus, por incapacidade ou medo, estão irresponsavelmente a cometer ou a deixar cometer. Assim, se a União, perdido o sentido da solidariedade inter-Estados europeus, não mudar de paradigma e de comportamento, cairá inevitavelmente no abismo, como já advertiram grandes europeístas como: Helmut Schmidt, Helmut Kohl, Jacques Delors, Romano Prodi, Felipe Gonzalez e muitos outros. 
Nos últimos tempos, a União Europeia perdeu o Estado de bem-estar, tornou as pessoas mais desiguais, abandonou o valor da coesão social, fez reformas - ou, melhor dito, contra-reformas - que afetam gravemente idosos e doentes, cortou dinheiro ao ensino para todos e às universidades, pôs em causa o valor da dignidade no trabalho, do Serviço Nacional de Saúde, do Estado de direito e, fundamentalmente, a própria paz. Deixaram-se cair os valores éticos e permitiu-se a concentração do dinheiro - como querem os neo-liberais - cada vez mais, nas mãos dos privilegiados. Assistimos, assim, não só a um recuo civilizacional imenso, como ao aumento do desespero, provocado pelo desemprego e pelo empobrecimento da classe trabalhadora e da própria classe média. O que pode gerar muita agitação violenta, o aumento dos suicídios (como tem vindo a acontecer) e cada vez mais criminalidade organizada.

Refundar a Esquerda

2. É neste ponto que entra a necessidade da refundação da Esquerda Socialista. Não só para procurar manter o Estado Social e a sociedade de bem-estar, que nos trouxe a paz e o bom entendimento, nos últimos trinta anos, antes da crise, como terá que reduzir a austeridade, ao estritamente necessário, e diminuir drasticamente a recessão e o desemprego. Dois flagelos que temos perante nós, europeus. Na verdade, só com um novo modelo de desenvolvimento - que ponha as pessoas em primeiro lugar e não o dinheiro - poderemos esperar melhores dias e sair da crise, que tanto nos afeta. Hoje, já não se trata só de países como a Grécia, a Irlanda ou Portugal serem as vítimas da crise. É toda a União Europeia que está à beira do caos, a começar pela Itália, a Espanha, a França, o Reino Unido e a própria Alemanha, que estão a perceber - e de que maneira! - onde o neoliberalismo nos meteu...

Claro que a Esquerda é hoje diferente do passado. Precisamos de voltar aos nossos valores, sem perder de vista as novas carências sociais e políticas de uma sociedade em rapidíssima mudança.

Estamos num momento em que a União Europeia, numa crise profunda e a querer sair dela, é ainda governada por aqueles que a provocaram. É indispensável e inevitável mudar. Porque se assim não for, assistiremos à desagregação e ao caos. Ao contrário do que se passava há um ano, o "Povo europeu" tem hoje uma percepção clara do beco sem saída em que o meteram. E quer a mudança. Mas qual? E em que sentido? Tem ainda desconfianças e dúvidas. Por isso não tem estado ainda mobilizado, a não ser para o protesto.

É, por isso, que a família socialista - se quiser subsistir ela própria - tem de aproveitar a Oposição em que se encontra, para definir, com clareza, a alternativa que se impõe à austeridade que nos livrará da crise e que pode renovar a sociedade de bem-estar. Não há dinheiro? Há sempre, desde que haja vontade política para o arranjar. Mantendo uma alternativa europeia concertada e não só nacional. Com uma democracia europeia que, de momento, está a ser, propositadamente, debilitada. Mas também aprofundar a Democracia, obrigatória em todos os Estados nacionais.

Contudo, o Socialismo Democrático, devemos reconhecê-lo, nos anos sombrios de Bush, embarcou no economicismo da "terceira via" defendido por Tony Blair.

Em Portugal, por exemplo, sempre tivemos, além do socialismo democrático, partidos da Esquerda radical, comunista, mais fechada hoje do que nos tempos de Cunhal (que tinha uma grande flexibilidade tática) e a Esquerda bloquista que ficou, eleitoralmente, entalada ente os partidos comunista e socialista. Mas afirmou-se ainda a Esquerda não partidária, cidadã e a Esquerda dos "indignados", com laivos anarco-populistas.

A refundação socialista deve afirmar-se de novo atrativa, voltando aos seus valores de sempre mas sendo capaz de dialogar em permanência com o movimento sindical, no seu conjunto, com os verdes, tão dispersos e estranhos aos partidos, e adaptar-se às novas realidades do mundo de hoje, para poder sair da crise institucional, social, económica e política, carente de valores e de dirigentes capazes. Foi assim que os próprios militantes nacionais algumas vezes se enganaram de partido, faltando-lhes a sensibilidade social e a vontade política para diminuir as desigualdades, entre as pessoas e os Estados e, acima de tudo, conservando sociedades de bem-estar.

A Esquerda, em tempo de eleições

3. Até há poucos meses a Esquerda europeia estava bloqueada e hesitante. Nos últimos meses, por exemplo, na Península Ibérica os dois Estados peninsulares - Espanha e Portugal -, governados por partidos socialistas, perderam as eleições legislativas, em favor de partidos e coligações de Direita. Passaram alguns meses. Mas a austeridade que ambos os Governos preconizam tem vindo a provocar um profundo descontentamento nas populações, dado terem percebido que os cortes obrigados pela troika, em Portugal, ou pela ideologia neoliberal do Governo espanhol, não só não resolvem os problemas gravíssimos com que se confrontam, como os agravam, cada dia.

Algumas oposições socialistas europeias entenderam-se, pela primeira vez, em Roma, onde um Presidente notabilíssimo, Giorgio Napolitano, conseguiu a proeza de substituir sem dificuldade Silvio Berlusconi, por um tecnocrata conhecedor dos problemas políticos, Mário Monti. Foi então, em Roma, que se reuniram alguns dirigentes socialistas e sociais-democratas, representando os partidos: alemão, francês, austríaco, belga, português, grego e salvo erro, espanhol, para debater as novas responsabilidades da família socialista europeia.

François Hollande, que ganhou as eleições presidenciais, por uma boa maioria, no domingo passado, esteve presente na reunião de Roma e afirmou, como se sabe, uma doutrina de mudança alternativa para a União Europeia.

Houve também, mais ou menos ao mesmo tempo, eleições na Grécia, na Sérvia, no Reino Unido e na Alemanha. As eleições deram resultados diferenciados, mas todos significativos. Na Alemanha, em Schleswig-Holstein, a chanceler Merkel e a CDU, apesar de terem ganho, tiveram o resultado pior, desde 1950. O que pode abrir portas a uma coligação à esquerda. Foi um resultado importante para a Esquerda.

Na Grécia ganhou, como se esperava, a Direita e também a Esquerda radical. O PASOK - que tanto lutou, com George Papandreou, para evitar o colapso anunciado - situou-se como o terceiro partido, atrás da extrema Esquerda e da Direita, principal responsável da crise, a seguir, obviamente, à chanceler Merkel...

Na Sérvia não tive modo de conhecer o resultado. Foi, salvo erro, um empate entre Esquerda e Direita. Mas na França, como escrevi acima, deu-se a vitória esperada do PSF, a caminho de se refundar. Foi um sinal que deve ser respeitado de que a União Europeia está a mudar, irreversivelmente. Tenhamos, pois, confiança, e mobilizemo-nos para os combates (pacíficos, creio) que aí vêm.

O discurso da vitória

4. Foi notabilíssimo o discurso de vitória do vencedor François Hollande, líder do Partido Socialista francês, humanista, socialista e republicano dos sete costados, amigo próximo de François Miterrand. Disse, no fundo, como "homem normal", que se intitula, o que o Povo de Esquerda queria ouvir: a defesa do Estado Social, a luta contra as desigualdades e o desemprego, o aprofundamento da democracia e do Estado de Direito, a defesa do ambiente, a luta contra o negocismo e os mercados usurários, a dignidade do trabalho e a defesa de uma Europa Política, Solidária e capaz de defender o euro, para nos fazer sair da crise global.

Eis a mudança esperada, que vai transformar a União Europeia e tornar um pouco melhor o mundo.» [DN]

Autor:

Mário Soares.
  
Histórias da carochinha para graúdos

«Os portugueses estão habituados a esperar que alguém, de preferência o Estado, lhes arranje emprego. Falta-lhes capacidade de ir à luta, criar o seu próprio posto de trabalho e produzir riqueza. Vivem demasiado acomodados à sombra de direitos adquiridos. Esperam que alguém lhes resolva os problemas, enfronhados numa atitude resignada e fatalista.


Alguém se atreve a duvidar da justeza deste diagnóstico quotidianamente repetido "ad nauseam" por empresários, professores universitários, consultores e jornalistas?

Ora vamos, por um instante, fazer de conta que a realidade existe – pode ser? Consultando as estatísticas, constata-se que temos já uma brutalidade de gente a trabalhar por conta própria ou em empresas familiares – nada menos que 42% de activos empregados em empresas com 9 ou menos trabalhadores. Por comparação, apenas 19% dos trabalhadores alemães e 11% dos americanos laboram em empresas dessa dimensão. Aparentemente, atitude empreendedora é coisa que não falta por cá.

Nada há de estranho, note-se, neste fenómeno, dado que, ao contrário do que se diz, os níveis mais elevados de iniciativa empresarial são registados nos países mais atrasados. O auto-emprego abrange 67% dos activos no Gana e 75% no Bangladesh, mas apenas 7% na Noruega, 8% nos EUA e 9% na França. Mesmo excluindo os camponeses, a probabilidade de alguém ser empresário é duas vezes maior nos países atrasados do que nos desenvolvidos.
  
A esmagadora maioria das pessoas dos países ricos emprega-se em organizações que agrupam  centenas ou milhares de trabalhadores e jamais sonha criar a sua própria empresa. Isso é excelente, porque pouquíssimos dispõem de vocação ou competência para fazê-lo. Em contrapartida, nos países pobres muitos são forçados a criar o seu próprio negócio para fugirem ao desemprego.

O facto indesmentível é que, entre nós, o sector propriamente capitalista da economia jamais conseguiu criar postos de trabalho em quantidade (e, já agora, em qualidade) capaz de dar ocupação a uma parte substancial da força de trabalho nacional. Seja qual for a explicação, podemos estar certos de que esta proliferação de empresas anãs – que, espantosamente, se acentuou nas últimas décadas e, ainda mais espantosamente, alguns querem consolidar – é uma receita infalível para a improdutividade e a pobreza.

A promoção do empreendedorismo heróico individual é um anacronismo, que serve apenas para culpar os desempregados da sua própria infelicidade. O empreendedorismo relevante, que gera inovações úteis e desenvolvimento, é, no mundo contemporâneo, um fenómeno essencialmente colectivo. Steve Jobs nunca passaria de um amável biscateiro se não beneficiasse das invenções do Centro de Palo Alto da Xerox, se não dispusesse de uma plêiade de engenheiros formados por grandes universidades, se não houvesse um mercado de milhões de pessoas cultas e qualificadas ansiosas por utilizar os seus produtos e se não tivesse acesso a fontes de financiamento adequadas às necessidades de uma "start-up".

Por outras palavras, o que distingue as sociedades progressivas é a sua capacidade de orientar os instintos criativos dos cidadãos para actividades socialmente úteis e economicamente valiosas, pondo ao seu alcance um acervo de recursos humanos, tecnológicos e financeiros de grande nível.

Acresce que o empreendedorismo de maior sucesso tem origem em grandes empresas, usualmente em cooperação com outras. O sistema operativo da Microsoft foi um subproduto de um projecto da IBM. Em Portugal, as mais marcantes inovações das últimas décadas – o telemóvel pré-pago e a portagem electrónica – resultaram de iniciativas de grandes empresas (ainda por cima, públicas).

Não precisamos de exortações ao espírito empreendedor da população, meras histórias da carochinha para adultos. Não precisamos de mais empresas sem escala nem competências. Precisamos de melhores empresas e, sobretudo, de melhor empreendedorismo orientado para o desenvolvimento de actividades inovadoras e geradoras de emprego qualificado.

Padecemos de um excesso de empreendedorismo do tipo errado. Em contrapartida, o empreendedorismo do tipo certo não floresce em Portugal porque as empresas que dispõem dos indispensáveis recursos se dedicam a actividades de extracção de rendas económicas, enquanto as restantes não têm acesso ao financiamento de que necessitam para poderem expandir-se com a necessária rapidez. Cuide-se dessa deformidade, que o empreendedorismo cuidará de si próprio.» [Jornal de Negócios]

Autor:

João Pinto e Castro.
  

Secreta estava ao serviço da Ongoing

«Ministério Público diz que ex-director do SIED recorreu a operacionais do serviço para obter informações sobre empresários ligados a um negócio na Grécia

Jorge Silva Carvalho, antigo director do Serviço de Informações Estratégicas e Segurança (SIED), é acusado pelo Ministério Público de recorrer a espiões do próprio serviço para "mostrar a Nuno Vasconcellos", presidente da Ongoing, "o valor da sua experiência no SIED, dos seus contactos nos Serviços e dos que obtivera por via das suas anteriores funções, bem como da capacidade de obter informações por via dos Serviços" Tudo, segundo o despacho de acusação da 9ª secção do DIAP de Lisboa, "de modo a ser contratado pelo Grupo, para lugares de membro executivo ou de presidente executivo de Conselhos de Administração de sociedades do Grupo e nas melhores condições remuneratórias e de capacidade de decisão"» [DN]

Parecer:

O melhor é não fazer comentários com base nas acusações do Ministério Público pois, como é sabido, a regra é perder e tudo ficar em águas de bacalhau. Daqui a uns tempos é o agente secreto a perseguir tudo e todos os que comentaram o processo com base nas acusações do MP.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Cavaco Silva se chamou o presidente do sindicato patrocinado pela banca para discutir este processo.»
  
A anedota do dia

«Os associados da Conferação dos Agricultores de Portugal (CAP) não foram contactados pelo Pingo Doce por forma a contribuirem para a campanha promovida pelo Pingo Doce no passado 1º de Maio.

De acordo com o presidente da CAP, João Machado "nenhum dos nossos associados que é fornecedor do Pingo Doce foi contactado para participar nesta campanha".» [DN]

Parecer:

Até aprece que o pessoal invadiu as lojas do Pingazedo para comprar sacas de batatas e ovos às dúzias. Este senhor parece ignorar que apenas uma percentagem ínfima das vendas das grandes superfícies foi produzida por agricultores sócios da CAP, mesmo a esmagadora maioria dos produtos alimentares é vendida pela agorindústria e não por associados da CAP.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Agradeça-se o frete ao líder da CAP em nome do Pingazedo.»
  
O quê?

«O Governo e a Igreja chegaram a acordo para a suspensão dos feriados religiosos do Corpo de Deus e de Todos os Santos a partir de 2013 e durante cinco anos, informou hoje o Ministério dos Negócios Estrangeiros e o Ministério da Economia e do Emprego num comunicado conjunto.» [DE]

Parecer:

Quando se colocou a hipótese de reduzir o número dos feriados religiosos a Igreja Católica Apostólica Romana disse que sim, que poderia aceitar a eliminação de dois feriados religiosos desde que fossem eliminado outros dois não religiosos, entretanto a coisa teria de ficar para 2013 pois era necessário negociar a concordata.

Isto é, os representantes locais de um Estado soberano estrangeiro, o Estado do Vaticano, puseram condições a um Estado igualmente soberano e laico para eliminar dois feriados, para que o pessoal do Vaticano aceitasse a perda de dois feriados religiosos teriam de ser eliminados dois feriados ligados à história de um país independente, por sinal mais antigo do que o Estado do Vaticano.

Temos, portanto, os representantes do Estado do Vaticano a gozarem com os palermas que governam um país independente, quie começam por aceitar a eliminação de feriados que celebram a história do seu país, incluindo o feriado que celebra a independência do país, a troco da eliminação temporária de dois feriados religiosos. Tudo isto imposto por representantes locais de um Estado estrangeiro!

Chegamos agora ao absurdo de os governante de um país independente aceitarem a eliminação definitiva de dois feriados da sua história enquanto dois feriados religiosos serão suspensos durante cinco anos.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»
  
O ajustamento está no bom caminho
  
   
«Nos três primeiros meses do ano, mais 28 mil famílias deixaram de poder pagar os seus empréstimos à banca. DECO diz que "ritmo é assustador".

Os números são da Central de Responsabilidades de Crédito do Banco de Portugal: entre Janeiro e Março deste ano, mais 28 mil famílias deixaram de poder pagar os seus empréstimos à banca. E foi no crédito à habitação onde se registaram mais casos de incumprimento. Para a DECO, associação de defesa dos consumidores, o ritmo de novas famílias em situação de incumprimento é "assustador" e o cenário não deverá melhorar até final do ano.

"A expectativa é que o número de famílias em dificuldades aumente mais até final do ano. O desemprego é a principal causa das dificuldades de família. O ritmo [de novas famílias em incumprimento] é assustador. É difícil perspectivar até onde podemos chegar", comentou Natália Nunes, da DECO, em declarações ao Etv.» [DE]

Parecer:

Estes malandros dos portugueses pensavam que eram ricos...

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Mandem-se os parabéns ao Gasparzinho.»
  
Notícia do malandreco do Álvaro

«Os fundos comunitários disponíveis no Quadro de Referência Estratégica Nacional (QREN) já beneficiaram quase doze mil empresas, entre as quais sete mil através de linhas de crédito e as restantes no âmbito de ajudas diretas ao investimento. 
  
Segundo dados hoje divulgados, no primeiro trimestre de 2012 a taxa de execução (despesa validada) do QREN atingia 42 por cento da dotação de fundos até 2015, correspondendo a cerca de nove mil milhões de euros de pagamentos aos beneficiários.
  
As 45.253 operações aprovadas até ao final de março de 2012 implicam um investimento total de 37.362 mil milhões de euros, sendo mais de metade financiado com verbas comunitárias (19.682 mil milhões de euros).» [i]

Parecer:

No dia em que o Gasparzinho toma conta do QREN o Álvaro faz o balanço do seu trabalho até ao momento em que foi saneado pelo seu colega das Finanças.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «»
  
Pensionistas da PT tiveram menos sorte do que os da banca

«"O Governo não encontra enquadramento legal no diploma que regulou a transferência do fundo de pensões da PT para o Estado para continuar a pagar os subsídios de Natal e de férias a esse grupo de pensionistas enquanto vigorar a suspensão prevista na LOE [Lei do Orçamento do Estado] 2012". Esta é a posição que o Ministério das Finanças deu ao Negócios por escrito, a propósito da decisão de não pagar o 13º e 14º meses aos pensionistas da PT.
  
Mas os pensionistas da PT admitiam que apesar desta decisão o Estado pudesse devolver à PT os valores envolvidos nesses subsídios, já que a transferência dos fundos de pensões incluiam essas dotações. Mas não terá havido transferência, o que levou aliás o sindicato da operadora a fazer contestação junto do Provedor da Justiça.» [Jornal de Negócios]

Parecer:

A verdade é que não há forma de tornar esta medida justa.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aguarde-se pela mudança de posição do Gasparzinho.»
  
Banca grega em pânico

«O índice grego ASE fechou a cair 4,44% para os 231,83 pontos e chegou a cair um máximo de 6,32% logo após as declarações de Alexis Tsipras, líder da Coligação de Esquerda Radical (Syriza), que tem desde esta manhã o mandato para formar governo. "É óbvio que o veredicto popular torna nulo o acordo de resgate", disse Tsipras.
  
O líder do Syriza definiu cinco pontos que o partido vai levar em frente caso chegue ao governo e, entre eles, encontra-se a rejeição das actuais condições do resgate, a suspensão de pagamentos até que esteja concluída uma investigação à dívida grega e o controlo estatal dos bancos.» [Jornal de Negócios]

Parecer:

Andaram a brincar com o povo grego e agora arriscam-se a uma situação bem pior para a banca europeia.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se para ver.»
  
Portugal é o 15.º melhor país para se ser mãe

«A associação humanitária "Save the Children USA" divulgou o Índice de Maternidade, que mede através de critérios como a presença de pessoal qualificado durante parto, o acesso das mulheres a contraceptivos e à paridade de género e divulgado no relatório "Estado das Mulheres do Mundo".

No Índice de Maternidade, Portugal ficou na 15.ª posição, atrás de França e à frente de Espanha, revela o relatório que compara as diferenças entre a Noruega, que ocupa a primeira posição deste índice, e o Níger, último classificado.» [Jornal de Negócios]

Parecer:

E é o melhor para se ser filho da mãe.
  
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se mais algum tempo que o Gasparzinho acaba com isso, aliás, ele vai é acabar com a vontade e capacidade dos portugueses para fazerem filhos.»