domingo, maio 20, 2012

Semanada


Esta foi a semana marcada por um derby político, por se tratarem de segundas figuras diriam os portistas que seria um campeonato da 2.ª Circular, enfrentam-se duas conhecidas figuras do PSD disputando a atenção da comunicação social, Duarte Lima disputa o estatuto de primeira figura a Miguel Relvas, a grande segunda figura do Cavaquismo decadente enfrenta a grande segunda figura do passismo cadente. Do primeiro o velho amigo nada disse, ao contrário do que sucedeu com Dias Loureiro, em relação a Duarte Lima o presidente optou pelo silêncio. Já Passos veio em defesa de Relvas no caso das secretas, mas quanto às supostas pressões sobre o Público parece estar a ver como estão as coisas. Cavaco está em Timor, Passos parece estar ainda mais longe.
  
É uma pena que não estejam ambos em Cabo Verde a verdadeira capital do Cavaquistão, por lá Miguel Relvas é banqueiro, por lá andou retirado Dias Loureiro, por lá o Isaltino ganhou uma courela de terreno para construir uma casa, por lá passam os negócios de Duarte Lima, Enfim, as ilhas do Atlântico começam a parecer a Quinta da Coelha do Passos Coelho. Enfim, se o PSD em vez de ser um partido fosse uma empresa a sua sede em vez de ser na São Caetano à Lapa seria na Ilha do Sal, no Sal porque com a durabilidade de alguns cavaquistas até parece que essa gente se conserva em salmoura.
  
Parece que a Zita Seabra está cada vez mais próxima da Opus Dei, em relação ao ponto de partida a distância é tão grande que em termos astronómicos parece que a Lua abandonou a órbita da terra para ir orbitar Plutão que já nem é considerado um planeta. Já estou a imaginar a cerimónia da beatificação de Zita Seabra, a fervorosa comunista, a jovem trabalhadora modelo dos tempos da ex-URSS, a afilhada de Álvaro Cunhal, progenitoras de pioneiros de pedigree garantido, chefe dos caceteiros do antigo MJT arrepende-se de todos os seus pecado, vê Josemaria Escrivã e converte-se à Opus Dei. O Jumento vai oferecer-lhe um metro de arame farpado, dá jeito para as suas eucaristias mais íntimas.
  
Ao mandar papelinhos pra a ERC para que esta analisasse o caso Público o ministro Relvas mais não fez do que escolher o terreno em que pretendia ver o seu caso analisado, resta saber se por uma questão de imparcialidade ou por conveniência pessoal. Invocar inocência por ter enviados alguns papelinhos pra a ERC é gozar com a inteligência dos portugueses, no momento em que o fez o debate do seu comportamento já eraa inevitável e o recurso à ERC vai permitir a Relvas evitar qualquer julgamento, principalmente no parlamento.