A estratégia do homem de Massamá de dividir os portugueses
atirando uns contra os outros está dando resultado e a forma como partidos, políticos,
autarcas e jornalistas evidencia um profundo cinismo, é o salve-se quem puder e
cada um segue a velha máxima de que pimenta no rabo dos outros sabe a refresco.
Infelizmente é quase todo um povo que ignora que o país está a ser empurrado
para o abismo por uma política irresponsável e cada um em vez de o tentar
impedir olha para os seus próprios interesses.
Compare-se o dramatismo que está a ser colocado na questão
do IMI, com muito boa gente a defender um travão ao aumento do imposto que em
tempos foi uma bandeira do CDS.
Imagine-se que um cidadão beneficiou nos últimos trinta anos
de um preço inalterado no tabaco que fuma. A situação agora seria a seguinte:
quem fuma SG Gigante há trinta anos paga 6 escudos e 50 centavos por cada maço,
o que em euros daria 0,0325€; quem fume há pouco tempo pagaria 4,20€. A crer
nos argumentos em defesa do travão no IMI quem paga 4,20€ continua a pagar esse
montante mais os aumentos sem qualquer travão, quem paga os 0,0325€
beneficiaria de um travão para que o preço não ultrapassasse os 0,04€!
Quando os funcionários públicos depois de perderem poder de
compra durante uma década, de terem perdido direitos, sofreram um corte de 10%
nos vencimentos seguidos do corte de dois subsídios fez-se silêncio. Quando os
cortes chegaram aos pensionistas mesmo estando em causa uma violação grosseira
dos seus direitos o país ficou em silêncio, argumentou-se que os funcionários
ganham mais do que a média dos portugueses e que o ajustamento devia ser feito
através da despesa. Toda a gente sabe que os argumentos são falsos, mas deu
jeito e fez-se silêncio.
Ninguém defendeu que no sector privado se aplicasse o mesmo
princípio que ao público, se o ajustamento deve ser feito com base nos
vencimentos é óbvio que no sector privado a competitividade para pela redução
dos custos e o único que pode baixar são os salários. Sem competitividade não há
cortes dos salários dos vencimentos dos funcionários que salve o país. Mas
fez-se silêncio.
Quando por causa dos malfadados juízes do Constitucional foi
necessário redistribuir a austeridade e o governo decidiu dar o golpe da TSU
foi o ai Jesus. Não por causa do escândalo de funcionários e pensionistas que
nada têm que ver com a TSU continuarem a perder os dois subsídios para que um
servisse para financiar os patrões do sector privado. A austeridade chegou ao
bolso dos jornalistas e dos advogados que enchem as televisões e foi o que se
viu, até descobriram que o corte aos pensionistas tinha sido um abuso!
O azar de Passos Coelho é que é um político tão fraquinho
que nem consegue aproveitar a divisão que tem conseguido promover e a exibição
de oportunismo que tem estimulado. O problema é que um dia destes o Passos apanha
o primeiro avião e deixa atrás de si um país falido, com o povo dividido e com
cada um a culpar o vizinho por todos os males. É assim que se conduz um país a
uma guerra civil