O governo devia agradecer ao ministro das Finanças pelo
efeito de encobrimento que a sua actividade proporciona aos diversos
ministérios, com excepção do ministério da Saúde os restantes ministro nada
fazem mas o país lá se vai entretendo a desfazer ou a elogiar Vítor Gaspar.
O exemplo mais paradigmático é o do sôr Álvaro, de que dizem
ser ministro da economia e mesmo pouco ou nada fazendo ainda pode defender-se
de um despedimento no quadro de uma remodelação, argumentando que com o acordo
de concertação social assinado com a confederação dos bancários do Sul e Ilhas,
a que alguns chamam UGT. O homem faz lembrar aquele bêbado que caiu num
depósito de cerveja e de vez em quando vinha à tona pedir tremoços, desapareceu
e agora aparece de quando em vez armado em pitbull do governo fazendo o papel
sujo do Relvas, o ministro dos Assuntos Parlamentares assume-se como
intelectual, cabendo ao sôr Álvaro as bocas pirosas, o que, aliás, até lhe fica
bem.
Alguém sabe o que está fazendo o Álvaro pela economia
portuguesa, o que faz para que os portos sejam mais eficazes, para que desçam
os custos de contexto, para reduzir a burocracia dos controlos e licenciamentos
estatais e mais uma infinidade de coisas que transformam a vida de um
empresário num inferno? Ninguém sabe nem poderia saber porque o sôr Álvaro não
faz nada, esgotou as ideias brilhantes que trazia do Canadá, a multinacional do
pastel de nata e a transformação do Algarve no centro de dia dos velhos
alemães, e calou-se.
Quem também não faz rigorosamente nada é a ministra da
Agricultura e do etc., a senhor ainda nem sequer adoptou as tais medidas para
que os pobrezinhos resistam à nova lei das rendas, como prometeu a Cavaco Silva
para que este não vetasse a lei. A senhora não faz e tem o mesmo problema que o
Álvaro, não sabe fazer.
Do ministro da Defesa já se sabe que foi nomeado para dizer uns bitaites, o da Administração Interna é a cigarra que todos conhecemos, o da
Lambreta (um Mota que anda de Lambreta não podia dar grane coisa) até se esquece de perguntar ao Portas de se pode engolir tudo o que o
Gaspar lhe serve, o próprio Portas que viajou tanto à conta da diplomacia
económica e agora só viaja com o objectivo de ficar longe de Passos Coelho.
Aliás, quem parece andar a fazer diplomacia económica é o Relvas que já deu
mais de uma volta ao mundo desde que se soube das suas equivalências e passou a
ser conveniente deixar de dar nas vistas. Só apareceu para pedir os seus
tremoços nos últimos tempos.
Até o Gaspar que tinha um importante programa de
reestruturação da Administração pública se esqueceu que há muito ministério das
Finanças para além do défice. O mais grave é que entregou a gestão do Estado a
um tal Rosalino que dava um excelente encarregado de pessoal de uma loja do Pingo Doce, é uma
pena que o Borges ainda não tenha reparado e sugerido a escolha ao patrão
Soares.
À conta da crise financeira não há governo, o governo é o
Gaspar, Passos Coelho não passa de moço de recados do homem a quem Borges
designa por timoneiro e mesmo assim é um desastre, cada vez que abre a boca
obriga o Gaspar a fazer mais uma conferência de imprensa. Remodelar o governo
para quê?