quinta-feira, outubro 11, 2012

Umas no cravo e outras na ferradura


 
   Foto Jumento
 

Na Feira da Ladra, Lisboa
   
Imagens dos visitantes d'O Jumento
 

   
Chaminés [A. Cabral]   
 
Jumento do dia
  
Marques Guedes
 
Se um dia se quiser recordar este governo sem dúvida que o seu traço mais característico é o sentido de humor, o governo pode tramar o país, destruir a economia, lixar a classe média e fazer um filho à Nação, mas em circunstância alguma deixa de tentar alegrar o povo.

Hoje coube a Marques Guedes o papel de animador humorístico do país, não foi tão criativo como o chefe Gaspar que se lembrou de dizer que os portugueses são o melhor povo do mundo, mas foi ainda assim muito engraçado ao dizer que o governo está a fazer um grande esforço para minimizar a carga fiscal. Se calhar foi por isso que em 2012 o Gaspar se esqueceu de cobrar um balúrdio!

Enfim, com um sentido de humor tão fino como o do ministro da Informação de Sadam só mesmo o Marques Guedes, mas nem mesmo o iraquiano se lembraria de aproveitar um intervalo para o xixi para fazer uma comunicação.
 
«O secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros garante que o Governo está a trabalhar e a fazer "um esforço muito grande" para reduzir a despesa pública e, dessa forma, "reduzir ao mais possível a sobrecarga fiscal" que está a ser exigida aos portugueses.
   
Luís Marques Guedes revelou aos jornalistas que os ministros fizeram uma pausa na reunião que começou esta manhã, mas vão voltar a reunir-se para continuarem a debater a proposta do Orçamento do Estado para 2013.
  
O responsável recusou adiantar quaisquer pormenores sobre o documento ou as medidas nele incluídas sublinhando que “o Orçamento do Estado não será apresentado às pinguinhas. Será apresentado globalmente.” » [Jornal de Negócios]
   
 Um problema de comunicação, o caraças!

Portugal é governado por gente mal formada, incompetente e sem preparação e anda por aí alguns artistas tentando branquear o governo justificando a desgraça como um problema de comunicação, o último artista a defender esta tese é um tal Catroga, de que dizem ser um licenciado catedrático a tempo parcial 0%. Para esta gente só há uma resposta, é um problema de comunicação, o caraças!

 Desapareceu, paga-se a quem o encontrar
 
Pedro Passos Coelho.


  
 Portugal, três sílabas
   
«O dr. Cavaco disse, à publicação espanhola Expansión, que "Os políticos devem ouvir a voz do povo." A frase é devastadoramente banal, mas ganha relevo porque o dr. Cavaco, tão omisso, pontual e rasurado no que afirma, em Portugal, revela, enfim, que tem escutado o clamor popular - sem lhe atribuir, no entanto, importância de maior. A prática, por vezes "ascética", por ele consagrada à res publica, nem sempre corresponde a equilíbrio, sensatez e recato. As suas tendências ideológicas assumem contornos de cumplicidade. E não é preciso castigar muito as meninges para se perceber que, manifestando, por supressão ou abertamente, o apoio às políticas do Governo, se tornou conivente com o descalabro.
  
Está por fazer a análise das responsabilidades dele, no estado actual da nossa miséria, desde a década em que foi primeiro-ministro. Sei quem está a tratar disso. E o que dizem, nos fóruns das televisões, e alguns articulistas sem temor, conduzem-nos a uma espécie de execração popular da enormidade do que ele fez. Outras revelações se lhe seguirão.
  
Ele não é "o Presidente de todos os portugueses." Se o fosse, há muito teria exercido a tal magistratura de influência, agindo no campo geral da política e das relações de poder. Passos Coelho está de rédea solta. E se as coisas não vão ainda mais longe do que esta infâmia é porque "a voz do povo" o tem impedido. Esta tipologia de face dupla tornou-se numa filosofia do quotidiano. Quando o primeiro-ministro, com sórdido despudor, afirma que também está contra os impostos, o processo de descaracterização da decência atinge expressões múltiplas.
  
Os princípios fundadores do 25 de Abril estão desfeitos. A própria noção de laços sociais foi sobrepujada pela força das classes dominantes. A dissimulação, a meia-verdade, a mentira sistemática, a hipocrisia como método (de que os dois casos apontados são exemplos) caracterizam esta "nova" ordem. Produtos típicos de uma época que inculca a ideia de que o poder é um "puro facto" ou um "direito absoluto", tanto o dr. Cavaco como o dr. Passos são, apenas, notas de rodapé de uma História cuja caminhada é sobressaltada por interregnos como este.
  
Mas os estragos que produzem são muitíssimo mais graves e insidiosos do que os explícitos pelas políticas económicas. Atingem o mais fundo do nosso ser, porque incitam à dualidade de carácter, à dependência do momento que passa, à ambiguidade do inevitável e ao desprezo pela própria condição humana. O dr. Cavaco e o dr. Passos representam o que de mais criticável existe. A figura do Estado deixou de ser respeitável para se tornar na caricatura medonha de uma sociedade desejadamente asseada. Um amigo que muito prezo, desde sempre enredado nas longas batalhas que definem os homens livres, dizia-me, há dias: "Portugal fede."» [DN]
   
Autor:
 
Baptista-Bastos.   
   
  
     
 A globalização
   
«De acordo com a agência de notícias espanhola EFE, citando um comunicado da associação de defesa dos direitos laborais "China Labour Watch", existem entre 3 mil a 4 mil trabalhadores da fábrica Foxconn, em Zhengzhou, capital da província central de Henan, que abandonaram os seus postos de trabalho na terça-feira, dia 02, por causa do seu descontentamento com algumas das condições da empresa.
   
Queixam-se, entre outras, das "excessivas exigências de qualidade dos produtos", impostas pela Foxconn e pela Apple, sem que seja dada a formação adequada, bem como pelo facto de lhes ter sido negada a possibilidade de tirar férias durante a passada semana, festa nacional em toda a China.» [CM]
   
Parecer:
 
Quem diria nos primeiros anos da Apple que um dia a venda de um produto teria problemas porque trabalhadores chineses estariam em greve? Faz lembrar o compadre alentejano que quando chegou a casa e viu a esposa mais o amante na cama do casal exclamou com surpresa: "com estes modernismos ainda vens a fumar para casa!".
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
      
 "Um país que se preza não deixa cidadãos em dificuldades"
   
«O antigo Presidente da República Ramalho Eanes afirmou na terça-feira que "um país que se preza não deixa os seus cidadãos passarem por dificuldades", sublinhando que cabe ao Estado garantir a união do povo.» [DN]
   
Parecer:
 
O problema é que Portugal é um país que se preza governado por gente que o despreza.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aprovem-se as declarações.»
   
 O bom Costa
   
«O governador do Banco de Portugal e membro do Banco Central Europeu (BCE), Carlos Costa, considera que Portugal está no bom caminho e que o esforço de ajustamento "considerável" que o País tem realizado começa agora a dar frutos perante a correcção das contas externas e da melhoria condições nos mercados de dívida.
   
"Estamos no bom caminho", declarou hoje Carlos Costa na conferência no Fórum na Área Financeira, em Macau. O discurso foi publicado no site do Banco de Portugal. "O esforço de ajustamento da economia portuguesa tem sido muito considerável, mas os frutos começam a aparecer sob a forma de uma acentuada correcção das contas externas e da melhoria progressiva das condições de financiamento do tesouro português", frisou o governador do Banco de Portugal.» [DE]
   
Parecer:
 
Cada vez que é anunciado mais um programa para lixar os funcionários públicos e deixar de fora dos funcionários do Banco de Portugal o bom Costa vem elogiar o governo. Enfim, é sempre uma questão de preço.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Vomite-se para cima do senhor.»
   
 Ele nunca foi grande coisa
   
«Finanças executaram a sociedade por dívidas superiores a 500 mil euros quando o primeiro-ministro ainda exercia as funções de administrador.
   
A Tecnoforma, empresa em que Passos Coelho trabalhou como administrador (entre 2002 e 2004) e onde chegou a desempenhar funções de administrador (entre 2005 a 2007) está com graves problemas financeiros.» [DE]
   
Parecer:
 
O homem nunca deveria ter passado do nível da mercearia de bairro.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
   
 Pequenos investidores tramados na CIMPOR?
   
«A associação de pequenos investidores ATM quer reunir-se com o ministro das Finanças, Vítor Gaspar, para encontrar soluções para os pequenos accionistas da Cimpor que, defende, saíram prejudicados da oferta pública de aquisição (OPA) da Camargo Corrêa à cimenteira. 
   
Numa carta dirigida a Vítor Gaspar, a ATM (associação de investidores e analistas técnicos do mercado de capitais) deixa críticas à operação “opaca” que passou mais de 90% do capital da Cimpor para mãos brasileiras e que “colocou em causa a protecção dos pequenos accionistas”. » [Jornal de Negócios]
   
Parecer:
 
Era uma bela tarefa para a nova Procuradora-Geral, investigar as condições em que a CGD vendeu a sua quota aos brasileiros e avaliar quanto perdeu o país com essa operação.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Faça-se a sugestão.»
   
 Pingo Doce é irracional
   
«Isto "porque as taxas que são pagas pelo comerciante são uma percentagem sobre a operação. Quando esse valor é inferior a 20 euros [o comerciante] também paga menos taxa de serviço", explicou Norberto Rosa aos jornalistas, à margem da sua audição na comissão de Economia e Obras Públicas.
   
"Parece-nos pouco racional o comportamento porque o custo associado ao tratamento do numerário ou de cheques e depois do transporte desses valores", associado ao facto de não ter as verbas imediatamente disponíveis nas contas, "é superior àqueles que resultariam da taxa de serviço ao cliente", acrescentou.» [Notícias ao Minuto]
   
Parecer:
 
O velho já não parece bater bem da bola.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
   
 Relvas deu-se mal ao armar-se em doutor com o Eurostat
   
«O Eurostat diz que "não existe data limite para dar a sua opinião" sobre a forma de contabilização das receitas de concessão dos aeroportos portugueses (ANA). Ontem, o ministro adjunto, Miguel Relvas, referiu que "essa decisão não está tomada, será só tomada no dia 26 de outubro".
  
O Dinheiro Vivo questionou o Eurostat sobre o teor de uma notícia avançada ontem pelo Expresso online. O jornal dava conta de um bloqueio nas negociações entre as Finanças e as estatísticas europeias contabilização dos mais de 1100 milhões de euros da concessão da ANA (0,7% do PIB) em 2012, abatendo ao défice desse ano.
  
Fonte oficial do Eurostat contraria o ministro, dizendo que não há prazos para decidir.» [Dinheiro Vivo]
   
Parecer:
 
Pobre Relvas, pensava que estava na Lusófona.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»