sexta-feira, outubro 26, 2012

Umas no cravo e outras na ferradura


 
   Foto Jumento
 
 
Líquens na Quinta das Conchas, Lisboa
    
Imagens dos visitantes d'O Jumento
 

   
Cada pássaro no seu bordo [A. Cabral]   
A mentira do dia d'O Jumento
 

Jumento do dia
  
Paula Teixeira da Cruz
 
Quando foi notícia a realização de buscas a um ex-governante do PS  ministra da Justiça declarou que tinha acabado o tempo da impunida. Quando o alvo da notícia foi Passos Coelho a ministra encomendou uma declaração de inocência à PGR que foi prontamente emitido e a própria ministra apressou-se a comentar o caso declarando a inocência do seu primeiro-ministro. Todavia, não esclareceu porque razão o ministro Relvas não teve direito a certificado de inocência no mesmo caso.

No dia seguinte o país ficou a saber que a ministra assegurou ao sindicato dos magistrados do MP que mais tarde, na calada dos corredores parlamentares voltaria a dar o passe nos transportes públicos à borla para os magistrados.

Esta ministra desta república da bananas ainda continua ministra.

   
 Austeridade em público, borlas em privado
 


(Gentileza do CC)

Se eu fosse magistrado sentiria uma imensa repugnância de mim próprio ao saber que há crianças a ir a pé para a escola por falta de dinheiro para o passe enquanto a ministra comprava os meus serviços oferecendo-me borlas nos transportes públicos. Sentiria nojo de ser um magistrado a quem cabe defender a legalidade e os valores constitucionais e ver que para mim havia um tratamento especial, que uma proposta de OE seria corrigido às escondidas dos olhos do grande púb,lico para que eu pudesse continuar a beneficiar de uma gorjeta miserável.

Mas como não sou magistrado e muito menos sindicalista não tenho de me envergonhar de ir a congressos de luxo patrocinados por bancos que estão a contas com a justiça ou de andar à borla em transportes públicos pagos com impostos de gente que ganha muito menos do que eu. É tão bom não ter bicos de papagaio!

Mas resta-me a revolta de ser cidadão de um país onde um sindicato de magistrados pede aos seus sócios para esconderem dos olhos do público que vão receber uma gorjeta do poder, gorjeta que será paga com os impostos de gente pobre a quem são cortados apoios sociais. Uma revolta que chega a ser vergonha de ser português, vergonha de viver num país onde todos os dias se viola o segredo de justiça ao mesmo tempo que os magistrados pedem segredo para coisas miseráveis como estas.

É triste ver gente que nem ganha assim tão mal e que estão entre os melhor remunerados do Estado estarem a receber às escondidas uns passes de borlas em transportes públicos, já não há fronteiras morais e a austeridade está a levar a um salve-se quem puder onde todos se atropelam.

Um nojo.


  
 65 mil razões
   
«Num só ano, Portugal viu atravessarem as suas fronteiras 65 mil jovens, entre os 25 e os 34 anos. Só espero que nenhum dos membros do Governo, ainda em exercício, venha repetir exortações a esta hemorragia, pois há limites para a indigência moral e intelectual que até os membros deste Governo não estão autorizados a pisar. Se a UE fosse uma verdadeira União, essa saída não seria dramática. Nos EUA, todos os anos dezenas de milhões de cidadãos mudam de estado, e isso é um factor do desenvolvimento global do país. Uma união federal tem mecanismos de solidariedade e de transferência de fundos através do orçamento do governo comum (que não existe na Europa) que permitem manter o equilíbrio entre os estados e as regiões mais ou menos produtivos. Contudo, os portugueses percebem, à sua custa, que no ponto em que UE se encontra reina a competição mais brutal entre os Estados. Que o diga o nosso sistema fiscal, que vê milhares de milhões de euros de impostos das nossas empresas mais prósperas fugirem para a Holanda. Partilhamos a mesma moeda, mas acedemos ao crédito com taxas de juro que vão do pânico de quem paga para emprestar à Alemanha até aos valores proibitivos que sangram os países "ditos da periferia". Num país como Portugal, a perda de capital humano não tem mecanismos de compensação. Não se trata de mobilidade social. É a fuga legítima, por parte de quem tem força e coragem, do navio com o casco perfurado em que a política do Diretório, e dos seus delegados em Lisboa, transformou Portugal. Querem uma razão contra o absurdo desta desgovernação? Há pelo menos 65 mil razões, capazes de darem o seu testemunho pessoal e único.» [DN]
   
Autor:
 
Viriato Soromenho-Marques.   
   
  
     
 Castelo Branco concorre a Sintra
   
«Acabar com as lojas chinesas, cobrar taxas a turistas, acabar com a criminalidade em Sintra e promover festas no concelho. São estas as principais medidas que José Castelo Branco quer ver implementadas, caso em 2013 se torne no próximo presidente de câmara da vila onde mora.
  
"A minha prioridade vai ser prover a falta de emprego no concelho", explica ao nosso jornal Castelo Branco, que promete apoiar o comércio tradicional. "Há lojas de chineses por todo o lado. Quero acabar com esse tipo de lojas, que estão a dar cabo do comércio tradicional. Vou criar postos de trabalho, mas os comerciantes vão ter de baixar os preços", avisa.» [DN]
   
Parecer:
 
Não é difícil fazer melhor do que o Seara.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
      
 O dr. Relvas vai deixar de ser doutor?
   
«O ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato, ordenou hoje à Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias (ULHT) que reavalie, no prazo de 60 dias, todas as licenciaturas atribuídas com recurso à creditação da experiência profissional, podendo as mesmas vir a ser declaradas nulas.
   
Na sequência da auditoria realizada pela Inspeção Geral da Educação à Universidade Lusófona, iniciada em julho após a polémica em torno da licenciatura de Miguel Relvas e concluída esta semana, o ministro fez uma advertência formal à instituição, considerando que esta não cumpriu os procedimentos legais de creditação profissional.
   
"No prazo de 60 dias, a ULHT deverá reanalisar todos os processos de creditação de competências profissionais (...) No caso de não haver fundamentação suficiente para a creditação profissional ou inexistindo registo de conclusão de unidades curriculares, deve a ULHT disso extrair todas as consequências legais, incluindo a possível declaração de nulidade" das licenciaturas atribuídas, refere o despacho do ministro da Educação, hoje divulgado.
   
Em causa está a atribuição, pela Lusófona, do grau de licenciatura a 89 alunos, a quem a universidade concedeu entre 120 e 160 créditos - número suficiente para concluir um curso em apenas um ano - por via do reconhecimento da experiência profissional. A licenciatura do ministro dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, é um dos casos que terá de ser agora reavaliado.» [Expresso]
   
Parecer:
 
Apetece apostar que a licenciatura do Relvas vai ser mantida, até porque já recbeu um competente diploma emitido pela justiça.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aposte-se.»