sábado, outubro 13, 2012

Umas no cravo e outras na ferradura


 
   Foto Jumento
 


Simbologia maçónica no Cemitério do Alto de S. João, Lisboa

   
Imagens dos visitantes d'O Jumento
 

   
Óbidos [A. Cabral]   
 
 Mentira do dia
  
   
Jumento do dia
  
Pedro Passos Coelho
 
Houve um tempo em que Passos gostava de criticar Sócrates por usar o PowerPoint ou pela forma como conduzia os debates parlamentares. Mas pela boca morre o peixe e quando percebeu que está queimado recorre ao estilo de Sócrates, só que lhe falta a coerência, a inteligência e um passado governamental credível.

Ficou evidente que neste debate parlamentar Passos Coelho foi tão mal preparado como é costume, não é surpresa, o homem não parece ter recursos intelectuais que lhe permitam uma boa prestação intelectual e já faltou mais para inventar uma desculpa e faltar aos debates. Mas ficou evidente que os seus spin doctors passaram a noite em claro para encontrar frase feitas, que façam passar a imagem de um grande líder.

O problema é que as arrastadeiras em que o Governo se apoia não passam de idiotas e estão fartos de porem o pobre Passos a dizer asneiras. É de loucos dizer a Passos que é um homem de honra, que cumpre os seus compromissos. Quais? Os compromissos que assumiu com os eleitores? O compromisso para com o programa de governo que fez aprovar no Parlamento? O compromisso de respeitar a Constituição? Ainda por cima nesta semana soube-se dos negócios com a Tecnoforma, uma empresa que terá falido.
     
 A gestão da imagem do Gaspar
 
Um dos aspectos mais interessantes de Vítor Gaspar é a forma cuidadosa como gere a sua imagem, quer pelos momentos que escolhe para intervir, quer pela forma como o faz.

Curiosamente o ministro das Finanças segue uma estratégia única desde o primeiro dia, promove a sua imagem à custa do Pedro Passos Coelho. É sistemático, Passos Coelho espeta-se numa intervenção, o país discute as baboseiras do primeiro-ministro e de seguida o Gaspar vem arrumar a casa fazendo passar a mensagem da inteligência face à imbecilidade, do rigor à falta de seriedade, da competência à imaturidade, Gaspar é o bom, Passos está a mais. Incrivelmente Passos Coelho não só permitiu que Gaspar arrumasse com o Relvas, no que foi ajudado pelo próprio, não percebdenddo que quem mais destruiu a sua imagem foi o ministro que mais aprecia.

Tudo começou com o famoso desvio colossal, Passos lançou a dúvida, Gaspar esclareceu e decidiu o que o Passos Coelho pensou. Desde então as intervenções foram sistemáticas, a última foi a conferência de imprensa para acabar com a TSU.

Passos é o incompetente, Gaspar representa a competência. Gaspar tem a confiança e apoio dos alemães, Passos vai sobrevivendo em Belém. Gaspar decide, Passos diz baboseiras. Gaspar manda, Passos faz que manda.

Para que serve Portugal ter um primeiro-ministro?
 
 Onde anda Cavaco Silva?


"Há limites para os sacrifícios que se podem exigir aos portugueses." Cavaco Silva a propósito do PEC IV.

O que mais impressiona nesta crise e que por isso também ficará para a história é o sentido da dignidade e da coerência de políticos como Cavaco Silva e Paulo Portas.
 

  
 Aurora dourada
   
«Quarta à noite, a SIC Notícias teve uma emissão em cheio. Primeiro foi Soares dos Santos a lamentar que "os políticos não possam sair à rua sem ser insultados". O dono do Pingo Doce, que em fevereiro de 2011 chamou mentiroso ao então primeiro-ministro, acusando-o de "gostar de truques", está preocupadíssimo com a falta de respeito do povo pelos governantes e com o facto de a coisa pública tender a afugentar as pessoas pela forma como antecipam vir a ser (des)tratadas. Pelos vistos não lhe ocorre que o baixar do nível quando vem é para todos.
   
Mas isto foi só o amuse-bouche. A seguir veio o prato principal: Gomes Ferreira a entrevistar o ex-secretário de Estado Paulo Campos sobre as PPP. No final do programa, entendeu perguntar: 1. Tem contas offshore? 2. Fez investimentos? 3. Não espera vir a ter outra fonte de rendimento que não o seu trabalho? Perante as negativas sucessivas de Campos, que chegou à indignidade de revelar que para prover à educação dos filhos está, apesar de auferir o salário de deputado, a pedir "mensalmente" ajuda aos pais, Gomes Ferreira, invocando o que estaria na mente dos espectadores, perguntou ainda: "Mas quem teve funções tão importantes e esteve numa pasta tão importante, como é possível que seja assim?"
  
Ficámos pois a saber que no douto entender do entrevistador os espectadores, ou seja, toda a gente, acham que seja quem for que tenha "funções importantes" é suspeito de encher à pala disso contas bancárias, de preferência offshore, e deve pois sujeitar-se a interrogatórios policiais na TV. Assim, explicou Gomes Ferreira - que a dada altura admitiu (!) "poder estar a exagerar" -, o exigem "a curiosidade e o interesse público", para si uma e a mesma coisa.
   
Como jornalista, acho que se devem fazer perguntas incómodas sempre que necessário. Mas não me passaria pela cabeça questionar Gomes Ferreira, dadas as suas importantes funções de editor e comentador de economia num canal nacional, sobre se foi já alvo de "favorecimentos", se tem rendimentos "que não do seu trabalho" ou está em condições de garantir que não virá a trabalhar para uma entidade que possa ter beneficiado por via delas. Ou se estaria à vontade caso as suas conversas telefónicas fossem escutadas - como perguntou a Campos.
   
Inquirições destas só se podem fazer quando se possuem elementos que permitem acusar, os quais é obrigatório apresentar - até para permitir a defesa. Fazer insinuações caluniosas não é trabalho jornalístico, é nojo. Deplorável também que Paulo Campos as tenha admitido.
   
Mas, como o PS - o partido de Campos - demonstrou ontem, Gomes Ferreira é só um sintoma particularmente agudo da doença. Ao exigir saber quanto o Executivo gasta em telefones, deslocações e mais não sei o quê, o partido de Seguro mostra estar disponível para se juntar aos que gritam "gatunos". Talvez alguém devesse tentar explicar-lhe que a tocha que traz na mão é também para a sua pira - e, o que é muito mais imperdoável, para a da democracia.» [DN]
   
Autor:
 
Fernanda Câncio.   

 A rainha Christine vai nua
   
«Gastava-se demais. O FMI deu a solução: gastar menos. E explicou-a: gastando menos, a economia caía (até eu percebi: menos investimento, logo menos obras, menos emprego...), mas era poupança que levava a o relançamento (também compreendi: se o Estado emagrece, então precisa de menos impostos, e a economia, como Fénix renascida, logo dançaria com ramos de margaridas). A explicação não foi tão poética, mas foi assim que a ouvimos. O problema é que a Christine Lagarde não é dada a rimas, ela é mais números. Tivesse ela aproveitado a nossa ânsia de música, ainda continuávamos alegremente iludidos. Mas a francesa de perfil seco sacou da calculadora: "Por cada euro de austeridade, a economia cairia 0,50 euros", decretou. O resto da humanidade olhou para a fórmula como um boi para um palácio, fingiu que percebeu e sorriu porque a Lagarde também sorria quando enunciou a fórmula. Um euro de poupado e só meio euro de queda, parecia boa e prometedora aquela relação... Ora, agora, ficámos a saber que por cada euro de austeridade, afinal, a economia cai entre 0,9 e 1,7 euros. Mesmo tansos como nós sabem calcular o tamanho do engano: o FMI errou do dobro ao triplo! Mais uma vez ficou demonstrada a vantagem da poesia. Tivesse o FMI ido por ela, ainda hoje podia continuar a iludir-nos, dizendo que o engano era pouco, em vez de ramos de margaridas eram de crisântemos... Mas como insistiu nos números, tramou-se. São uns sábios da treta.» [DN]
   
Autor:
 
Ferreira Fernandes.
      
 O CDS num beco sem saída
   
«Há pouco mais de um ano, PSD e CDS, ansiosos de chegar ao poder, não hesitaram em atirar o país para uma irresponsável crise política (mesmo sabendo que isso iria sujeitar Portugal a um pedido de ajuda externa…) em nome de uma ideia política muito sedutora: não aumentar mais os impostos.
   
Chega a ser caricato ter de recordá-lo hoje, mas a verdade é que foi esse o argumento fundamental para a rejeição do PEC IV e foi esse o mote da animada campanha eleitoral dos partidos da direita, que tanta gente levou ao engano.
   
Sabemos o que aconteceu depois: chegados ao poder, PSD e CDS aumentaram brutalmente todos os impostos e fizeram-no muito para lá do que estava previsto no Memorando inicial da "troika": inventaram a sobretaxa extraordinária do IRS, equivalente a metade do subsídio de Natal de 2011; decidiram aumentos astronómicos do IVA, incluindo nos sectores da restauração e da energia (visando alcançar um aumento da receita do IVA cinco vezes superior à prevista no Memorando!) e, além do mais, confiscaram abruptamente salários e pensões de funcionários públicos e reformados, em grosseira violação dos princípios constitucionais da equidade e da proporcionalidade.
   
É em cima de tudo isto, que não é pouco, que este mesmo Governo PSD/CDS - para responder ao seu falhanço nas metas da execução orçamental deste ano - se propõe promover, no Orçamento para 2013, o que o próprio Governo já qualificou como um "enorme" (!) aumento de impostos, incidindo agora com especial violência no IRS e no IMI.
   
Talvez porque já ninguém acredita que a actual liderança do PSD esteja sequer interessada em honrar as suas promessas, as atenções centram-se no CDS. O que não deixa de ser revelador: ao que parece, ao fim de quase ano e meio de governação desastrada, ainda há quem espere do CDS o que já não espera do PSD. Afinal, o CDS proclamou-se como "partido do contribuinte", combateu sempre o aumento da carga fiscal e, ainda há pouco, o próprio líder do CDS, em carta dirigida aos militantes, afirmou solenemente, preto no branco, que "o nível de impostos já atingiu o seu limite". A pergunta torna-se, pois, incontornável: como é que alguém que, ainda há poucas semanas, disse que o nível de impostos "já atingiu o seu limite", pode conviver agora com este "enorme" aumento de impostos? A resposta é tão incontornável como a pergunta: não pode. E Paulo Portas sabe-o melhor do que ninguém.
   
Passou talvez despercebido o que o líder do CDS disse há dias, quando perguntado pelo manifesto incómodo do partido com o rumo da política orçamental do Governo. Por entre juras de patriotismo e de sentido das responsabilidades, o que Paulo Portas garantiu foi isto: "não deixarei o CDS sem identidade". E é isso, verdadeiramente, o que está em jogo: a identidade do CDS. E que não haja ilusões: a identidade do CDS como "partido do contribuinte", se acaso ainda pode ser salva, não o será, certamente, se aceitar, para lá de todos os limites, este "enorme" aumento de impostos (mesmo que o CDS possa exibir, no fim do braço-de-ferro no seio do Governo, a magra compensação de se manter a cláusula de salvaguarda nos aumentos do IMI).
  
Quer isto dizer que o CDS está num beco sem saída? De modo nenhum. O beco em que está o CDS é, sem dúvida, estreito: tendo provocado a crise política no ano passado e forçado o pedido de ajuda externa, o CDS não pode agora, de um momento para o outro, deixar o país sem Orçamento e sem Governo. Mas tem forma de o fazer, sem perder de vez o que ainda resta da sua identidade. Afinal, todos os becos têm pelo menos uma saída: aquela por onde se entrou. É tudo uma questão de querer sair. » [DE]
   
Autor:
 
Pedro Silva Pereira.
     
 Ando com as tensões altas
   
«Lembram-se de Romário, aquele brasileiro baixinho que fazia golos tão simples como se estivesse a passar a bola para um colega que estava no fundo da baliza? Pois no dobrar dos anos 80 para os 90, entre sair do Vasco da Gama e brilhar no Barcelona, ele passou pelo PSV, e foi entrevistado em Eindhoven por um amigo meu jornalista que, a título de aquecimento, abriu a conversa perguntando-lhe como é que ele estava a dar-se na Holanda e obteve como resposta um longo rol de lamentações.
   
Romário queixou-se do clima, da comida, da língua e dos hábitos - na verdade, não deve ser fácil um latino habituar-se a uma sociedade em que o convite para ir jantar a casa de alguém é acompanhado da pergunta sobre quantas batatas vamos comer -, antes de entrar nas questões profissionais, ou seja, no futebol.
   
Depois de se assegurar de que o meu amigo não iria publicar o seu desabafo, o brasileiro queixou-se dos colegas, que nunca lhe serviam a bola em condições: "A princípio, até pensei que era de propósito, para me queimar. Mas não. Já entendi que se não passam bem é porque não conseguem. Não é por mal que não fazem melhor. É porque não sabem".
   
Converti esta frase numa espécie de mantra, que me tem ajudado muito a ter paciência quando confrontado com exasperantes situações de falta de profissionalismo ou de pornográfica incompetência.
   
Se pressinto que vou levantar a voz e estou prestes a explodir, repito mentalmente, as vezes que for preciso, o mantra -"Não é por mal que não fazem melhor. É porque não sabem" -, até me acalmar.
   
Quando, há coisa de ano e meio, nos apercebemos de que as nossas finanças públicas estavam em pior estado que o chapéu de um trolha, foi claro para quase todos nós que até endireitarmos as contas iria ser preciso apertar o cinto e aguentar com abnegação o fel da austeridade.
  
Estou até convencido de que, em nome do sucesso do milagre regenerador do grande sacrifício nacional, aceitaríamos com estoicismo que Passos Coelho sublinhasse a sua chegada a S. Bento com o anúncio de que os subsídios de férias e de Natal ficavam sine die por conta do esforço de consolidação orçamental.
  
O problema é que, ao longo destes quase 16 meses, contrariando a sábia recomendação de Maquiavel (o mal deve ser feito todo de uma vez, ao contrário do bem, que deve ser administrado em prestações), o Governo não para de anunciar a conta- -gotas mais medidas de austeridade - e são cada vez mais as vozes de economistas (como João Duque e Augusto Mateus) a avisar que daqui a um ano, quando estivermos a discutir o OE de 2014, vamos estar na mesma (ou seja, pior) porque os remédios amargos que estamos a tomar não estão a atacar o mal de que padecemos, mas antes a aliviar alguns dos seus sintomas.
  
O drama é que se estas vozes estiverem certas, repetir o meu mantra - "Não é por mal que não fazem melhor. É porque não sabem" - não só não me acalmará como ainda por cima vai fazer subir mais a minha tensão arterial.» [Jornal de Notícias]
   
Autor:
 
Jorge Fiel.
   
 Tributar o pai, a mãe, o avô, a avó, o gato e o periquito
   
«Não é apenas mais IRS. É mais tudo. Tudo o que mexe e tudo o que é inanimado. O destro e o canhoto. O que se tem e o que se perde. Quando rasteja e quando voa. Paulo Portas nunca pensou que acabaria a mandar tributar o pai, a mãe, o avô, a avó, o gato e o periquito do défice, que em 2004 atribuiu a Sousa Franco.
   
O aumento do IRS é avassalador, não apenas por causa da sobretaxa, mas através da redução do número de escalões do imposto. Essa redução faz sentido teórico: Portugal é dos países com mais escalões (oito, contra seis em Espanha, quatro no Reino Unido ou dois na Irlanda). Mas, na prática, é apenas uma forma encapotada de aumentar o imposto. 
   
Para aumentar a tributação não há como fugir ao IRS e ao IVA, que geram quase dois terços das receitas fiscais do Estado. Estando o IVA já encostado ao máximo da Europa (a Dinamarca tem uma taxa superior, de 25%), ataca-se o IRS. A versão preliminar do Orçamento do Estado, a que vários jornais tiveram acesso na tarde de quinta-feira, poderá ainda ser alterada até ao raiar de segunda-feira, dia da apresentação final. Mas confirmando-se os novos cinco escalões, topa-se o nível dos aumentos. O olhar humano tenderá a olhar para os limites mínimo e máximo dos novos escalões e compará-los com os antigos. Mas é no "miolo" que está o que interessa. 43% de todo o IRS liquidado em Portugal (dados de 2010, apurados pela Deloitte) foi suportado por contribuintes com rendimentos entre 17.979 e 41.349 euros, sujeitos a uma taxa normal de 34,88%. Grande parte deles pagará agora 37% (novo escalão entre os 20.000 e os 40.000 euros).
   
Mas não são só as taxas. São as deduções específicas, as deduções à colecta, os benefícios fiscais. É o regime simplificado dos recibos verdes. É, nos outros impostos, taxas liberatórias nas rendas. O tabaco. O IMI, apesar do recuo na cláusula de salvaguarda. Este será o Orçamento mais extensivo de sempre, tributa quase à peça. É como se, além de tributar um sapato, tributasse a sola, a meia-sola, o salto, o couro e cada atacador. 
   
Este é o lado A do Orçamento. O lado B é o do corte da despesa, que está por detalhar. Mas também aqui, é preciso olhar para os grandes números. A fatia de leão, já se sabe, são salários e prestações sociais. É assim que hoje ficamos a saber que ao corte de pensões e de ordenados na Função Pública, haverá também uma redução líquida dos subsídios de desemprego e de doença. E que 3% dos funcionários públicos passarão para o quadro de excedentários, onde receberão salário menor - antes de sair. Paga tudo, minha gente, em pé, deitado e acamado, activo, inactivo e emprateleirado. 
   
O risco de tudo isto está mais do que diagnosticado: o aumento da economia paralela; e a espiral recessiva, em que se aumenta cada vez mais os impostos para uma receita cada vez menor numa economia progressivamente recessiva e repleta de desempregados. Até porque, se o Governo mantiver a sua previsão de quebra do PIB em 1% para o próximo ano, estará provavelmente a ser optimista. 
   
É assim que, em Lisboa, se trabalha no problema financeiro e se dissimula o problema político. Mesmo sabendo que a solução está fora daqui. Está em Berlim, em Bruxelas, em Frankfurt, em Washington, está até em Tóquio, onde decorre a reunião anual do FMI. Sim, FMI, o tal que diz que se enganou, afinal a sua prescrição falha... E vai fazer o quê? Brincar com o periquito?» [Jornal de Negócios]
   
Autor:
 
Pedro Santos Guerreiro.
   
     
 Um governo à rasca
   
  
«Ao contrário do anunciado pelo Governo, a troika não aceitou, nem rejeitou a ideia de utilizar a concessão da ANA - Aeroportos de Portugal para reduzir o défice deste ano.
   
Embora não tenham assumido uma posição explícita sobre o assunto, os representantes da Comissão Europeia, do BCE e do FMI alertaram para os riscos decorrentes de um parecer negativo do Eurostat em relação a esta questão.
  
"Há, contudo, riscos negativos para o objetivo de um défice de 5%, em particular se a venda da concessão do aeroporto não for classificada como uma medida de redução do défice pela autoridades estatísticas", lê-se no relatório da quinta missão da troika em Lisboa, divulgado hoje em Bruxelas.» [Expresso]
   
Parecer:
 
Aos poucos vai-se desmoronando a imagem de competência de Vítor Gaspar, aliás, quando é Miguel Relvas que se pronuncia sobre esta questão fica evidente que o ministro das Finanças começa a ter medo de falar em público. Só a ideia de que o ministério das Finanças contava com a opinião técnica da troika poderia contar nesta questão deixa os cabelos em pé a qualquer um, isto é competência do Eurostat e nem o FMI que é uma entidade que nada tem que ver com a UE, nem o BCE que é independente em relação à Comissão Europeia e o próprio representante da UE na troika é um mero funcionário de uma direcção-geral que não tem competências nesta matéria.

Esta gente acha que tem a cunha dos rapazolas da troika e podem gozar com todas as instituições europeias como o têm feito com as instituições internacionais, ainda não perceberam que os rapazolas da troika, tal como o próprio Durão Barroso, não passam de uns bananas de serviço.

Vítor Gaspar terá de encontrar outros truques para esconder a sua incompetência colossal.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se de dó.»
      
 O sismo fiscal
   
«As medidas de austeridade anunciadas para o Orçamento do Estado para 2013 (OE2013) correspondem a um sismo fiscal de magnitude oito com efeitos destruidores sobre a economia, diz António Bagão Félix.
   
O pacote fiscal que está previsto, e tendo em conta a escala de Richter, de 1 a 10, "estará na escala sete, oito ou seja, com efeitos destruidores muito grandes, sobretudo na economia" diz em entrevista à Lusa o atual Conselheiro de Estado e antigo ministro nos governos de coligação PSD/CDS liderados por Durão Barroso e Santana Lopes.
   
Bagão Félix lembra que as medidas anunciadas, designadamente a redução dos escalões do IRS, e consequente aumento do imposto, e a criação da sobretaxa do IRS, "não são alternativas à questão da Taxa Social Única (TSU)".» [DN]
   
Parecer:
 
Até tu Bagão? Um dia destes ainda vamos ver o Bagão ao lado de Carvalho da Silva numa manifestação convocada pelo Jerónimo de Sousa com o apoio de Louçã e com o Seguro a apelar à participação e Cavaco Silva a defender o direito à indignação.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
   
 As poucos vão lá
     
«Dizendo que o PCP tem usado expressões "menos próprias" e "insultuosas" para qualificar a ação do Governo, Passos Coelho considerou que isso torna o partido "cúmplice" para "não dizer instigador de atitudes de maior violência" - palavras que suscitaram pateada no plenário.» [DN]
   
Parecer:
 
Chegou o argumento da violência, aos poucos vão revelando a sua verdadeira ideologia.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se pelo pior.»
   
 A CIP já se arrependeu
   
«Segundo uma versão preliminar do Orçamento do Estado para 2013 (OE2013), a que a Lusa teve acesso, o imposto sobre tabaco de enrolar, charutos e cigarrilhas vai subir no próximo ano.
  
"A CIP rejeita esse aumento, se não for reduzida a TSU [contribuição das empresas para a Segurança Social] para as empresas de bens e serviços transacionáveis", disse à Lusa uma fonte oficial da CIP.
   
A confederação dos patrões propôs no mês passado um aumento genérico de 30 por cento do imposto sobre o tabaco. Esta proposta tinha "o único e exclusivo fim de compensar uma redução seletiva da TSU para as empresas de bens e serviços transacionáveis".» [DN]
   
Parecer:
 
A CIP parece não etr percebido que esta austeridade é apenas para tapar o buraco nas receitas fiscais resultante desse colosso de incompetência que é ministro. Além disso, é ingenuidade da CIP pensar que a um aumento brutal do imposto sobre o tabaco corresponde um aumento das receitas.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
   
 Mais uma frase imbecil
   
   
«Passos Coelho afirmou hoje que pertence a uma "raça de homens" que honra os compromissos assumidos pelo País.
   
Pedro Passos Coelho falava na parte final do debate quinzenal na Assembleia da República, ainda em resposta a anteriores acusações ao Governo feitas pelo líder do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã.
   
"Eu pertenço a uma raça de homens que não se vira para aqueles que lhe emprestaram o dinheiro e dizem depois que não aceitam chantagem porque querem ver o dinheiro de volta, ou que dizem depois não há o direito de se coagir por se dever", apontou.» [DE]
   
Parecer:
 
Terá pago as dívidas da empresas de que era sócio? Este está mesmo desesperado.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se.»
   
 Mais 20 horas?
   
  
«O ministro da Defesa, José Pedro Aguiar-Branco, adiantou hoje que está marcado para segunda-feira um Conselho de Ministros para fechar a proposta de Orçamento do Estado para 2013.
  
"Na segunda-feira o documento será definitivo, fruto do trabalho desenvolvido anteriormente e dos Conselhos de Ministros, como sabem também está marcado um Conselho de Ministros para segunda-feira", afirmou o governante aos jornalistas, à margem de uma convenção anual de aeronáutica, em Lisboa.» [DE]
   
Parecer:
 
Veremos quantas mais horas serão necessárias para que o Gaspar volte a ler o OE.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
   
 O problema é da comunicação, diz ela
   
   
«Ministra da Justiça reconhece que o Governo devia gerir melhor o tempo e diz que os ministros são francos entre si.
   
Paula Teixeira da Cruz está há pouco mais de um ano à frente da pasta da Justiça e reconhece que o Governo tem comunicado mal. Admite que o Executivo podia ter gerido melhor o tempo, não fecha a porta a corte de funcionários na Justiça e não revela se pretende ou não cumprir o seu mandato até ao fim.» [DE]
   
Parecer:
 
Pois, os seus colega deviam comunicar tão bem como ela o faz cada vez que abre a boca e parece fazer parte de uma anedota de louras.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
   
 Portas não fala do OE
   
 

«Em mais de 20 minutos de discurso, Portas não fez uma única referência ao Orçamento do Estado, centrando-se na campanha regional, e aos microfones dos jornalistas, no final do comício, disse não se pronunciar sobre esta matéria "antes de segunda-feira".
   
O líder centrista, e Ministro dos Negócios Estrangeiros, começou o seu discurso, na freguesia da Ribeirinha, perante cerca de mil militantes e simpatizantes do CDS, garantindo que quem disse que não iria aos Açores nesta campanha eleitoral não o conhece.» [DE]
   
Parecer:
 
Digamos que ministro dos Negócios Estrangeiros não fala de assuntos nacionais quando está nos Açores.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
   
 Passos não teve tempo para discursar sobre OE
   
«O debate quinzenal de hoje começou com a leitura por Pedro Passos Coelho de um discurso escrito, do qual ficou a faltar a leitura da última parte. Isto porque o primeiro-ministro não leu a parte final da intervenção, a única que falava do Orçamento do Estado para 2013, tendo lido apenas a parte do discurso que falava sobre os desafios da Europa, uma vez que o debate desta manhã foi de preparação do próximo Conselho Europeu.
  
De acordo  com o Jornal de Negócios, a informação dada pela assessora de imprensa indica que Passos Coelho não leu a última parte do discurso por falta de tempo.
   
O Expresso transcreveu e revela no seu site a parte do discurso que Passos não leu, mas que foi distribuída aos jornalistas.
  
"Mas o que temos de fazer exige no momento actual custos e sacrifícios que também não podemos minimizar. O esforço que o Orçamento do Estado para 2013 implicará para todos os portugueses, principalmente para os que têm mais meios para lhe corresponder e para o próprio Estado, é a nossa resposta para salvaguardar a presença europeia, as instituições do Estado social e as condições de recuperação da economia nacional. As opções são extremamente limitadas e os nossos graus de liberdade são reduzidos. Nessa medida, explorámos todas as combinações e alternativas, procurando as que, cumprindo as nossas metas, fossem também menos pesadas no presente e mais eficientes no futuro. Ninguém nos pode acusar de não ter ponderado nem tentado as diferentes possibilidades. Era esse o nosso dever para com os portugueses e era essa a nossa obrigação diante dos sacrifícios e da determinação de que todos os dias dão provas."» [Notícias ao Minuto]
   
Parecer:
 
Isto não é um primeiro-ministro, é uma anedota governamental.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»
   
 Finalmente!
   
«Para evitar excepções nos cortes dos subsídios, o Governo criou uma regra específica que permite que o Banco de Portugal (BdP) possa suspender o pagamento do 13.º mês no próximo ano.
  
De acordo com a versão preliminar da proposta de lei do Orçamento do Estado (OE) para 2013, a que o PÚBLICO teve acesso, o Governo reconhece que o BdP é autónomo nesta matéria e que, “no quadro das garantias de independência estabelecidas nos tratados que regem a União Europeia, tomará em conta os objectivos globais de redução de despesa pública prosseguidos pela presente lei”.
   
E é nesse sentido que o Governo cria uma norma específica que habilita o Banco de Portugal “a decidir, em alternativa a medidas de efeito equivalente já decididas, suspender o pagamento do subsídio de férias ou quaisquer prestações correspondentes ao 13º mês aos seus trabalhadores durante o ano de 2013”. Para isso, derroga as obrigações decorrentes da lei laboral e dos instrumentos de regulamentação colectiva aplicáveis à instituição liderada por Carlos Costa.» [Público]
   
Parecer:
 
Resta agora esperar que o senhor Costa aplique aos seus o que propõe para os outros.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Insista-se no fim do tratamento de favor aos funcionários públicos do Banco de Portugal.»
   
 Bruxelas não confia no golpe fiscal do Gaspar
   
«A Comissão Europeia entende que reduzir o défice com uma estratégia orçamental assente mais do lado da receita – com aumento de impostos – do que do lado da despesa traz mais riscos em 2013. Bruxelas pede ao Governo “medidas de contingência” para precaver uma potencial queda nas receitas, como está a acontecer este ano. E adverte ainda para a “fissuras” no “consenso político e social”.» [Público]
   
Parecer:
 
Faz bem em confiar, Vítor Gaspar já demonstrou incompetência qb nesta matéria.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Gaspar em que medidas de contingência está pensando.»
   
 CDS a pedir contas à troika?
   
«O eurodeputado democrata-cristão Nuno Melo questionou a Comissão Europeia e o BCE sobre qual a "consequência" retirada do reconhecimento pelo FMI de que as medidas de contenção estão a ter um impacto maior do que o previsto. 
  
O eurodeputado do CDS-PP recusou, contudo, que o requerimento que dirigiu às instituições que pode questionar (não tem competência para questionar formalmente o FMI) seja uma "invocação da renegociação, em relação a prazos, em relação ao que seja".
  
"É importante saudar o reconhecimento da falha na previsão, mas falta saber do ponto de vista académico a consequência que retiram a em relação ao efeito dessa falha da previsão no impacto da economia de um país intervencionado como Portugal", afirmou Nuno Melo aos jornalistas no Parlamento português.» [Jornal de Negócios]
   
Parecer:
 
Até parece que o Nuno Melo anda a ler O Jumento.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
   
 PSD a caminho do desaparecimento
   
«No último mês, o Partido Social Democrata acentuou, de forma significativa, a queda nas intenções de voto. Desde Junho de 2011 que as intenções de voto no partido liderado por Pedro Passos Coelho têm vindo a diminuir: de 42%, em Junho de 2011, para 33,3% em Setembro de 2012.
   
Porém, entre Setembro e Outubro de 2012, período que ficou marcado pela apresentação de novas medidas de austeridade, entre as quais um "enorme aumento de impostos", segundo as palavras de Vítor Gaspar, as intenções de voto no PSD caíram de 33,3% para os 24,9%, de acordo com uma sondagem realizada pela Aximage para o Correio da Manhã.
   
Assim, se as eleições fossem hoje, PSD e CDS, em conjunto, não alcançariam maioria absoluta. Na verdade, a votação dos dois partidos totalizaria 32,8%, ficando abaixo das intenções de voto do Partido Socialista: 33,7%.» [Jornal de Negócios]
   
Parecer:
 
Parece que o funeral do Passos está já a ser preparado.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Derrube-se o incompetente.»
   
 Madeira não cumpre programa de assistência
   
«O Governo Regional da Madeira não está a cumprir de forma significativa as condições estipuladas no programa de ajustamento celebrado com a República, algo que continuou na segunda avaliação ao programa madeirense, diz a Comissão Europeia.
   
"A segunda avaliação ao programa de ajustamento da Madeira revela um significativo grau de incumprimento. (...) A região da Madeira está a demonstrar um significativo grau de incumprimento nas condições do programa de ajustamento com o Governo", diz o relatório da Comissão Europeia sobre a quinta avaliação do Programa de Assistência Económica e Financeira de Portugal.
   
Bruxelas reconhece que o desempenho orçamental está afetado por uma queda nas receitas fiscais derivada de fatores externos à região, mas sublinha que "a redução da despesa está muito aquém" do estipulado.
   
"Em particular, a redução de 2% do número de funcionários públicos não está a decorrer a um bom ritmo e os projetos de investimento ainda estão por cortar. As autoridades regionais ainda não formularam uma estratégia adequada para resolver os pagamentos em atraso há mais de 90 dias que esteja em linha com a estratégia nacional", afirma a Comissão Europeia.» [Dinheiro Vivo]
   
Parecer:
 
Não faz mal, daqui a uns tempos o Passos inventa mais um desvio colossal e o Gaspar faz as contas e conclui que é necessário cortar mais dois vencimentos aos funcionários públicos.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao Gaspar se tenciona cortar os vencimentos de Janeiro e Fervereiro ou vai cortar 20% em cada mês.»
        
 Doentes oncológicos sem dinheiro para comer
   
«A União Humanitária dos Doentes com Cancro alertou hoje para a existência de doentes oncológicos sem dinheiro para comer, uma situação que agrava a sua condição física já debilitada pela doença e pelos efeitos dos tratamentos.» [DN]
   
Parecer:
 
Seguindo o raciocínio do sobredotado de Massamá é uma oportunidade para fazerem dieta e assim melhorarem a sua saúde.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Proteste-se.»
     

 Restaurantes protestam fechando o WC
   
«A Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) promete organizar todas as formas de protesto possíveis para chamar a atenção do Governo sobre a situação do sector. "Temos casos gravíssimos. De pessoas desesperadas. A partir de agora, não aceitamos mais que haja um Governo cego e mudo. Vamos exigir que o Governo assuma a responsabilidade pelo mau orçamento que está a fazer", disse à Lusa o secretário-geral do organismo, José Manuel Esteves.
  
A situação é "desesperante" refere o responsável e por isso "todas as formas de luta estão em cima da mesa: encerramos um dia, fechamos as casas de banho, penduramo-nos no arco da rua Augusta... o que for decidido será feito".» [Notícias ao Minuto]
   
Parecer:

Depois cheira tão mal que os clientes vão pensar que estão numa reunião do conselho de ministros.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»