sábado, outubro 06, 2012

Umas no cravo e outras na ferradura


 
   Foto Jumento
 

Pisco-de-peito-ruivo [Erithacus rubecula], Lisboa
   
Imagens dos visitantes d'O Jumento
 

   
Escadaria [A. Cabral]   
A mentira do dia d'O Jumento
 
  

 

Jumento do dia
   
Cavaco Silva
 
Se um dia tiver de ser escolhido uma data para simbolizar o percurso político de Cavaco Silva é muito provável que seja escolhido este 5 de Outubro, o último celebrado num dia feriado, pelo menos enquanto o país não se livrar deste quarteto formado pela troika mais o governo de Passos Coelho.

Cavaco começou por pedir a mudança da cerimónia para um local mais resguardado do povo e sem a presença desse povo incómodo e perigoso que é o português, para a Praça do Município ficou apenas o hastear da bandeira. Quis o destino que depois de muita atrapalhação Cavaco Silva hasteasse a bandeira ao contrário.

Feita a figura triste do hastear da bandeira seguiu-se a cerimónia para os convidados ilustres, loge de povo feio, pobre, mal cheiroso e que cospe para o chão, o ambiente estava bem composto com os representantes oficias da República, de fatos bem engomados e gravatas de seda. Não ficava bem a Cavaco dedicar o discurso às vacas da Ilha Graciosa e, talvez porque no seu tempo as escolas abriam a 6 de Outribro, optou por dedicar o discurso à abertura do ano escolar. Em Portugal não é uma crise financeira muito desejada pela direita extremista, o povo não sofre, o progresso social não está a se eliminado para o país regressar ao século XIX, nada disto sucede e o Presidente dedica o seu discurso aos jovens, o futuro de serviço dos políticos sem grande coragem.
 
 Música para os dias que correm
 

Vamos aproveitar enquanto o exercício da liberdade ainda não viola nenhum artigo do Código Penal.

PS: a colocar vídeos destes ainda o Gaspar vai dizer que 'O Jumento' é o melhor blogue do mundo.
       
 Governo de iniciativa presidencial

A esquerda quer livrar o país deste governo.

O PSD adora o governo na AR, não simpatiza cá fora, detesta-o quando ninguém os ouve e odeiam-no na intimidade.

O CDS quer sair mas perdeu a chave.

A única entidade que gosta deste governo, vá lá o diabo saber porquê, é Cavaco Silva.

Conclusão: desde a crise da TSU que o governo é, de facto, um governo de iniciativa presidencial, só que Cavaco para poupar na burocracia optou por um trespasse  preço zer.

Enfim, cada um tem o seu pavilhão, os navios têm o pavilhão nacional, o genro tem o do Atlântico e Cavaco tem o parvalhão, perdão, o pavilhão do Passos.

 Ver as coisas pelo lado positivo
 
tudo seria bem pior se o Gaspar em vez de ministro das Finanças fosse meteorologista, o país correria o risco de andar de t-shirt no Inverno e de sobretudo no Verão. Assim andamos cada vez mais tesos mas não nos constipamos.
 
 Livres da troika?

O problema há muito que não é livrar-nos da troika, é livrar-nos do Gaspar, do Passos Coelho, do Cavaco Silva, do Paulo Portas, do Miguel Macedo. do Aguiar Branco, da Assunção Cristas, do Álvaro, do Lambretas, desta gente toda que é incompetente e não para de destruir o país.

Se Gaspar não cair antes de a troika se ir embora ainda vamos ficar com saudades da troika.
 
 Alguém me explica?
 
Não entendo, o Passos Coelho aguenta-se mais tempo no governo do que o Sá Pinto no Sporting, mesmo com piores resultados do que o ex-treinador e com problemas de balneário bem mais graves do que os do clube de Alvalade.
 
 5 de Outubro de 2013
 
No próximo ano o 5 de Outubro será comemorado na sacristia da Igreja da Conceição Velha e não haverá cerimónia do içar da bandeira não vá Cavaco enganar-se e içar a bandeira do Belenenses.
     

  
 Acertar no falhanço
   
«Vítor Gaspar esteve mais de uma hora na quarta-feira a explicar as medidas-chave do OE 2013. À noite, foram às TV a sua secretária de Estado e o secretário de Estado adjunto do PM. Mas hoje, sexta, ainda não se sabe quanto vale mesmo o pacote anunciado e porque é que o Governo considera necessário, apesar da flexibilização das metas do défice, um aumento de impostos que o próprio qualifica de "enorme".
  
Não sabemos quais são os novos cinco escalões do IRS - apesar de essa medida ter sido anunciada a 11 de setembro, quando Gaspar "explicou" a alteração da TSU (prova definitiva do embuste que é dizer que uma medida veio substituir a outra) - e sobre que rendimentos se aplicará a sobretaxa de 4% (incidirá, como a de 2011, a partir de 485 euros?). Como se ignora quanto as Finanças preveem embolsar com os aumentos ao IMI, aos quais retiraram, incrivelmente, a cláusula de salvaguarda que impedia subidas brutais para imóveis em avaliação.
   
Se, como ontem se lia no DN, a sobretaxa de 4% renderá ao Estado 1,1 mil milhões; se as alterações aos escalões de IRS valem mais de dois mil milhões e a manutenção do corte de um subsídio de férias e de Natal a pensionistas e funcionários públicos outros mil milhões; se o aumento médio do IMI nos 5,2 milhões de prédios em avaliação for de 200 euros (a cláusula de salvaguarda fixava 75 euros como limite), e aí se arrecadarem outros mil milhões de euros, a soma ultrapassa cinco mil milhões - fora outras medidas anunciadas e de valor igualmente não divulgado.
   
Ora existindo uma subida da meta do défice de 4,5% para 5% em 2012 e para 4,5% em 2013, o ajustamento, mantendo-se tudo constante, seria apenas de 800 milhões. Mas o défice real de 2012 ficará em 6%, admite o Executivo, que prevê que este seja de 7,5% em 2013, implicando um esforço de 4,9 mil milhões - mais do dobro do valor do corte dos subsídios cujo chumbo seria alegadamente compensado com a medida da TSU, entretanto abandonada. Sendo que o total de ajuste anunciado por Gaspar chega aos 6,9 mil milhões, correspondendo a um défice de 8,7%.
   
Porquê? Se nada mais, o Governo aprendeu um facto doloroso: que é incapaz. Que nem com uma sobretaxa em 2011, nem com o corte dos subsídios em 2012, mais o IVA a 23%, conseguiu chegar perto da meta sem recorrer a receitas extraordinárias. Que a taxa de desemprego que previa em 13,4% no OE 2012 e atualizou em abril para 14,5% era já em agosto de 15,9%. Que a contração do PIB que antecipava de 2,8 para 2012 e reviu em fevereiro para 3,3 foi alcançada no segundo trimestre, antes do efeito recessivo destes anúncios.
   
Sim, há uma coisa que Gaspar aprendeu a prever com razoável certeza: que vai falhar. Talvez o seu peculiar sentido de humor - que lhe sugere a obscena anedota de garantir que as desigualdades diminuirão em Portugal graças ao empobrecimento da classe média - ache piada à evidência de que as suas medidas são a um tempo assunção e causa do falhanço. E até tem. Pena é custar-nos tão caro.» [DN]
   
Autor:
 
Fernanda Câncio.   

 Guerra ao país
   
«A conferência de Vítor Gaspar seguiu o mesmo formato esquizofrénico de 11 de Setembro: primeiro a exibição dos espantosos êxitos do "ajustamento", depois a enumeração de medidas descrevendo um fracasso (como é que é a palavra?) "enorme". O fracasso foi enorme este ano e enorme será para o ano, porque nada disto faz qualquer sentido.
      
O Governo tem óbvias culpas no que se passa, pelo menos na alegria ou naturalidade com que apresenta coisas que são a completa destruição de um modo de vida. Mas a verdade é que ele é sobretudo o agente de uma política europeia que, em certos países (noutros não: na Alemanha, na Holanda ou na Finlândia ninguém pensa em destruir o "Estado Social") se arrisca a arrasar as economias e as sociedades que a Europa construiu desde 1945. Em Espanha, parece ser mais do que isso: é a destruição do próprio país, tão laboriosamente construído numa base democrática desde 1978.
   
Já muita gente descreveu o Orçamento de 2013 como um assalto ao país. Parece mais do que isso: parece uma verdadeira declaração de guerra.» [CM]
   
Autor:
 
Luciano Amaral.
      
 Gaspar, o "corydora aeneus"
   
«Especialista afamado em Excel, Vítor Gaspar apresentou as correções aos tiros de pólvora seca dados sobre a TSU. Como o país recusou ser enfiado no experimentalismo para o qual estão reservados animaizinhos (irracionais) simpáticos - as cobaias -, o ministro das Finanças reprogramou o catálogo da austeridade, pôs a fazer figura de parvos os parceiros sociais e o PS (um dos partidos subscritores do memorando da troika), foi ao beija-mão dos credores, como faz qualquer aflito da vida, para se assegurar de que apresentaria alternativas válidas e ontem, sim, fez peito.
   
Retirado o substrato das questões de princípio, a planificação anunciada não contém assim tanta novidade. O programa de Excel de Vítor Gaspar produziu o inevitável: aumento brutal da carga fiscal, especialmente em sede de IRS. A engenharia da redução de escalões associada a uma sobretaxa permite extrapolar a hipótese de os cofres do Estado arrecadarem milhões de milhões. Os bolsos dos portugueses estão exauridos, o empobrecimento será ainda maior, mas há um otimismo não negligenciável: como nunca um país fechou para balanço, haverá sempre uns portugueses a trabalhar e a quem se pode retirar sempre mais uns cêntimos....

O excesso de carga fiscal em sede de IRS não tem, por isso, nada de verdadeiramente novo. Merece ser relevada, tanto quanto alguns esboços de atenuar injustiças e proceder a maior cobrança de IRC ou de taxação de transferências para os off-shores, mas não mais do que isso.
   
A tendência geral será a de se eriçarem os cabelos perante novo saque nos salários já a partir de janeiro, por obra e graça da chamada retenção na fonte. Convém, no entanto, não ignorar algo de muito mais grave.
   
Juntando as folhas de Excel a um ar de "corydora aeneus", o nome científico de um peixinho de aquário conhecido por limpa-fundos, Vítor Gaspar foi mais longe em algo que já se constituía numa bomba-relógio anunciada: a atualização do chamado IMI. E ontem o ministro das Finanças, na tentativa de ser tão eficaz na arrecadação de receita quanto uma "corydora" na aquariofilia, anunciou o fim do chamado período de salvaguarda para quem, dono de uma casinha a ser paga em prestação, verá as matrizes atualizadas. Para 2013 e 2014, o Estado dava ainda uma hipótese de os proprietários respirarem, ao estarem abrangidos por um teto máximo de 75 euros de pagamento sobre o novo valor pelo qual serão notificados. Mas acabou-se! Gaspar nem isso admite. Ou seja: aumentos de centenas, de 200 e 300%, ou mais, no IMI, terão de ser pagos. E ponto final.
   
O que já era explosivo tornar-se-á mortal. Uma família desempregada, alguém herdeiro de um terrenozito numa aldeia, ou paga ou......
   
Isso mesmo: entupida a Autoridade Tributária de processos por falta de pagamentos de IMI por quem não tenha sequer dinheiro para comer, a alternativa será a do Estado lhe ficar com o património. Nada mau para uma política estatizante assinada por pseudoliberais.» [Jornal de Notícias]
   
Autor:
 
Fernando Santos.
   
     
 Assalto à mão armada
   
«O conselheiro de Estado e ex-presidente do PSD Marques Mendes diz que o aumento de IRS "não é para fustigar a classe média, é para matar a classe média".
   
O conselheiro de Estado e ex-presidente do PSD Marques Mendes classificou esta noite, em declarações à TVI 24, o aumento de IRS proposto pelo Governo como um "assalto à mão armada" aos contribuintes, que "mata" a classe média.» [DE]
   
Parecer:
 
Quando as vítimas eram apenas os pensionistas e os funcionários não foi um assalto, foi um reembolso.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
      
 Então não há?
   
«"Face às circunstâncias muito difíceis em que o país se encontra, a estabilidade política é um valor importante. Há um bom clima entre a maioria e o Governo na preparação do Orçamento do Estado", assegurou Nuno Magalhães, numa declaração à Agência Lusa, após a sessão solene comemorativa da Implantação da República.
   
Questionado sobre os discursos do Presidente da República, Cavaco Silva, e do presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, Nuno Magalhães destacou que "há um facto, que é Portugal viver sob assistência financeira", sublinhando que essa tónica foi deixada nos discursos do Presidente da República, Cavaco Silva, e do Presidente da Câmara de Lisboa, António Costa.» [Jornal de Negócios]
   
Parecer:
 
Esta maioria começa a ser uma anedota.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
   
 O corajoso Passos era mesmo necessário em Bratislava!
   
«"Eu fiz-me representar na anterior reunião e não quis deixar, como primeiro-ministro, de estar presente naquela que poderia ser a última reunião antes da maratona negocial que se vai realizar em Novembro", afirmou Passos Coelho, aos jornalistas referindo-se ao Conselho Europeu que irá discutir o quadro financeiros 2014-2020.
   
"E, desse ponto de vista, uma vez que estou aqui a defender os interesses do meu país, acho que era indispensável que cá estivesse e que não me fizesse substituir", acrescentou, depois de ser questionado sobre a sua ausência nas comemorações do 5 de Outubro.» [Jornal de Negócios]
   
Parecer:
 
Necessário? Só se for mesmo em Massamá!
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»
   
 Governo reune-se no domingo
   
«“O Conselho de Ministros reúne-se extraordinariamente, domingo, dia 7 de Outubro”, de acordo com um comunicado enviado para as redacções.
   
O motivo da reunião não é avançado no comunicado, mas fonte oficial revelou ao Negócios que em causa está o Orçamento do Estado para 2013. Um documento que tem de ser entregue até ao dia 15 de Outubro.» [Jornal de Negócios]
   
Parecer:
 
E vão reunir a coordenação da coligação antes ou vão reunir-se descoordenados?
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se.»
   
 Inveja dos gregos
   
«Durante o fórum "A conversa global", organizado em Paris para celebrar o 125.º aniversário do diário International Herald Tribune, Samaras disse que pedira a Draghi a adopção de "uma política adequada" para assumir o pagamento dos "títulos da dívida ou dos seus juros". 
   
"Pedir-lhe-ia (...) que a Grécia pudesse participar no que vai ser permitido a Espanha, segundo as decisões do recente Conselho Europeu, como não ter de pedir um empréstimo para a recapitalização dos seus bancos e não o fazer através do Fundo Monetário Internacional [FMI], o que tornaria a nossa dívida mais reduzida", disse Samaras. » [Jornal de Negócios]
   
Parecer:
 
A estratégia de Passos é dar graxa ao coxo de Bona e ficar à espera de ganhar o que os gregos ganharem.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se para ver.»
   
 Há limites
   
«Daniel e Laurinda Ribeiro, 54 e 56 anos, respetivamente, confrontam-se há 9 meses com uma situação inédita nas suas vidas: a dependência de terceiros. "Nunca tinha sido dependente de ninguém", desabafa, amargurado, o marido, na casa onde a família vive há cinco anos, no Casal da Mira, Amadora.
   
A história começa quando o casal ficou sem condições para continuar a gerir um café em Leça da Palmeira. "Um fornecedor que nos tinha colocado material no valor de 5000 euros, com o compromisso de lhe encomendarmos o café, quis receber essa quantia, uma vez que os novos arrendatários não chegaram a acordo e deixaram de lhe encomendar o café. Avançou para tribunal e o resultado foi a penhora do carro, o único bem que tínhamos", conta Laurinda.
  
O carro é um Renault Clio, de 1995, cujo valor comercial é quase nulo, mas que, por ser adaptado à deficiência de Daniel Ribeiro, era o garante da independência da família. Desde a decisão judicial, está parado à porta de casa da família, não pode circular, mas nunca ninguém das Finanças ou do tribunal apareceu sequer para levantá-lo.» [JN]
   
Parecer:
 
Um dia ainda nos vão penhorar os ditos.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Proteste-se.»
   
 Vai muita gente para debaixo das pontes
   
«O processo de avaliação do valor patrimonial dos prédios urbanos para efeitos de Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) está envolto em forte polémica. Em causa estão os acréscimos brutais dos valores patrimoniais, que com frequência chegam aos 1000% em prédios da década de 60, ou mesmo mais recentes, como reconheceu ao PÚBLICO o presidente APAE - Associação Portuguesa dos Avaliadores de Engenharia, Aníbal Lopes.» [Público]
   
Parecer:
 
Esta gente está a criar a necessidade de um novo 25 de Abril.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se pelas consequências sociais e políticas.»