segunda-feira, outubro 01, 2012

Umas no cravo e outras na ferradura


 
   Foto Jumento
 

Constância
   
Imagens dos visitantes d'O Jumento
 

   
Ilhéu das Cabras, Ilha Terceira [J. Ferreira]   
A mentira do dia d'O Jumento
 

Jumento do dia
   
Luís Filipe Menezez
 
Como era de esperar Luís Filipe Menezes critica António Borges pontualmente com um dia de atraso, talvez porque sendo médico não corre o risco de chumbar no pritmeiro ano da faculdade do António Borges. O problema é que o autarca de Gaia anda um bocado confundido e acha que António Borges prejudica a imagem do governo, isto é, parte do princípio de que António Borges é um desajeitado e prejudica um governo que tem uma excelente imagem.

Talvez em Gaia o governo tenha uma excelente imagem ou então o pessoal de Gaia quando está ao lado de Menezes derrete-se a elogiar o governo. Convenhamos que quem lixou a sua imagem ao lembrar-se de vender os seus préstimos ao governo foi o António Borges, já que se ninguém dava um tostão por Passos Coelho a não ser o Ângelo Correia, já o Borges tinha alguma credibilidade, até foi vice-presidente do PSD no tempo de Manuela Ferreira Leite e ninguém o ouviu propor ou dizer maus disparates.

Menezes ainda não percebeu que não há ninguém que colabore com Passos e o seu Governo que fique com mais prestígio do que tinha e pior ainda, como parece suceder com António Borges a burrice deve ser contagiosa pois não só dão cabo da imagem como saem do governo bem mais idiotas do que chegaram.
 
«O social-democrata Luís Filipe Menezes considerou ontem "completamente inaceitáveis e condenáveis, porque de uma insensatez absoluta", as declarações de António Borges sobre os empresários portugueses, que considera serem "insubstituíveis" na recuperação do país.

"São declarações muito insensatas, que colocam em causa a imagem do PSD e do Governo e que são completamente inaceitáveis e condenáveis porque são de uma insensatez absoluta", afirmou Menezes em declarações à agência Lusa.» [DN
   
 Acorda Portugal!


 Mudar de governo
 
O que o país precisa não é do mesmo incompetente Passos Coelho com mais alguns incompetentes novos assessorados por um pavão incompetente, aquilo de que o país precisa é de um governo a sério, de direita ou de esquerda, um governo de gente capaz, de gente séria, de gente honesta e de gente que não esteja com pressa de vender o que resta ao portugueses a preço de saldo.
  
Está demonstrado que Passos Coelho é um erro de casting dos eleitores, confrontado com a realidade revelou-se incompetente, pouco capaz, sem preparação, vingativo e desnorteado. Até poderia ser tudo isto e ter escolhido gente competente, mas não, escolheu gente que na maioria é como ele, gente que confunde justiça com tribunais plenários reunidos na sede dos jornais amigos do Relvas, gente que não é capaz de respeitar o povo, gente que não presta.
  
O país precisa de um governo credível, de um governo que saiba defender os interesses de Portugal, de gente que não faça dos seus concidadãos cobaias de experiências económicas e isto é impossível com Passos Coelho à frente. Das duas uma, ou a direita substitui o seu governo ou teremos de ir para eleições e neste caso ou Cavaco percebe que as tens de convocar ou terá de ser o povo ou qualquer outra força a convencê-lo. O país e o povo não aguenta mais estas bestas quadradas, mal formadas, sem respeito pelos portugueses e com valores fascistas.
  
Se Cavaco não o perceber corre um sério risco de um dia destes andar atrás dos acontecimentos e acabar por ser um Presidente ainda mais decorativo do que aquilo que já é.
 

  
 É tempo
   
«O tempo por estes dias corre mais depressa. A torrente de acontecimentos é tal que a palavra dita ou escrita já perdeu actualidade no segundo seguinte. Acontecimentos, estudos, notícias que seriam dissecadas e permaneceriam no espaço público muito tempo são rapidamente substituídos por outros. Não, agora não é só a voracidade dos media, a necessidade de manter o fluxo de notícias, o facto de vivermos afogados em informação e pseudoinformação. O clima está mais que propício à confusão de acontecimentos, aos mais variados conflitos, às mais estapafúrdias declarações, à confusão entre assuntos de facto relevantes e outros absurdamente irrelevantes.
   
Não surpreende por isso que a sondagem do DN/Universidade Católica do já muitíssimo distante dia 20 tivesse sido devorada pela enxurrada de acontecimentos: desde esse dia o mundo, segundo esta agenda de galinha bêbada, já teria mudado dez vezes. O estudo não traz grandes surpresas, vale sobretudo pela confirmação de algumas percepções. Mas, mais uma vez, a novidade está na velocidade com que alguns conceitos e situações se propagaram.
   
Sim, sabíamos que as pessoas não andavam contentes, mas provavelmente não imaginaríamos que 87% dos portugueses estariam desiludidos com a democracia. Este número apouca o facto de Passos Coelho ser agora mais impopular que Sócrates no fim do seu mandato, ou de o PSD ter tido uma quebra de intenções de voto que deveria levar os seus dirigentes a pensar se não estarão a perder o seu eleitorado tradicional, remetidos praticamente à irrelevância. Claro está que a conjugação da enorme quebra do PSD com a quebra, ainda que ligeira, do PS é já um sintoma terrível: os partidos do centro, os partidos da democracia (com o CDS) perdem para os que, pura e simplesmente, não acreditam na democracia liberal (veremos o que nos traz o novo BE, mas não parece que seja nada de novo). Mas, como tudo nos tempos que correm, as coisas podem ser sempre piores: o "partido" que mais cresce é o das pessoas que se recusam a utilizar o mais sagrado direito democrático, o voto.
   
Os tais 87% de portugueses desiludidos com a democracia são os mesmos cidadãos que se manifestam em Atenas ou Madrid. Iguais aos catalães que pensam que a sua independência (o paralelo com os anos 30 do século passado arrepia) lhe resolverá os problemas económicos (ou alguém pensa que o que se está a passar na Catalunha estaria a acontecer num período de saúde económica?). Estes portugueses são os italianos, os franceses, os holandeses e os próprios alemães daqui a uns meses. Gente que deixa de acreditar na democracia pela mais simples razão do mundo: para eles democracia significa bem-estar, direitos sociais, boas perspectivas para eles e para as suas famílias.
   
Nunca é demais repetir que ninguém nasce com a democracia no seu ADN. Que o Plano Marshall foi incomensuravelmente mais que um plano económico, foi sim um plano político que visava impedir os povos europeus de caminharem para soluções comunistas ou fascistas. Que as democracias do Sul da Europa se consolidaram com a integração europeia não porque tivessem sido subitamente tocadas pela varinha da fada democrática mas porque isso lhes trouxe desafogo económico.
   
Numa altura em que o Governo está a preparar o Orçamento Rectificativo para 2012, o tal que é uma espécie de crisma da incompetência de Vítor Gaspar, e o para 2013, em que vai insistir em opções que já provaram estar erradas, nada indica que tenha percebido com que tipo de escolhas políticas está a colaborar e que desde há muito assumiu como suas: são as que vão levar Portugal ao caos económico e social (ao político já chegámos) e em que ninguém dará um chavo pela democracia.
   
O que está em causa não é mais ou menos austeridade, um menor ou maior empobrecimento, mais ou menos défice, já estamos para lá disso. O que está em causa é se queremos continuar a viver em democracia ou não. As manifestações, os insultos aos políticos são só o primeiro sinal. A conjugação, mais ou menos indissociável, entre a quebra de confiança em toda a classe política e a brutal queda nas condições de vida das populações é absolutamente letal para a democracia, e, claro está, para o País.
   
Infelizmente, não será só em Portugal que tudo isto corre o risco muito sério de acontecer, será em toda a Europa. Convinha mesmo acordar antes que seja tarde demais.» [DN]
   
Autor:
 
Pedro Marques Lopes.   
    
     
 Este Capucho ainda vai levar uma galheta!
   
«"Quem está a perturbar a estabilidade nem sou eu, que faço de facto declarações criticas em relação ao Governo, é o dr. António Borges, com a sua presença continuada no Governo e a dizer estes disparates", afirmou, em declarações à Lusa, António Capucho.» [CM]
   
Parecer:
Pergunte-se aos pitbulls dos ilustre dr. Relvas se andam distraídos e deixam o Capucho falar mal deste brilhante governo quase todos os dias. Ao menos podiam mandar o segurança pessosl do brilhantíssimo Passos tapar a boca e mandar identificar o dono desta voz irritante.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
      
 Mira Amaral simpático
   
«O presidente do BIC Portugal, Luís Mira Amaral, defendeu hoje a posição da generalidade dos empresários sobre a Taxa Social Única, afirmando que se "sentiram desconfortáveis" por os trabalhadores irem financiar as suas empresas.
   
O ex-ministro da Indústria de Cavaco Silva escusou-se a comentar diretamente as declarações do economista António Borges sobre a matéria.» [i]
   
Parecer:
 
Desde que o Passos Coelho falou de vender a CGD até parece foi a uma sex shop comprar gel erótico, o mesmo Mira Amaral que criticou violentamente o golpe da TSU anda agora a tentar perceber o porquê da oposição dos patrões.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
      

 
No Abrupto
 
Coisas de sábado: expliquem-me por favor:
   
«De novo, as coisas não batem certo. Eu precisava que alguém as explicasse muito devagarinho e muito simples, como se eu fosse burro, mesmo muito burro. No dia fatídico do anúncio da TSU, Passos Coelho apresentou a medida como sendo uma esperançosa solução para combater o desemprego. Já ninguém se lembra, mas foi assim. Ou seja, o aumento da TSU não se destinava a combater o défice, mas a permitir às empresas financiarem-se, perante a míngua do crédito, com o retorno da TSU paga pelos trabalhadores. 

Havia uma referência muito confusa à decisão do Tribunal Constitucional, mas a confusão é uma regra das declarações do Primeiro-ministro, porque não se percebe o que é que uma coisa tinha a ver com a outra, dado que apenas cerca de 500 milhões ficariam nos cofres públicos para ajudar ao défice. Por isso, a correlação da decisão da TSU com o défice e o Tribunal Constitucional destinava-se apenas a fazer passar a medida por aquilo que ela não era. Na verdade, a TSU destinava-se a fazer baixar os salários, como pretendia uma parte da troika e António Borges, o que o governo tinha recusado liminarmente. Passos Coelho acabou por o admitir na entrevista, segundo momento fatídico.

Tanto era assim que Vítor Gaspar no anúncio seguinte, o terceiro momento fatídico, e que durou duas horas, veio prevenir que para cobrir o défice deste ano e do próximo iria haver mais medidas de austeridade. De novo, no meio de mais uma linguagem confusa e entaramelada, Passos Coelho admitiu-o na entrevista, perante a perplexidade do entrevistador da RTP da área económica que bem lhe perguntava pela incongruência daquilo tudo e ele não respondia. De novo, o pobre Tribunal Constitucional veio à baila, mesmo quando nada tem a ver com o disparo do défice de 2012, ano em que a sua decisão não está em vigor. 

Por tudo isto, mesmo sendo muito burro, percebo que o aumento da TSU tinha pouco a ver com o controlo do défice de 2012, ou de 2013, e por isso não podia ser associada causalmente nem à crise financeira, nem ao Tribunal, a não ser por um curandeiro holístico que nos dirá que tudo tem a ver com tudo. E sendo assim, por que razão as medidas de novos impostos são anunciadas como destinadas a “substituir” a TSU? Alguém anda a enganar-nos, mesmo aos mais burros dos burros.»