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Elos de amarras [A. Cabral]
Jumento do dia
Vítor Gaspar
O grande problema da conferência de imprensa reside no facto de Vítor Gaspar pensar que o nível intelectual dos portugueses é próximo do de Passos Coelho e, portanto, pode fazer de todos nós parvos. A conferência teve duas partes, na primeira Vítor Gaspar ensaiou um discurso que considerou mais inteligente que o usado por Passos Coelho na famosa comunicação da TSU, se Passos falou meia hora de Sócrates para justificar um golpe aos trabalhadores portugueses, Gaspar optou por um discurso optimista em que exibiu os falsos sucessos. Na segunda parte impingiu-nos o xarope.
Os portugueses ficaram a sabe que o país viveu uma série de grandes sucessos mas, sabe-se lá porquê, vai ser sujeito a uma dose adicional e brutal de austeridade. Foi uma conferência de imprensa manhosa, que só teve um momento honesto, foi quando Gaspar designou o aumento de impostos que estava a anunciar como sendo brutal. Resta saber se a palavra brutal vem na linha das palavras que o ministro gosta de usar, talvez porque a fraca figura lhe provoca complexos de inferioridade ou e esta personagem estranha teve preocupações sociais.
Notou-se que Gaspar tentou ignorar a crise a que conduziu o país com a tentativa de golpe da TSU apresentando esta conferência de imprensa como a continuação daquela em que divulgou a última avaliação da troika. Isto é, a crise da TSU não aconteceu, o país teve uma branca de um mês e o ministro nem ouviu o Durão Barroso dizer que já tinha aprovado medidas que nem sequer ainda foram proposta ao parlamento.
Infelizmente este ministro está doido e o seu nível de demência é tão grande que até acredita nas suas próprias previsões, da mesma forma que acredita que o famoso equilíbrio externo nada tem que ver com a austeridade, resultando de reformas estruturais imaginárias. O país está a ser governado por alguém que só falhou e que tem uma política fiscal da qual só resulta mais injustiça e evasão fiscal.
Quanto custa a incompetência de Vítor Gaspar ao país?
Num tempo em que tanto se fala dos custos das PPP ou do BPN, custos que a justiça tem tratado de forma muito curiosa pois penaliza uns e despenaliza outros, seria interessante saber quanto custa ao país o excesso de troikismo defendido por Vítor Gaspar. Pois as contas são simples, se considerarmos os números que dizem que as PP vão custar 1.300 milhões de euro por ano então só o buraco nas receitas fiscais no primeiros três anos que se situa nos 4.000 milhões, isto é, só seis meses de incompetência gaspariana custam quase três anos de PPP. Comparando com o prejuízo resultante do BPN a incompetência gaspariana pagaria todo o prejuízo do BPN e ainda se poupariam uns milhões para enTSUar empresários como o Soares dos Santos.
Resta saber qual será o buraco até ao fim do ano, ao ritmo a que este governo faz asneiras e anuncia mais troikismo do que a troika é bem provável que a recessão se aprofunde daí resultando a quebra da receita fiscal. Isto sem contar com o aumento brutal do mercado paralelo.
Um governo de gente piegas?
«O ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira tinha convocado para esta quarta-feira, às 12h00, uma reunião com os patrões para apresentar as novas medidas de austeridade que vão ser anunciadas às 15h00 pelo ministro das Finanças, Vítor Gaspar, em conferência de imprensa.
O facto de o Executivo ter levado a Bruxelas o conjunto de propostas que farão parte do próximo Orçamento do Estado antes da sua apresentação aos parceiros sociais motivou duras críticas.
Tal como o CM avança esta quarta-feira, Vítor Gaspar deverá anunciar agravamento de 6,5 por cento no IRS, o que compensará a descida da taxa social única para as empresas.» [CM]
Parecer:
Depois de terem desprezado totalmente os trabalhadores e de terem transformado os patrões em idiotas este governo de piegas incompetentes e arrogantes descobriu as virtudes da concertação social. É de gabar a paciência de sindicalistas e patrões, aturar o sôr Álvaro mais as suas baboseiras exige uma paciência sobre humana, até porque toda a gente sabe que numa perspectiva política este ministro já está depositado na morgue política desta legislatura, apenas aguarda que o médico legista de Belém emita a respectiva certidão de "óbito político".
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
Cavaco está em Portugal?
«O Presidente da República afirmou hoje que o crescimento económico não pode depender exclusivamente da redução de custos, considerando antes como "decisivas" a inovação e a qualidade e inovação tecnológica para o aumento da produtividade e competitividade.
Falando na cerimónia de encerramento do VIII Encontro da COTEC Europa, realizado ao fim da manhã em Madrid, Cavaco Silva salientou que se constata "uma significativa divergência da produtividade das economias do Sul face à generalidade dos outros países da União Europeia", e que o único meio para obter avanços nesse campo e da produtividade passa por aqueles dois aspetos.» [Expresso]
Quem fala assim não deve estar a par da política do governo.
«O Presidente da República afirmou hoje que o crescimento económico não pode depender exclusivamente da redução de custos, considerando antes como "decisivas" a inovação e a qualidade e inovação tecnológica para o aumento da produtividade e competitividade.
Falando na cerimónia de encerramento do VIII Encontro da COTEC Europa, realizado ao fim da manhã em Madrid, Cavaco Silva salientou que se constata "uma significativa divergência da produtividade das economias do Sul face à generalidade dos outros países da União Europeia", e que o único meio para obter avanços nesse campo e da produtividade passa por aqueles dois aspetos.» [Expresso]
Parecer:
Quem fala assim não deve estar a par da política do governo.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se de forma condescendente.»
Manobra para evitar o mercado no famoso Setembro de 2013
«Portugal conseguiu hoje trocar 3,76 mil milhões de euros de dívida que expirava em setembro de 2013 por dívida que vence em outubro de 2015, reduzindo assim o valor da primeira Obrigação do Tesouro sem financiamento integral da 'troika'.
De acordo com o instituto que gere a dívida pública portuguesa, o IGCP, o Estado conseguiu comprar 3,76 mil milhões de euros de dívida que Portugal teria de pagar em setembro de 2013, da linha de Obrigações do Tesouro que marcava o regresso de Portugal aos mercados e que tinha um saldo vivo na ordem dos 9,6 mil milhões de euros.
O mesmo valor de dívida foi então colocado no mercado na linha de Obrigações do Tesouro que vence em outubro de 2015, colocando assim mais 3,76 mil milhões de euros de dívida numa linha que já tinha cerca de 9,65 mil milhões de euros de saldo vivo, passando a ser a primeira obrigação com mais de 10 mil milhões de euros por pagar de uma só vez no 'stock' de dívida português, de acordo com os dados do IGCP.» [i]
Parecer:
Truques.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
Gaspar já se dedica à contabilidade criativa
«O secretário de Estado do Orçamento reconheceu hoje que ainda não há uma decisão final das autoridades estatísticas - INE e Eurostat - sobre a contabilzação das receitas da concessão da ANA (que abatem ao défice), seguida da sua privatização (que abate apenas à dívida pública). Mas diz que a sucessão das operações "foi aceite pelos credores internacionais".
Segundo Luís Morais Sarmento, a expectativa é que a formalização do contrato de concessão da ANA seja contabilizado como receita a abater no défice orçamental deste ano, e que a privatização da gestora dos aeroportos possa ocorrer no ano seguinte, tendo-se, porém, de deduzir ao valor da venda o da concessão.» [Jornal de Negócios]
Parecer:
Truques.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»