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Barco de Peniche
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Baleal [A. Cabral]
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Miguel Relvas
O ministro e doutor diz que não tem receio de nada e tem razão, então se o homem fez tantas cadeiras que até fez as que existiam e as que não existiam, para além da licenciatura ainda deve ter doado cadeiras para a esplanada do rancho folclórico de Tomar, vai ter receio do quê.
Um homem aberto ao conhecimento, que singra pelo trabalho e com coragem para dar e vender, é um um ministro português com certeza!
«Miguel Relvas garantiu hoje que a sua candidatura foi apresentada de acordo com as leis.
“Estou de consciência tranquila e garanto que agi de boa-fé”, salientou o ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, em resposta à notícia do semanário “Expresso” que avança que Relvas teve equivalência a cadeiras que não existiam em 2006/2007.
Segundo uma auditoria da Inspeção-geral da Educação e Ciência, Miguel Relvas é apontado como não só o aluno a quem foram atribuídas mais equivalências (32 num total de 36) como o estudante a quem foram dadas equivalências a disciplinas que nem sequer existiam no ano em que estava matriculado.
Relvas garantiu que anda não tinha lido o relatório, mas que “é sempre importante que a verdade seja apurada”.
“A minha vida é aberta, transparente e clara. Não tenho receio de nada”, acrescentou.» [i]
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Parece que o este governo tem quase tantos ministros dos Negócios estrangeiros quantas as restantes pastas:
- Vítor Gaspar: ministro para a Europa, incluindo as reuniões do Conselho Europeu onde o Coelho faz figura de corpo presente, bem como para Nova Iorque e Pequim.
- Miguel Relvas: ministro dos Negócios Estrangeiros para os PALOP bem como os países de origem dos interessados na privatizações, excepto a China.
- Sôr Álvaro: ministro doas Negócios Estrangeiros para o Júlio de Matos e artérias circundantes.
- Paulo Portas: ministro dos Negócios Estrangeiros para o Largo do Caldas e o resto do mundo.
- Cavaco Silva assegura ainda as relações internacionais da Junta de Freguesia de Belém enquanto Passos Coelho recebe e acompanha as entidades estrangeiras que revelem interesse em conhecer em Massamá ou estejam a precisar de fisioterapia.
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[Link]
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Ainda se publicita no site do governo a ideia de Passos Coelho em Setembro passado. De certeza que o rapaz pensa no que diz, ou serão as suas arrastadeiras a escreverem-lhe os papéis que ele vai lendo sem sequer pensar?
É evidente que o homem já se esqueceu do que disse e em vez de um consenso alargado para criar emprego teve sérias dificuldades em unir o governo em torno de um aumento brutal de impostos.
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«1 Está de regresso a miserável novela das escutas. Mais uma vez um primeiro-ministro é escutado. Há novelas que não acabam. Se atingem os seus objectivos, se são populares, se até põem gente supostamente respeitável a defender o seu guião, por que diabo acabariam? Não, as escutas feitas sem rei nem roque, onde se "apanham" conversas e depois se exibem nos media, estão para durar.
Para ser mais exacto, nem é preciso publicar as conversas nem mesmo dizer o que lá está. Basta colocar, por exemplo, numa manchete "Primeiro-ministro apanhado numa escuta". O "apanhado" é toda uma declaração. É assim como dizer "ele estava a ver se escapava, mas a gente apanhou-o". E se a isto juntarmos "apanhado a falar com um importante banqueiro ou empresário" não é preciso mais nada mesmo para sabermos que estamos em presença de marosca das grossas: é a nossa conhecida promiscuidade entre os ricos e poderosos. Nada mais eficaz quando o objectivo é tentar desacreditar alguém, lançar sobre essas pessoas um manto de suspeita ou, pura e simplesmente, ameaçar. Pouco importa referir que não há nada na conversa que tenha relevância criminal ou que não passe duma simples troca de impressões. O efeito está criado.
Não há outra forma de o dizer: quem colabora nesta pouca vergonha, quer passando as escutas quer divulgando-as, é um criminoso da pior estirpe. E chamemos os bois pelos nomes: estamos a falar de operadores judiciais e jornalistas. Sim, bem sei, o código penal já o diz. Mas, o facto é que nunca ninguém foi condenado por este crime e lembremos o que a sua repetição tem ajudado a fazer à nossa democracia e à confiança nos agentes políticos. Nada tem contribuído mais para a desacreditação dos políticos em geral e subsequentemente da democracia. E, para mal deles próprios e de todos nós, muitos políticos têm sido colaboracionistas neste tipo de processos.
Aliás, os executantes e os colaboradores deste tipo de manobras sabem que isto resulta. Estão a fazer com este primeiro-ministro o que fizeram com o anterior e a coisa correu na perfeição. Conseguiram manchar o bom nome do cidadão José Sócrates, conseguiram condicionar o processo político fazendo com que a discussão passasse a ser sobre a personalidade dos políticos e não sobre as suas propostas e conseguiram pôr muita gente (juristas, políticos, comentadores) a defender a divulgação de escutas tivessem elas interesse criminal ou não, fosse isso um atentado contra os mais básicos princípios do Estado de Direito ou não. Passos Coelho é a próxima vítima. Outras se seguirão.
De facto, as escutas e a infame colaboração entre alguns jornalistas, alguns operadores judiciais e alguns políticos têm servido para fazer luta política. Mas a questão que se coloca é: quem utiliza estes meios sabe exactamente que tipo de luta política está a fazer? Será que sabem que a sua guerra é contra a liberdade e a democracia? Contra o Estado de Direito? Se calhar sabem. A democracia também tem inimigos, e poderosos.
2 É apenas humano que numa primeira reacção Passos Coelho tenha dito que "teria todo o prazer" em que as escutas de que foi alvo (e alvo é a expressão correcta) fossem tornadas públicas. Mas Passos Coelho é primeiro-ministro, e tem assim responsabilidades redobradas. Passos Coelho não pode colaborar com um atropelo tão flagrante à sua privacidade, se ele abdicar desse direito está a dizer a uma inteira comunidade que esse direito é coisa menor e a abrir as portas a toda a devassa da esfera particular. Ao dar esse sinal está também a dizer que quem não quiser ver a sua vida privada exposta é imediatamente suspeito. Sobretudo está a colaborar com uma ilegalidade.
O que o primeiro-ministro tem de declarar é que as suas escutas e todas outras sem relevância criminal ou ilegalmente realizadas devem ser imediatamente destruídas e tentar por todos os meios que ninguém, fora das suas atribuições, possa ouvir escuta alguma. São princípios básicos, repito, do Estado de Direito que estão em causa. E o primeiro-ministro tem de ser o primeiro a defendê-los.
A ministra da Justiça devia ser a primeira pessoa a lembrar o primeiro-ministro disto, mas isso seria pedir muito a quem comenta processos em investigação dizendo no mesmo dia em que diligências são feitas que a impunidade acabou, que não hesita em insinuar que quem é contra a lei da criminalização dos actos ilícitos é corrupto, que defende normas que põem em causa o princípio da presunção de inocência e que só agora se mostra preocupada com o segredo de justiça. Sim, isso seria pedir demais.» [DN]
Pedro Marques Lopes.
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«A 'troika' vai propor, num relatório sobre a Grécia a sair nos próximos dias, um novo perdão da dívida grega, desta vez para os credores institucionais, nomeadamente os países, noticia hoje o semanário alemão "Der Spiegel".
Segundo o semanário, esta é uma das propostas do relatório da 'troika' - Banco Central Europeu (BCE), Fundo Monetário Internacional (FMI) e Comissão Europeia (CE) - sobre os resultados da reunião preparatória que ocorreu na quinta-feira para preparar a próxima reunião de ministros das Finanças da Zona Euro.» [DN]
Parecer:
Por este andar vamos dever mais do que os gregos e teremos um governo bem mais incompetente.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Lamente-se.»
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«O líder parlamentar social-democrata, Luís Montenegro, afirmou hoje que a maioria PSD/CDS-PP quer ver-se livre da 'troika' o mais depressa possível e só voltar a reencontrá-la quando voltar para estudar o "sucesso" do processo de ajustamento de Portugal.
"Nós não só nos queremos ver livres da ‘troika' [Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional] o mais depressa que for possível, como só os queremos voltar a ver quando cá vierem estudar a capacidade deste povo, a capacidade deste país e o sucesso deste programa de assistência financeira", afirmou Luís Montenegro.
Na sessão de encerramento das jornadas parlamentares conjuntas entre PSD e CDS-PP, realizadas na Assembleia da República, em Lisboa, o líder da bancada do PSD sublinhou que a "prioridade" da maioria e do Governo é "garantir o Estado social" e renovou apelos à oposição.» [i]
Parecer:
Isto começa a ser uma palhaçada, a desorientação está a levar governantes e respponsáveis pelo PSD ao disparate sistemático. O governo já estava paralisado, agora dedica-se à asneira.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
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«O Ministro da Defesa, Aguiar Branco, recusou comentar o seu entendimento sobre a refundação do memorando de entendimento proposto por Passos Coelho, defendo que deve ser o primeiro-ministro a explicar.
"Essa matéria é do primeiro-ministro que expressou ontem o seu apontamento, nas jornadas parlamentares [conjuntas do PSD e do CDS-PP] e é uma matéria que deve ser o senhor primeiro-ministro a responder", disse à Lusa o ministro da Defesa, Aguiar Branco.» [Notícia ao Minuto]
Parecer:
Conclusão: não sabe o que é isso de refundir um memorando.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se na Siderurgia se há houve algum pedido do Coelho para se proceder à refundição do memorando.»
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