A grande preocupação de Seguro não são os desempregados sem subsídios de desemprego que desistem de procurar emprego e o governo os considera bem empregados, não são os pobres sem qualquer apoio social, não são os funcionários públicos que sofrem cortes de vencimentos, não são os pensionistas penalizados por cortes de pensões.
Não, para Seguro as grandes vítimas da austeridade não são essa imensidão de gente que não conta para Passos Coelho e, pelos vistos não contam para ele, em momento algum prometeu demitir-se se fosse obrigado a cortar em pensões ou em vencimentos para cumprir o pacto de estabilidade que assinou.
Para Seguro a grande preocupação social do seu pensamento socialista vai para os donos dos restaurantes, tascas e tabernas, os donos do Gambrinus, da Pastelaria Versailles e da Ginginha do Rossio. Mas o que o preocupa não são as taxas dos direitos de autores para poderem ter um rádio ligado, ou as muitas taxas que pagam. O que o preocupa é o IVA.
Temos portanto um social-democrata do novo tipo, que não se preocupa nem com os trabalhadores, nem com os empresários, a sua preocupação principal, aquela que o levaria à demissão são os donos de restaurantes. Não seria melhor António José Seguro demitir-se do PS e criar o PRT, o Partido dos Restaurantes e Taberneiros?
E porque está Seguro tão preocupado? Porque o IVA que estes empresários cobram aos seus clientes e na maior parte dos casos metem no bolso em vez de o entregar ao Estado é de 23%. Seguro não está preocupado porque muitos bem essenciais, como a energia, estão sujeitos a uma taxa de 23% e o imoposto cobrado é entregue ao Estado. Em vez disso está preocupado porque os empresários da restauração cobram 23% de IVA, emitem “talões de mesa” e em vez de entregarem ao Estado o imposto que os clientes lhes entregaram ao Estado metem-no no bolso.
Os empresários que preocupam Seguro não são os que pagam a energia cara, os que têm dificuldades de acesso ao financiamento bancário, os que não têm qualquer apoio para apostar na inovação. Não, o que preocupa Seguro não são as startup, as empresas inovadoras ou os exportadores, os empresários que merecem um carinho especial da parte de Seguro são os que menos impostos pagam, os que metem ao bolso uma elevada percentagem, do IVA que cobram, os que têm mais empregados a trabalhar mais horas para além do horário legal e que mais pagam “por fora” para não suportarem impostos e contribuições social. OS taberneiros são uma verdadeira classe de vanguarda desta nova ideologia do marxismo-segurismo, estão para este PS assim como a classe operária está para o marxismo-leninismo, é a vanguarda que nos vai levar ao paraíso pela via taberneira do socialismo!
Seguro não sabe disto? É evidente que sabe, mas está convencido que erguendo esta bandeira tem em cada taberna um apoiante. Enfim, viva o político honesto e do tipo novo.