terça-feira, setembro 30, 2014

Umas no cravo e outras na ferradura



   Foto Jumento


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Ave do Oceanário, Lisboa
  
 Jumento do dia
    
Maria de Belém

Maria de Belém, a comentadora da CMTV que preside ao PS, optou por não ter em relação às directas e à luta pelo poder dentro do PS uma posição de equidistância em relação aos candidatos, uma posição assumida exemplarmente por Jorge Coelho. Em vez disso, teve um papel activo de apoio a Seguro desde o primeiro momento e ao longo de toda a campanha o país viu a senhora aplaudindo as acusações de baixo nível que iam sendo feitas a Costa e, mais grave, aos seus apoiantes.
 
Muito agarradinha aos princípios estatutários esta senhora que tem um momento de fama efémera até ao primeiro congresso, decidiu prolongar ao máximo a inoperância do PS convocando a reunião da Comissão Nacional do PS só para 14 de Outubro. Compreende-se que Maria de Belém não tenha pressa, enquanto puder vai ajudando o governo de direita durante mais uns dias.
 
«Maria de Belém, presidente e secretária-geral interina do PS, convocou para 14 de Outubro a reunião da Comissão Nacional do partido que desencadeará as directas e o congresso onde António Costa será consagrado líder - mas a data é contestada por um dos principais apoiantes do vencedor das primárias.
   
Marcos Perestrello, deputado e presidente da Federação de Lisboa do PS, defendeu esta tarde, em declarações à Lusa, que Maria de Belém deve marcar já a data das eleições diretas para a liderança, convocando para o próximo fim-de-semana a Comissão Nacional.
  
"A secretária-geral em exercício do PS tem poderes estatutários para marcar rapidamente a data do congresso extraordinário, antecedido de eleições diretas", afirmou.» [DN]

 Este Silva não muda

O que tem em comum António Costa com Carlos do Carmo, José Saramago e muitos outros portugueses? Cavaco Silva não gosta deles e nem que conseguisse ir à lua de pé coxinho mereceriam uma palavra de parabéns do presidente que Portugal teve o azar de ver ser eleito. O país assistiu a um processo eleitoral que mobilizou o maior partido da oposição e que esteve no centro das atenções do país, o maior partido da oposição tem um novo candidato a primeiro-ministro e um futuro líder e o que faz o Cavaco. Dá os parabéns à equipa de ténis de mesa e ignora olimpicamente aquilo que prendeu a atenção de todo um país.

Será porque Cavaco detesta o PS e em especial o PS que não o bajula ou pensará que ao cumprimentar António Costa estará a dar-lhe força? Se é a primeira resposta é compreensível se for a segunda teremos de concluir pela demência, neste momento é mais o Cavaco que precisa do António Cosa para terminar o mandato com um mínimo de dignidade, do que o António Costa a precisar de ajuda de alguém que já não convence ninguém, a anão ser alguns pequenos investidores mais ingénuos que acreditaram nele e perderam as suas poupanças no BES.

 A única dúvida na noite eleitoral do PS

A imperial que Costa bebeu era Sagres ou optou pela marca da santinha da Horta Seca?

 O resultado das directas do PS

António José Seguro ficou knockout com uma directa de esquerda.

 Um site muito actualizado

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O site do PS ainda está na semana passada. Os funcionários do PS meteram férias com Seguro?

 A solução está no banco

Marcelo Rebelo de Sousa não perdeu tempo e pediu uma remodelação governamental, assegurando que o seu comentário seria notícia no dia seguinte, o que aconteceu pelo menos no órgão oficioso do governo, o DN. Para o ilustre professor a democracia é como um jogo de bola e se o adversário deu uma chicotada psicológica e mudou o treinador a meio do jogo a solução é meter mais um ponta de lança e refrescar a equipa. O divertido é que perante um governo a meter água por todos os lados o professor avisa Costa dizendo-lhe que acabou a papa doce.

O problema agora é saber se há suicidas disponíveis para gerirem o ministério da Educação depois de implodido por um Crato tão incompetente que até na matemática errou ou para fazer de saco de porrada de uma justiça em taquicardia. Marcelo está enganado, a equipa governamental não é uma equipa de futebol, equipara-se mais a uma tripulação de um barco que sem motor e sem leme está à beira do naufrágio.

É neste contexto que Passos faz o que pode para salvar a imagem do governo, esconde os ministros problemáticos, vai a Estremoz inaugurar um quartel da GNR e manda um patético Aguiar-Branco brincar no Douro com uma bóia telecomandada (se fosse ao Google veria que não inventou nada) que ninguém explicou como chega ao afogado se houver cachão. Este ministro é uma anedota, depois da figura que fez com o drone que foi parar ao malagueiro, aparece agora armado em adepto de barcos telecomandados com o formato de bóias.

Espera-se agora que Aguiar-Branco teste a sua nova bóia salvando colegas que estão quase a afogar-se, como a rapariga da cara inchada, o Crato ou mesmo um Maduro que enganou Passos já que é mais verde do que parecia com tanto currículo académico. E a propósito do Maduro, o que é feito do Lomba?


      
 O dia um do ano eleitoral
   
«1. Hoje começa o ano eleitoral de 2015. O PS passou a partido de oposição.

2. Porque é que eu digo que o PS não tem sido um partido de oposição, mesmo apesar do radicalismo verbal do seu antigo secretário-geral? Por coisas como esta: na última semana antes das eleições primárias, houve um encontro secreto entre o secretário-geral da UGT e o primeiro-ministro. Segundo diz o oráculo governamental, Passos Coelho convenceu o secretário-geral da UGT a aceitar o acordo sobre o salário mínimo. Tudo quanto é ministro, do primeiro ao último, incluindo o ministro-viajante Paulo Portas foi lá à concertação social (que eles desprezam todos os dias, a não ser quando têm a UGT no bolso) para marcar a grande vitória do governo. As fontes do governo diziam que era fundamental haver um acordo antes do final do processo eleitoral no PS. Percebe-se porquê. O secretário-geral da UGT é um dos principais executantes da política de Seguro, de que foi um dos mais activos apoiantes, prestou-se ao timing propagandístico do governo e à substância de um acordo que fragiliza a segurança social, a mesma que o governo usa como pretexto para as suas previsões neo-malthusianas. É mais um exemplo do que aconteceu nos últimos três anos.

3. A história desta campanha é muito interessante de todos os pontos de vista, incluindo até, imaginem, o filosófico. Não interessará a ninguém, mas poucas vezes se viu melhor exemplo do que é o ruído do mundo e daquilo que Weber descreveu há muito: a maioria das acções de um politico tem o efeito exactamente contrário do que era pretendido. Ou dito de outra maneira: Seguro tomou várias decisões pelas piores razões do mundo e o efeito perverso dessas decisões foi positivo. Positivo para a democracia portuguesa e positivo para o PS. Que se cuide quem não quiser ver que o PS teve uma das poucas vitórias junto da opinião dos portugueses que é de índole político-partidária. Já não havia disso desde os anos de brasa da revolução. Havia vitórias e derrotas políticas, ligadas a personalidades, mas uma vitória que pudesse ser assacada a um partido enquanto tal, já não se verificava há muito tempo. A última foi uma tentativa com menor dimensão e que falhou, a “refiliação” no PSD.

4.Seguro teve um papel paradoxal. Fez todas as escolhas por razões estritas de sobrevivência e, porque não tinha nada a perder, e acabou por ser revolucionário malgré lui-meme. As eleições primárias foram convocadas pelas piores razões do mundo: eram um subterfúgio de Seguro para continuar na liderança do PS mais uns meses, na esperança de que qualquer crise lhe desse uma oportunidade, pressupunham uma estratégia negativa de desgaste do adversário, que o tempo longo sempre traria, e criavam uma estranha figura, a do “candidato a primeiro-ministro” em vez de ser para o líder do partido. Seguro queria tornear o facto de que, tendo blindado os estatutos para nunca cair a meio do mandato, não podia ter desafios. Enganou-se, e esse foi um engano pessoal e político: as pessoas consideram Costa melhor do que Seguro, fosse para o que fosse, de porteiro da sede a secretário-geral, e depois, não queriam correr o risco de ver o PS a perder para o PSD e o CDS. Nunca, jamais, em tempo algum. Os tempos não estavam para brincadeiras e “fidelidades”, e em tempo de guerra não se limpam armas.

5. As eleições primárias foram pensadas como um expediente, como aliás muitas outras propostas de Seguro, em cima do joelho. Foram mal preparadas e mal conduzidas, até que Jorge Coelho entrou em funções. Eram uma entorse estatutária, cujas complicações ainda estão por se verificar no Congresso. E tornaram-se um sucesso de mobilização depois dos debates, ou melhor, depois de se começar a perceber quem era Seguro. A frase mais certeira da campanha foi quando Costa no último debate, o mais vilipendiado pelo nosso coro de bons costumes e pelo PSD (pudera, Costa ganhou-o claramente de forma muito empática) disse que “os portugueses ficaram a conhecer-te”. Ficaram.

6. O acompanhamento jornalístico foi como habitual muito estereotipado, e profundamente conservador, salvo raras excepções. Sem novidade, lá vieram a “campanha sem ideias”, a “campanha de insultos”, a “luta de galos”, o “vazio de soluções para Portugal”, aquilo que de há muito tempo os media dizem de qualquer campanha política sem excepção. Ao mesmo tempo não dedicam uma linha a analisar qualquer documento programático, como fizeram com os de Costa e os de Seguro, enquanto davam título de caixa alta à mais pequena divergência dos candidatos. Sendo assim, por que razão é que esta campanha tão miserável, descrita com tanto nojo e fastio pela comunicação social, mobilizou muitos milhares de portugueses?» [Público]
   
Autor:

Pacheco Pereira.

      
 O bom aluno começou a ter negativas
   
«A Comissão Europeia está cada vez mais desconfortável com os sinais de que o Governo português possa estar a fazer marcha-atrás em relação a algumas das medidas mais impopulares adotadas durante a implementação do programa de ajustamento.

O último episódio foi a decisão de aumentar o salário mínimo a partir de outubro do próximo ano. Oficialmente, a reação é lacónica: "A Comissão vai avaliar a decisão de Portugal de aumentar temporariamente o salário mínimo do ponto de vista do emprego e das finanças públicas, quando todos os detalhes nos forem disponibilizados", afirma o porta-voz do executivo comunitário para os Assuntos Económicos e Monetários, numa breve declaração escrita.

No mesmo texto enviado ao Expresso, Simon O'Connor acrescenta que "um princípio orientador para os desenvolvimentos salariais é que os mesmos devem ser consistentes com o objetivo de promover o emprego e a competitividade, tal como recomendado a Portugal pelo Conselho da União Europeia em julho".

Ao que o Expresso apurou, a avaliação desta decisão ao nível europeu é arrasadora, antecipando-se que o seu impacto ao nível da promoção do consumo será residual ou nulo e que, em contrapartida, pode aumentar os custos e dificultar a contratação por parte das empresas. Isto, numa altura em que o crescimento da economia ainda é frágil e o desemprego permanece elevado e desce muito lentamente.» [Expresso]
   
Parecer:

Bruxelas está mesmo irritada ou isto não passa de uma manobra para dar a Passos um ar de anti-troika?
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao "pitbull" do O'Connor.»
  
 Já se fala em pântano
   
«O presidente da Confederação Empresarial de Portugal diz, esta segunda-feira numa entrevista ao Diário Económico, que é “fundamental” que haja no país uma “estabilidade política e social” e, para isso, devem ser evitados episódios como o que tem afetado o primeiro-ministro nas últimas semanas para que não seja criado um “pântano” e para que a legislatura do atual Governo possa ser cumprida.» [Notícias ao Minuto]
   
Parecer:

É óbvio que isto vai ser uma crise pegada até às eleições.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»

 Os tais muçulmanos moderados
   
«A primeira mulher a pilotar aviões caça nos Emirados Árabes Unidos e que liderou o ataque do país contra o Estado Islâmico na Síria e no Iraque foi repudiada pela família.

Mariam Al Mansouri foi notícia em todo o Mundo por ter liderado o esquadrão do seu país no esforço internacional contra o Estado Islâmico, tendo vencido os preconceitos nacionais contra as mulheres.

No entanto, a família não gostou da atitude de Mariam e demonstrou apoio à causa do Estado Islâmico contra o regime de Bashar al-Assad, elogiando os "heróis sunitas do Iraque e do Levante".

"Nós, a família Mansouri nos Emirados Árabes Unidos declaramos publicamente que repudiamos a chamada Mariam Al Mansouri, bem como a brutal agressão internacional contra os irmãos do povo sírio, começando pela nossa ingrata filha Mariam Al Mansouri", pode ler-se num comunicado publicado por uma agência de notícias palestiniana.» [JN]
   
Parecer:

Qual será a fronteira entre muçulmanos moderados e os extremistas, qual o país muçulmano moderado que respeita os direitos humanos e permite a liberdade religiosa?
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»

 Que depressa que eles mudam
   
«O líder da delegação socialista ao Parlamento Europeu, Carlos Zorrinho, garantiu hoje que, face à vitória clara alcançada domingo nas eleições primárias no PS, António Costa é agora "claramente" o seu candidato, embora apoiasse António José Seguro.

No dia seguinte ao triunfo de António Costa nas eleições primárias para escolher o candidato do PS a primeiro-ministro, com cerca de 70 por cento dos votos, Zorrinho, que apoiava António José Seguro, disse hoje, em Bruxelas, que, tal como sempre afirmara, estará a partir de agora do lado do vencedor, e disse acreditar que "os os portugueses vão poder contar com uma alternativa forte nas próximas eleições".» [Notícias ao Minuto]
   
Parecer:

Este anda a saltitar de um lado para o outro.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Vomite-se.»
  

   
 Ben
   
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