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Chaminés na Ajuda, Lisboa
Jumento do dia
Marinho e Pinto
Em queda livre desde que se queixou do chorudo vencimento que tem o ex-bastonário da Ordem dos Advogados e agora eurodeputado arrependido tinha de encontrar uma fórmula para ganhar audiência, desviando a atenção das suas própria alarvidades. Nada melhor do que atacar um ministro de um governo detestado e que está caindo aos bocados.
Muita gente sentir-se-á animada pelo ataque, mas não passa de uma cobardia deselegante de um advogado em busca de audiência fácil. Deus nos livre de advogados que pedem investigações sem apresentarem qualquer prova, de um ex bastonário da Ordem dos Advogados esperar-se-ia muito melhor do que uma manobra de puro populismo. Há formas mais limpas de ganhar destaque na comunicação social, principalmente quando se tem valor, ideias e projectos, três coisas que o agora político Marinho e Pinto ainda não demonstrou ter.
«Marinho e Pinto associou-se esta quinta-feira às críticas de Ana Gomes à forma como o Governo conduziu a subconcessão dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, apelando a uma "investigação cabal" às ligações que o escritório de advogados de Aguiar-Branco "poderá ter" com empresas envolvidas no processo.
Ana Gomes foi ouvida esta quinta-feira de manhã pela comissão dos assuntos jurídicos do Parlamento Europeu (PE), que está a analisar o pedido de levantamento da imunidade parlamentar da eurodeputada, apresentado pelo Ministério Público português. Em causa está uma queixa-crime do ministro da Defesa, que acusa a socialista de difamação. Num programa da TVI, Ana Gomes alegou a existência de ligações entre o escritório de advogados de Aguiar-Branco e a empresa Martifer, que obteve a subconcessão dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, num processo gerido pelo ministério da defesa.
A reunião decorreu à porta fechada e, no final, Marinho e Pinto, o único eurodeputado português membro da comissão parlamentar, fez eco das acusações de Ana Gomes. E classificou a atitude do ministro da Defesa como leviana: "Se porventura se levantasse a imunidade sempre que alguém levianamente, como foi o caso, apresenta queixa-crime, estaríamos a judicializar ainda mais a política. Pior do que politizar a justiça é judicializar a política".» [Expresso]
Sugestão clínica para Passos Coelho
Notícias típicas do fim de um regime
Marinho e Pinto
Em queda livre desde que se queixou do chorudo vencimento que tem o ex-bastonário da Ordem dos Advogados e agora eurodeputado arrependido tinha de encontrar uma fórmula para ganhar audiência, desviando a atenção das suas própria alarvidades. Nada melhor do que atacar um ministro de um governo detestado e que está caindo aos bocados.
Muita gente sentir-se-á animada pelo ataque, mas não passa de uma cobardia deselegante de um advogado em busca de audiência fácil. Deus nos livre de advogados que pedem investigações sem apresentarem qualquer prova, de um ex bastonário da Ordem dos Advogados esperar-se-ia muito melhor do que uma manobra de puro populismo. Há formas mais limpas de ganhar destaque na comunicação social, principalmente quando se tem valor, ideias e projectos, três coisas que o agora político Marinho e Pinto ainda não demonstrou ter.
«Marinho e Pinto associou-se esta quinta-feira às críticas de Ana Gomes à forma como o Governo conduziu a subconcessão dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, apelando a uma "investigação cabal" às ligações que o escritório de advogados de Aguiar-Branco "poderá ter" com empresas envolvidas no processo.
Ana Gomes foi ouvida esta quinta-feira de manhã pela comissão dos assuntos jurídicos do Parlamento Europeu (PE), que está a analisar o pedido de levantamento da imunidade parlamentar da eurodeputada, apresentado pelo Ministério Público português. Em causa está uma queixa-crime do ministro da Defesa, que acusa a socialista de difamação. Num programa da TVI, Ana Gomes alegou a existência de ligações entre o escritório de advogados de Aguiar-Branco e a empresa Martifer, que obteve a subconcessão dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, num processo gerido pelo ministério da defesa.
A reunião decorreu à porta fechada e, no final, Marinho e Pinto, o único eurodeputado português membro da comissão parlamentar, fez eco das acusações de Ana Gomes. E classificou a atitude do ministro da Defesa como leviana: "Se porventura se levantasse a imunidade sempre que alguém levianamente, como foi o caso, apresenta queixa-crime, estaríamos a judicializar ainda mais a política. Pior do que politizar a justiça é judicializar a política".» [Expresso]
Sugestão clínica para Passos Coelho
Notícias típicas do fim de um regime
A sonsice de Pedro Passos Coelho
«O chuto para a Procuradoria é apenas um expediente espertalhão com o objectivo de adiar a admissão do óbvio: o primeiro-ministro fez asneira. E da grossa.
Não há qualquer vontade de apurar “a verdade” ou desejo de esclarecer a pátria no pedido do primeiro-ministro para a Procuradoria-Geral da República investigar o caso Tecnoforma. O Ministério Público tem mais que fazer e Passos Coelho sabe muito bem o que fez. Pode ter sido há 15, 20 ou 30 anos: ninguém se esquece de um ordenado que duplica o rendimento mensal. Simplesmente, Passos não quer, nem pode, admiti-lo – para ser coerente com o moralismo que apregoa, teria de se demitir no minuto seguinte. Donde, o chuto para a Procuradoria é apenas um expediente espertalhão com o objectivo de adiar a admissão do óbvio: o primeiro-ministro fez asneira. E da grossa.
Isto é simultaneamente ridículo e sintomático. Ridículo, porque os valores que estão em causa não justificariam a queda de um primeiro-ministro. Sintomático, porque o problema da Tecnoforma está longe de ser o dinheiro que pagava a Passos Coelho – a empresa é um retrato perfeito de como se desviam fundos europeus para actividades que podem até nem ser ilegais, mas que são inconcebíveis e imorais. Convém recordar aos mais esquecidos que a Tecnoforma era essa extraordinária empresa, impulsionada pelo romântico par Passos-Miguel Relvas, que se propunha, em troca de 1,2 milhões de euros, dar formação a 1063 pobres almas com um objectivo que parece saído do argumento de uma série cómica britânica: ensinar os mais de mil formandos a operar em nove aeródromos da Região Centro, dos quais só três estavam activos e empregavam, no total, cerca de 10 trabalhadores.
Foi assim que, durante anos e anos, foram estoiradas dezenas de milhões de euros de fundos comunitários que deveriam contribuir para o desenvolvimento do país. E claro: quem frequentava os corredores da Assembleia da República era um veículo privilegiado para canalizar os fundos para terrenos favoráveis. O Manuel sabia de um concurso para a formação de medidores de perímetros de beringelas e dizia ao Joaquim; o Joaquim sabia de um concurso para a formação de analistas em brilho de superfícies inox em restaurantes e dizia ao Asdrúbal; o Asdrúbal sabia de um concurso para formar os formadores disto tudo e dizia ao Manuel. A única variável neste processo era mesmo a dimensão da lata e a vocação dos senhores deputados e secretários de Estado para gerir negócios. Havia alguns, como Miguel Relvas, que tinham muita lata e muita vocação. Havia outros, como Passos Coelho, que provavelmente seriam um pouco mais modestos – mas que, ainda assim, aproveitavam uma migalha aqui e outra acolá, porque a vida é longa e o ordenado de deputado curto.
Só que, ao contrário de Relvas, que tem um sorriso do tamanho da sua lista telefónica e se assume como “facilitador de negócios”, Pedro Passos Coelho sempre se apoiou numa imagem de extrema modéstia e parcimónia. Ele é o homem de Massamá. Ele é o homem que passa férias em Manta Rota. Ele é o homem que pôs os ministros a viajar em turística. E esse homem, claro está, não pode conviver com uma acusação de cinco mil euros a caírem-lhe no bolso todos os meses sem que ele se recorde disso, ao mesmo tempo que invoca o estatuto de deputado em exclusividade para sacar 60 mil euros de subsídio de reintegração. É possível que Passos Coelho apenas tenha feito aquilo que todos fizeram durante os festivos anos 90. Só que aquilo que ele fez em 1999 não é aceitável em 2014. E ainda bem. A sonsice vai aguentá-lo – mas a sua reputação de governante impoluto morreu. » [Público]
Autor:
João Miguel Tavares.
Alberto Martins anedótico
«O presidente do Grupo Parlamentar do PS, Alberto Martins, afirmou hoje que não está pessoalmente em jogo nas eleições primárias socialistas do próximo domingo, salientando que o ato eleitoral é entre António José Seguro e António Costa.» [Notícias ao Minuto]
Parecer:
O mínimo que se espera de um líder parlamentar é que em caso de vitória de António Costa tome a iniciativa digna de colocar o lugar à disposição e que por agora se esqueça do seu cargozito e esteja mais preocupado com o seu partido.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
O outro lado da Tecnoforma
«Foi arquivada a queixa por difamação do ex-ministro-adjunto de Pedro Passos Coelho, Miguel Relvas, contra a vereadora da Câmara de Lisboa, Helena Roseta, por declarações na SICN em que esta acusava o social-democrata de a ter pressionado a contratar a empresa Tecnoforma, a que Passos tinha ligações, quando era bastonária da Ordem dos Arquitetos.
Roseta foi notificada dia 26 de junho deste ano do arquivamento do processo “por carência de indícios”. Ao Observador, disse ter ficado “satisfeita” pois era o desfecho “desejado” e pôs fim “à constituição de arguida”.
Os factos remontam a 21 de junho de 2012. Nesse dia à noite, a vereadora disse na SICN que Miguel Relvas tentou favorecer uma empresa em que trabalhava Pedro Passos Coelho quando foi secretário de Estado da Administração Local, entre 2002 e 2004. “O senhor secretário de Estado chamou-me porque havia a possibilidade de Portugal se candidatar a um programa comunitário de formação para arquitetos municipais, mas a única condição era que fosse a empresa do dr. Passos Coelho a dar a essa mesma formação”, disse, referindo-se ao programa Foral.» [Observador]
Parecer:
O mais divertido deste caso é ver muita gente falando da Tecnoforma como se essa coisa fosse uma empresa.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
Ângelo Correia goza com Passos
«"Até para termos primeiro-ministro até às próximas eleições", Ângelo Correia, histórico do PSD que durante alguns anos empregou Passos Coelho afirma ao DN esperar que "tudo corra bem" na questão que liga o primeiro-ministro ao caso Tecnoforma.
Veladamente, Ângelo Correia critica Passos Coelho por agora este admitir não ter uma memória exata dos seus rendimentos no período em causa (1997-1999). "Tenho sempre a cópia do IRS. Guardo as cópias do IRS de todos anos, dá jeito para evitar problemas de não me recordar", afirma.» [DN]
Parecer:
Este é o inventor de Passos que em tempos chegou a declarar que lhe daria uns açoites se ele se portasse mal no governo.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao Ângelo se sempre vai dar os tais açoites.»
Estás perdoado
«Num comunicado enviado esta quinta-feira às redações, a Procuradoria-Geral da República disse que tinha arquivado o inquérito por “inadmissibilidade legal de procedimento”.
Ou seja, o Ministério Público assume que não podia investigar a denúncia uma vez que, a haver crime este já tinha prescrito. “Verificando-se a extinção da hipotética responsabilidade criminal por via da prescrição, está legalmente vedado ao Ministério Público proceder a investigação com a finalidade de tomar conhecimento sobre a veracidade ou não dos factos constantes da denúncia”.
A Procuradoria-Geral da República confirma que recebeu em Junho deste ano uma queixa relativa à relação entre Pedro Passos Coelho e a Tecnoforma, de situações ocorridas entre 1997 e 2001, mas que não pode investigar o caso. Posição do Ministério Público depois de o primeiro-ministro ter remetido esclarecimentos para a PGR.
“Esta denúncia foi, desde logo, remetida ao DCIAP, tendo, num primeiro momento, sido junta ao inquérito que tem por objeto a investigação da atividade da Tecnoforma. Após a análise da denúncia, foi decidido autuar a mesma como inquérito autónomo”, acrescenta a Procuradoria.» [Observador]
Parecer:
Conclusão óbvia, se ao menos fosse contra Sócrates sempre tardaria mais uns meses para arquivar o caso.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»