Ainda que, pelo menos por enquanto, não esteja à venda é óbvio que mesmo sem a ajuda do Ti Costa ou do Silva da Coelha o ainda primeiro-ministro sofreu uma mutação dividindo-se em dois, no Passos Bom e no Passos Mau. Enterrado o Passos Mau temos agora um Novo Passos, um Passos cujos ministros pedem desculpa por tudo e por nada, um Passos convicto da sua honestidade, um Passos novinho em folha para dar início ao novo ciclo que se abre a um ano de eleições.
Passos nem esperou pelas directas do PS e antecipando uma vitória mais incómoda para o seu futuro forço ou desenvolvimento da crisálida para que a nova borboleta começasse a voar o mais cedo possível. Até o Horta Osório apareceu de cara inchada a falar da desgraça do Novo Banco como se fosse seu, o país ficou a saber o que o governo teme admitir, o Novo Banco é para vender ao preço da uva mijona e vai dar prejuízo.
O problema do Novo Passos é que muito embora tente fugir para a frente vai ser apanhado pela desgraça do Novo Banco a não ser que os bancos mudem de ideias e num gesto de solidariedade eleitoral com o governo opte por adiar a venda da sucata do BES para depois das eleições. Se isso não suceder é bem provável que a coligação do PSD com o CDS nem chegue aos 20% dos votos.
Aceitam-se apostas em como o governo vai adiar a venda do Novo Banco para depois das eleições de 2015.