domingo, maio 31, 2015

Taça de Portugal

Não sei o que me custa mais, se ser o SCP a ganhar ou ver aquele tipo a entregar a taça.

Semanada

Cavaco Silva andou a semana desaparecido, quando se esperava que se aproveitasse da nomeação do governador do Banco de Portugal para repetir o seu discurso do consenso optou por ficar calado, logo ele que se chegou a esclarecer que não enganou os investidores e depositantes doo BES pois apenas repetiu o que Carlos Costa lhe tinha dito. Feita a nomeação do governador Cavaco foi para o Penedono falar dos portugueses de têmpera necessários para trazer sucesso à política do seu governo e sugeriu que os políticos fosse aqulas bandas para regressarem com espírito de compromisso. Enfim, Cavaco foi lá mas com uma semana de atraso.
  
Quem veio imbuído de espírito de compromisso nesta questão d governador do BdP por esse político morto vivo que em má hora foi ministro das Finanças. Teixeira dos Santos veio apoiar a recondução de Carlos Cosa, mas esqueceu-se de dizer que o antigo responsável da área internacional do BCP que nada sabia das off shores é seu colega de curso e mesmo sem grandes aptidões foi escolha sua para o cargo que vai continuar a ocupar.
  
Depois de ter negado que o antecessor lhe tenha deixado um estatuto da PSP a ministra recebeu ordens de Passos Coelho para ceder a tudo o que os sindicatos da PSP lhe exigissem. Os resultados estão à vista, a ministra deu-lhes tudo e ainda lhes perguntou se queriam uma praia na Ameixoeira.

Umas no cravo e outras na ferradura



   Foto Jumento


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"Costa Fortuna" , Lisboa
  
 Jumento do dia
    
Cavaco Silva, um presidente de têmpera

Portugal precisa de portugueses de têmpera para prosseguir a trajectória de crescimento que se desenvolve há 12 meses, é assim que fala o presidente dos portugueses, daqueles que têm a tal tempera, como daqueles que não têm a necessária têmpera.  Disse ainda, talvez a pensar mais no PS do que no PSD, que deviam ir às terras por onde andou porque provavelmente voltariam a Lisboa com espírito de compromisso.

Portanto, talvez Cavaco volte à capital cheio dessa têmpera que pede aos portugueses e com espírito de compromisso e exija a Passos Coelho que ouça a oposições em decisões como a escolha do governador do Banco de Portugal ou a adopção do PEC para os próximos quatro anos, já que é evidente que nos últimos tempos Cavaco não tem revelado nem grande têmpera, nem qualquer espírito de compromisso.

Resta ver se Cavaco é um homem de têmpera e dá a cara na final da taça de Portugal, não mandando uma mulher no lugar dele, nem chegando com o jogo já iniciado para que os portugueses não se apercebam da sua chegada.

 Proibidos os drones na Taça de Portugal

O argumento por essa coisa chamada CNPD para impedir a PSP de usar um drone com um vídeo na final da Taça de Portugal foi on de que não está regulamentada na lei a utilização de tais meios. Apetece fazer duas perguntas a essa gente brilhante da CNPD: em que lei está regulamentada a utilização de câmaras de video transportadas por agentes da PSP a pé, de bicicleta ou de automóvel? De certeza que os vídeos aéreos ou as fotografias aéreas tão utilizadas hoje em dia não estão regulamentadas? O Google que se cuide porque se a CNPD tiver conhecimento do Street View ou do Google Earth ainda os mandam suspender essas ferramentas.

Enfim, quanto mais poderosa, mais ridícula.

 A recondução de Carlos Costa

Carlos Costa não tem currículo, não tem competência e nem tem um cadastro adequado às exigências de governador do Banco de Portugal e a tudo isso soma-se a demonstração de incompetência que foi o seu mandato. Foi um erro grave de Teixeira dos Santos a escolha do seu amigo e cologa de licenciatura no Porto para o cargo de governador do BdP e é um erro igualmente grave a sua recondução.

      
 Decisão idiota
   
«A Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD) emitiu, esta sexta-feira, um parecer negativo ao uso de uma câmara de filmar acoplada a um ‘drone’ na operação de segurança preparada pela Polícia de Segurança Pública (PSP) para a final da Taça de Portugal, no próximo domingo, às 17h15, no Estádio Nacional, no Jamor.

O Ministério da Administração Interna (MAI) tinha enviado, na segunda-feira, um pedido à CNPD para que emitisse um parecer sobre a utilização, pela PSP, de um drone, na final da Taça de Portugal, entre o Sporting Clube de Portugal e o Sporting Clube de Braga. E, na quinta-feira, em conferência de imprensa, a PSP assegurou que só recorreria à utilização do drone caso a CNPD desse parecer positivo. Se o parecer não chegasse a tempo ou se o mesmo fosse negativo, a polícia garantiu que não utilizaria aquele meio. A decisão da Comissão foi difundida esta sexta-feira. E é negativa.

“Na ausência de lei, não pode a CNPD emitir parecer favorável à pretendida utilização da câmara portátil acoplada à aeronave não tripulada. De todo o modo, a CNPD sublinha que a necessidade de tal utilização não está demonstrada em face do sistema de videovigilância já instalado na área sob monitorização”, sustenta o parecer, a que a agência Lusa teve acesso.» [Observador]
   
Parecer:

Esta CNPD é daquelas entidades que não fazem, nem saem de cima.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Lamente-se.»
  
 Outro a mandar a culpa para os funcionários
   
«O Ministério Público acusa Macário Correia de ter dado luz verde à construção de uma moradia numa zona de Reserva Ecológica Nacional (REN) contra os pareceres desfavoráveis de dois técnicos da autarquia de Tavira e utilizando um argumento que “não correspondia à realidade”. O então presidente da Câmara justificou o licenciamento invocando que no local se encontravam ruínas “que impermeabilizam o solo”, não integrando por isso o REN. Só que na acusação do DIAP de Évora, a que o Expresso teve acesso, os procuradores concluem que no terreno “apenas existiam alguns montes de entulho e pedras”. 

Em declarações ao Expresso, Macário Correia garante que foi “enganado por um ex-colaborador” da autarquia neste processo em que é acusado de prevaricação de titular de cargo político, crime que tem uma pena entre dois a oito anos de prisão.“Esta pessoa disse-me uma coisa. E eventualmente outra mais tarde”, acrescenta o ex-autarca, que não quis revelar a identidade do antigo colaborador. “Nunca forjei nada. Agi de boa-fé com as informações que me foram veiculadas por quem confiei.” 

O MP garante que o ex-autarca concedeu vantagens patrimoniais ao dono dos terrenos, estando ciente de que violava “os deveres enquanto responsável pelo licenciamento de obras no concelho”. Macário diz só ter aprovado a localização e a arquitetura: “A obra não se fez. Não há vantagem patrimonial nenhuma.”» [Expresso]
   
Parecer:

É uma matriz desta gente do PSD.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Informe-e Macário Correia que não se deve assinar de cruz.»

 Ainda a vamos ver na PSP de Guimarães...
   
«A Barbie deixou no guarda-fatos os vestidos de princesa, as asas de fada, os stilettos cobertos de purpurinas. Despiu-se de poderes mágicos e futilidades e entrou para o corpo da Guarda Nacional Republicana (GNR). Esta domingo, véspera do Dia Mundial da Criança, aparece pela primeira vez ao público fardada e logo com traje de cerimónia, que o dia é de festa. A sua função: mostrar às meninas que os super-heróis andam com os pés na terra e nem precisam de superpoderes “para fazer coisas extraordinárias”.

A ideia surgiu quando a GNR preparava um evento infantil, que se realiza este domingo nos Jardins de Belém, entre as 13h e as 18h, junto ao Mosteiro dos Jerónimos. O slogan da linha mais atual da boneca - Be Super – colava-se perfeitamente à mensagem que aquela força de segurança quer passar às gerações mais novas. Só faltava vestir o ícone para a ocasião. Seguiu-se um telefonema à Mattel, a aceitação imediata da parceria e após duas semanas de trabalho artístico surgiu a mini-militar, uma One of a kind Doll (peça única) feita exclusivamente para a ocasião. “De momento não está prevista a comercialização da Barbie GNR, porque exige uma produção mínima de 50 mil unidades, elevada para o mercado português”, explica Sara Marçal, directora de marketing da Mattel.» []
  
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Parecer:

Antes na GNR do que na PSP, até na farda.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se à MAattel porque não se inspiraram na ministra e não fizeram uma Barbie tuga.»

   
   
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sábado, maio 30, 2015

Ideias que não alimento

Não alimento a ideia de que toda a gente que participa nessa economia paralela a que designam economia social sejam apenas boas almas que dão o seu melhor por amor ao próximo. A miudagem que faz a recolha de alimentos e os muitos voluntários são certamente boas almas, mas acima deles há muita gente que junta o passaporte para o céu que esperam obter a muitas outras vantagens pessoais.

Não alimento a ideia de que as carências se resolvem com caridade institucionalizada e com o desvio de recursos públicos das prestações sociais para a empresas encapotadas de IPSS que se alimentam dos negócios de milhões da economia caritativa que se expandiu com a crise e com o emprenho de um CDS que procura implantar-se e um Marco António que tem neste meio o seu exército de apoiantes.
  
Não alimento a ideia de que há uma economia social que cria riqueza, antes pelo contrário, os mecanismos de financiamento dessa falsa economia social é uma imensa teia de interesses e de compadrios que se desenvolvem contra as regras do mercado, destruindo empresas em favor de esquemas menos transparentes.
  
Não alimento a ideia de que se corrijam os problemas resultantes da crise com caridade, penalizando as vítimas das injustiças sociais com a perda de dignidade que significa pedir e consumir o que algumas almas caridosas entendem que devem consumir. É mais justo entregar uma prestação social do que obrigar alguém a ir a uma instituição receber um saco de alimentos ou a uma cantina comunitária onde come o que uma qualquer boa alma decidiu que devia comer.
  
Não alimento a ideia de que os pobres devem ser tutelados por senhora bondosas como a que dirige o Banco Alimentar, que opinam sobre o que os pobres podem ou não fazer, que se sentem no direito de censurar o comportamento de muito portugueses porque sendo pobres são obrigados a pedir e por essa via perder o direito à dignidade.
  
Não alimento a ideia de que a caridade feita sob a forma de sacos de comida ou de sopas dos pobres seja uma forma de reintegrar quem foi rejeitado por uma economia que os rejeitou. Para quebrar o círculo de pobreza é necessário assegurar que os cidadãos se sintam plenos e com dignidade, criar mecanismo de reinserção e ajudar as pessoas a encontrar soluções para o seus problemas e reencontrar a auto-estima e a vontade de lutar. Com sopas dos pobres e sacos de comida consegue-se o contrário, quebrar o orgulho, empurrar para o gueto, promover a desistência.

Umas no cravo e outras na ferradura



   Foto Jumento


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Flor da Quinta das Conchas, Lisboa
  
 Jumento do dia
    
Anabela Rodrigues, ministra incompetente da Administração Interna

Pela forma como a ministra da Administração Interna cedeu a tudo o que os sindicatos da polícia lhe exigiram até parece que foi ameaçada de levar uma tareia do brutamontes de Guimarães, mais um pouco e dava-lhes até o que eles não exigiam. Pela primeira vez um sindicato saiu de uma reunião garantindo que tinham conseguido tudo o que durante anos lhes tinha sido recusado.

A esta hora os sindicalistas devem estar arrependidos de não terem pedido a aposentação aos trinta anos e um aumento do salário para o dobro. É o que dar ter uma ministra fraca e incompetente e um governo desesperado por conseguir votos.

«Tranquila e sorriso no rosto. Foi assim que a ministra da Administração Interna recebeu ontem o maior sindicato da PSP, para a segunda ronda de negociações sobre o polémico estatuto. "Quero dizer que a minha intenção é ir ao encontro das vossas expetativas", terá declarado Anabela Rodrigues logo do início da reunião, de acordo com uma fonte que acompanhou os trabalhos.

Resultados? A promessa da admissão de 500 novos polícias por ano, a partir já de 2016, até 2019, para compensar e as saídas, o horário de trabalho manter-se nas 36 horas semanais e a cedência a uma das principais e mais difíceis reivindicações sindicais: a pré-aposentação aos 55 anos, sem cortes e sem necessidade, como agora, de autorização superior do diretor nacional da PSP, sempre moroso.

"Algo de impensável há uns meses e que contraria tudo o que tem sido a linha política dos Governos, nos últimos anos", reconhece o presidente da Associação Sindical de Profissionais de Polícia (ASPP), o primeiro sindicato a reunir-se com a ministra e o mais representativo desta força de segurança.» [DN]

 A comunicação social, a Voz do Povo e a verdade

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A Voz do Povo diz que o crescimento resulta das exportações, mas o Expresso diz claramente que "face ao último trimestre, a economia cresceu 0,4 por cento, com o contributo positivo da procura interna e negativo da procura externa líquida". Não é difícil imaginar o José Manuel Fernandes a reescrever o artigo de forma a enganar os papalvos que ainda acreditam nas suas patranhas estalinistas.

Pobre Petinga, o que um pobre assalariado de um falso jornal é obrigado a assinar.

  "The Man and the Dog"



 Parlamento cobarde

«É que o dirigente sindical, embora garantindo ter "informações" e "testemunhas" (que não quis identificar), de que foi o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais Paulo Núncio a dar ordens para que essa lista se fizesse, também assumiu não ter nada de "concreto, palpável ou factual" que lhe permitisse sustentar a acusação.» DN de 20 de Março

Se a Assembleia da República fosse um parlamento de gente coerente o presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos seria de novo chamado à comissão parlamentar de orçamento e finanças para apresentar as tais testemunhas que tinha que lhe permitiam afirmar que o secretário de Estado dos Assuntos Fiscias tinha daod instruções.

A verdade é que da famosa lista VIP resulta uma única conclusão óbvia, ou Paulo Núncio mentiu aos deputados ou o sindicalista mentiu com a intenção deliberada de provocar a destruição da carreira de alguns trabalhadores dos impostos, numa tentativa desastrada de apagar todos os processos disciplinares envolvendo os seus associados.

Se os deputados estivessem mesmo interessados em apurar a verdade identificariam o mentiroso e tirariam as conclusões. Mas parece que a lista VIP já desempenhou a sua função, A CNPD fez um brilharete, a IGF fez o que lhe mandaram, os deputados deram o seu espectáculo triste e pouco sério.



      
 A superioridade moral de Massamá
   
«De acordo com a biografia oficial do Primeiro-Ministro, de Sofia Aureliano, Pedro Passos Coelho revelou desde muito cedo uma grande curiosidade intelectual. Se Miguel Relvas diz que pautou a sua vida «pela procura do conhecimento permanente», Pedro mostrou logo na infância «uma avidez, quase aditiva, pela busca do conhecimento». Ainda não tinha completado a 4ª classe e já o nosso primeiro-ministro «escrevia melhor que muitos doutores». Deve ser daqui que vem a ideia de que o país tem licenciados a mais. O amigo Relvas foi mesmo um dos pioneiros dessa causa nacional, tendo-lhe sido atribuído pelo ministro Crato o título de ex-licenciado.  

Na juventude, não foi um rapaz especialmente namoradeiro, mas o nome da primeira namorada fica na memória: Maria Luís. «Foi um namoro bonito mas curto, que terminou quando chegou o verão.» Anos mais tarde, em 2013, um tipo malvado chamado Dr. Paulo Portas também quis que o relacionamento de Pedro com uma outra Maria Luís terminasse quando chegou o verão. Como diria Marx, a história repetia-se. Só que, apesar da breve passagem pela UEC, Pedro não quer nada com Marx. Prefere uma versão caseira do princípio thatcheriano do «no such thing as society»: «somos aquilo que escolhemos ser». Escolheu ignorar a carta de demissão «irrevogável» de Paulo Portas, e a verdade é que dois anos depois ainda cá anda.

«O Movimento das Forças Armadas nascido da revolução dos cravos» (não foi ao contrário, Sofia?) apanhou o jovem Pedro com a família em Angola. O pai, António, «ouvia relatos de grande euforia em Portugal, mas não via eco dela em Angola». Sofia acha que «o pós-25 de abril demorou a chegar a Luanda». Deve ter sido por causa da diferença horária. De resto, o jovem Pedro recuperou o tempo perdido e cinco anos depois, já estava na JSD, a impressionar com os seus «famosos discursos de improviso», que agora fazem as delícias da oposição. Pedro Pinto recorda que no discurso de estreia, ele foi «o único que verdadeiramente defendeu aquilo em que acreditava com base na informação que tinha, ainda que as premissas estivessem todas erradas». Ainda hoje é frequente isto acontecer.

Também vale muito a pena perceber como se divertia Passos e o grupo da jota. Segundo Sofia Aureliano, «Nos anos 80, a ausência de televisão e de novas tecnologias fazia com que o ato de pertencer a um grupo com os mesmos interesses fosse a forma mais natural de conviver em sociedade». Estranhos tempos, esses em que não havia «novas tecnologias» e em que pertencer a um grupo era a forma mais natural de conviver… Seja lá como for, o convívio passava por um bar de Luís Represas, «frequentado por artistas, profissionais que [como nota Sofia] já nessa altura seguiam maioritariamente uma orientação mais à esquerda». Foi justamente aí que Passos conheceu a sua primeira mulher: essa artista de esquerda chamada Fá, uma das famosas Doce. Mas talvez por causa da «ausência de televisão e novas tecnologias», Pedro não associou logo a cara ao nome. Fá despertou-lhe a atenção por um motivo muito especial: «tinha um rosto muito parecido com uma senhora que ele conhecia, a mulher do senhor Faria, com quem Fá partilha traços de um rosto tipicamente judeu».

O pai nunca lhe quis dar dinheiro «para ele andar metido na política» (safa, safa). Foi nos cursos de formação da JSD que ganhou o seu primeiro sustento. Esse bichinho da formação voltaria anos mais tarde, durante a travessia do deserto, através dos famosos cursos para técnicos de aeródromos da Tecnoforma. Nessa empresa, Passos teve como missão gerir toda a formação à distância. A coisa deve ter sido gerida demasiado à distância, porque o resultado de que o atual PM mais se orgulha é «ter estado muito próximo de criar uma escola de ensino superior em Cabo Verde». Ângelo Correia, conhecido caçador de talentos, deu valor a isto e foi buscar Pedro para junto de si na Fomentinvest, onde esteve até 2010. Desta magnífica experiência no setor privado ficou-lhe «o valor do risco (…) que falta na maior parte dos que dependem dos favores e dos benefícios do Estado». A Tecnoforma e a Fomentinvest devem ter sido as únicas empresas de formação profissional e de serviços ligados ao ambiente que nunca beneficiaram de dinheiros públicos.

Em 2010 Passos vê-se forçado a depender «dos favores e dos benefícios do Estado»: torna-se líder do PSD. Nessa qualidade, «viabilizou a governação socialista enquanto achou que essa seria a melhor alternativa para o país» e, já agora, enquanto os prazos constitucionais impediram o Presidente de dissolver a Assembleia. Preferiu chegar a primeiro-ministro no tempo certo, quando «ganhava força a alternativa social-democrata de virar a austeridade para o Estado e não para as pessoas». Estranhamente, apesar desta excelente plataforma social-democrata e apesar de Passos estar a «pôr o país no mapa do investimento e na senda do crescimento», os portugueses continuam a achá-lo uma pessoa má como as cobras. Mas para grandes males, grandes remédios: reúnem-se uns depoimentos de gente desinteressada, como Marco António Costa ou Secundino Cardoso do restaurante O Comilão; revela-se o historial de doenças da família inteira; e finalmente mostra-se a intimidade do apartamento de Massamá.

Sofia Aureliano esteve lá e conta-nos como é «o estado de espírito». À entrada, foi recebida por Peluche e Olívia, «as cadelas da família que completam, com o seu entusiasmo sonoro, o quadro mais genuíno da arte de bem receber». Lá dentro percebeu que as gravatas não combinam com o ambiente, embora isso não se deva felizmente a «qualquer recalcamento ideológico mal resolvido ou a qualquer simbolismo adjacente». De resto, em casa, Passos até estende a roupa e põe a loiça na máquina, «para sentir um registo de normalidade». Pedro é um de nós, que também só lavamos a loiça e estendemos a roupa para sentir «um registo de normalidade».

Ultrapassada que está a tese da superioridade moral dos comunistas, este livro propõe-nos assim a tese da superioridade moral de Massamá. É certo que Passos confessa «não gostar de dar a ideia de poder estar a manipular o sentimento das pessoas em favor de um determinado objetivo». Mas infelizmente, como lembra em epígrafe a própria Sofia Aureliano, «em política o que parece é» (frase que a autora atribui a Sá Carneiro).» [Jugular]
   
Autor:

Filipe Nunes.

      
 Mais um Jota muito bem sucedido
   
«Nos últimos meses a central de compras da saúde, a empresa pública Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), adquiriu serviços no valor de meio milhão de euros a empresas criadas muito pouco antes de assinarem contratos com a SPMS. O i teve acesso a denúncias feitas à Inspecção-Geral das Finanças e Portal da Transparência que questionam alguns dos negócios e analisou os contratos publicados pela empresa pública no site base.gov

Uma das empresas terá mesmo ligações familiares a um funcionário contratado no ano passado pela administração da SPMS, engenheiro que esteve directamente envolvido na adjudicação, atesta documentação a que o i teve acesso. Além disso, a empresa em causa, Crucialintuition, foi contratada pela central de compras pela primeira vez pouco mais de um mês depois da sua criação no dia 9 de Outubro de 2014, revelam registos comerciais consultados pelo i. Sem ter até aí qualquer relação com o Estado, entre Novembro e Janeiro a firma de Santarém fechou cinco contratos com a SPMS para consultoria, no valor de 168.094,26 euros acrescidos de IVA.   

Mais suspeitas Estes não são os únicos contratos que motivaram denúncias. Segundo informação a que o i teve acesso, são igualmente questionados três contratos com a consultora Violet Morning, que segundo foi possível apurar foi contratada pela primeira vez pela SPMS 11 dias depois de ser registada comercialmente. A empresa foi constituída no dia 26 de Dezembro e logo no dia 7 de Janeiro celebrou o primeiro contrato com a SPMS. Desde então soma contratos no valor global de 179.439,48 acrescidos de IVA. Pelo menos uma outra empresa está nesta situação: a LFG, Prestação de Serviços LDA, foi constituída no dia 27 de Fevereiro e contratada por dois anos no dia 25 de Março de 2015 pela SPMS, com um contrato no valor de 74 400 euros acrescidos de IVA.

É ainda também questionada a contratação da empresa We Mean Business, que nos últimos meses fechou quatro contratos com a SPMS no valor de 106.545,00 acrescidos de IVA. Neste caso, a empresa foi constituída em 2012 mas até aqui não tinha qualquer relação com o Estado. Um outro contrato referido ao i prende-se com a contratação de um elemento para o departamento de comunicação através de uma empresa de engenharia em nome do seu irmão, que não indicia o tipo de funções que veio a exerce na central de compras. Este funcionário trabalhava também na câmara de Santarém, onde é dirigente da JSD.» [Notícias ao Minuto]
 
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Parecer:

Ganda Macedo!
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
  
 Casa, comida e roupa lavada
   
«Segundo o Jornal de Negócios, a Autoridade Tributária voltou a afirmar que mantém a responsabilidade de exigir o pagamento dos valores em falta, a não ser que o processo avance para os tribunais.

A partir do momento em que os cidadãos recorrem à justiça, o Fisco recusa continuar envolvido no processo, devido à impossibilidade de representar empresas privadas em processos legais. Esta é já a segunda vez que as Finanças têm esta interpretação quanto às portagens em atraso» [Notícias ao Minuto]
   
Parecer:

É muito discutível que se misturem impostos com um sistema de cobrança de empresas privadas, representar essas empresas em tribunal deixava de ser o recurso ao homem do fraque para ser puro parasitismo.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Deixem-se de cobrar dívidas privadas.»

 Mais um salta pocinhas
   
«“Acho um absurdo”. É desta forma que Ricardo Sá Fernandes classifica a proposta do PS de “garantir a proteção de titulares de cargos políticos ou públicos contra a utilização abusiva de meios judiciais”.

O dirigente político considera que esta intenção “pode ser lida, objetivamente”, como uma reação à detenção de José Sócrates e defende que “os titulares dos cargos políticos têm de se sujeitar às regras a que estão sujeitos todos os cidadãos”.

Por outro lado, o advogado admite que vê “com bastante simpatia” a intenção da coligação em criminalizar o enriquecimento ilícito, admitindo sentir-se “bastante próximo dos propósitos políticos da ministra da Justiça e da deputada Teresa Leal Coelho”.» [Notícias ao Minuto]
   
Parecer:

H´quem não consiga viver sem fama.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»

 Os Verdes reúnem em convenção?
   
«O Partido Ecologista Os Verdes (PEV) reúne-se hoje e no sábado, em Lisboa, na convenção nacional do partido, um encontro que vai debater as ideias contidas na moção global, entre as quais a renegociação da dívida do país.» [Notícias ao Minuto]
   
Parecer:

Estava convencido que as convenções deles não passavam de um café na Festa do Avante.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se desta fraude política.»
   

   
   
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sexta-feira, maio 29, 2015

O negócio da “economia social”

A transferência dos recursos públicos das prestações pagas directamente à população carenciada para os intermediários da chamada “economia social” é um imenso esquema que merece ser denunciado. Os mesmos pobres que eram tratados como indigentes, gente preguiçosa que não gosta de trabalhar passaram a ter uma grande utilidade a partir do momento em que em vez de receberem prestações sociais passaram a receber a ajuda das IPSS.

Dantes era um peso para o orçamento, agora é um sector dinâmico da economia criador de emprego e gerador de crescimento económico que o ministro Lambretas e o Marco António não se cansam de elogiar. Dantes prometia-se rigor na concessão do rendimento social de inserção e o combate às situações fraudulentas, agora duplica-se o valor a partir da qual as IPSS são obrigadas a contratar um ROC. Quando era o pobre a receber duzentos euros para comer era suspeito de desvios de fundos, agora que são as IPSS a receber milhões são isentas de controlo porque é tudo boas almas caridosas.
  
Antes de mas importa demonstrar a falsa ideia de que com o desvio de recursos para a caridadezinha surge uma nova economia geradora de riqueza não passa de uma mentira. Isso só seria verdade se os pobres em vez de comerem optassem por guardar o rendimento mínimo debaixo do colchão subtraindo-o da economia. A verdade é que as prestações sociais geram consumo e, por essa via, estimulam a economia, estimulando a produção de uma forma mais eficaz pois fá-lo através do mercado e não de uma intrincada rede de interesses instalados em torno dessas economia mafiosa que de forma quase cínica designam por economia social.
  
O cidadão que recebe uma prestação social é um cidadão livre, pobre mas livre e que pode comprar onde e a quem entender sem levar na testa a etiqueta de dependente da caridade. O cidadão que vai á sopa dos pobres fica na mão das almas caridosas e acaba por ter de consumir produtos fora do praz para que as empresas dos amigos das almas caridosas se possam libertar de produtos que não conseguem vender a bom preço e sem os custos da destruição.
  
Em qualquer parte do mundo sabe-se que em torno de boas causas como o combate à pobreza e a ajuda alimentar se formam muitas ONG que a troco da sua generosa actividade ficam com uma grande fatia dos recursos que deviam chegar aos que deles precisam. São organizações que envolvem interesses e que se especializam em desviar recursos. Que o digam os responsáveis pelo combate à fraude da Comissão Europeia ou mesmo as nossas polícias que são cada vez mais confrontadas com suspeitas de fraude. Recorde-se o caso da famosa ONG portuguesa que há poucos anos ficou famosa quando se percebeu que a sua estrutura interna dependia quase em exclusivo de familiares do seu presidente.
  
Nas últimas eleições foram as escolas privadas a fazerem de tropa de choque para ajudar a direita a chegar ao poder, não é difícil de perceber que nas próximas eleições aos senhores das escolas privadas se vão juntar os beneficiados dessa economia social, uma imensidão de organizações lideradas por boas almas e com grandes ramificações nalgumas empresas a começar por algumas grandes superfícies que descobriram nas campanhas de ajuda alimentar uma excelente forma de promoção comercial.
  
A economia social não passa de uma imensa fraude económica e política desenvolvida pela  dupla formada pelo Lambretas e pelo Marco António para que sejam os que  mais foram penalizados com as políticas deste governo sejam pressionados a votar neste governo. Da mesma forma que há medo de reclamar porque os produtos estão fora do prazo, também vai haver o medo de não votar no partido sugerido pelas boas almas que estão enriquecendo nesta economia mafiosa que de uma forma cínica designam por social.

Umas no cravo e outras na ferradura



   Foto Jumento


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Grafiti, Lisboa
  
 Jumento do dia
    
Guilherme d'Oliveira Matins, o senhor dos vistos

Se um dia destes aparecer alguma notícia a informar que o ministro da Saúde salvou a vida a 20.000 portugueses, que a ministra da Administração Interna impediu que 5.000 cidadãos fossem roubados ou que o ministro Crato salvou 500.000 jovens de ficarem sem estudar não se admire. Esta forma imbecil de marketing da treta foi agora inventado por um Tribunal de Contas que parece gostar muito de si próprio e que fez saber que poupou 196 milhões de euros aos contribuintes ao recusa vistos de despesas.

Agora ficamos à espera de saber quantos vistos concedeu o tribunal de Guilherme d'Oliveira Martins pois se os vistos recusados são contabilizados como despesas poupada teremos de atribuir ao Tribunal de Contas a responsabilidade pela despesa correspondente aos vistos concedidos.

Quando até o Tribunal de Contas recorre a expedientes destes para melhorar a sua imagem temos de recear que o país esteja mesmo a ficar louco.

«O Tribunal de Contas beneficiou a Administração Pública em 349,5 milhões de euros, em resultado das auditorias, vistos prévios e controlos financeiros realizados no ano passado. Este valor, que constitui uma espécie de poupança para o Estado, consta do relatório de actividades publicado pela instituição.

"Alcançaram-se, em 2014, benefícios para o cidadão-contribuinte dos quais saliento os de natureza financeira", escreve o presidente do Tribunal de Contas, Guilherme d'Oliveira Martins, na nota de apresentação do documento. "O valor dos benefícios financeiros decorrentes da actividade do Tribunal ascendeu a 349,5 milhões de euros", quantifica o responsável.

O benefício mais expressivo resultou da recusa de vistos pedidos ao Tribunal. A instituição recusou o visto em 69 processos, o que corresponde a apenas 3% dos vistos apreciados, no montante de 196 milhões de euros, "com base em ilegalidades detectadas". Trata-se de "despesa pública efectivamente impedida pelo Tribunal de Contas", refere Oliveira Martins.» [DE]

 Andam por aí muitos Blatters
  
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Não é só na FIFA que há um Blatter honesto à volta do qual todos enriquecem de forma rápida e em total impunidade.

      
 Ao que isto chegou
   
«Lixo. Foi este o destino exigido e conseguido pelos sindicatos da PSP para o polémico projeto de estatuto que lhe foi apresentado, em março, pela ministra da Administração Interna. Anabela Rodrigues foi obrigada a recuar em toda a linha nas propostas que tinham deixado "em choque" os polícias e a recuperar grande parte do projeto, que chegou a desprezar, do seu antecessor Miguel Macedo.

Os polícias partem hoje para mesa de negociações muito mais fortes que antes - conseguiram unir, pela primeira vez, as 12 estruturas sindicais da PSP - e com uma ministra fragilizada, mais vulnerável e contestada pela própria coligação PSD/CDS. Ao que o DN apurou, Anabela Rodrigues foi mesmo afastada da gestão política do processo, o qual, foi conduzido diretamente pelo gabinete de Pedro Passos Coelho, em coordenação com Paulo Portas. Os vários alertas que chegaram sobre um inevitável cenário de manifestações em plena campanha eleitoral, criaram uma inquietação em todo o Governo e foi o pretexto mais forte para a desautorização da ministra.» [DN]
   
Parecer:

Os sindicatos da PSP vão reunir com a ministra em posição de força sabendo que a ministra foi obrigada a recuar por ordens do primeiro-ministro que ainda designou um assessor para tutelar a ministra durante as negociações. No ministério das forças da autoridade deixou de haver autoridade.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
  
 Benfica segunda escolha para Jesus
   
«Jorge Jesus reuniu-se, na última terça-feira à noite, com o empresário FIFA Jorge Mendes, mas não ficou agradado com as propostas que este lhe apresentou, apurou o DN. Foram três as possibilidades que o representante de, entre outros, Cristiano Ronaldo apontou ao treinador do Benfica, mas, para já, essas parecem descartadas.» [DN]
   
Parecer:

Este Jesus está mesmo a pedir que o devolvam a Braga.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»

 Carlos Costa corajoso?
   
«O ministro da Presidência e dos Assuntos Parlamentares, Luís Marques Guedes, anunciou esta quinta-feira, após reunião do Conselho de Ministros, que Carlos Costa foi reconduzido como governador do Banco de Portugal. A indigitação passará, ainda, por uma audição parlamentar que o ministro recusa que seja um “mero pro forma“. Mas Carlos Costa é o nome do governo, que elogia a “alteração de paradigma” promovida por Carlos Costa no Banco de Portugal.

Carlos Costa é a escolha do Conselho de Ministros para liderar o Banco de Portugal, renovando o mandato iniciado em junho de 2010. Em conferência de imprensa esta quinta-feira em Lisboa, Luís Marques Guedes, diz que apesar das situações que correram menos bem na supervisão bancária nos últimos anos, como demonstrou o relatório da Comissão de Inquérito, nos últimos anos houve uma “atuação fundamental para que as coisas tivessem decorrido como decorreram, que os contribuintes não ficassem responsáveis, como no passado, pela gestão ruinosa que terá havido“, numa alusão ao colapso do BES.

Marques Guedes elogiou Carlos Costa pela “alteração de paradigma”, constatada pela Comissão de Inquérito, e, numa “opinião pessoal”, Marques Guedes diz que Carlos Costa demonstrou “uma atitude de grande coragem” evitando que “uma situação que nunca se tinha verificado no sistema financeiro” colocasse sob a responsabilidade dos contribuintes “a gestão ruinosa que terá acontecido”.» [Observador]
   
Parecer:

Que o digam os clientes do BES que foram enganados, eles conhecem muito bem a coragem da personagem.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»
  

   
   
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