Durante três anos a direita bem pensante nunca apoiou de forma clara as políticas de Passos Coelho, preferiam fazê-lo de forma indirecta questionando pelas alternativas. Uma boa parte da direita não se revê nem em Paulo Portas nem em Passos Coelho e não concorda com as suas políticas, mas para a nossa direita o poder está acima de quaisquer outros valores e por pior ou por mais incompetente que seja o governo um governo da esquerda é semrpe pior.
Há algumas excepções a esta postura, é o caso de Pacheco Pereira ou de Pedro marques Lopes, a regra é a de que o pior governo da direita será sempre melhor do que um governo da esquerda. Mesmo algumas personalidades que detestam pessoalmente de Passos Coelho e discordam do seu programa, na hora das eleições mudam de opinião e até organizam jantares para lhe expressarem o seu apoio. Foi o que sucedeu com Manuela Ferreira Leite, há quatro anos queria livrar-se de Sócrates, agora ninguém duvida de que vai concluir que Passos é melhor do que Costa.
Mas quando pensavam que a estratégia da falta de alternativa ia resultar pois parecia que António Costa esperava autorização de Bruxelas para mudar a política do governo são apanhados de surpresa com um estudo sério, bem elaborado e da responsabilidade de gente qualificada, independente e de competência reconhecida. Ainda por cima Costa teve o cuidado de manter tudo em segredo, apanhando toda a direita de surpresa.
As reacções da direita merecem ser recolhidas, os artigos de opinião, as diatribes do novo rico de Valongo, o silêncio de um Cavaco que ainda há poucas semanas se queixava do silêncio dos outros, os artigos dos jiahdistas do Observador, as canalhices de um subdirector do Expresso que se ofende mais do que as putas.
São dezenas de artigos e de reacções que sem enfrentar o estudo no plano técnico tentam desvalorizá-los, chegam mesmo a desvalorizar os seus responsáveis acusando-os de excesso de habilitações. Mas o mais curioso é que quem devia defender as suas política ainda não teve a coragem de vir a público contestar o estudo e ninguém pergunta à ministra das Finanças o porquê do seu silêncio. Não tem capacidade técnica para fazer um comentário e escuda-se atrás das manobras idiotas do Marco António?