Para a direita o PCP e o BE não existem, o alvo de todos os ataques é o PS. Não sendo de esperar que os partidos da direita sugiram aos eleitores que votem no BE ou noutro partido de esquerda esse “trabalho sujo” é deixado aos seus comentadores e aos seus jornalistas. Basta acompanhar o Observador para se perceber o que pretendem os partidos da direita, para os eleitores que não vão votar na direita promove-se o BE, o Livre ou o partido do Marinho. De caminho usam-se os falsos candidatos presidenciais, dando-lhes espaço para atacarem o PS.
Para o PS o único adversário é a aliança da direita tendo um grande complexo em afrontar o PCP ou o BE, chegando mesmo a namorar o Livre onde estão antigos responsáveis do BE que sempre tiveram o PS como o seu principal adversário. Para o PS o importante é votar na esquerda e de preferência no PS.
Para o PCP o inimigo principal é a direita e o PS que para o PCP é a pior das direitas pois não só é o diabo na terra como lhe disputa os votos. O PCP sabe que não vai conseguir votos do CDS ou do PSD, pelo que os ataques aos partidos da direita é um mero formalismo ideológico, o PCP tudo faz para eliminar o PS pensando que se o PS perder votos uma parte deles irão para o PCP. Não tendo hipóteses de ser governo faz passar a mensagem de que o progresso resulta das suas lutas fora do parlamento. Seguindo este raciocínio muitos eleitores poderão chegar à conclusão de que o melhor será ir ás manifs do PCP e votar no PS.
O BE segue uma estratégia idêntica ao PCP no que se refere ao PS e basta contar as vezes que Louçã ataca a direita no seu tempo de antena da televisão do n.º 1 do PSD com as que dedica a atacar o PS para se perceber que o balanço dos seus serviços na SIC é muito semelhante ao de Marques Mendes e Pinto Balsemão deve estar muito contente com as escolhas, dá uma imagem de pluralismo e o bombo da festa é sempre o PS em cuja derrota ele aposta e para a qual procura contribuir com os meios que tem ao seu dispor.
Em conclusão a direita ataca o PS e nisso junta-se ao BE e ao PCP o que não é nada de novo, é a versão eleitoral da aliança que se uniu para chumbar o PEC IV e mandar vir a troika, Talvez por isso o PSD, o CDS, o PCP e op BE são precisamente os partidos que neste momento mais mal falam da troika.