sábado, maio 16, 2015

Umas no cravo e outras na ferradura



   Foto Jumento


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Pormenor do gradeamento envolvente da estátua o Marquês de Pombal, Lisboa
  
 Jumento do dia
    
Maria Luís, ministra das Finanças

O perdão fiscal decido no parlamento não é na sua essência um verdadeiro perdão, é antes uma manipulação do valor do Novo Banco e uma forma indirecta de reduzir os prejuízos. Os beneficiários são os bancos que participam no fundo de resolução.

«PSD e CDS propuseram alteração a projeto de lei sobre simplificação de comissões bancárias, que para a oposição foi "metida a martelo" e leva a perdoar 85 milhões de euros à entidade bancária. E a maioria aprovou.

Comunistas e bloquistas acusam o PSD e o CDS de darem "cobertura legal a um perdão fiscal de 85 milhões de euros ao Novo Banco", ao aprovar uma alteração ao projeto de lei de simplificação e padronização das comissões de contas de depósitos à ordem.» [DN]

 Pior do que incompetência

O comportamento da ministra da Administração Interna é um pouco pior do que incompetência, roça a maldade, a forma como se comporta em relação ao trabalho deixado pelo seu antecessor é de alguém que está mais preocupada com a sua vaidade académica do que os problemas da segurança.

 Faz o que eu digo, não faças o que eu faço

«O Presidente da República deve revelar independência perante as controvérsias que marcam o quotidiano da luta política, as quais têm um tempo e um lugar próprios em todas as democracias, mas que correm o risco de concentrar-se em aspetos acessórios ou efémeros da realidade"» Cavaco Silva.

      
 De Acordo?
   
«Às vezes, neste país em que a crise nos trocou os dias e insoniou as noites, nos cortou os salários e a esperança, nos ajouja de impostos, neste Portugal vendido ao desbarato, na grande feira liberal exportada de Chicago para Massamá -, às vezes, afinal, é por outra razão que não essa que se levantam os mais fortes clamores de revolta.

É como se a pérfida Albion nos tivesse impedido, de novo, o sonho do mapa cor de rosa, como se os "turras" voltassem a decepar colonos incautos, como se o pandita Nehru reafundasse o "Afonso de Albuquerque" nas águas mornas de Pangim. É a pátria ofendida que regressa, desta vez pela aguda gravidade de um acento perdido, consolando a orfandade de vogais que choram o fim de alguns circunflexos telheiros gráficos.

Vá lá que, por essa bandeira, não se sai à rua para escacar montras e cabeças, não se atulham alamedas de clamores, poetas de peito feito não anunciam "Marias da Fonte", não se descem avenidas, de cravos irados e de braços dados, rumando a Rossios de indignação e vilas morenas.

Esse rumor cívico trepa, contudo, há muito, pelos posts de blogues soberanistas, excita-se nas laudas severas da estimável folha diária da Sonae, num feroz "no pasarán!", verbaliza-se, com anónimo arrojo, no vernáculo das caixas de comentários. São a brigada do asterismo, os que anuncia, lá ao fundo do texto, a sua orgulhosa não adesão ao ultraje gráfico.

No passado, andariam pelas catacumbas do MUD, hoje dão a vida cívica por uma muda consoante. São netos dos nostálgicos do "ph" da farmácia, dos chorosos, tal como Pessoa, da graça do "y" que o cisne em tempos perdeu, dos que há muito se haviam sentido tramados pela falta do trema que germanicamente lhes ornava os "u", separados do futuro por um elidido hífen.

Essa brava aldeia de Astérix escava hoje as últimas trincheiras legais, implora a ajuda da preguiça lusófona para a sua derradeira batalha, reza pela heterodoxia de Angola e desconfia do Brasil, essa vil potência do gerúndio e das vogais indecentemente abertas. Quem sabe se ainda os veremos a ter um candidato presidencial - um Octávio com "c" ou um Baptista com um "p" dos que algumas tias velhas ainda cuidam em pronunciar ao chá.

O Acordo Ortográfico entrou agora, definitivamente, em vigor. Quem o não quiser utilizar que o não faça. Mas será assim uma questão tão importante? Afinal, se bem repararam, no artigo que acabam de ler, nem por uma vez se divergiu da velha escrita. Não estão de Acordo?» [JN]
   
Autor:

Francisco Seixas da Costa.

      
 O país voltou a consumir demais
   
«De acordo com os dados relativos à evolução dos novos créditos aos consumidores, além da subida homóloga de 27,6% verificada entre março de 2014 e março de 2015, os montantes envolvidos subiram 23,6% em março face a fevereiro deste ano.» [Notícias ao Minuto]
   
Parecer:

Mas até às eleições dá jeito a Passos Coelho, o pior é o que poderia vir a seguir se esta direita ganhasse as eleições.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
  
 Não querem o juiz Alexandre nas dívidas da Madeira
   
«O caso remonta a 2011 e conta com cinco arguidos, entre os quais Ventura Garcês, secretário do Plano e Finanças de Alberto João Jardim, e Luís Santos Costa, ex-secretário-regional do Equipamento Social. Foi arquivado em outubro de 2014, já que o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) considerou não ter indícios suficientes para acusar os responsáveis pelo orçamentos regionais da Madeira entre 2003 e 2010, período em que terão sido ocultadas as verdadeiras contas do Executivo de Jardim.

Das suspeitas de prevaricação, violação das regras de execução orçamental e falsificação, o DCIAP não deduziu qualquer acusação. Mas os dirigentes regionais do PND, Baltazar Aguiar, Gil Canha e Hélder Spínola, pediram a abertura de instrução do processo, para garantir que o caso vai a julgamento. Porém, conta hoje o jornal i, o núcleo de dirigentes próximos de Alberto João Jardim estará a tentar afastar o juiz Carlos Alexandre da fase de instrução, com o argumento de que quem deve decidir se há ou não fundamento para levar o caso a tribunal é um juiz da Madeira e não um juiz do Tribunal de Instrução Criminal.» [DN]
   
Parecer:

Porque será.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Tranquilizem-se os madeirenses, o juiz anda muito ocupado.»

 Passos rejeita Cavaco e chama mentiroso a Portas
   
«O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, defende numa entrevista ao jornal Sol que a opção nas legislativas é entre dar maioria à coligação PSD/CDS-PP ou ao PS, considerando que um Governo a três não teria "condições para funcionar".

Contudo, o presidente do PSD não assume nenhuma posição absoluta sobre soluções de Governo: "Em teoria, todos nós não podemos deixar de nos sujeitar ao resultado das eleições, e depois das eleições então veremos o que é que se fará. E eu não vou a este tempo das eleições pôr-me a traçar cenários".

Nesta entrevista, o primeiro-ministro reitera o relato que fez da crise governativa de há dois anos na sua autobiografia autorizada, “Somos o que escolhemos ser”, declarando: "Quanto àquilo que se passou no Verão de 2013, a versão que o livro narra e no que narra em discurso directo feito por mim corresponde à verdade".» [i]
   
Parecer:

Rejeita um compromisso e diz que Portas mentiu.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»

   
   
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