Durante décadas os nossos capitalistas foram sempre os mesmos, um misto de protegidos do regime e empreendedores empresários como os Melos ou Champalimaud foram crescendo e criaram os seus impérios ao longo de décadas. Hoje tudo e mais rápido, o dinheiro fácil multiplica-se como cogumelos, já não e necessária uma ditadura para reprimir trabalhadores.
Hoje os dedos não chegam e de um dia para o outro vão surgindo novas fortunas, modestos advogados que se dedicam à política e reaparecem como poderosos banqueiros, jovem políticos sem grandes habilitações que passados uns anos são importantes consultores de negócios internacionais. O dinheiro de alguns cresce de forma exponencial, todos os dias aparecem ricos que ninguém conhecia. E quando alguém tem sucesso na vida, porque saiu o euromilhões ou porque se foi para administrador da Arrows há logo quem nos chame invejosos.
Aquilo que assistimos ao nível nacional sucede ao nível mundial, de um dia para o outro aparecem cara novas nos primeiros lugares da lista da Forbes, por todo o lado surgem negócios de milhares de milhões. Surgem novos capitalistas por todo o lado, desde filhas de guerrilheiros que se transformam em banqueiras a estudantes de Harvard que de um dia para o outro juntam fortunas de milhares de milhões graças ao sucesso das suas startups.
O problema é que ao mesmo tempo que o capital exibe toda esta vitalidade alguns povos sofrem cada vez mais, políticos e jornalistas económicos exigem um retrocesso nos direitos laorais e o corte dos rendimentos dos trabalhadores em nome da competitividade. Países inteiros afundam-se em guerras civis, deixando de existi enquanto estados, a miséria espalha-se por continentes como sucede em África.
O mundo devia ter tremido com o escândalo dos Panama papers mas a verdade é que não há nada de novo, toda a gente sabe que os ricos não só se escapam a uma ao parte dos impostos como ainda têm governantes que aumentam o IRS com uma sobretaxa para poderem baixar o IRC. Todos sabemos para onde vão as receitas resultantes dos recursos n aturais de muitos países, da mesma forma que sabemos que por cá á quem prefira pagar impostos na Holanda ou esconder os seus lucros com a ajuda do Fonseca.
A verdade é que estamos a assistir à fonsequização da economia e com políticos como Durão Barroso, Passos Coelho e muitos outros, assistimos também a uma fonsequização da democracia.