terça-feira, abril 26, 2016

Umas no cravo e outras na ferradura



  
 Jumento do dia
    
Paula Teixeira da Cruz, ministra da Justiça no exílio

Foi quase deprimente ouvir o discurso de Paula Teixeira da Cruz nas comemorações do dia 25 de Abril no parlamento, um discurso mal lido, sem qualidade e carregado de ressabiamentos.

«O PSD e o CDS insurgiram-se na cerimónia do 25 de abril contra o caminho que consideram errado que a governação do PS está a seguir, e a deputada social-democrata Paula Teixeira da Cruz acusou mesmo a maioria parlamentar de esquerda de intolerância, “discurso pueril” e “demagógico”.

“Combatamos os demagogos, os moralistas, os radicalismos de qualquer espécie, os detentores da verdade, os deslumbrados com o poder, os extremismos”, afirmou a ex-ministra da Justiça. “Há falta de transparência na vida pública. A concertação social foi substituída por um acordo a três [partidos] na penumbra. Há falta de transparência no processo político e de escrutínio nesta Assembleia [da República]”, afirmou.

Teixeira da Cruz considerou ainda “chocante“ o “regresso de um tipo de discurso pueril e histriónico, com uma lógica infantilizante e simplista de que é exemplo a ideia de que as políticas de absoluta necessidade e salvação adotadas para resgatar Portugal da situação de pré-falência a que chegou em 2011 visariam o empobrecimento do país, enquanto as políticas do atual Governo permitiriam, num golpe de mágica, resolver em duas penadas todos os problemas”.» [Expresso]

 Regresso à normalidade

O país respirou melhor neste 25 de Abril, os cravos ao peito por parte de quem os usou nas tribunas eram sinceros, o discurso presidencial foi cristalino, sem mensagens subliminares, sem frases dúbias, sem ameaças, sem o habitual "eu disse", sem a repetição do "eu" até á exaustão. Portugal voltou a ter um Presidente que se revê em Abril sem complexo, sem condições, sem alergia a flores.

aos pouco o país começa a respirar normalidade, o Presidente não conspira, os seus assessores não se reunem às escondidas com jornalistas combinando golpes, os amigos não são recebidos para à saída fazerem discursos contra um governo legítimo. Aos poucos os portugueses vão saindo do pesadelo das ameaças constantes, dos orçamentos com normas inconstitucionais, de adjectivos como "piegas", de incertezas sobre se iriam receber o vencimento ou a pensão.

Não admira que à direita se sinta a raiva, raiva porque os portugueses descobriram que muitas das ameaças eram mentiras e que viveram num ambiente de excepção graças a ameaças combinadas com a troika e com o apoio implícito de um presidente pequenino.

      
 Salgueiro Maia vai ser condecorado
   
«O Presidente da República anunciou hoje, em Santarém, que vai condecorar Fernando Salgueiro Maia com a Ordem do Infante D. Henrique no próximo dia 01 de julho, quando o "capitão de Abril" faria 72 anos.

Marcelo Rebelo de Sousa prestou hoje homenagem a Salgueiro Maia na sua "terra adotiva" e de onde, na madrugada de 25 de abril de 1974, partiu da Escola Prática de Cavalaria à frente de uma coluna militar que teve papel fulcral no derrube do regime do Estado Novo.» [DN]
   
Parecer:

Numa das mais dignas comemorações do 25 de Abril desde há muitos anos o anúncio de uma justíssima condecoração de Salgueiro Maia foi a cereja em cima do bolo.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aprove-se.»