Parece que anda muita gente excitada com os Panama Papers, todos esperam que é desta vez que os ricos vão ser apanhados nas malhas do fisco e, com o já começa a ser habitual, a PGR até comunica que está a acompanhar o assunto. Se a PGR está a acompanhar o assunto isso significa que estamos perante um caso sério e que a justiça vai ser implacável.
Podemos estar descansados, certamente qe o fisco já está na posse dos nomes e do conhecimento da patranhas fiscais dos nossos poderosos ou, pelo menos daqueles que recorram aos serviços do Fonseca, no jornal Expresso ninguém dorme para que se apanhem os capitalistas abusadores, mesmo que ameacem deixar de fazer publicidade na comunicação social do grupo Impresa ninguém vai recuar e o caso Panama Papers vai ser investigado até às últimas consequências, tal como sucedeu com o caso do Mensalão.
Este é o maravilhoso país da Alice, o país onde os ricos correm riscos se não cumprirem a lei, onde há igualdade no tratamento dado pela máquina fiscal e pelas suas leis fiscais, um país onde há prolemas financeiros só por causa da falta de competitividade e dos salários altos, onde todos cumprem com as suas obrigações fiscais.
Mas há um outro Portugal bem diferente do país da Alice, é o país onde vivem a maioria dos portugeses é o país onde os perdões fiscais do Oliveira e Costa tornaram muitos empresários ainda mais competitivos, onde durante muitos mandatos governamentais o gabinete do secretário de Estado dos Assuntos fiscais foram serviços de finanças para ricos, onde as recetas fiscais do IRC desaparecem com a multiplicação dos benefícios fiscais dados às empresas em prol da sua competividade.
Nesse país há milhares de milhões de euros de impostos por cobrar e esquecidos em tribunais fiscais intencionalmente ineficazes, há perdões fiscais para que o dinheiro que está ao cuidado dos Fonsecas regresse devidamente branqueado onde se organizam perdões fiscais e de multas para os que não cumpriram com as suas obrigações fiscais mas foram apanhados.
É por isso que os Panama Papers é mais uma lista, uma lista que terá o mesmo destino que tiveram outras, quem não se lembra da lista Lagarde, da lista dos trafulhas da Operação Monte Branco ou da Operação Furacão. É neste país que alguém que foi apanhado por fraude fiscal na Operação Furacão aparece depois como candidato presidencial a dar lições ao país e tendo por mandatário nacional um ex-ministro das Finanças. Enfim, talvez seja melhor começarem a fazer listas de palhaços.