terça-feira, novembro 15, 2011

ri-te, ri-te...

 
Contou a jornalista Maria João Avilez que numa reunião do Conselho de Ministros o ministro da Economia apresentava as suas propostas para promover o crescimento económico quando de forma seca o seu colga das Finanças comentou “não há dinheiro!”. Perante a insistência de Álvaro Pereira em prosseguir com a apresentação das suas opiniões o ministro das Finanças interrompeu-o de novo perguntando-lhe “Qual das três palavras é que não percebeu?”.

Temos, portanto, quatro protagonistas duvidosos num Conselho de Ministros relativamente pequeno, o Vítor Gaspar que não sabe o que é educação, o Álvaro que não sabe o que é dignidade, o Passos Coelho que não sabe o que é autoridade e um quarto, o que foi contar à jornalista o ocorrido na reunião, que não sabe o que é lealdade e confidencialidade. Isto significa que numa reunião em que participam doze pessoas, onze ministros e um secretário de Estado, há quatro que não quereria ter como amigos, um terço.

Compreende-se que alguém que trata um colega ministro nos termos em que o ministro das Finanças tratou o da Economia dificilmente terá a formação necessária para respeitar seja o que for. O homem pensa que veio salvar o país com os seus conhecimentos técnicos e que isso o coloca acima de quaisquer regras. Trata um colega abaixo de cão e ignora o parlamento onde estão os eleitos pelo povo.

Começa-se a compreender a brutalidade das medidas ou os recuos de membros do Governo como o próprio Miguel Relvas que num dia admite negociar com o PS e no outro declara que não há almofadas. É cada vez mais claro que quem manda no governo é Vítor Gaspar, os outros ministros executam as suas ideias e o primeiro-ministro dá a cara e trata dos votos. Tudo o resto não conta, sejam as propostas dos seus colegas, as questões dos deputados ou o sofrimento dos portugueses que elegeu como vítimas da sua política.

Este padrão de educação e de respeito por regras de convivência faz-me lembrar a resposta de um agente da PSP a um cidadão que lhe perguntou como se poderia ir para um determinado sítio, a resposta foi que poderia ir a pé de automóvel. Talvez daqui a uns tempos alguém se lembre de perguntar a Vítor Gaspar como prefere fugir para Bruxelas, se quer atirar-se ao rio na estação Sul Sueste e ir a nado até Antuérpia ou se prefere ir de avião.

Recordo-me de quando ocorreu o apagão da ponte e o então ministro das Obras Públicas quase ia fazendo xixi pelas calças abaixo. Quando os tais tumultos que Passos Coelho receava num momento em que sabia o que ia fazer aos portugueses mas ainda não tinha divulgado a pinochetada orçamental duvido que este Gaspar tenha a coragem para dará cara ou para assumir as responsabilidades políticas pelas consequências da brutalidade das medidas que impôs ao governo e ao país. Nessa altura veremos se o Gaspar fala grosso como o terá feito com o Álvaro ou se apanha o primeiro avião para Bruxelas.